quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Comentário ao texto do Frei Bento "Cinzas da Quaresma" no jornal PÚBLICO do passado Domingo

Ao longo dos anos habituou-nos o Frei Bento ao equilíbrio, sensatez e justeza dos seus textos no Público. No sentido de animar o nosso blog, de pôr em comum algumas ideias, e porque, de alguma forma, os textos do Frei Bento também são nossos -nasceram também da nossa matriz comum- atrevo-me a deixar aqui algumas reflexões que "CINZAS DA QUARESMA" do Público do passado domingo em mim suscitaram.
Seria bom que a igreja enveredasse por "esse diálogo fecundo entre crentes e não crentes" e que o mundo fosse encarado na nossa prática de vida como «um grande caso de amor, de Ágape e de Eros».
E que o discurso de autoridade deixasse de ser o fundamento de toda a argumentação filosófica ou teológica. Gostaria de ver que a defesa da vida não se confina ao feto de dez semanas mas que a fome, o desemprego, a arrogância do poder, a ausência de perspectiva de vida para os homens, a sujeição aos interesses financeiros mais obscuros e gananciosos também fossem encarados como atentados à vida humana como ela merece ser vivida.
Num mundo em que o homem light vai à superfície, sobrevivendo ao imediatismo das coisas, seria oportuno reflectirmos sobre a bela frase de Camus que o nosso Frei Bento cita: «Só conheço um único dever, que é o de amar».
E já que o texto se centra nas cinzas da Quaresma que antecedem a Ressurreição digo, que é das nossas cinzas que ressurgimos cada dia e que é do nosso apagamento pessoal que iluminamos a nossa vida e a vida dos outros.
Eduardo Bento
P.S. Quem é o José Oliveira, ex-Imeldo que escreve no Blog? Não conheço.

Nota do editor: Também não conheço. Julgo não ser do nosso tempo, mas fica o repto para que deixe mais alguns dados biográficos

3 comentários:

Anónimo disse...

Um Bento que comenta outro Bento...gostei muito E.Bento. Aqueles que conhecem e apreciam as tuas qualidades de prosaico e poeta esperam por mais. Um abraço do Fernando.

Armando disse...

Louvo o Eduardo por nos chamar a atenção para as crónicas do frei Bento aos domingos no Público. Acompanho este trabalho desde o início e acho-o brilhante.O frei Bento é uma referência ética e cívica, para muitos que não encontram respostas na Igreja institucional, para as suas inquietações. A capacidade de análise , a clarifividência e a abertura de espírito deste nosso mestre, orgulha-nos de o termos por amigo. Já nos finais dos anos 70, um colega de trabalho, perante situações de opção difícil, dizia-me:"pensa no que faria o frei Bento se estivesse no teu lugar".
A. Alexandrino

Anónimo disse...

Amigos
Se houver alguém que não saiba, passo a indicar o sítio onde podeis encontrar as crónicas do frei Bento:
www.triplov.com/ista/
A. Alexandrino