O Fernando partilhou esta mensagem com muitos de nós. Porém, para que cada um possa deixar o seu comentário, optei por editá-la aqui e assim todos ficaremos a conhecer a opinião de cada um:
AMIGOS!
Por três vezes recebi o documento de Vinícius de Morais, sobre a amizade. Li, as três vezes, com a mesma atenção, esse poema, pensando especialmente na pessoa que desse modo me enviava uma mensagem de amizade. São pensamentos que me tocam profundamente e posso fazer meus. “Ás vezes mergulho em pensamentos sobre alguns deles, meus numerosos amigos. Em momentos de felicidade intensa, cai-me alguma lágrima... por não estarem perto de mim...”O encontro, em que estivemos muitos dentre nós, em Fátima há uns 20 anos (qual foi a data exacta?) não me marcou como o último de Aldeia Nova. No primeiro encontrei com imenso prazer uns 50 antigos colegas, mas continuei a corresponder só com dois, os mesmos de antes, Horácio e Espírito Santo. Desta vez tudo foi diferente. Mantenho contactos estreitos com uns dez e regulares com mais de vinte. Bem mais, através do blog. Sabeis que gosto de tudo analizar e nunca abandono um raciocínio senão quando as respostas me satisfazem. Compreender não quer dizer possuir a verdade, mas simplesmente satisfazer a própria curiosidade intelectual. Reflectí sobre a irrupção do meu e nosso passado no meu presente e tentei compreender. Que compreendí? Que o meu cérebro teria amolecido e que não conseguindo continuar a projectar-me para o futuro, para a inovação, volto-me para o já vivido e para os caminhos andados? Penso estar ainda suficientemente lúcido (treino-me) para afirmar que as razões são outras e bem objectivas:
1° Estou agora mais disponível para viajar e usufruir das horas, dos dias e das semanas. Mais liberdade fisica e intelectual. Tendo os filhos caído do ninho, ou melhor, voando todos com suas próprias asas, libertaram-nos tempo e espaço! Estando eu e minha mulher reformados, as disponibilidades aumentaram, e eliminaram-se automaticamente as preocupações (soucis) profissionais.
2° Neste encontro de Aldeia Nova eu estava preparado psicologicamente para fazer uma pausa. Para ver, ouvir e memorizar...Finalmente não foi uma pausa que fiz, mas um vai e vem que se repetiu umas vinte vezes entre a minha infância e adolescência e o presente. Estes ‘vais e vens’ começaram logo em Lisboa com o Horácio, frei Mateus, frei Bento, frei Pedro, Alexandrino, Celestino, Zé Vieira e Nuno. Continuaram em Aldeia Nova atingindo o paroxismo com o abraço do Nelson que já não via há 46 anos, apesar de nos termos procurado sem sucesso.
3° Tenho consciência de que os dias, os meses e os anos passam cada vez mais depressa, e devemos ir ao essencial. O essencial para mim são os sentimentos: a família, são os amigos, “sobretudo aqueles que estão no início do mundo que eu tremulamente construí e se tornaram alicerces do meu encontro pela vida’ cf. Vinícius.
4° Devemos também sempre contar com as circunstâncias da vida e elas fizeram com que o encontro de Aldeia Nova reunisse as condições e provocasse o nascimento do blog. Este permitiu a uns poucos, que serão cada vez mais numerosos, tenho a certeza, de criar laços que são cada vez mais estreitos e calorosos. Devido a este último encontro e ao blog “muitos dos meus amigos sabem hoje o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências. Alguns não os procuro, basta-me saber que eles existem...Porque não os procuro com assiduidade não posso dizer-lhes o quanto gosto deles, eles não iriam acreditar’ cf.Vinícius. Outros como o Ferro e o Arnaldo, procurei-os e escrevi-lhes e eles não responderam. Respeito o silêncio mas aprecio mais a palavra dita e ouvida. Também gostaria de restablecer contactos com o Nuno que encontrei em Lisboa.
Os encontros anuais são formidáveis, mas terminam depressa de mais, sem dar tempo para restabelecer todas as ligações que foram cortadas...Quando liguei o computador para vos escrever não era com a intenção de divagar como acabo de fazer, mas simplesmente para vos fazer uma proposta. Anda-me na cabeça há umas semanas, uma ideia completamente “ loufoque”, doida, para activar e dinamizar esta retomada de contactos. Tencionava propô-la em Outubro, mas prefiro que comeceis a raflectir desde já? E se organizássemos uma viagem de uma semanita aqui a França. Aproveitemos enquanto o Celestino está na TAP. Ele organizará pelo melhor preço a viagem de avião Lisboa ou Porto - Clermont Ferrand. Eu espero-vos no aeroporto desta cidade com um autocarro que guardariamos toda a semana e organizaria vossa estadía aquí por um preço razoável (défiant toute concurrence). Evidentemente que as esposas que o desejarem serão as bem vindas. Visitaremos a região que, com suas montanhas e lagos, é magnífica. Faremos escapadas de um dia a Paris, Lyon, Bordeaux etc. Faremos uma cura de vinhos e queijos, de que este país é especialista, enquanto nossas mulheres se deleitariam nos comércios, experimentando os últimos cremes e perfumes. Aqui vos lanço uma ideia, que podemos transformar num reencontro aprofundado durante o qual todos teriamos tempo para nos exprimir, questionar e escutar. Se a ideia recebe o vosso assentimento, poderieis começar a organizar uma comissão em Lisboa ao redor do Celestino outra no centro á volta do Eduardo Bento e no Norte em torno do J. Moreno. Como de costume já estou a querer orientar tudo. Na verdade tenho horror do vazio, mas desde que o espaço esteja ocupado, desvio-me facilmente. Dizei-me o que pensais desta ideia e dai-me instruções!...
Por três vezes recebi o documento de Vinícius de Morais, sobre a amizade. Li, as três vezes, com a mesma atenção, esse poema, pensando especialmente na pessoa que desse modo me enviava uma mensagem de amizade. São pensamentos que me tocam profundamente e posso fazer meus. “Ás vezes mergulho em pensamentos sobre alguns deles, meus numerosos amigos. Em momentos de felicidade intensa, cai-me alguma lágrima... por não estarem perto de mim...”O encontro, em que estivemos muitos dentre nós, em Fátima há uns 20 anos (qual foi a data exacta?) não me marcou como o último de Aldeia Nova. No primeiro encontrei com imenso prazer uns 50 antigos colegas, mas continuei a corresponder só com dois, os mesmos de antes, Horácio e Espírito Santo. Desta vez tudo foi diferente. Mantenho contactos estreitos com uns dez e regulares com mais de vinte. Bem mais, através do blog. Sabeis que gosto de tudo analizar e nunca abandono um raciocínio senão quando as respostas me satisfazem. Compreender não quer dizer possuir a verdade, mas simplesmente satisfazer a própria curiosidade intelectual. Reflectí sobre a irrupção do meu e nosso passado no meu presente e tentei compreender. Que compreendí? Que o meu cérebro teria amolecido e que não conseguindo continuar a projectar-me para o futuro, para a inovação, volto-me para o já vivido e para os caminhos andados? Penso estar ainda suficientemente lúcido (treino-me) para afirmar que as razões são outras e bem objectivas:
1° Estou agora mais disponível para viajar e usufruir das horas, dos dias e das semanas. Mais liberdade fisica e intelectual. Tendo os filhos caído do ninho, ou melhor, voando todos com suas próprias asas, libertaram-nos tempo e espaço! Estando eu e minha mulher reformados, as disponibilidades aumentaram, e eliminaram-se automaticamente as preocupações (soucis) profissionais.
2° Neste encontro de Aldeia Nova eu estava preparado psicologicamente para fazer uma pausa. Para ver, ouvir e memorizar...Finalmente não foi uma pausa que fiz, mas um vai e vem que se repetiu umas vinte vezes entre a minha infância e adolescência e o presente. Estes ‘vais e vens’ começaram logo em Lisboa com o Horácio, frei Mateus, frei Bento, frei Pedro, Alexandrino, Celestino, Zé Vieira e Nuno. Continuaram em Aldeia Nova atingindo o paroxismo com o abraço do Nelson que já não via há 46 anos, apesar de nos termos procurado sem sucesso.
3° Tenho consciência de que os dias, os meses e os anos passam cada vez mais depressa, e devemos ir ao essencial. O essencial para mim são os sentimentos: a família, são os amigos, “sobretudo aqueles que estão no início do mundo que eu tremulamente construí e se tornaram alicerces do meu encontro pela vida’ cf. Vinícius.
4° Devemos também sempre contar com as circunstâncias da vida e elas fizeram com que o encontro de Aldeia Nova reunisse as condições e provocasse o nascimento do blog. Este permitiu a uns poucos, que serão cada vez mais numerosos, tenho a certeza, de criar laços que são cada vez mais estreitos e calorosos. Devido a este último encontro e ao blog “muitos dos meus amigos sabem hoje o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências. Alguns não os procuro, basta-me saber que eles existem...Porque não os procuro com assiduidade não posso dizer-lhes o quanto gosto deles, eles não iriam acreditar’ cf.Vinícius. Outros como o Ferro e o Arnaldo, procurei-os e escrevi-lhes e eles não responderam. Respeito o silêncio mas aprecio mais a palavra dita e ouvida. Também gostaria de restablecer contactos com o Nuno que encontrei em Lisboa.
Os encontros anuais são formidáveis, mas terminam depressa de mais, sem dar tempo para restabelecer todas as ligações que foram cortadas...Quando liguei o computador para vos escrever não era com a intenção de divagar como acabo de fazer, mas simplesmente para vos fazer uma proposta. Anda-me na cabeça há umas semanas, uma ideia completamente “ loufoque”, doida, para activar e dinamizar esta retomada de contactos. Tencionava propô-la em Outubro, mas prefiro que comeceis a raflectir desde já? E se organizássemos uma viagem de uma semanita aqui a França. Aproveitemos enquanto o Celestino está na TAP. Ele organizará pelo melhor preço a viagem de avião Lisboa ou Porto - Clermont Ferrand. Eu espero-vos no aeroporto desta cidade com um autocarro que guardariamos toda a semana e organizaria vossa estadía aquí por um preço razoável (défiant toute concurrence). Evidentemente que as esposas que o desejarem serão as bem vindas. Visitaremos a região que, com suas montanhas e lagos, é magnífica. Faremos escapadas de um dia a Paris, Lyon, Bordeaux etc. Faremos uma cura de vinhos e queijos, de que este país é especialista, enquanto nossas mulheres se deleitariam nos comércios, experimentando os últimos cremes e perfumes. Aqui vos lanço uma ideia, que podemos transformar num reencontro aprofundado durante o qual todos teriamos tempo para nos exprimir, questionar e escutar. Se a ideia recebe o vosso assentimento, poderieis começar a organizar uma comissão em Lisboa ao redor do Celestino outra no centro á volta do Eduardo Bento e no Norte em torno do J. Moreno. Como de costume já estou a querer orientar tudo. Na verdade tenho horror do vazio, mas desde que o espaço esteja ocupado, desvio-me facilmente. Dizei-me o que pensais desta ideia e dai-me instruções!...
10 comentários:
As ideias do Fernando são sempre louváveis e esta não foge à regra.
Poderá é não ser tão facilmente exequível quanto todos gostariamos. É verdade que aqueles que, como eu, já estão aposentados,ou que os filhos já "voaram do ninho", terão mais possibilidades de dispôr de tempo, embora haja sempre outras razões ou motivações que nos vão amarrrando e condicionando os dias. Depois, a harmonização de datas será sempre uma barreira a ter em conta. Terá que ser uma programação à distância, para que todos possamos agendar. Além do mais, se o Fernando se encarrega da logística nas gálicas terras, já a viagem para França e regresso, poderia ser entregue a uma Agência... mas aqui cabe uma palavra ao Zé Celestino, conforme ajuizava o F. Vaz. Entendam, p.f. estas minhas palavras somente como uma achega ao sonho do Fernando.
Abraços do Nelson
Fernando:
Pensas, dizes e queres fazer. É bom (como dizes) que tenhas horror ao vazio neste tempo superficial e oco. Também partilho esse teu desejo de proximidade com aqueles com os quais partihámos alegrias e tristezas, até o pão na mesma mesa, gestos agressivos e cordiais, tudo aquilo que nos constituiu e que não podemos apagar.
Por isso apoio essa tua proposta excursionista a França ( Penso que o Imeldo não gostará muito da tua sugestão por causa da Revolução). Enfim, se por aí há bom vinho, lagos e montanhas, conta comigo.
Ouviste , Celestino?
Um abraço do Eduardo Bento
Meus amigos,
Regressado do Alentejo litoral,já li e reli todas as últimas intervenções/comentários...
A proposta/sonho do Fernando merece todo o meu opoio... Com imaginação e algum engenho,bem poderá tornar-se realidade...
Reconheço, como refere o Nelson, ser
necessário um atempado planeamento/ programação, uma vez que há que compatibilizar muitos factores....
Total de pessoas envolvidas...
Tempo de estadia...
Datas/período da viagem...
Vamos pensar numa Comissão que dê realidade a este sonho/projecto...
Eu, desde já me voluntarizo para integrar essa Comissão...
Se o grupo for grande até podemos pensar no fretamento de um avião...
Entretanto, vamos dando largas à imaginação... sugerindo pormenores organizativos...
Aquele abraço
Zé Celestino
Boa ideia Fernando
Há por aí gente a precisar duma cura... de vinhos. Vocês sabem de quem estou a falar.(Refiro-me claro ao Imeldo e ao Vintém).
Mas quem não gosta de viajar e ainda por cima na companhia daqueles com quem já partilhamos tantas viagens e palmilhamos juntos tantos caminhos, que nos conduziram a este estadio da existência.
Vamos a isso. Não compliquemos. É fazer a lista dos interessados, e metê-los no avião com destino a Clermont Ferrand.
Escutaste Celestino?
Abraços do Alexandrino
Diz o Fernando que a "embraiagem entrou"! É giro. Apoio o Alexandrino -"não compliquemos". Partilho os gostos do Bento -"vinho e lagos" e voto no voluntário e voluntarioso presidente da comissão organizadora - Zé Celestino. Aqui, encaixado por detrás dos Montes Herminios, de muito pouco valerei para integrar a comissão. Mas disponibilizo-me para ser o "passa-palavra".
Abraços
Nelson
Fernando Vaz
Continuas com a mesma "garra" dos 20. A revolução Francesa não te estragou. Deu mais "pinta". Imeldo, também deixas os copos de leite e vens para apanhar os ares da R.F. ?
Será bom fazer chegar a mensagem ao maior número de ex-colegas. Sinto que não é muito conhecido este espaço.
Abraços e coragem.
J.Moreno
Se é para os copos está bem! Contem comigo camaradas.
NOTA: este "camaradas" é para disfarçar o facto, de todos sobejamente conhecido, de que sou um homem da direita.
Abraços
Jaime
Eu também quero ir
Eu também quero ir
Eu também quero ir
Ai eu também
(com música)
Ezequiel Vintém (ex-frei Pancrácio)
Para além de a França não me atrir.É ela, em grande medida, a causa do descalabro da Europa. Se o Ezequiel Vintém (Sai do anonimato!) vai, eu não vou. Não estou para andar uma semana a ouvir irreverências e palermices contra a nossa Igreja. Além disso eu ainda não tive possibilidades económicas para percorrer este nosso Portugal, o país mais lindo do mundo.
José Oliveira (Imeldo)
Se o Imeldo fôr (aparecendo à luz do dia) eu não vou. Não estou para ouvir beatices o tempo todo. Além disso o avião e o autocarro vão inclinar-se perigosamente para o lado dele e eu não quero correr riscos.
Ezequiel Vintém - ex frei Pancrácio
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