Ausente dois ou três dias das notícias deste blog, chegou-me a seco a notícia do passamento do prestigiado Imeldo… Mas a curiosidade humana desenvolveu a ciência e muitas vezes atrapalhou tudo! Por essas, e por outras, antes de o Celestino voar na TAP, muitos deram com os costados em terra a experimentar asas em primeira e segunda mão, dos tamanhos mais variados, até conseguir o milagre ou o sacrilégio.
Não conhecia, senão de menções espaçadas, o Imeldo, mas os elogios e piedosas palavras do Eduardo Bento, que faz dum calhau uma pedra preciosa e a seguir a transforma em poema… deixou-me suspeitoso.
Mais me alertou o comentário do Fernando, que também confirma as minhas suspeições quanto à muita arte do E. Bento, seguidas de uma possibilidade de ressurreição colocada pelo Jaime e ainda a aventada hipótese de erigir pedestal e “fundação" ou coisa parecida, até canonização deste Imeldo, atirada pelo José Vieira, que só vejo por aqui em momentos importantes…
De pantufas e fora de horas, segui a minha curiosidade e sondei os escritos constantes deste blog, relativos ao tal Imeldo ou Dr. José de Oliveira e ali reparei que era um contestatário da mudança e da voragem dos tempos, morador na capital na Rua Rodrigo da Fonseca nº 1, apreciador de gastronomia e um bom copo, quase de certeza. Fiquei mais informado, mas, ainda assim, desassossegado…
Novo dia novas guerras dou comigo em pedonal caminhada, e deparo com a placa “Rua Rodrigo da Fonseca”, e de seguida vejo escancarada a entrada do nº 1… o tal onde morava o Dr. Imeldo ou Dr. José Oliveira, cuja metamorfose não apreendi. Coincidências … mas. Dois passos à frente e três atrás, pé no degrau.. e :
- Boa tarde! -Boa tarde senhor… ( a idade ajuda ao respeito - e o porteiro, atrás de uma mesa torneada em estilo chinês, com ar de polícia reformado, levantou-se para me atender e melhor entender)!
- Era aqui que morava o dr. Imeldo? – Imel… Imelgo!? - I – m – e – l – d - o! - Ahhh !, pois … desculpe que lhe diga, nunca ouvi tal nome! - Confesso-lhe que não conhecia a pessoa… seria nome de guerra, ou alcunha, sei lá! Também lhe chamavam dr. José de Oliveira… - Ahhh… pois, diga-me dessas… O dr.. José de Oliveira conheço muito bem…!! - Disseram-me que lá tinha passado para o outro lado! Mas nem sei que se passou ao certo! - Não me diga! Não me diga! mas ele estava cada vez melhor, até frequentava o Clube dos Mestres de Apolo, para “se mexer” dizia ele, e estava agora mais elegante e bem parecido! Como é possível!? O certo é que já o não vejo por aqui há muito tempo… mas podia estar pró norte, ou centro onde também passava muito tempo… Mas …. a vida tem destas coisas..!
E aproximando-se uma senhora idosa, com escurecida vestimenta… Ó senhora dona Miquelina, diz este senhor que o Dr José Oliveira … se finou.. – Não me diga sr. Meneses!!... Não me diga sr. Meneses!! …. Não me diga sr. Meneses!! ….e segurou-se, chocada, ao velho corrimão de madeira… muito mal disposta.
Lá tive de ajudar a D. Miquelina a sentar-se, ali mesmo, na escada, pálida e desequilibrada, a bater mal do verbo! – Mas… não é possível! Ainda há dias me ligaram para saber se estava tudo bem por aqui… até perguntaram pelo meu gato…. Já o porteiro tinha desapertado a gravata e dois botões da camisa, já a D. Miquelina estava para ali toda transida e descompensada da vida e da morte. – Aqui ninguém sabe nada - dizia-me o Sr. Meneses consternado e também combalido - coisas da vida! Desculpem a maçada que lhes dei… E antes que aqueles dois se passassem, desandei … Que raio de história esta…!
Aqui trago estas coincidências e preocupações, pois verifico agora que o Eduardo Bento não identificou as condições em que o Imeldo embarcou, na barca de Deus ou do Diabo (falaram-me há tempo num meu conhecido que embarcou quando remava vigorosamente em cima de uma jovem com um terço da idade – poucas vergonhas...)
Será que o Imeldo se finou mesmo!? Ou não acontecerá que qualquer dia um romeiro, a quem perguntemos, “Romeiro, romeiro, quem és tu? “ nos responderá, “Ninguém!” como no Frei Luís de Sousa… e a gente a ver que ele está mesmo ali…!
É melhor confirmar notícias como a que o E. Bento deu, começando pelo epitáfio, sem certidão de óbito, nem velório…
Espantem os vossos males e mantenham-se sadios!
Um vivo abraço.
Fr. da Área Benta
Não conhecia, senão de menções espaçadas, o Imeldo, mas os elogios e piedosas palavras do Eduardo Bento, que faz dum calhau uma pedra preciosa e a seguir a transforma em poema… deixou-me suspeitoso.
Mais me alertou o comentário do Fernando, que também confirma as minhas suspeições quanto à muita arte do E. Bento, seguidas de uma possibilidade de ressurreição colocada pelo Jaime e ainda a aventada hipótese de erigir pedestal e “fundação" ou coisa parecida, até canonização deste Imeldo, atirada pelo José Vieira, que só vejo por aqui em momentos importantes…
De pantufas e fora de horas, segui a minha curiosidade e sondei os escritos constantes deste blog, relativos ao tal Imeldo ou Dr. José de Oliveira e ali reparei que era um contestatário da mudança e da voragem dos tempos, morador na capital na Rua Rodrigo da Fonseca nº 1, apreciador de gastronomia e um bom copo, quase de certeza. Fiquei mais informado, mas, ainda assim, desassossegado…
Novo dia novas guerras dou comigo em pedonal caminhada, e deparo com a placa “Rua Rodrigo da Fonseca”, e de seguida vejo escancarada a entrada do nº 1… o tal onde morava o Dr. Imeldo ou Dr. José Oliveira, cuja metamorfose não apreendi. Coincidências … mas. Dois passos à frente e três atrás, pé no degrau.. e :
- Boa tarde! -Boa tarde senhor… ( a idade ajuda ao respeito - e o porteiro, atrás de uma mesa torneada em estilo chinês, com ar de polícia reformado, levantou-se para me atender e melhor entender)!
- Era aqui que morava o dr. Imeldo? – Imel… Imelgo!? - I – m – e – l – d - o! - Ahhh !, pois … desculpe que lhe diga, nunca ouvi tal nome! - Confesso-lhe que não conhecia a pessoa… seria nome de guerra, ou alcunha, sei lá! Também lhe chamavam dr. José de Oliveira… - Ahhh… pois, diga-me dessas… O dr.. José de Oliveira conheço muito bem…!! - Disseram-me que lá tinha passado para o outro lado! Mas nem sei que se passou ao certo! - Não me diga! Não me diga! mas ele estava cada vez melhor, até frequentava o Clube dos Mestres de Apolo, para “se mexer” dizia ele, e estava agora mais elegante e bem parecido! Como é possível!? O certo é que já o não vejo por aqui há muito tempo… mas podia estar pró norte, ou centro onde também passava muito tempo… Mas …. a vida tem destas coisas..!
E aproximando-se uma senhora idosa, com escurecida vestimenta… Ó senhora dona Miquelina, diz este senhor que o Dr José Oliveira … se finou.. – Não me diga sr. Meneses!!... Não me diga sr. Meneses!! …. Não me diga sr. Meneses!! ….e segurou-se, chocada, ao velho corrimão de madeira… muito mal disposta.
Lá tive de ajudar a D. Miquelina a sentar-se, ali mesmo, na escada, pálida e desequilibrada, a bater mal do verbo! – Mas… não é possível! Ainda há dias me ligaram para saber se estava tudo bem por aqui… até perguntaram pelo meu gato…. Já o porteiro tinha desapertado a gravata e dois botões da camisa, já a D. Miquelina estava para ali toda transida e descompensada da vida e da morte. – Aqui ninguém sabe nada - dizia-me o Sr. Meneses consternado e também combalido - coisas da vida! Desculpem a maçada que lhes dei… E antes que aqueles dois se passassem, desandei … Que raio de história esta…!
Aqui trago estas coincidências e preocupações, pois verifico agora que o Eduardo Bento não identificou as condições em que o Imeldo embarcou, na barca de Deus ou do Diabo (falaram-me há tempo num meu conhecido que embarcou quando remava vigorosamente em cima de uma jovem com um terço da idade – poucas vergonhas...)
Será que o Imeldo se finou mesmo!? Ou não acontecerá que qualquer dia um romeiro, a quem perguntemos, “Romeiro, romeiro, quem és tu? “ nos responderá, “Ninguém!” como no Frei Luís de Sousa… e a gente a ver que ele está mesmo ali…!
É melhor confirmar notícias como a que o E. Bento deu, começando pelo epitáfio, sem certidão de óbito, nem velório…
Espantem os vossos males e mantenham-se sadios!
Um vivo abraço.
Fr. da Área Benta
10 comentários:
Amigo Área Benta: ( Suponho pseudónimo, mas o Nelson lá sabe as orientações menos claras que quer dar ao Blog).De facto houve aqui uma grande confusão e tudo começou na rua Rodrigo da Fonseca.
Quando eu acossado pelas vossas dúvidas e incredulidades do J. Vieiera subi a rua do Salitre e tendo perguntado pelo Imeldo, vi esgares de ignorância. Ninguém sabia de tal figura. Mas então uma velhinha, saindo à varanda disse tratar-se, talvez, de Francisco Martins Pereira, finado em Vila Real que habitara aqui no 2º andar.
E eu, supondo que o nome monástico de Imeldo era do desconhecimento dos vizinhos, parti convencido que, de facto, o nosso nunca esquecido colega, tinha sido chamado ao tribunal do Senhor, onde até as atenuantes seriam contra ele.
Esquecera-me,- a memória já não é o que era - que o nome no século, do Imeldo, era José Oliveira.
Foi então que me aventurei em investigação e venho a descobrir que o Imeldo está vivo. Felizmente.
O Imeldo, com os seus oitenta anos vive num lar das Doroteias descalças, ali para Belém e tem, ainda, intermitências de lucidêz. E nessas intermitências continua a ser o que sempre foi: um servidor de boas causas. Dá catequese aos velhinhos do lar onde está recolhido. Mas já não é o que era.
Eu por mim, peço desculpa pela cofusão e penitencio-me.
Eduardo Bento
E eu que já tinha desfiado rosários de padre-nossos pela alminha do "renegado" e, afinal, ele anda entretido a catequisar velhos... Também assim quando se finar de vez já os lá tem! Que lhe prestem!
Agora é que me confundiram mesmo...
Imeldo, José de Oliveira e Francisco Martins Pereira:
Será que é o mesmo "esqueleto"?
Volta Imeldo, e traz novas de aquém e de além! Com a tua erudição não há crise que resista...
Não estamos em tempo de perder " Imeldos"!
Abraços.
Oh meus caros amigos,
Vocês, antes de darem estas notícias, investiguem primeiro.Como dizia o reitor do Santuário de Fátima no meu tempo "investiga maiores tua et sequeres eos". Isto porque, como crente tradicional embora não ortodoxo, e muito menos ultra, fui atacado intensamente pela fé e pela piedade e encomendei 2.000,00€ de missas mais iva a 23% por alma do Imeldo, que como bom cidadão paguei de imediato. Agora fui ter com o Padre Algário dizer-lhe que o negócio ficava sem efeito porque afinal o meu ex colega Imeldo estava bem vivo da Silva.Pois a resposta foi esta: As missas devido à quantidade, começaram logo a ser ditas a alta velocidade e já lá estão todas; além disso já entregou o IVA ao Dr. Vitor Louçã Gaspar, em obediência ao ordenado pela Troika e para salvação do déficit. Instado, disse-me para nem pensar na devolução, porque o primo não lhe perdoaria. Ora, por notícias não correspondentes à realidade aqui está este modesto cristão a gastar dinheiro a fundo perdido. Ainda se me garantissem que o crédito lá ficava no céu a crédito do Imeldo para quando chegasse !!!. Já consultei o meu director espiritual que me disse que posso acreditar, é um problema meu, mas que não dá garantias nenhumas. Só as dará quando chegar a politico. Perante isto, é melhor acautelarmo-nos, senão ficamos sem dinheiro para as missas e lá se vai o nosso reino dos céus a que nos candidatámos.
Um abraço
J. Vieira
Eu não disse?
Agora, ressuscitado o Imeldo, o passo seguinte, a cargo do detective fr. da Área Benta, é ir à procura das Doroteias descalças e confirmar o dito pelo Eduardo Bento cujo rigor em matéria de investigação, como já vimos, não é fiar.
Bom êxito e esperamos o próximo relatório
Jaime
ÚLTIMA HORA!...
Acabo de ter conhecimento que o nosso Joaquim Moreno, se foi de armas e bagagens lá para as bandas dos Himalaias onde, durante cerca de 16 dias, investigará se o Imeldo se terá recolhido em algum Mosteiro Tibetano. A fonte é fidedigna.
Abraços
Nelson
Realmente o "suspense" està no auge... Este assunto vai de "rebondissement en rebondissement" e ninguém pode imaginar onde irá parar. Estou de acordo com o Jaime! Ninguém pode exigir rigor de investigação a um filosofo-poeta ou poeta-filosofo... Muito me admira que ele tivesse acedido ao pedido do Nelson, que conhecendo a incompetência do Edoardo bento neste domínio, nunca o devia ter solicitado. O Edoardo Bento é bom de mais e não sabe dizer não e agora não sabe para quem háde lançar a batata quente!...
Faço mais confiança na análise documentada do Fr. da Àrea Benta, pois acredito que este último até pode contar com a inspiração do E.S. Depois de todas estas divagações, parece-me que só resta uma alternativa, é que o Frei Imeldo, que certamente nos lê, nos dê notícias suas. Tendo em conta o seu estilo bem peculiar, logo que a sua prosa apareça, todas as dúvidas se evaporarão e não haverà duvidas para ninguém. Até breve, frei Imeldo e um abraço para todos. Fernando
Prezados amigos e confrades,
Eu que passava quase dia sim, dia não, pela Rodrigo da Fonseca, paulatinamente, dei por mim a descer a Rua do Salitre… e a subir a Avenida. Depois da cena da D. Miquelina e do Sr. Meneses, tenho receio até da sombra deles!
O senhor aí, diga lá, aquela conversa de outro dia, como foi isso? Foi de repente? queda grande? Acidente? Asneira do destino? A mulher estava com ele? Como é que soube? etc., etc Bem… não poderia correr o risco de me verem por perto e vararem com perguntas para que não tinha resposta… Aliviou-me a notícia do E. Bento de que o Imeldo está vivo, mas mal passado da moleirinha. Mas se dou tal resposta, vêm as mesmas perguntas e mais uma resma: O quê!? Como foi isso? Foi de repente? queda grande? Acidente? Asneira do destino? Bateu com a cabeça? A mulher está bem e com ele? Num lar!? Belém abaixo, Belém acima, já tinha passado pelos Jerónimos, para ver se alguém me dava notícias por qualquer daqueles três nomes ou me indicava o lar das Carmelitas descalças… e nada. Nem o ajudante de campo de Luís de Camões, que ali descansa há séculos, ocupado com todos os turistas, me valeu. Belém é Belém, mas o Restelo também! Assim, cansado e transpirado da enorme subida, fui parar ao lar dos Irmãos Hospitaleiros de Calcutá: - Que já não eram As Irmãs descalças; - que, por uma questão de pudor, andava tudo calçado; - que os idosos chegavam ali calçados e tinham medo que lhe ficassem também com os sapatos, etc, etc. Abreviando: dr. Imeldo, José de Oliveira, Francisco Martins Pereira? Têm cá alguém com este nome? Mediram-me de alto a baixo, de perfil e com tempo, como se tivesse chegado da India em nau de cravinho e canela e nada disseram enquanto eu ia falando… Depois, segredou o mais velho ao mais calvo: Irmão Bernardo, … parece que temos aqui outro!
Dois dedos de conversa e explicações mais cuidadas e lá me foram dizendo: Temos cá um indivíduo que usa esses três nomes em dias diferentes: que se saiba, Imeldo só aos domingos, feriados e actos religiosos. José de Oliveira quase sempre, e muito raramente Chico Pereira, quando fala dos tempos em que o Benfica ganhava campeonatos e o Américo Tomás, diz ele, jogava no Belenenses …
Por acaso, o senhor sabe quem ele é? donde veio? conhece a família? pode ajudar-nos? Quer ver o homem?
Irmão Bernardo, eu ando à procura de respostas… exactamente para essas perguntas e outras, do aquém e do além ! Não conheço o homem! Não lhe posso dizer por quê, mas espero voltar outro dia. Olhe, fale-lhe na D. Miquelina e no Meneses, pode ser que lhe lembre alguma coisa…! Ou talvez de uma foto com os amigos E Bento, Joaquim Moreno e Brízido, pode ser que ele venha à superfície…!
Encaminhei-me para a saída. Dali via-se o Cristo Rei, e meio mundo! que paisagem! Grande Imeldo! Escolheu bem o poiso…
Ainda pude ouvir os meus interlocutores comentarem: mas este também deve estar afectado… procura pelo outro, não sabe quem é, não o conhece, vai como veio! Há cada troglodita!
Postas as coisas nestes termos, nem sei se lá devo voltar…
E é isto que vos posso dizer.
Espantem os vossos males e cuidem da memória e da saúde!
Abraços.
Fr. da Área Benta
Como diriam os nossos compadres alentejanos:
Isto é que vai para aqui uma açorda...
Zé Celestino
Chiça!!! Ca ganda confusão!!! Três perguntas:
1 - O Imeldo está maluco?
2 - O Imeldo está tolo?
3 - O Imeldo está louco?
Neves de Carvalho
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