quarta-feira, 20 de maio de 2009

"MANDAMENTOS..." II Parte


6. Nous sommes nés aussi sous le signe de la liberté, donc de la joie. C’est pourquoi dans l’Ordre on vous fait confiance si spontanément; vous êtes considerés comme des adultes. L’envers de la médaille est la possibilité d’une vie desordonnée et stérile , et notre histoire prouve que ce danger n’est pas imaginaire.
7. Efforcez-vous âprement de croître en sagesse et en science. Haec est penitentia nostra. La paresse intelectuelle vous guette à chaque instant de la journée, ou du moins la tentation d’un travail plus facile. Travaillez en profondeur, lisez beaucoup, déployez vos facultés selon toutes leurs dimensions. Il est si rare qu’un dominicain donne sa pleine mesure.
8. Ayez pitié de vos professeurs; résignez-vous à l’inévitable ennui des cours. Au delà de leur enseignement, bon ou médiocre, voyez le Seul qui mérite d’être entendu : Magister unus Christus. Réagissez en classe, réagissez en dehors des classes, questionnez, discutez, defendez-vous sans craindre les mouvements de la houle. Un auditoire silencieux est un supplice pour le professeur.
9. Ne refusez pas d’admirer des intelligences diverses et même opposées. Chacune jouera son rôle dans votre formation et leurs multiples influences forgeront votre personnalité. Voyez également sans envie ni vanité les différences intellectuelles et les divergences d’opinion qui se manifestent entre vous. Divisiones gratiarum sunt. L’uniformité dans un collège ou un studentat serait un signe de crétinisme.
10. Prévoyez dans votre vie des bouleversements et des recommencements à zero, comme si ce jour-là, petit novice, vous repreniez l’habit. Ne craignez rien: d’autres vous ont précédé dans cette voie et y ont trouvé une jeunesse nouvelle. En définitive, unum est necessarium. Il faut dès maintenant vous en convaincre par l’amour, avant de l’être par la vision dans la béatitude.



Aí vão as outras recomendações para uma análise mais global. Ao contrário do que disse na introdução à 1ª parte, o P. Denis foi mandado embora (ou dispensado conforme o Isidro) no final do ano lectivo em 1957. Aquilo que eu (à falta de melhor) designei por “mandamentos”, por estar formulado em 10 pontos, foi o verdadeiro testamento desse professor. E, pelo menos num ponto, o último, ele antecipou o futuro : o seu próprio e o de muitos estudantes da altura, que foram saindo para vários destinos de dois continentes – foi a primeira diáspora. Maior só uns anos mais tarde, sob o provincialato do p.Rolo.
Toninho

4 comentários:

Antero disse...

Muito interessante.
Mente muito aberta para o tempo. Quase diria revolucionária.
Como disse em relação aos primeiros cinco, revelam uma invulgar sabedoria universal e liberdade de pensamento muito rara para a época.
As directrizes são ainda hoje actualizadas.
Apenas as duas primeiras regras ou "mandamentos", quanto à Igreja e a Ordem, são mais limitativas e introvertidas, por instinto de conservação e engrandecimento do meio próprio e das Instituições dominantes. Trata-se por certo de conseguir aí folgo e estatuto para depois escrever os restantes com mais liberdade e golpe de asa, sem que ninguém invocasse qualquer sacrilégio...
Impressionante e valoroso para os tempos que corriam.
Obrigado Toninho por esta pérola.

Caros companheiros de estrada, especialmente Eduardo Bento, Fernando, Alexandrino, precisam-se aqui as vossas palavras.
Amigo Eduardo Bento, nunca mais vi aqui nada escrito ... zangado com os glutões do almoço-encontro?
Um abraço para todos.

Antero Monteiro

Isidro disse...

Toninho disse que
"...o P. Denis foi mandado embora (ou dispensado conforme o Isidro)..."

Quem estiver menos a par das múltiplas sequências que vamos reunindo neste blogue, precisa de saber que eu não tive conhecimento directo ou indirecto do referido professor de em 1957/58 (estive em Fátima apenas em 1969/71) ainda que, com base em indicações diversas, aqui tenha feito referências ao Convento Dominicano de Fátima na década de 50 (por acaso, ou não agora confirmadas pelo Toninho e pelo Jaime).

Porém, o que me levou mesmo a carregar a referida citação foi o facto de o Toninho ter-me dado, amavelmente, a autoria da palavra "dispensado" para identificar as expulsões. É verdade, eu tenho usado um certo número de eufemismos, incluindo "dispensado", para me referir ao que eram simples expulsões, de acordo com o léxico em vigor, oficiosamente e na gíria. Foi o modo que encontrei dentro dos cuidados normais para quem debita umas notas com dezenas de anos de atraso, apenas para participar na conversa (já se sabe qual é a expressão oficial para isto, neste blogue).

Ainda assim, quanto a eufemismos, o Celestino conseguiu ganhar-me. Ele referiu que, um dia, certa pessoa lhe disse que ele, Celestino, de sua graça, tinha perdido a vocaxão e, por isso era ...bem ...já sabem. O Celestino diz: "Como é que eu perdi a vocaxão, se eu nunca a tive?". Touché! (que eu também alinho no francês".

Com estes rodeios ainda vão pensar que eu sou discípulo de Vitorino Nemésio, com o que não me ofendendo, poderiam desencadear a justa ira dos seus verdadeiros herdeiros...

Venho então falar de outra expulsão, porque eu não sei falar sobre a do P. Denis e sempre outros ficarão mais cultos...

Em Janeiro de 1970, em Fátima, não regressou de férias ex-colega de turma em Aldeia-Nova entre 1964/69. Nunca soube porquê. Porém, há cerca de 1 ano, por email do próprio, soube que ele tinha sido expulso. É a palavra que ele utilizou e, por isso, é a adequada. Ele até disse quem é que o expulsou!

Agora, os leitores ocasionais e os mais distraídos vejam lá se sabem ler no tempo (os que são juristas profissionais estão habituados a este palavrão mas os outros, coitados, ou não começam por ler no espaço. Faz toda a diferença (quando faz, digo eu).

Anónimo disse...

Antero, excelente amigo:
Eu tenho estado mais escondido no silêncio, a ouvir tão sábias vozes que por aqui vão passando. E porque neste tempo de fim do mundo não tenho muito para dizer.
Quanto aos glutões: Para o ano há mais se me quiserem dar essa alegria. E venham mais cinco.
Eduardo Bento

Antero disse...

Caro amigo Eduardo Bento:
Essa vossa nobre magnanimidade de "pão e vinho" e de afectos engrandece-nos e propicia a cultura da amizade deste grupo.
Na parte que me diz respeito, fico grato e reconfortado por tão rápida intervenção na sequência da minha interpelação e pelos termos utilizados.
Mas, por outro lado, permitam que continue a reclamar aqui notícias mais frequentes do meu amigo, de todos os amigos.
Um abraço.
Antero Monteiro