sexta-feira, 30 de abril de 2010

O PADRE JOÃO DOMINGOS, RECUPERA

Chegam à administração do blog, boas notícias sobre o nosso Grande Mestre e Amigo, Fr. João Domingos Fernandes. Está a recuperar bem da melindrosa cirurgia a que foi sujeito. A onda de solidariedade dos seus antigos discípulos tem sido enorme e à administração do blog têm chegado ideias e propósitos que, por me ter sido pedido, me escuso de referir. Todavia, queria alertar-vos para o facto de o Fr. João Domingos ficar muito sensibilizado com as visitas, mas reclama para si a necessidade de ficar só, consigo mesmo. Agradece muito a solidariedade de todos nós, mas sente necessidade de repouso e promete dar novas através do blog, logo que seja possível. Vamos respeitar.
Nelson

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dando, recebemos.

Aldeia Nova ficou para trás, o emprego também. Situemo-nos em 1969, quando em Janeiro me alistei na Força Aérea Portuguesa (FAP) na base aérea da Ota. Quatro anos tinham passado, após a saída de Aldeia Nova. Tudo aquilo era diferente. As pessoas, os rituais, enfim... tudo o que o dia-a-dia nos dava. Após um ano de formação como especialista da Fap, (mecânico de material aéreo) voei para Angola em 1970, tendo ficado na base aérea 9 em Luanda. Aí começa verdadeiramente a história da minha vida militar. A minha especialidade, permitia-me andar sempre no ar. As primeiras semanas foram idílicas. Paisagens deslumbrantes, de guerra... nada. Até que um dia e durante mais de 2 anos tudo modificou. Fui destacado para os helicópteros e a vida passou a ser mais de guerra, não verdadeiramente actuante, mas com deslocações para os campos de confronto, buscando homens feridos, muitas vezes em estado muito critico, quando não, já para lá desta vida. Meus amigos. Foi duro pois se havia1 ou 2 dias em que não havia missão, dava graças a Deus por mim e pelos demais. Um dia, em vésperas de Natal, saí em missão de reconhecimento (seria um vôo normal) só que assim não aconteceu. Uma copa de árvore, quis beijar o rotor de cauda do héli e aí deu-se o inevitável. Sorte é que terra firme não estaria a mais de 40 metros e um acampamento do exército a 3 ou 4 km. Quando acordei, passado não sei quanto tempo, não sabia onde me encontrava. Fiquei apavorado. Olho em redor e estou sozinho. Meu companheiro de viagem (soube mais tarde) tinha partido, procurando ajuda junto dos militares próximos. Passado pouco tempo vi á minha frente duas criancinhas. Um deles, apontava-me ao outro e dizia: «Quem sabe se não foi o Pai Natal que o trouxe». As crianças estavam assustadas. Disse-lhes que não lhes fazia mal. Estavam pobremente vestidas. Perguntei-lhes onde moravam os pais. «Não temos pai nem mãe» responderam-me. Ali estavam dois órfãos, em situação bem pior do que a minha. Eles fizeram-me sentir a vergonha da minha tristeza e da piedade que sentia por mim. Esses dois órfãos deram-me a felicidade que havia meses não conhecia, fazendo-me esquecer o meu problema. Ao conversar com eles, compreendi quanto fora feliz. Agradeci a Deus os Natais que passei, iluminados pelo amor e pela ternura dos meus pais. Que tinha eu para os compensar... pensei. Olho em volta e espalhado pelo chão, restavam embalagens de bebida em lata e víveres da viagem. Estendi as mãos e ofertei as crianças. Aqueles olhares melancólicos, tornaram-se como que por magia, alegres e brilhantes. Os dois órfãos fizeram muito mais por mim, que eu por eles. Descobri que a felicidade é contagiosa. Dando, recebemos.

Um abraço.


Dinis Martins


P.S "criar laços " é também partilhar. Daí a razão deste texto.

terça-feira, 27 de abril de 2010

MANUEL RUFINO DOS SANTOS - 28 DE ABRIL - PARABÉNS!

Este mês voltamos á Guia.
Calmo e atento ás jogadas externas. Jogador-defesa de alto valor.
Mantém a trilogia: França, Holanda, Guia.
Votos de saúde e que apareças no blog e nos encontros.

JM

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Frei Bento Domingues, o.p. - A Ressurreição da Igreja

Público, Lisboa, 4 de Abril de 2010

1. O século XX da Igreja católica, até à década de 50, foi extremamente fértil em movimentos de carácter social, bíblico, pastoral, missionário, litúrgico, ecuménico e teológico. Foi também uma época abundante em medidas de repressão contra esses movimentos.

Coube a João XXIII, no seu breve pontificado (1958-1963), o mérito não só de suspender essa repressão, mas de tornar a Igreja católica um espaço de liberdade aberta ao diálogo em todas as direcções. Quem viveu de forma consciente a época anterior ao Concílio e a comparar com os gestos e os documentos do Vaticano II não pode deixar de se espantar com a revolução cultural que eles significam. A crise desencadeada pelo bispo Lefebvre (1905-1991) teve uma expressão muito reduzida. Serviu sobretudo como chantagem contra as reformas mais inovadoras.

Os grandes obstáculos vieram daqueles que se diziam a favor do Concílio e das suas reformas, mas para as contrariar. Nas suas aplicações viam, apenas, erros doutrinais, anarquia no campo litúrgico, influência marxista na pastoral social e, na ética, perda do sentido do pecado.

Depressa surgiu, neste clima, um documento fatal – a Humanae Vitae (1968) – acerca da concepção ética da vida sexual de solteiros e casados. Teve grande influência no aumento dos chamados “católicos não praticantes”. Por outro lado, a recusa das críticas ao celibato obrigatório dos padres teve efeitos devastadores nos ministérios ordenados. Voltou-se a insistir em que as mulheres, por serem mulheres, escusavam de pensar na possibilidade do sacramento da Ordem. Os divorciados recasados continuaram a ser considerados católicos e a serem incentivados a ir à Missa, mas a não poderem, inexplicavelmente, participar na comunhão eucarística que devem recomendar aos próprios filhos.

A Congregação para a Doutrina da Fé – presidida durante muito tempo pelo Cardeal Ratzinger – não foi capaz de viver descontraída perante o debate doutrinal e as novas exigências pastorais. Regressou à repressão dos teólogos que não reproduzissem o seu estilo. Amontoando documentos, julgou que podia parar as vertiginosas mudanças do mundo e ocultar os sinais dos tempos.

2. Perante a carência de padres, foi lançado, com grande aparato, o Ano Sacerdotal. Esta iniciativa de promoção do chamado sacerdócio ministerial, além da sua ambiguidade, está a ser esvaziada pela incapacidade que os Bispos e o Papa manifestaram em face do fenómeno da pedofilia de sacerdotes em muitas partes da cristandade. Não vale a pena clamar contra a evidente parcialidade com que este assunto tem sido tratado nos meios de comunicação. Continuam a ignorar as muitas instituições de acolhimento de crianças vítimas de violações nas próprias famílias e nos mais diversos grupos sociais. Parece-me que o mínimo que se pode pedir a todas as instâncias, confessionais ou laicas, é muito simples: quando for detectada, em alguém, uma tendência de atracção sexual por crianças, a única solução é impedir que essa pessoa tenha qualquer contacto com elas. Não discuto a natureza dessa tendência.

3. Repetem-me que não devo ceder à campanha montada contra a Igreja na pessoa dos Padres, dos Bispos e do Papa e não cedo. Volto, porém, ao primeiro ponto deste texto, à maior redescoberta da eclesiologia do Vaticano II: a hierarquia não é a Igreja. A hierarquia é um serviço indispensável à Igreja, na Igreja de todos. Por outro lado, o Papa é o bispo de Roma, não é o bispo de todas as dioceses católicas. A responsabilidade pela vida da Igreja, vida do Espírito de Cristo, é colegial. A “papolatria” é uma doença que faz mal ao Papa, aos Bispos, aos Padres e, sobretudo, ao povo cristão. Depois do Vaticano II, isto foi muitas vezes esquecido, como já recordei no ponto dois.

O povo cristão não teve formas, mediações, de fazer sentir a sua voz. A opinião pública na Igreja não foi nem cultivada nem escutada. É, por isso, normal que ninguém peça contas aos cristãos que, na base, são o rosto verdadeiro de Cristo e se colocam ao serviço dos mais pobres, dos excluídos da mesa comum e das vítimas da pedofilia. São a Igreja serva e pobre, para usar o título de uma obra célebre de Yves Congar, traduzida para português em 1964. Obra a não esquecer quando se prepara a vinda de Bento XVI a Portugal em grandes dificuldades para diversos extractos da nossa sociedade.

Não deve ser preciso lembrar aos organizadores desta visita o que S. Bernardo (1090-1153) escreveu ao Papa Eugénio III: “(…) tudo isso e as pretensões de prestígio ou de riqueza vêm de Constantino, não de Pedro”.

Celebramos, hoje, a Ressurreição de Cristo, mas celebramo-la por causa da nossa ressurreição, da ressurreição da Igreja, salva em esperança e ameaçada de morte como, no livro do Apocalipse, é dito à igreja de Sardes: “Conheço as tuas obras; tens fama de estar vivo, mas estás morto. Sê vigilante e fortifica aquilo que está a morrer, pois não encontrei perfeitas as tuas obras, diante do meu Deus. Recorda, portanto, o que recebeste e ouviste. Guarda-o e arrepende-te” (3, 1-3). Estás sempre perante o Mestre da compaixão infinita.

FR. JOÃO DOMINGOS ESTÁ DOENTE


Bom dia,
Como deve ser do conhecimento de grande parte da Família Dominicana, o fr. João Domingos está em Portugal por motivos de saúde.
Foi operado na passada terça-feira a um tumor nos intestinos.
A operação correu bem. Agora está em fase de recuperação, que se prevê que seja de mais ou menos dois meses. Nós, dominicanos, temos estado em contacto com a família do fr. João Domingos que nos pede que só seja visitado a partir do próximo sábado, dia em que se prevê passar para uma enfermaria.
Está internado no hospital de Amadora-Sintra.
Iremos dando mais notícias, quando necessário.
Saudações fraternas em N. P. S. Domingos,
fr. José Filipe Rodrigues, op
Convento de São Domingos de LisboaRua João de Freitas Branco, 121500-359 LISBOAtel.: 210322300 - Fax:217273707

sexta-feira, 23 de abril de 2010

APELO

Devido a qualquer anomalia técnica, para a qual não tenho explicação, apagou-se a fotografia do Convento de Fátima que ilustrava a "1ª página" do nosso blog. Já não me recordo quem a fez chegar até mim mas, se alguém tiver uma, agradecia que a enviasse para ocupar o espaço que é devido àquela casa onde nos vamos encontrando anualmente.
Abraços
Nelson

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ANTÓNIO AUGUSTO BRÍZIDO -21 de Abril - Parabéns

O jovem que em A.N fazia uns desenhos para o jornal local, agora dá largas á sua veia de pintor e escultor. Quem diz que a reforma não permite realizar sonhos adormecidos ?...
Votos de saúde e uma certa austeridade nos ágapes-transmontanos.

jm

terça-feira, 20 de abril de 2010

MÚSICA PORTUGUESA NO CANADÁ



As Academias e Associações Culturais de Aldeia Nova e Fátima, foram alfobre de boas sementeiras.
No próximo dia 25 de Abril- Dia da Liberdade- o nosso FILIPE LAGE BATISTA, vai apresentar ao Público da sua nova terra, músicas portuguesas.
É 1 ano de trabalho com outros músicos e amantes da boa música.
Esperamos que ele nos envie a reportagem dos acontecimentos.
Votos de bom trabalho e felicidades.

jm

sábado, 17 de abril de 2010

CONCEITO HISTÓRICO E RELAÇÕES ACTUAIS ENTRE PORTUGAL E ESPANHA - pelo escritor JOÃO DE MELO


No próximo dia 26.04.2010, pelas 20h30, vai realizar-se uma reunião de jantar, no HOTEL RADISSON BLU, Av. Marechal Craveiro Lopes 390 – LISBOA (junto ao viaduto do Campo Grande), tendo como palestrante o nosso amigo JOÃO DE MELO.
Será uma oportunidade para ouvirmos este nosso amigo e participarmos numa reunião que, por várias razões, será, seguramente, muito interessante.
Vai ser contactada a Editora D. Quixote, para podermos exibir fisicamente a obra de João de Melo, e tentarmos ter presentes alguns exemplares para poderem ser autografados pelo autor.
Embora o jantar se inicie pelas 20h30, na Sala Miguel Ângelo, a chegada deverá ocorrer a partir das 20h00, para proporcionar o encontro das pessoas e
dois dedos de conversa, existindo um espaçoso bar para os que quiserem chegar mais cedo.
A organização é do Rotary Clube Lisboa-Lumiar, de que faço parte, sendo livre a inscrição e desde já agradecendo a comparência daqueles que tiverem oportunidade de comparecer e trazer companhia.
Tendo de comunicar previamente o número de participantes ao Hotel, agradeço que façam a inscrição mediante o telem. 964 007 152 ou pelo e-mail
asmont@netcabo.pt , logo que possível, mas de preferência até ao próximo dia 22.04.2010, efectuando no dia da reunião o pagamento do jantar (25€).
Antero Monteiro

quinta-feira, 15 de abril de 2010

FONTE, ESCOLA E HISTÓRIA - Dedicatória a Fernando Vaz


«OH FONTE DOS DIAMANTES FEITA DE PEDRA A BRILHAR ÉS O ESPELHO DO POVO QUE AQUI TE VEM CANTAR»


Por trás, a escola primária masculina de Franco, onde Fernando Vaz, Augusto Matias, Dinis, Inácio, Álvaro e possivelmente também Camilo Martins, deram os primeiros passos na gramática!

Naquela escola, ainda não se estudava latim! Ainda bem, senão á Dona Adélia, não lhe bastaria uma menina-de-cinco-olhos!

História verídica passada no Franco, com personagens que o Fernando concerteza recorda.


«O Bode parecido com o Padre»


«Um dia, deslocando-se senhora Júlia para casa, sem que se tenha apercebido ou sem ter dado importância, não reparou que na varanda de casa da senhora Joana (junto á igreja) estava um bode com a cabeça de fora. Em frente desta varanda situa-se a Casa Paroquial. No momento em que o senhor Padre (homem que usava barba comprida) ia a sair de casa, viu o bode na varanda e chamou pela senhora Júlia (que já levava alguma distância de casa) dizendo-lhe que a prima Joana estava a chamá-la da varanda. A senhora Júlia, muito agradecida ao senhor Abade, virou para trás e quando chegou á varanda viu lá o bode. Apercebendo-se que tinha sido uma brincadeira do senhor Abade, virou-se para ele e disse: Ó senhor Abade, olhe que esta minha prima, nas barbas é bem mais parecido com o senhor Abade do que com a prima Joana.

O Padre, que nada esperava por uma resposta espontânea e tão bem dada, riu-se e foi á sua vida. A tia Júlia com satisfação da resposta dada, prosseguiu o caminho que já seguia antes de ser abordada pelo senhor Abade»

Fernando, ao veres esta foto e ao leres esta história, recordarás a terra que nos viu nascer. Ao mesmo tempo, damos a conhecer aos amigos deste blog, ex dominicanos, o meio ambiente em que vivíamos antes de nos conhecerem.

Entretanto os contemporâneos em Aldeia Nova, de cada um dos citados, ficarão também a saber, que o povo com quem partilhávamos, tinha sentido de humor! Aquele humor próprio dos transmontanos!

Abraço a todos os ex dominicanos, frequentadores deste sítio.

Para ti Fernando, a minha singela homenagem.


Dinis Martins

terça-feira, 13 de abril de 2010

FRANCISCO PINHEIRO -13 DE ABRIL DE 1933

Falava do vulcão que tinha atingido a sua terra (Açores) e da ida das Pessoas para a América.
Enfermeiro conhecedor e atento. Sempre disposto a ensaiar músicas.
Actualmente pároco nos Estados Unidos.
Cá te esperamos com saúde e vida.

JM

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Caro Dinis:

Sejas benvindo a este blog (amigo conterraneo) e que nele permaneças por muitos e longos anos ! Insinúas que eu tive alguma culpa na tua ida para Aldeia Nova ! Volto-te o cumprimento dizendo-te que regresso hoje ao blog, graças a ti… Há uns tempos para cá, o blog é utilizado quase exclusivamente para nos congratularmos uns com os outros por ocasião dos aniversários. Acho isso muito bem, mas a meu ver não é suficiente. Podia ter decidido implicar-me de novo mais acctivamente mas escolhí a outra alternativa… baixar os braços.
Até me fiz um pouco violência não felicitando alguns aniversariantes que me são muito caros. Nunca é tarde para dar um grande abraço de felicitações ao Francolino que estava presente no inicio das minhas tribulações mesmo antes de chegar a Aldeia Nova pela primeira vez, mas também foi testemunha de momentos de muita alegria e felicidade tanto em Aldeia Nova como em Fátima. Um dos momentos de excepção, foi a visita de Jerusalém com a minha mulher e alguns amigos em sua companhia. Um grande abraço também ao Augusto Matias, que apesar da sua simplicidade e humildade é uma luz que continua a iluminar a nossa aldeia «Ó glória da nossa terra » e que tenho o grande prazer de contar como primo e amigo. Ao Joaquim Moreno, amigo desde 1960 e “ad vitam eternam », se ele o deseja, um obrigado por tudo o que faz pela comunidade. Ad multos…
Na realidade, com a chegada do Dinis parece que o blog rejuvenesceu, recordando-me a minha juventude e mesmo a minha infância. Explico-me. O Dinis chegou a Aldeia Nova em 1960, ano em que eu entrei para o noviciado. Ele tinha 11 ou 12 anos e eu 19! Conhecia bem e tinha muita estima por seus pais com quem gostava de conviver durante as férias. Seu pai era citadino, trabalhava em Mirandela para onde se deslocava, numa grande mota, todas as manhãs, por motivos profissionais. - O teu pai, no inicio, era considerado como« estrangeiro » la na nossa terra. Não nasceu no Franco mas a alguns Kms de distância. Por isso eu apreciava imenso dialogar com o Sr Américo, teu pai (que Deus tem) devido à sua lúcida visão da realidade !... Vinha de outros mundos ! Tinha horizontes mais largos que o comum dos habitantes do Franco. Penso que nos apreciavamos e estimavamos e… reciprocamente. Um casamento, na aldeia, era sempre um acontecimento importante e um dia festivo.
Quando os teus pais casaram, caro Dinis, teria eu uns 8 anos, foi um dia excepcional ! O casamento da moça mais linda lá da terra, filha do Senhor José Pires e da Dona Cândida , que eram os meus padrinhos.
Vim aquí ter convosco para vos contar a história verídica que segue, para fazer memória dos meus padrinhos e avós maternos do Diniz. Como já vos disse neste blog (há pelo menos dois anos), quando nascí, ninguém pensava que fosse para durar… A parteira desenganou logo a minha mãe. Era mesmo inútil chamar o médico. Não chegaría a tempo. A minha irmã mais velha, com uns dez aninhos(que por várias vezes me narrou este episódio fundador da minha existência) correu chamar o Senhor Pe Fernando e os padrinhos, previstos de longa data. Todos viviamos a uns metros da Igreja. Dez minutos depois lá chegava eu ao batistério, embrulhado num lençol para grande desgosto da minha madrinha a quem não deixei o tempo necessário para me comprar o lindo vestido com rendas e bordados, que constituia o traje batismal de todos os batizandos, sem diferença de sexo ! A cerimónia deve ter durado dois minutos. Tempo suficiente para pronunciar a frase sacramental, perante uma assistência de quatro ou cinco pessoas. Levaram-me para casa embrulhado na mortalha branca, naquela manhã fresca do início de Outubro de 1940! Já se ouviam ao longe as últimas marteladas com que António carpinteiro terminava a encomenda para um anjinho que partia antes de ter vivido. ( Sei bem que é de mau gosto mas não pude resistir !...)
Era sem contar com o ar fresco que desce da serra da Garraia e que é abençoado ao passar pela capela da Santa Comba e da Santa Bárbara (que mais tarde restaurei) que conjugados com a água benta e o grão de sal, me deram nova vida.
Ultrapassada a surpresa e convencidos de que finalmente eu viveria, os meus padrinhos não queriam conformar-se com aquele batizado improvisado. Algumas semanas depois, tentaram convencer o pároco que era necessario recomeçar a cerimónia. O Pe Fernando que me gratificou com o seu nome, pois nada tinha sido previsto, foi intransigente. Canónicamente falando o batizado era válido e o vestido não era importante. A opinião dos meus padrinhos era bem diferente mas não havia nada a fazer. Queriam no entanto marcar o acontecimento e prometeram oferecer-me um fato e uns sapatos (o que para a época era extraordinário) logo que eu começasse a andar. Desde esse momento a minha irmã só tinha um objectivo, fazer-me andar o mais depressa possível. Quando dei o primeiro passo foi uma alegria ! Mas eu tinha que ir a pé até ao comércio de roupas do meu padrinho. A minha irmã bem puxava por mim mas não havia meio. Um dia, já estava quase maduro, fizemos um último exercício !... No sobrado do cabanal havia uns buracos e sem que a minha guia se apercebesse metí um pé num deles e ela continuou a puxar-me pelo braço e desmanchou-me um pé (devia ser o esquerdo pois ainda hoje sinto uma certa fragilidade) e recomecei a andar de gatas, durante meses… Entretanto infelizmente o meu padrinho faleceu e a história do fato e dos sapatos passou para outro plano. Recordo perfeitamente que alguns anos depois, no domingo de Pàscoa, quando levava o fular à minha madrinha, por quem sempre tive muito carinho e admiração, regressava invariavelmente a casa com vários presentes. As minhas mais belas camisas foram-me oferecidas pela minha madrinha, senhora Dona Cândida de santa memória! Penso que já estava aquí em França quando ela faleceu. Fará sempre parte das recordações felizes da minha infância e das das pessoas que recordo regularmente nas minhas orações.
Fernando »

sexta-feira, 9 de abril de 2010

MARGARIDA -10 DE ABRIL DE 2009 - PARABENS BÉBÉ!...


A Guida nunca andou em Aldeia-Nova ou Fátima. É um bebé simpática e sempre com boa vontade para comer ( ao contrário do seu Avô).
É filha da Ana e do Ricardo e neta do...TONINHO.


jm

PAULO ALEXANDRE CARVALHO BRANCO -10 DE ABRIL DE 1951- PARABÉNS!

Com respeito recordo o jovem educado e sempre pronto a jogar a bola e de pronúncia de Lisboa.
Deixo a palavra aos Amigos mais próximos.


jm

quinta-feira, 8 de abril de 2010

RECORDAR É VIVER





Amigos.
Passei por este blog por acaso em 3/04/10 .Até ao dia de hoje, estive a ler(com intervalos!)comentários e post, desde a sua fundação.Muitas recordações me vieram ao espirito.
Entrei em Aldeia Nova em 1960.Recordo com saudade esses tempos. Foi uma escola de vida, que ainda hoje me acompanha.Por vários motivos, saí em 1965. Guardo esses motivos para mim. Dou sómente a conhecer um: a gramática latina nas horas de estudo não saía da mesma página!! a minha paixão era o saltitar da bola no recreio!.
Envio essas duas fotos, que guardo religiosamente, para vos dar a conhecer esse grupo de bons rapazes, que dificilmente voltei a encontrar pela vida fora, com tantos atributos, tais como: a humildade, camaradagem, amizade pura e lealdade. Tenho pena, que pessoal do meu tempo não frequente o blog, excepção feita ao Ferraz, mas concerteza, tal como eu não tinha conhecimento do mesmo, também eles não terão.Para não ser exaustivo, deixo-vos com essas duas fotos, prometendo contar-vos o meu percurso de vida após Aldeia Nova, até aos dias de hoje, caso seja do vosso agrado.
Um abraço a todos de 1960, a alguns anteriores que também conheço e recordei, bem assim como aos que chegaram depois.
UM ABRAÇÃO A TODOS.
Dinis Américo Pires Martins

Ferraz faz tu o reconhecimento, pois já reparei que tens uma óptima memória. Recordo o Alvaro, Inácio, Abel, Mendes? Elias ,José Luis , ...obrigado.
Na foto do ringue, eu sou o 1º da direita, em pé. Na sala de aulas do 3º ano, sou o 2º, junto ás janelas.

MANUEL JOAQUIM LEOPOLDO -8 de Abril- PARABÈNS!...


A vida madastra que tem tido, não lhe roubou a frescura e vontade de lutar por dias melhores. O menino da Guia, transmite essa força a todos com quem convive.
Votos de saúde e que continues a partilhar, por muitos anos, as novidades da horta
.

JM

quarta-feira, 7 de abril de 2010

JOAQUIM DA SILVA MORENO (1942), 7 de Abril. PARABÉNS!...

Nascido nas terras de Trás-os-Montes, tripeiro por adopção, foi para Fátima em 1960.
Frequentou Aldeia Nova, já estudante, em 1962-63. Depois regressou a Fátima. Por lá fez muitos amigos.
Activo animador dos grupos do norte, tem uma agenda onde guarda muitos nomes, muitos telefones, muitas recordações.
Muitos parabéns por mais este aniversário e que a saúde o acompanhe. Boa estadia na cidade de Sócrates.
Um abraço.

AS

terça-feira, 6 de abril de 2010

FALECEU O FR. VICENTE


No passado dia 3 de Abril, faleceu, no Convento de São Domingos de Lisboa, fr. Vicente (António Augusto) Vieira dos Santos Morte, com 79 anos.
Nascido em Torres Novas a 30 de Março de 1931, entrou na Ordem dos Pregadores onde professou a 4 de Agosto de 1951.
Ordenado presbítero a 30 de Maio de 1957, exerceu o seu ministério sacerdotal em Moçambique, como capelão militar, e, depois, em Portugal, como vigário paroquial de Laveiras-Caxias, professor e capelão no Colégio Valssassina e ainda capelão do Hospital prisional de Caxias.
Que Deus de misericórdia o receba no seu Reino.
Fr. José Filipe Rodrigues op
Prior