domingo, 5 de outubro de 2008

OBRIGADO PE. ALBERTO VIEIRA

Naquele tempo, achou por bem, por razões que nessa altura desconhecia, o DIRECTOR chamar-me ao seu gabinete. Eles deviam saber todos…

Claro que por mais que queiramos esconder o nosso jardim secreto há sempre uma atitude ou outra que nos escapa para nos trair completamente, e assim aconteceu.
O coração nessa altura deveria bater umas boas por segundo antes de entrar, o pior de tudo é que fora chamado e não tinha a mínima ideia do porquê…deveria andar no ar alguma tramóia…mas o quê ?...
Em breve iria saber o porquê.
Abro a porta e deparo-me com um semblante airoso e sorridente de quem nos quer transmitir algo de extremamente importante. De surpresa em surpresa e sempre me questionando o que poderia ser, eis que ele me chama para junto de si pega em mim como numa pena e senta-me nos seus joelhos.
Franzino que era o Tonito atónito começa por imaginar mil e uma cena quotidiana desfilando e subitamente pega na Bíblia e pede-me para a abrir onde eu bem desejasse…aqui o grande mistério acaba por se revelar, quando ele me pede para ler o primeiro parágrafo. Senti delizar pelos seus joelhos, imaginei que era sonho, desejei uma brecha no solo e enfiar-me por ela a baixo, pela primeira vez imaginei o caos, o inerte, a inexistencia. Estava descoberto, tentei em vão escapar-me daquela provação ; era pior que chicotadas…, era preferível umas quantas bofetadas ou uma biqueira no trazeiro.
Sereno o amigo Alberto Vieira havia compreendido que tal sofrimento interior teria que ser posto à prova… eram os prenúncios de uma terapia …
As minhas lágrimas nada resolveram, a primeira tentativa de leitura falha e a cada palavra um bloqueio, um soluço e um gaguejar que nunca mais tinha fim.

Com imensa paciência tu me escutaste prescutando todo o meu íntimo atormentado e quantas vezes martirizado por colegas que não sabiam compreender, tu compreendeste que eu me fechava no silêncio para não ser alvo de chacota. Quantas vezes a resposta na ponta da língua ao ser questionado e para evitar risadas na sala, silenciava-me …

Tu me compreendeste outrora e eu nunca te agradeci, a título póstumo aqui vão os meus agradecimentos e que Deus te tenha no seu seio. Sei que sabes que singrei e venci.
OBRIGADO Padre Alberto Vieira.
O TREZE
António Lopes

1 comentário:

Anónimo disse...

O Padre "Alberto Vieira" referido no artigo é o que foi professor de Matemática dos 1.º e 2.º anos (actuais 5.º e 6.º) em Aldeia-Nova e actualmente vive no Convento de Fátima??? \\\ - Não me parece que seja uma vez que não consta que tenha morrido, mas não sei o resto do nome dele.

Seja quem for, tem conteúdo que pode ser interpretado como sinal de comportamento pedófilo do referido Padre "Alberto Vieira", colocando o aluno nos seus joelhos, pelo que o artigo não deveria ter sido publicado tal como está.

Uma vez que o foi, julgo que o editor deve convidar o autor do artigo a esclarecer o que escreveu ou, sem demora, eliminá-lo.

Agora, mexa-se.