segunda-feira, 30 de abril de 2012

LANÇAMENTO DO LIVRO DE EDUARDO BENTO, O OLHAR QUE PROCURA UM BARCO, TORRES NOVAS, ABRIL DE 2012


1.      No dia 14 de Abril de 2012 todos os caminhos iam dar a Torres Novas. Situada na zona nobre da cidade, a bela e austera Praça 5 de Outubro encheu-se de forasteiros vindos de todas as partes do país e mesmo do estrangeiro. Aqui um companheiro de há muito, então pá! dá cá um abraço! Ali outro que estende as mãos, acolá outros – salve omnes pariter! – tantos rostos e nomes que me permito não referir - e perdoem-me -, mas a reportagem fotográfica falará por si. Por instantes, Felix Turris, a antiquíssima villa romana banhada pelo Monda e protegida pela Serra de Aire, parecia a mais cosmopolita das cidades portuguesas. Caía uma chuva agreste e miudinha que desaparecia sob a calçada sinuosa e íngreme. De repente, lembrei-me de Cesário Verde, Cristalizações: ‘homens acocorados de forma rude e grotesca, calceteiros de dedos magoados, o vento norte expulsando as últimas gotas de chuva enquanto do chão lamacento nasciam calçadas portuguesas.’ Junto ao Hotel dos Cavaleiros, ponto de encontro – pois claro! – aguardavam-nos os nossos já conhecidos anfitriões: Eduardo Bento e Vitória. O programa de festas, preparado e pensado meticulosamente pelos amigos torrejanos de EB, foi escrupulosa e serenamente cumprido. A sala do hotel estava repleta, as mesas irrepreensíveis destinadas aos convidados. Seguiu-se o almoço. De vez em quando vibrava no ar a voz potente de um arauto: ‘Silêncio Atenienses!’ Por volta das 15h00, o espaço foi pouco para tantos torrejanos que chegavam: homens, mulheres e crianças. Admirável! “Paparazzi” atentos, munidos de lentes e angulares de longo alcance, disparavam relâmpagos flamejantes, registando momentos com história, para a história. Havia qualquer coisa de irreal, acreditem ou não! Bem almoçados e bem regados pelos generosos dons de Baco, procedeu-se ao ritual do lançamento de O olhar que procura um barco em vários actos: leitura encenada a partir do texto do prefácio por um grupo de amigos de EB; apresentação do livro. Sobre o livro nada mais direi do que aquilo que já disse na altura: um espanto! Seguiu-se a magnífica leitura de excertos do texto pelo mesmo grupo, com destaque para o ‘coro’ feminino. A encerrar o lançamento, falou o fr. Bento Domingues, cuja presença a todos supreendeu, como surpreendente foram as suas palavras centradas sobre a noção de estética e de beleza, se não me engano! Finalmente o autor, Eduardo Bento, mergulhou o auditório num perfume de dedicatórias, agradecimentos e saudações amigas, que bastam, no meu entendimento, para fazer alguém feliz, pois o livro, sem retórica nem fins comerciais, «foi para oferecer aos amigos». Mas ainda faltava o momento lírico, a habitual e exímia schola cantorum cujo tom saudoso e nostálgico de Samaritana envolveu toda a assistência. Já assisti a muitos eventos deste género, mas nenhum me pareceu tão sincero, simples e rico em companheirismo e humanidade como este. Em suma, o lançamento de O olhar que procura um barco foi um hino à cultura e à amizade, um acontecimento memóravel! Mas, atenção, a festa ainda ia meio….






2.      In taberna quando sumus
      Terminada a primeira parte do evento, marcada, como brilhantemente descrito em 1. pelo Abel Pena, pela estética e beleza das ideias e pela eloquência dos vários intervenientes, seguiu-se a segunda parte : o convívio na «Adega VB». V=Vitória e B=Bento. Estou certo que aí se repetiu o milagre da multiplicação do pão, do queijo e do vinho. A grande mesa mostrou-se pequena para os variadíssimos «petiscos» que surgiram de todos os lados. Champagne francês, vinhos verdes, brancos, tintos e até de outras cores, consoante a incidência dos focos de luz da Adega e a cor da retina dos olhos de cada um. Foram momentos de inesquecível fraterno convívio, cujos temas de conversa se prenderam, como de sempre, como nosso passado, presente e futuro. Como já vai sendo tradição, a animação musical esteve a cargo do Neves de Carvalho. À viola ou ao acordeão acompanhou os já habituées «rouxinóis do mondego» Guerra Henriques e  Zé Celestino e outras «aves canoras» que, a solo ou em grupo, entoaram canções de seu gosto, desde a Santa Catarina até à Senhora do Almurtão.  Foi ponto alto o momento em que, em uníssono, cantamos o fado da despedida, «Coimbra tem mais encanto». In casu, bem poderia ter sido, «Tores Novas tem mais encanto». A festa terminou já passava da meia-noite. Com o olhar na vastidão do oceano, não deixaremos de procurar o barco que nos conduzirá ao lugar que cada um alveja.

AP/JC

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Morreu o Fr. Legault, O.P.

Les Dominicains de Québec,
ont le regret
de vous annoncer le décès du

Père André Legault, O.P.

survenu à Québec,
en la Résidence Côté-Jardins,
le samedi 31 mars 2012.


La dépouille du Père Legault
sera tranférée à Ottawa
pour être exposée
en l’église Saint-Jean-Baptiste,
au 96 de l’avenue Empress,
où il sera accueilli par les frères du couvent
le mardi 10 avril 2012 à 17h40.


Les funérailles seront célébrées
en l’église Saint-Jean-Baptiste
le mercredi 11 avril à 11 h 00.


Nos plus sincères condoléances
aux frères et sœurs de la Famille dominicaine
ainsi qu’aux membres de la famille Legault !

Qu’il repose dans la Paix !

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Apresentação do livro de Eduardo Bento, "O Olhar Que Procura um Barco"

Informamos que a partir de agora estão encerradas as inscrições para a
participação na apresentação do livro do Bento, por razões logísticas.
Aqueles que se inscreveram devem dirigir-se ao Hotel dos Cavaleiros,
em Torres Novas
na Praça 5 de Outubro e depois contar com o jantar e serão cultural em casa do autor.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Partilhar uma experiência de vida!

Esta semana, (Semana Santa) parece-me mais propícia que qualquer outra para uma introspeção. Um exame de vida. Muitos de nós chegamos a uma idade em que podemos começar a perguntar-nos: Que fiz da minha vida? Conseguí realizar os meus sonhos pessoais, familiares e mesmo societais?

Como todos, sempre tive em mim um desejo profundo de ser feliz. Mas não podia ser feliz sozinho no meu canto, sem contribuir para a felicidade dos outros. Talvez que esta aspiração tivesse nascido comigo. De certeza que se desenvolveu e intensificou, por ter encontrado um terreno favorável em Aldeia Nova e Fátima.Como se concretizou tudo isto?...Vou falar-vos da minha experiência e reflexão junto das pessoas de idade a quem me dedico há mais de 20 anos. O que vou expor é realmente muito pessoal. É o caminho percorrido desde a idade de 50 anos até hoje. Aos 50 anos trabalhava na grande casa Michelin, num posto de responsabilidade e bem pago. Não me sentia no entanto completamente realizado. Talvez influenciado, pela morte de minha mãe, e de minha sogra a poucos dias de intervalo, decidí mudar de profissão. Queria passar de um trabalho administrativo a uma actividade em que a pessoa (e especialmente a pessoa de idade) estivesse no centro. Depois de um debate com toda a família, sendo indispensável a implicação de todos, compràmos um Hotel Restaurante que transformámos em pensão de família para idosos. Nessa altura o nosso filho mais novo tinha 13 anos. Evidentemente que esta aventura comportava certos riscos e foi por esse motivo que a Geneviève conservou a sua actividade como empregada de Banco. Com o seu salário a família podia continuar a viver, mesmo que a aventura desse para torto... A nossa proposta de acolher pessoas de idade no nosso Hotel (35 quartos) teve um eco muito favorável. A Geneviève ao fim de três anos veio enriquecer a equipa que era formada pela família e mais 6 empregados... Os 4 filhos seguiam uma escolaridade normal e investiam-se umas 20 horas por semana no hotel. Faziam-no com prazer e recebiam um salário. O pior castigo que lhes podia dar, se as notas baixassem, era obrigá-los a ficar em casa, proibíndo-os de vir ao hotel. Os quatro reconhecem hoje que a experiência com as pessoas de idade no hotel foi tão benéfica como a escolaridade. Dez anos depois do começo desta aventura, um dos filhos, tendo para isso feito os estudos adequados, lançou-se na direcção de casas de repouso medicalizadas. Quando já dirigia três disse-me que o seu sonho era dirigir a sua própria casa de repouso. Recordei-lhe o princípio da reflexão que sempre deve preceder a acção... A reflexão começou!... Em 2005 formàmos um grupo composto de 12 amigos. Unicamente pessoas fisicas, nada de pessoas morais ou fundos de reforma... 4 somos da família e detemos um pouco mais de 50% do capital e assumimos evidentemente todos os riscos. A primeira casa com 80 residentes e 55 empregados funciona perfeitamente há três anos. A segunda também já abriu e a terceira està em construção. O Benoît, um dos filhos, (com outros membros do grupo), ocupa-se da gestão da sociedade, eu animo uma reflexão sobre o futuro das casas de repouso e sobretudo dos residentes que não têm outra solução senão integrá-las. Gostaria que me ajud~´asseis nesta reflexão. Os mais novos poderiam imaginar o lugar ideal onde (sem culpabilizarem) deixariam os pais para viverem a última etapa. Os da minha idade podem perguntar-se simplesmente como gostariam de de ser tratados se não pudessem apagar-se na própria casa. Desculpai lá mas este texto é para ser lido na sexta feira Santa...Já cheguei às seguintes conclusões:

1º -A segmentação: adaptar progressivamente o quadro de vida para evitar asfracturas( cassures)

2º - Encontrar soluções intermediárias para suavisar a passagem, sempre dolorosa,do domicilio à casa de repouso.

3º -Procurar detectar, quando é possível, os sinais percursores da chegada da dependência.

4º -Aprender a amar os nossos pais diferentemente: eles mudaram, sabem que mudaram. Nós, os mais velhos, devemos aceitar a nossa transformação e fazer com que os nossos filhos a aceitem.

5º -Desenvolver a coabitação intergeracional, como em Torres Novas, onde vizitei uma casa, cujo nome é todo um programa “Avós e Netos”.

6º -Ajudar as famílias a compreender e a aceitar a nova situação.

7º Criar uma escola de formação para ajudar as famílias a aceitar esta nova visão dos pais...dos avós... dos nossos “velhinhos”.

8º -Criar uma escola de acompanhamento específico para as casas de repouso,bem diferente dos hospitais. Os hospitais acolhem doentes. As casas de repouso, pessoas de uma idade certa...

9º-Devemos também reflectir no sistema alemão: Prédios em copropriedade adaptados às pessoas de idade.

10º - Porque razão temos medo de envelhecer? Eu sei que a maior parte das pessoas não têm medo da morte. Eu sou um deles. O nosso medo é que, envelhecendo, deixemos de ter projectos. A entrada para uma casa de repouso coincide precisamente com o fim dos projectos!...Mas que é um projecto? Pode ser simplesmente continuar a convidar e a Acolher a família e os amigos... É verdade que o universo pessoal vai limitar-se cada vez mais. Devemos a todo preço preservar um universo que inclua afamília e os amigos. Aquí estão dez pistas para as quais (com o meu grupo de reflexão) já chegámos a algumas conclusões que começámos a concretizar! Na verdade todos nós um dia fomos ou seremos confrontados às situações acima referidas. Gostaria de conhecer a vossa opinião sobre o envelhecer, o fim de vida, o respeito da dignidade da pessoa até ao fim. De Gaulle dizia que a velhice é um naufrágio, mas não penso que ele teria preferido morrer jovem... e teria sido pena... Nestes últimos dias da Semana Santa procuremos estar atentos aos antigos, àqueles sem os quais nós não seriamos... e que estamos pouco a pouco a substituir. Sejamos dignos de viver intensamente a Páscoa, aceitando de passar pela sexta feira Santa.

Feliz Páscoa para todos.

Fernando

terça-feira, 3 de abril de 2012

ANIVERSARIANTES EM ABRIL

Durante este mês celebram o seu aniversário os
nossos Amigos:
3 - Álvaro Antunes Rodrigues
5 - Jose Augusto Fernandes Torres
7 - Joaquim Silva Moreno
7 - Dinis dos Santos Rodrigues
8 - Joaquim Ambrósio Vieira Ribeiro
8 - Manuel Joaquim da Silva Leopoldo
9 - Artur da Silva Cristóvão
13 - Eduardo Jorge M. Carmo
14 - Angelo Costa Carvalho
21 - António Augusto Brízido
23 - Frei Mateus Peres
28 - Manuel Rufino
30 - José Agostinho Rodrigues


Para todos sinceros parabéns e as melhores bençãos de Deus.