segunda-feira, 26 de março de 2007

AO BRAVO CRUZADO, DEFENSOR DA FÉ, DOS BONS COSTUMES E TOCADOR DE TAMBOR NAS HORAS VAGAS



Meu caro José Oliveira: quero conversar contigo mais em tom de amizade e sem qualquer agressividade. Venho tecer alguns comentários ao teu texto “O BLOG ESTÁ EM PERIGO” porque, neste domingo à tarde não me apetece ir aos gambozinos, nem quero ir ver se está a chover. Portanto venho conversar contigo, certo que daqui não tiraremos proveito mas impõe-se-me que não deixe passar em claro algumas das tuas rançosas posições em texto anterior.
Volto a insistir que não gosto que te escondas sob o anonimato de Frei Imeldo.
Aquela de me chamares cátaro de esquerda até me faz rir. Mas nem
albigense, nem maniqueu sou. E se, a propósito do Fernando Vaz e da França ficaste em Robespièrre contra o Modernismo, lembra-te que a vida não pára e a terra move-se.
Essa de S.Tomás ter caído no desespero ao querer apresentar argumentos a favor da existência de Deus faz-me rir. Então achas que este espantoso pensador caiu no desespero? S. Tomás apresenta-nos cinco
argumentos que não pretende sejam demonstrações matemáticas mas cinco vias que ajudem a ir das coisas criadas até à sua Causa Transcendente. Vê bem, que este homem do século XIII, se ainda dá primazia à fé relativamente à razão, é dos primeiros medievais a reconhecer um papel fundamental ao conhecimento racional. Estamos bem longe de Santo Anselmo para quem “é preciso acreditar para compreender”. Não há qualquer desespero no pensamento do “Doutor Angélico”, mas um rotundo optimismo, segundo o qual, a graça não anula a natureza. A natureza, o corpo humano, são valorizados e o homem caminha para um Deus de amor e não justiceiro.
Mas o que me leva a perder tempo contigo, oh Imeldo?
Com toda a amizade aqui vai um abraço do
Eduardo Bento

2 comentários:

Anónimo disse...

Tolerância Eduardo!... Tolerância!

Anónimo disse...

Quero dizer ao Eduardo Bento que aprovo e compartilho a sua indignação. A minha intenção não é no entanto (hic et nunc) comentar os dizeres do Imeldo, mas simplesmente desejar a todos felizes festas de Páscoa. Deixo a primeira página ao Nelson, (que está habituado a fazer um editorial, todos os quinze dias, no seu jornal) para fazer o mesmo em nome do BLOG e de todos os que nele colaboram, pois só ele, a meu ver, pode faze-lo de modo oficial. Finalmente nesta Festa, que herdàmos dos Judeus e que eles comemoram desde tempos imemoriáveis, que festejam eles e que festejamos nós? Eles iam em peregrinação a jerusalém para festejar as sementeiras, o nascimento dos primeiros cordeiros. Tornou-se mais tarde a festa da libertação, da passagem da escravidão à liberdade. Comemoram tudo isto durante um banquete familiar, em que se come cordeiro, pão àzimo, doce de frutas, azedas e bebem quatro vezes vinho, no início e no fim da refeição. Todas estas imagens são riquíssimas. Nelas há esperança, há semente que morre mas vai renascer: é primavera! Há cordeiros que correm nos prados... Também nós festejamos esta passagem da morte para a vida, do inverno para a primavéra. Felicidades para todos vós e vossas famílias. Não deixemos Cristo Ressuscitar sózinho: Ressuscitemos com Ele para mais tolerância, mais paz, mais amor, mais felicidade. Feliz Páscoa! Fernando