quinta-feira, 29 de março de 2018

Aniversários em Abril


Durante este mês celebram o seu aniversário os
nossos Amigos
NOME                                                                 Dia
  Álvaro Antunes Rodrigues                                              3
  Jose Augusto Fernandes Torres                                       5
  Joaquim Silva Moreno                                                    7
  Dinis dos Santos Rodrigues                                             7
  Joaquim Ambrósio Vieira Ribeiro                                        8
  Manuel Joaquim da Silva Leopoldo                                     8
  Artur da Silva Cristóvão                                                  9
  Eduardo Jorge M. Carmo                                               13
  Angelo Costa Carvalho                                                 14
  António Augusto Brízido                                                21
  Frei Mateus Peres                                                       23
  Manuel Rufino                                                            28
  José Agostinho Rodrigues                                             30
Para todos os nossos parabéns e os votos de um futuro cheio de 

Bençãos de Deus.

terça-feira, 27 de março de 2018

Viagem ao Interior de Nós Mesmos


“O essencial na vida é não ter medo de ser humano”
Pablo Casals
Diariamente, recebo cartas de homens e mulheres confusos em relação à ética, religião e aos princípios e valores espirituais. Apesar dos estonteantes avanços tecnológicos, ainda existe quem não consiga separar a palavra “espiritual” de uma igreja ou religião. Apesar de se viverem tempos de grande expansão tecnológica, onde a inteligência artificial ocupa, de forma vantajosa, espaços até aqui ocupados por técnicos superiormente especializados, ainda continuamos agarrados a preconceitos materialistas do milénio passado, que de nada servem hoje. No seu livro “O universo autoconsciente”, Amit Goswami, traz à luz o funcionamento mecânico do universo e a influência do observador, na realidade que ele mesmo experiencia.
«Quer se entenda, quer não, as coisas são o que são» diz a sabedoria oriental. E hoje começa-se a saber que cada um faz sempre o melhor que sabe e pode, dentro do universo que consegue enxergar. Não importa se é uma visão mais limitada ou mais ampla…, cada um faz sempre o melhor que pode dentro da sua realidade. Essa consciência, faz com que o homem moderno abra a mente para uma nova visão da realidade, libertando-se do nefasto vitimismo. Já começa a enxergar que o seu próprio sofrimento não pode ser justificado pelos outros ou pelas circunstancias. Já se houve cada vez menos queixas pela “pouca sorte” ou justificarem o seu sofrimento com o egoísmo e falta de gratidão dos outros. Cada vez mais, encontro homens e mulheres que se responsabilizam incondicionalmente pela realidade que experimentam, adivinhando-se um mundo bem melhor para todos.
“Tudo o que é posto à luz, se torna luz”. Afirma Paulo, numa das suas cartas. Neste despertar da consciência, homem moderno depara-se com paradoxos que precisa urgentemente entender. Não só nas áreas sociais e saúde, mas também na educação e finanças. Apesar de não existir neste artigo a intenção de aprofundar esses paradoxos, ninguém ao despertar fica alheio a facto de se investir diariamente milhões de euros, dólares e libras na investigação da cura de doenças como o cancro, diabetes ou depressão e ansiedade e nenhuma destas doenças deixa de crescer. Socialmente há milhões de pessoas no mundo, famintas, ao mesmo tempo que se queimam cereais ou paga-se a agricultores para não cultivarem as suas terras, ou que se deixam apodrecer milhares de toneladas de alimentos, nos cais de embarque por politiquices. Ou a nível educacional incentivam-se nossos jovens a formações técnicas, para serem substituídos pela inteligência artificial, que a ritmo acelerado, assume o comando em todos os setores da indústria, comércio e serviços. Estes paradoxos acabam por mergulhar o mundo moderno na insatisfação, criando angústia, ansiedade e depressão, mas consoante se desperta para essa realidade, surge dessa insatisfação uma nova multidão de homens e mulheres de todas idades conhecidos pelos Ativistas da Nova Era, que com a sua forma de ser e estar, revolucionam o mundo à sua volta.
Assim, apesar de as estatísticas indicarem que os ansiosos não param de aumentar no mundo moderno, todos os dias surgem de todo o lado, pessoas a procurar ajuda para se libertarem da hipoteca dos preconceitos que lhe roubaram o contacto com a realidade (vida).
O homem de hoje precisa de reaprender a viver. E apesar de existem ferramentas fantásticas ao alcance de todos, é indispensável que se liberte dos conceitos pré-concebidos, com que hipotecou a sua vida.  Ansiedade resulta de um medo sem fundamento. Esse medo sem motivo, cria-se na mente do indivíduo que analisa o mundo e os acontecimentos à sua volta através de uma filosofia convencional materialista/dualista. Assim, o ansioso, devido ao seu modelo de comparação (preconceito), enxerga obstáculos onde a moderna filosofia espiritual vê oportunidades. Não tenho nada contra os conceitos ou quem justifica a ansiedade pelo consumo de alimentos refinados ou outra forma qualquer de se desresponsabilizar, mas é preciso tomar-se consciência que uma coisa é a realidade, outra coisa diferente é o conceito com que observa a realidade.
Em todos os meus artigos alerto para o facto de não ter a pretensão de ensinar nada a ninguém, apenas partilho a minha experiência, de cinquenta anos a trabalhar na arte da recuperação pessoal e dos últimos vinte anos da Casa Escola, onde tenho oportunidade de coordenar uma equipa fantástica.
Agora que está esclarecido vejamos então: hoje todos nós estamos familiarizados com a inteligência artificial criada pela ação da mecânica da moderna física quântica e está presente em 90% dos utensílios do nosso quotidiano.  A ciência que explica o que até a pouco os cientistas convencionais chamavam de metafísica. Se adaptarmos o modelo da física moderna, à nossa realidade, como nos finais dos anos sessenta “aceitámos” a matemática moderna, teremos à nossa disposição a mecânica quântica, para recrear e gerir de forma consciente a realidade pessoal e melhorar o mundo.
Optar pelo paradigma quântico (espiritual), não é uma opção, é escolha entre vida em abundância, ou angústia e sofrimento.
O ansioso está preso na filosofia materialista/dualista, analisa a sua realidade pelo preconceito; também conhecido pela aparência ilusória dos sentidos. Está cego em relação a qualquer outra possibilidade que vá para além do que consegue enxergar. Qualquer acontecimento que não esteja em harmonia com o certo, é visto como uma contrariedade geradora de ansiedade, stress etc. Porque o seu raio de visão é muito fechado, não consegue enxergar para lá do que seus sentidos podem abranger. Mas a verdade é que todos podem mudar.
Quando a mesma pessoa deixa de resistir e abre a sua mente ao novo e experimenta a moderna mecânica quântica; fica a saber que toda a realidade é feita de átomos e todos os átomos são energia (onda) e partícula (matéria) em simultâneo. Algo que nenhum sentido pode identificar. Mas como isso não bastasse, também a física quântica prova inequivocamente que o observador influencia o objeto observado. Assim sendo…, é o observador que decide o resultado prático de tudo que observa.
Por outras palavras e sem mais milongas…, quando nos convertemos à ciência moderna, mãe da inteligência artificial, sabemos que perante um determinado acontecimento, infinitas possibilidades estão presentes e é o observador (neste caso a pessoa que observa o acontecimento), que determina (escolhe) o resultado do acontecimento. Não existindo lugar para a ansiedade, stress ou depressão…, claro que, para quem está cego pelo preconceito, isto é um absurdo.
Sei que muitos não concordam com o que acabei de escrever, nem poderia ser de outra forma, a verdade depende sempre da perspetiva de cada um, a esses peço o especial favor de declarem o que pensam em comentários, para que mais pontos de luz possam iluminar mais. “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito” Albert Einstein. Também sei que ainda se assiste ao desfraldar das bandeiras dos vários movimentos terapêuticos new-ages, tão importantes para quem ainda não lhe chegou a hora do despertar e assumir o comando da sua própria realidade. Na verdade, a realidade é autoconsciente e neste mundo só existe o que se justifica a sua existência.
A escrita já vai longa, outros afazeres me chamam, obrigado pela possibilidade de partilhar um pouco da minha forma de ser e enxergar a vida e o mundo.


António Teixeira Fernandes 

sábado, 17 de março de 2018

MAIS UM DOS NOSSOS QUE PARTIU

MANUEL HENRIQUES MARTO

No passado dia 5 de Fevereiro, faleceu o nosso Velho Companheiro e Bom Amigo, Manuel Henriques Marto. Chegou tarde a notícia e foi o Zé Celestino que a veiculou, assim que dela teve conhecimento. O Marto era oriundo dos arredores de Fátima e uma presença habitual nos encontros anuais. Entrou comigo, com o Celestino, Alexandrino e todos aqueles que em Outubro de 1955 aportámos a Aldeia Nova. A vocação fugiu-lhe primeiro que a mim, mas mesmo assim ainda nos haveríamos de cruzar na vida militar. Como era parente dos canonizados Pastorinhos, ter-lher-ão, por certo, reservado lugar de merecimento. Condolências à família.
Descansa em Paz Manuel Marto e até sempre!

sexta-feira, 2 de março de 2018

Do Caus do submundo, a ordem de uma vida com sentido

  
É com um misto de pavor, e o vibrar de gratidão que me dirijo a todos os leitores do Criar Laços, a ponte que me levou a encontrar os ex-residentes de Aldeia Nova. Falo só de Aldeia nova, porque a minha estadia foi curta, mas valiosa, definindo toda a minha existência até hoje. Como este texto tem somente o objetivo de partilhar a minha identidade, vou me apresentar para que alguns me possam identificar e outros possam perceber, este sentimento de gratidão que me acompanha há mais de 50 anos.   
Nasci a 19 de novembro de 1954 numa pequena, mas agradável aldeia do Alto Douro na freguesia de Paços / Sabrosa. Minha mãe filha de uma viúva bem-sucedida na vida, encanta-se pelo primogénito de uma família pobre e numerosa. O casamento contra vontade de minha avó materna, detentora do comercio da aldeia, em nada facilita as tentativas de meus pais singrarem e serem bem-sucedidos. Depois de seis anos de casamento eu já com quase 5 anos de idade, e meu irmão com 3 anos, vendem os poucos bens que possuíam na altura, que pouco mais seria que uma vaca, um poldro, uma burra e um porco viemos os 4 mais o cão preso por um baraço, apanhar o comboio no Pinhão com destino a Santa Apolónia. Viviam-se finais da década de cinquenta e na capital fervilhava a esperança de uma vida prospera com a execução das obras projetadas pelo já falecido Duarte Pacheco. A profunda ignorância da época levava pessoas boas á convicção de “só com sacrifício se consegue alguma coisa na vida”. A sede por uma vida melhor, aliada a ausência de medo sofrer, conduziu-nos ao submundo dum bairro da lata, na estrada que circundava a cidade de Lisboa. Foi num desses bairros, (penso que o pior de todos), que experienciamos o verdadeiro inferno. Foram 7 anos de luta constante pela sobrevivência, até que cheguei a Aldeia Nova, em 1966 conheci o outro lado. Ai fiquei a saber que os caus e a ordem são uma coisa só.
Apesar de saber que somo todos diferentes, e que cada um que por lá passou, tirou de “aldeia nova”, o que na verdade precisava tirar; eu tirei tudo quanto sou, porque não tinha rigorosamente nada. Sem os dominicanos, estaria onde estão mais 95 % dos rapazes e raparigas daquele bairro. Mortos ou presos numa cadeia.  Não conheço ninguém ainda vivo que conseguisse sair da luta pela sobrevivência, nem mesmo meus irmãos mais novos, consegui resgatar desse mundo miserável em que predador e vitima, dançam em alternância até a morte.
O que faço hoje 50 anos após ter deixado Aldeia nova? Hoje coordeno uma casa escola, que oferece um leque variado de soluções simples, para quem ainda não encontrou um sentido para vida, baseadas nos princípios da moderna física quântica, que mostra de uma forma cientifica, simples e clara, o que na verdade aprendi em Aldeia Nova.
Com esta descrição pretendi ser reconhecido pelos alunos que frequentavam a casa de Aldeia nova em 66 /67 Espero ter noticias de todos que ainda não encontrei.
Como não quero fazer perder a cabeça ao Nelson, despeço-me com um até breve.

António Teixeira Fernandes também conhecido pelo “Manchester”