quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Infografia - FVaz e EBento

Esta dupla Infografia de um artigo de Fernando Vaz e do respectivo comentário de Eduardo Bento, um como recente aniversariante, outro como jovem investigador certificado no "Nevoeiro dos Dias", chega aqui como pretexto para lembrar, por muitas outras, aquelas duas peças que muito esclarecerão os leitores que estejam um pouco perdidos sobre certos primórdios (...)

Isidro

2 comentários:

Antero disse...

Caro Isidro,

Devo confessar a minha ignorância por estas modernices. Mal conhecia o termo infografia, raramente tropeçando nele. Para aprofundar fui ver ao dicionário onde explicita:
"infografia - género jornalístico que utiliza recursos gráfico-visuais para apresentação sucinta e atraente de determinadas informações";
"infográfico - relativo a infografia; apresentação de informações com preponderância de elementos gráfico-visuais(fotografia, desenho, diagrama estatístico, etc) integrados em textos sintéticos e dados numéricos, ger. utilizada em jornalismo como complemento ou síntese ilustrativa de uma notícia;
(in Dic. Houaiss da L. Portuguesa).

Além desta aprendizagem, fui à fonte e li, pela primeira vez(eu entrei neste blog muito mais tarde), os textos interessantíssimos do Fernando Vaz e Eduardo Bento, que a todos recomendo. Li-os como poesia e com a nostalgia dos mesmos tempos e a saudade de quantos momentos vividos na juventude. Tomei-os quase de lés-a-lés como sentimentos próprios, retomando os meus olhos o mesmo filme, as emotivas despedidas de minha mãe, as contidas emoções de meu pai,a partida da minha aldeia, os colegas, os mestres, a turbulência da vida e dos sentimentos...
Bem hajam Fernando Vaz e Eduardo Bento por terem aqui deixado um pouco de vós próprios que ( como o Eduardo Bento bem sublinha: " (e todos nós estávamos contigo mesmo sem nos conhecermos)"!
Tenho a esperança de que alguns dos que me acompanharam naquela turma de 1964/1969 aqui se exprimam e tragam os sinais da nossa vivência. Mas confesso desde já que me revejo nestes e noutros textos que por aqui reflectem cristalinamente como fomos lapidados, sem o sabermos, de modo a olharmos hoje para o passado e para o futuro com gratidão e auto-estima, a bem com o mundo.
Antero Monteiro

Isidro disse...

Dando sequência ao Antero, também desafiando outros que por aqui vão passando, hoje venho explicar o meu respeito pelos vossos choros de despedida, prova de que tinham, em família, afectos pelo menos tão bons como na minha família, também sempre com o seu representante nos almoços de Natal.

Eu tinha passado na prospecção feita pela irmã do pároco de freguesia nas escolas e estava à espera de continuar a estudar logo que acabasse a 4.ª classe.

Porém, o pároco de freguesia não fez a minha inscrição a tempo. porque, eu não tinha "pinta de seminarista".

(em ida a Castelo Branco, para fazer Exame de Aptidão ao Liceu, também tinha sido aprovado no Exame de Aptidão à Escola Comercial e Industrial... o que foi tido como intenção de me dar mais opções... numa época em que era de supor-se que se "estudava para padre" e não, à maneira dos melhores Dominicanos do meu tempo, "para escolher o que o coração ditar".).

Em consequência, fiquei durante um ano a guardar cabras nas serranias em que ainda havia lobos, raposas, coelhos, lebres, muitos pássaros, incluindo rolas e respectivos "cantares", bem como estorninhos como os que já tinham imortalizado certos fatinhos pretos que nunca vesti.

Ora, a meio desse ano, o meu irmão que era também meu padrinho de baptismo e estava longe, entendeu que era inacreditável a minha situação e, por isso mesmo, entrou na sacristia, sem pré-aviso, devidamente engravatado como quem vai para um acto tão importante como um baile solene, logo ali pedindo explicações detalhadas ao pároco de freguesia, jovem e dinâmico como ele.

O homem lá disse que se esqueceu de fazer a inscrição a tempo... e, tendo dito aos Dominicanos que eu podia pagar bem. no ano seguinte, lá fui, cheio de vontade de sair de onde estava parado... há um ano...

(nunca cheguei a saber que artes viriam a ter como consequência, no 2.º ano, uma visita do frei Miguel ao meu irmão mais velho - este frei Miguel viria a ser Provincial várias vezes - vejam bem quem é este homem, padre, frade e amigo! - com justiça se diga o mesmo em relação a outros, de que já falei, em esgotar a lista!

Ora, o meu modo de passagem para o 3.º ano, devidamente validada no Liceu Nacional de Leiria, deu ares que envaideceram o referido pároco e, vai daí, tornou-me, em 3 tardes por semana, professor de Português de um universitário francês seu convidado... (nesse Verão, eu percebi que 2 anos de francês com o frei João Leite, como professor, e também como meu orientador, tinham sido mais que suficientes para dar boa conta da operação.

Aqui impõe-se uma nota adicional.

Antes de cada período de férias, nos 5 anos seguintes, sempre tive igual vontade de regressar a casa...

No final de cada período de férias, sempre tinha igual vontade de regressar a Aldeia-Nova (durante os 2 anos de Fátima já comecei a escolher outros destinos para grande parte das férias, um para Inglaterra, outro para o Baleal, etc...).