sexta-feira, 9 de março de 2007

Caro José Oliveira

Fiquei de veras admirado por ainda te lembrares do meu nome.
Julgo não estar a cometer a indelicadeza de não me lembrar de ti. O importante é que tivemos muito em comum, para além da experiência do latim. Conhecemos e convivemos com fontes do saber e de opiniões diversas. Também eu vivi na zona próximo da tua, isto é, Campolide, Rato,S.Mamede, onde ainda hoje quando vou a Lisboa continuo a pernoitar. Também eu tive o "convite" de fazer uma viagem no Niassa até terras de Angola e bater com o costado em Nambuangongo (onde vim a saber também esteve,anos depois, o "latinfundiáro-da-amizade" Ferro). Foi uma viagem dolorosa para toda uma geração. Felizmente que tive a sorte de conhecer Pessoas de lá que estavam ligadas a Igrejas que me mostraram uma realidade diferente daquela que a psico da tropa nos procurava incutir. Lembro neste momento a preocupação do Bom fr. Tomás Videira a enviar-me a direcção dum Amigo Ten-Cor. ou Coronel dele que tinha deixado a tropa e dava aulas, em Luanda. Conheci Pessoas que me receberam de braços abertos e muitas dessas Pessoas ainda fazem parte dos bons Amigos. Pessoas que foram um autentico sustentáculo afectivo e humano para o tempo que lá estive e tempo de internamento nos hospitais de Luanda e da Estrela.
Graças às sementes lançadas na casa paterna,Joc ,estadia nos OP e percurso de opção de vida, vejo o Sr Bush como fazendo parte daquilo que ele chama eixo do mal. A invasão que ele resolveu decretar para terminar com as apregoadas armas quimicas levou e esta a levar a mortes de Pessoas diáriamente. Não é somente patricios do Sr. Bush e da SrªRice que estão a morrer mas é um POVO que já tinha a desdita de ter um presidente que mandava matar quem não estivesse de acordo com o seu partido. Como deves calcular nunca tive simpatia pelo sr. Saddam, que foi apoiado e colocado pelas administrações americanas e termina condenado à morte. Devia ser julgado e condenado por um tribunal livre e justo mas isto de fazer condenações à morte é coisa que não entra na minha maneira de ser.
Aceito que penses de modo diferente de mim mas, seria injusto para todos nós que fizemos um percurso comum e que estamos a "renovar um criar laços" se não deixa-se esta "partilha" neste tempo de Quaresma que foi importante para nós em determinado período das nossas vidas.
Aceita o meu reconhecimento de ainda, num espaço da tua memória, estar gravado o meu nome e o meu fraterno abraço de quem não pensa como tu mas que percorreu caminhos comuns.
Joaquim Moreno

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