sexta-feira, 9 de março de 2007

Fernando Vaz - Pela verdade e pela razão

Caros amigos,
Não tinha inteção de intervir de novo neste debate à volta das ideias expostas pelo frei Imeldo. Gostei da intervenção do Eduardo Bento. Conhecendo as suas ‘fugas’ até o achei bastante moderado. Achei o nosso anónimo brilhante...Pensei que este parêntesis estava fechado ! Qual não foi a minha surpresa ao ler o comentário do Alexandrino, por quem tenho muita estima. Deus no céu e o Bush na terra! Ha realidades que por muito enraizadas que estejam e nos pareçam irreversíveis, nunca devemos deixar de as combater. A ditadura em Portugal já tinha raízes de 50 anos!...Também não apreciei, Alexandrino, que tentes transformar o que se pode chamar um debate de ideias, numa guerra entre os Lisboetas e os Nortenhos, é cair na banalização.
Respeito profundamente o José Oliveira enquanto pessoa. Deve poder exprimir-se, desde que todos os outros possam também exprimir, com toda a liberdade, pontos de vista diferentes. Digo sinceramente que se um dia tiver que faltar à caridade, seja com quem for, para defender a verdade, não exitarei. Digo francamente que ao ler as duas intervenções do José Oliveira, fiquei triste, pensando nos nossos professores. Não foram esses os horizontes que eles nos abriram! Amigo Alexandrino, ao quereres defender o fr. Imeldo, atenuas a intervenção do Eduardo Bento, que já era moderada. Penso que devemos ser respeitadores das pessoas, mas intransigentes com o mal e o erro. Evidentemente que quase tudo é relativo, mas algumas afirmações do José Oliveira são inaceitáveis. Ē evidente que estou mais de acordo com o Chaves, da Venezuela quando trata o Bush de diabo que com o José Oliveira quando o incensa.
Quando se estudou filosofia com os Dominicanos, como se pode falar dos filósofos com tal desprezo e com qualificativos tão indignos?!
O que mais me chocou, para ser franco, foi a falta de respeito pelo real, pelo mundo em que vivemos e em que vivem os homens do nosso tempo. Parece-me que não temos a mesma fé, pois que eu acredito num Cristo encarnado que não considerou o mundo “ como coisas vãs e mesquinhas...coisas perecíveis e mundanas...” Ele amou tanto o mundo, que deu a vida por ele. Dizes que te entregaste ao essencial, ao mundo da eternidade. O homem é feito sem dúvida para a eternidade, mas depois de ter vivido plenamente a sua humanidade. Ensinaram-nos que o suporte da graça é a natureza. Nunca vimos nenhuma alma andar por aí a passear sozinha... Como diz a adágio françês “qui veut faire l’Ange, fait la bête”. Atenção !...
Longe de mim a ideia de criar polémicas seja com quem fôr. Penso que defenderei sempre o teu direito de expressão, mas com a mesma força sublinharei o meu desacordo total e incondicional com a tua ideologia. Isso não nos vai impedir ( se não tens medo aos bichinhos com palitos ) de fazermos aqui uma patuscada. Também te farei apreciar os quartinhos das rãs “ à la mode de chez nous”!...
Um abraço para todos, Fernando.

Sem comentários: