O funeral realizar-se-á na próxima segunda-feira, dia 2 de Novembro, às 12h, na igreja do Convento de Fátima.
sábado, 31 de outubro de 2009
FALECEU O FR. ARMINDO CARVALHO
O funeral realizar-se-á na próxima segunda-feira, dia 2 de Novembro, às 12h, na igreja do Convento de Fátima.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Aldeia Nova Ano lectivo 1960/1961
Chegou aos ouvidos que numerosos ex-moradores de Aldeia Nova ficaram com “ciúmes” com a fotografia dos “caloiros” de 1960/61. Pois fiquem descansados. Devidamente recuperados com muitas horas de trabalho e buscas nas bibliotecas ou hemerotecas da capital, aí estão os retratos dos restantes anos. Procurem-se. Isto reproduzir “bonecos” de outras reproduções de jornal não foi muito fácil. e por isso o resultado pode não ser aquele que desejava. Por isso, desculpem.
Com a devida autorização do director de “O Facho”.
Toninho
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
ENCONTRO 2009 - Lista de Presenças
ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS DOMINICANOS | |
FÁTIMA 2009 | |
LISTA DE PRESENÇAS | |
ABÍLIO DE JESUS DA ROCHA E SILVA | 2 pessoas |
ALBERTO RODRIGUES DE FREITAS | 1 pessoa |
ÁLVARO ANTUNES RODRIGUES | 4 pessoas |
AMÉRICO GRAÇA DA SILVA | 1 pessoa |
ANTERO DOS SANTOS MONTEIRO | 1 pessoas |
ANTÓNIO ABREU DOS SANTOS | 2 pessoas |
ANTÓNIO AUGUSTO BRIZIDO | 1 pessoa |
ANTÓNIO JORGE FERREIRA | 1 pessoa |
ANTÓNIO LEMOS MARTINS | 2 pessoas |
ANTÓNIO M. GOMES CUNHA | 1 pessoa |
ANTÓNIO PEREIRA DA COSTA | 2 pessoas |
ANTÓNIO DOS SANTOS SILVA | 2 pessoas |
ANTÓNIO VALENTE MATEUS | 2 pessoas |
ARMANDO FERREIRA NETO | 2 pessoas |
ARMANDO JOSÉ ALEXANDRINO | 2 pessoas |
ARMÉNIO GONÇALVES DA COSTA | 1 pessoa |
ARTUR DOS SANTOS | 2 pessoas |
BALTAZAR MARTINS JESUÍNO | 1 pessoa |
CARLOS ALBERTO SEQUEIRA | 1 pessoa |
CARLOS JORGE DOS SANTOS VIDEIRA | 2 pessoas |
DIAMANTINO MATEUS DA SILVA | 1 pessoa |
DOMINGOS AUGUSTO CARVALHAIS | 2 pessoas |
DOMINGOS FRANCISCO D. FARINHA | 1 pessoa |
ELIAS DIAS DA SILVA | 1 pessoa |
FERNANDO MANUEL SILVA GASPAR | 2 pessoas |
FRANCISCO DA SILVA ANTÓNIO | 2 pessoas |
FREI ALBERTO CARVALHO | 1 pessoa |
FREI ARMINDO COSTA | 1 pessoa |
FREI BENTO DOMINGUES | 1 pessoa |
FREI BERNARDO DOMINGUES | 1 pessoa |
FREI GIL FILIPE | 1 pessoa |
FREI JOSÉ GERALDES | 1 pessoa |
FREI MIGUEL DOS SANTOS | 1 pessoa |
FREI PEDRO FERNANDES | 1 pessoa |
JAIME CARVALHO COELHO | 2 pessoas |
JOÃO FERRO | 1 pessoa |
JOAQUIM DA SILVA MORENO | 1 pessoa |
JOSÉ ANTÓNIO AZEVEDO GAMA | 1 pessoa |
JOSÉ ANTUNES RIBEIRO | 1 pessoa |
JOSÉ CARLOS AMADO SANTOS | 1 pessoa |
JOSÉ DO ESPIRITO SANTO DOMINGUES | 1 pessoa |
JOSÉ FIRMINO TABORDA | 2 pessoas |
JOSÉ JOAQUIM VIEIRA | 2 pessoas |
JOSÉ LUIS F. MARTINS | 2 pessoas |
JOSÉ S. PEDRO CELESTINO | 1 pessoa |
LEONEL CASTELÃO RIBEIRO | 1 pessoa |
LEONEL DIAS DA SILVA LUIS HENRIQUES VERRENHO | 1 pessoa 2 pessoas |
LUIS PIRES GONÇALVES GINJA | 1 pessoa |
LUIS SOUSA GUEDES | 2 pessoas |
MANUEL BATISTA MARTINS | 2 pessoas |
MANUEL BRANCO MENDES | 1 pessoa |
MANUEL EVANGELISTA COSTA PINHO | 2 pessoas |
MANUEL FERRAZ FARIA | 1 pessoa |
MANUEL FRIAS PENA | 1 pessoa |
MANUEL HENRIQUES MARTO | 2 pessoas |
MANUEL MATEUS P. DOS SANTOS | 2 pessoas |
MANUEL NEVES DE CARVALHO | 1 pessoa |
MANUEL NUNES RIBEIRO | 1 pessoa |
MANUEL VIEIRA DA SILVA | 1 pessoa |
NELSON AMARAL VEIGA | 2 pessoas |
NUNO VIEIRA JACINTO | 2 pessoas |
RUI LOPES PINHEIRO | 1 pessoa |
REPORTAGEM - ENCONTRO GERAL
(Informação da Comissão Organizadora)
Como prévia e amplamente divulgado pela Comissão Organizadora, realizou-se no passado dia 18 do corrente mês de Outubro/09, em Fátima/Convento dos Dominicanos, mais um Encontro Geral dos antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima.
Ainda não eram 09.00 h e já os mais madrugadores começavam a chegar...
Os espaços frente à Capela e à porta principal do Convento mostraram-se exíguos para receber os 91 participantes no encontro, entre os quais se encontravam alguns familiares de alunos e alguns padres/antigos professores ( ver lista de presenças a seguir publicada).
Viveram-se momentos de muita alegria e até de alguma emoção...
Muitos abraços...
Muitas perguntas..
Muitas respostas...
Muitas histórias...
Muitas fotografias...
Alguns dos presentes já não se viam há longos anos.... Nalguns casos, há mais de 50 anos...
Ás 10:30 h dirigimo-nos para a Capela, participando numa Missa concelebrada pelos Freis Pedro, Armindo, Miguel, Geraldes, Alberto Carvalho e Gil.
Na homilia, o Frei Pedro relembrou os alunos já falecidos.
Finda a Missa, encaminhamo-nos para a sala de convívio (antiga capela), onde foi feita a chamada/identificação dos inscritos para o encontro e se procedeu à colecta do preço estabelecido para os «comes e bebes» ( almoço e lanche).
Dos inscritos, faltaram 4 à chamada...
Às 12.30 h rumamos até à Residencial D. Amélia, sita a poucos metros do Convento, onde teve lugar um alegre almoço colectivo...
Durante cerca de duas horas houve tempo para conversar, comer, beber uns tintos e uns brancos e não só... Claro que estamos a referir-nos aos sumos e ás águas minerais...
Pelas 15:00 h regressamos à sala de convívio.
O ambiente era de manifesta boa disposição e de sã camaradagem...
Podemos afirmar que este período pós almoço constituiu o ponto alto do encontro.
A Comissão Organizadora, depois de algum esforço para conseguir o silêncio na sala, informou qual a «ordem de trabalho» para a tarde:
Ponto 1: apreciar, discutir e decidir quanto ao projecto associativo/associação dos antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima;
Ponto 2: Intervalo com lanche volante na sala contígua;
Ponto 3: Sarau cultural, com a intervenção expontânea dos artistas, poetas e cantores da casa...
Antes da discussão do ponto 1, a Comissão saudou todos os presentes, estimulando-os a participar, sem inibições, no sarau cultural.
Foram lidas e referidas algumas mensagens de saudação recebidas de colegas que não puderam comparecer ao encontro ( Álvaro Milagre, Jesuino, Luis Saraiva, Eduardo Bento e Filipe Batista).
Mereceu especial ovação a mensagem escrita do Filipe Batista, radicado no Canadá e há longos anos sem se encontrar com a generalidade dos seus companheiros de Aldeia Nova/Fátima.
Entrados na discussão do ponto 1, pediram a palavra e exprimiram a sua posição quanto ao mesmo, o Frei Bernardo Domingues, o Antero Monteiro, o Zé Vieira, o António Silva(Toninho), o Luís Guedes, o Manuel Mendes e o Frei Bento Domingues.
Ainda que com posições não totalmente convergentes, todos os intervenientes reconheceram da vantagem da criação de um modelo associativo/organizativo com alguma estabilidade e capacidade efectiva para estimular, organizar e apoiar quaisquer iniciativas que visem criar e/ou reforçar os laços de amizade entre todos os antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima.
Interpretando a vontade maioritária dos intervenientes e a reacção expontânea dos
presentes, a Comissão submeteu à apreciação geral a seguinte proposta :
Parecendo-nos ser vontade maioritária dos presentes avançar
com uma estrutura associativa/organizativa mais estável, ainda que não de modelo jurídico-formal, tipo Associação, propomos:
A constituição de uma Comissão integrada pelos antigos alunos, Antero dos Santos Monteiro, Domingos Augusto Carvalhais, Luís Sousa Guedes e Manuel Mendes Branco, com vigência de dois anos, a qual, para além da organização dos encontros gerais anuais, terá a seguinte missão:
a) Desenvolver diligências que visem identificar todos os antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima, sua actual morada e contactos;
b) Divulgar essas identificações através do blogue «Criar Laços», o qual manterá permanentemente actualizada uma relação dos antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima, apresentada por ordem alfabética;
c) Activar e apoiar todas as acções que visem criar e reforçar laços de amizade entre todos os antigos alunos de Aldeia Nova/Fátima;
Esta proposta mereceu a aprovação unânime e os aplausos de todos os presentes.
Cerca das 16.30 h foi feita uma pausa para intervalo e lanche volante na sala contígua à sala de reuniões.
A Comissão foi muito felicitada pela iniciativa de prolongar o convívio pela tarde, permitindo uma troca de ideias sobre assuntos que há muito careciam de uma clarificação e pelo lanche, considerado muito bem apresentado, atenta a qualidade e quantidade dos comes e bebes...
Pelas 17.30 h deu-se início ao sarau cultural....
O Zé Ribeiro leu poemas do seu livro “Todos os livros, diz ele”).
O Zé Celestino, envergando a «capa negra» do Frei Alberto de Carvalho,
cantou fados de Coimbra...
O Alexandrino e o Zé Vieira entoaram canções e baladas do Adriano
Correia de Oliveira e do Zeca Afonso, conseguindo o cantar uníssono
de todos os presentes.
A parte musical foi assegurada pelo guitarrista Neves de Carvalho,
o qual a todos encantou, conseguindo acompanhar cada um dos
cantores, mesmo quando estes se afastavam do tom...
O sarau não teve encerramento formal...
À medida que a noite se aproximava, os abraços de despedida multiplicavam-se...
Cada um manifestava o seu contentamento pelo encontro e prometia voltar para o ano..
Eram já cerca das 21.00h quando entregamos as chaves da sala ao Prior
do Convento, Frei Lucas, o qual teve a amabilidade de brindar connosco
à saúde de todos os dominicanos, prometendo-nos toda a colaboração
em quaisquer eventos futuros que a Comissão entenda realizar no Convento.
A Comissão Organizadora,
António Costa
Armando Alexandrino
Zé Celestino
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
ENCONTRO GERAL/2009 - REPORTAGEM FOTOGRÁFICA
A todos os participantes no Encontro Geral/2009 que fizeram fotografias ou filmes do evento, a Comissão Organizadora
pede o favor de as enviarem, se possível via e-mail, para jcelestino@tap.pt, com vista à sua integração numa reportagem global
que está a ser feita sobre o mesmo.
Agradecendo antecipadamente a colaboração, vai um abraço para todos.
A Comissão,
Armando Alexandrino
António Costa
Zé Celestino
COMENTÁRIO AOS COMENTÁRIOS
-Antes de mais também os meus parabéns ao Pe João Leite, que muito bem conhecí apesar de não ter sido nem meu professor nem meu treinador.
-Caro Isidro: começo por agradecer-te por me teres associado ao Eduardo Bento neste teu trabalho. Na minha lista de amigos portugueses, com a Vitória , eles ocupam o 1° lugar e não é só devido à adega!... Obrigado Isidro, por este trabalho minucioso. Trata-se de uma verdadeira obra de arte que vou tentar extrair e ampliar. Este presente de aniversário fez-me grande prazer.
-Obrigado ao Antero por seu trabalho de investigação e informação. Não conheco esta técnica. Nem o nome conhecia. Obrigado também por tuas apreciações tão positivas. Muito do que exprimimos não nos pertence. Passou a fazer parte da nossa memória colectiva.
-O Joaquim Moreno é uma verdadeira sentinela, sempre alerta! Como fazes para encontrar sempre a corda sensível de cada um de nós? Na verdade os meus seis netos (pelo momento) são uns amores. Não há meninos mais lindos, mais inteligentes, mais queridos que os meus netos. Compreendo perfeitamente que os outros avós digam o mesmo dos deles... O contrario me estranharia. No fim de Setembro ouví com atenção e interesse o Toninho discorrer sobre a sua netinha e o Carlos Baleco sobre os seus dois netinhos e penso que eles me ultrapassam na “babadisse”.
-Obrigado Nelson pelo teu abraço e pela tua cumplicidade de sempre. Só lamento que não te decidas a aceitar os meus convites tantas vezes reiterados para vires aquí passar uns dias. Espero que com a geminação de Mangualde com a cidade do Puy-en-Velay (aquí perto) de que foste artesão , faças um destes dias parte da viagem. Espero que tu e outros não tenhais ciúmes do Eduardo bento (gargalhadas) por eu ter dito que ele é o primeiro... Na minha amizade todos são primeiros... Estou agora a pensar em tí, na nossa amizade, no nosso passado e tu és único.
- Obrigados Jaime e Lena, cumplices de momentos tão ricos e agradáveis durante as férias aquí em França e na Croácia... E o dia 26 de Setembro passado em Torres Novas... falarei depois!
-Com o Antero começa uma cumplicidade que será muito mais forte quando nos dermos o primeiro abraço. Na verdade ainda não nos conhecemos pessoalmente.
-Caramba, amigo Celestino, que memória... Recordo-me perfeitamente dos ciganos de Macedo... O brigado, Celestino, por me teres permitido (há dois anos) realizar um de meus fantasmas. Tendo eu um titulo de transporte bem normal e simples, obtiveste na TAP que eu viajasse de Lisboa até Clermont Ferrand em lugar prestigioso, disfrutando das atenções quase exclusivas das “ Hôtesses de l’air”... Foi um momento único...
-Caro Toninho, obrigado por este abraço com que agora me gratificas e também pelos momentos simpàticos que passamos juntos em Torres Novas...
-Obrigado ao Alexandrino, companheiro de longa data que sempre apreciei e admirei como pessoa calma, ponderada, de grande objectividade. Se tivesse que te dar um cognome, chamar-te-ia “o pacificador”. Nunca te vi zangado nem a dizer uma palavra mais alta que outra. Também assim eram o fr. Miguel e o Horácio (e certamente muitos outros) cuja única presença contribuía para a minha paz interior.
-Bem ajam Eduardo Bento e Vitória. Evidentemente que nos encontraremos no próximo Verão... Aquí, aí, algures...
-Obrigado Baleco, pelo teu abraço. Há uns anos para cá começàmos a ver-nos mais frequentemente nessa bela cidade de Torres Novas... É sempre um prazer.
-És tu Ginja?! Na verdade não pode ser outro. Luis Ginja! A diaspora data de ontem. Parece que nem adeus nos dissemos... era assim naquela época. Tive prazer em encontrar-te há certamente mais de 20 anos, num encontro em Fátima onde estava também o Nelson com o filho de uns dez anos, como atestam as fotos. Foi com imenso prazer que vi o teu nome aparecer aquí neste nosso meio de comunicação. Prometeste que voltarias! Volta já.
-Filipe Laje Baptista! Que surpresa! Seguí com muita atenção a tua entrada no blog. Obrigado ao Celestino por te ter trazido até nós. Espero sinceramente “que melhores momentos se afigurem”! Se tiveres ocasião de vires até este velho continente passa por Clermont-Ferrand, no centro da França. Seras meu convidado durante pelo menos uma semana. Este convite estende-se a todos os dominicanos e ex-dominicanos. Não venham todos ao mesmo tempo, senão teremos que dormir no cabanal no fundo do quintal. Também não haveria problemas.
Fizemos a aprendizagem num certo palheiro no Pedrógão.
-Termino com um comentário a esta reportagem que é tudo menos canhota e que eu gostaria de ter escrito. Não havia nevoeiro naquele dia!... Talvez os olhos um pouco embaciados de emoção, mas o pescoço bem esticado e orgulhoso porque um dos nossos era reconhecido públicamente e homenagiado. A Vitória e o Eduardo esperavam entre trinta e cinquenta pessoas, tendo-se recusado a fazer convites ou publicidade! Como dizes amigo Jaime, dos duzentos lugares do auditório, poucos sobraram.Que prazer ouvir o Pedro Canais, amigo da familia Bento, ( estou a acabar de ler o seu romance ”A lenda de Martim Regos” ) falar da obra e do homem. Foi com emoção que ouvimos tantos conterraneos do Eduardo sublinhar o seu humanismo, a sua disponibilidade e sensibilidade o seu respeito por toda a pessoa, qualquer que seja sua função, ou nivel, ou postura na sociedade. Sabia tudo isto mas gostei que fosse reconhecido e dito publicamente. O Eduardo Bento é grande, grande na sua simplicidade. Ele conseguiu fazer mentir uma famosa frase do Evengelho... sendo “profeta” na própria terra!
Permite Eduardo Bento que publique neste blog o poema que a Geneviève compôs especialmente para esta ocasião, pensando na amizade que une as nossas famílias.
L’AMITIE
Il est doux de penser que tout au fond de soi
Il est un sentiment aussi fort que l’amour.
Un don qui nous est fait, cadeau que l’on reçoit
Dans le creux de nos mains un peu plus chaque jour.
Il frappe à notre porte aux instants les plus sombres,
Nous aidant à porter les fardeaux et tourments
Mais aussi aux moments sans nuages et sans ombre.
Il est à nos côtés, fidèle, à tout moment.
Il est comme un bel arbre aux racines profondes,Rien ne peut l’altérer, le détruire ou l’atteindre,Même les plus grands vents qui soufflent à la ronde.
C’est un feu en nos cœurs que nul ne peut éteindre.
Il a même un parfum laissant dans son sillage
L’empreinte indélébile des senteurs colorées
De mille souvenirs aussi bien fous que sages
Que l’on aime revivre et se remémorer.
Il chante en nos mémoires, se lève chaque matin
Embaumant notre route, fleurissant nos sentiers.
Ce sentiment si fort qui nous prend, nous atteint
Est un trésor précieux qui se nomme « amitié » ! Geneviève
Herança indivisa ou divisível? Igualdade ou Equidade?
Não estarei presente no próximo almoço/encontro anual de 17/Out/2009, cuja herança também assumo, à minha maneira, como cada um, sempre esperando que apareçam mais alguns, Sobretudo dos meus tempos de 1964/66, 66/69 e 69/71 como [no 2.º ano, Turma B (1965/66) eu já tinha o n.º 61 ... (acabei de encontrar uma prova concludente)]:
(a) Abel, Abílio, Alberto, Almerindo, André, Antero, Batalhas, Boucho, Martins, Caetano, Caló, Campante, César, Diamantino, Dinis, Domingos, Domingues, Eduardo, Elias, Evangelista, Farinha, Ferraz, Filipe, Frazão, Guerra, Guilherme, Jaime, Jesuino, Lourenço, Luís, Mendes, Miguel, Pacheco, Paulo, Pinho, Porfírio, Sabença, Sacas (peudónimo), Toninho, Torres, Vasco, Vicente e Xochinhas (peudónimo);
(b) frei Alberto, frei André, frei João Domingos, frei João Leite, frei Miguel e frei Raul Rolo;
Deixo também uma palavra especial
(c) aos bloguistas A. Benta (peudónimo), A. Purificação, A.Alexandrino, E. Bento, E. Vintém (peudónimo), Fernando V., J. Celestino, Jaime S. e Nelson V., que em nada destoam dos bravos arautos das listas anteriores.
(d) entre todos há outros, não menos importantes, de que só lembro a cara, a voz ou uma ideia, o que não é menos.
(e) Lamento pelas ausências que apenas se devam à vivência de momentos ou vidas difíceis, sempre suspeitando que não sejam poucos.Mantenham-me a par. Tentarei fazer o mesmo.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
RECONHEÇAM-SE!... REVEJAM-SE!... RECORDEM-SE!...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ÁLVARO AMARAL MILAGRE -15 de Outubro - PARABÉNS!...
Jm.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Fr. JOÃO LEITE O.P. - 9 DE OUTUBRO - PARABÉNS!...
Professor e treinador de Várias gerações. Continua todo activo e empenhado no seu Ministério.
Votos de longa e saudável vida.
J.M.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Infografia - FVaz e EBento
Frei considera imperioso combate aos maus hábitos da juventude
Luanda - O frei João Domingos apontou nesta segunda-feira, em Luanda, a necessidade de se combater seriamente o habito do uso exagerado de bebidas alcoólicas, estupefacientes, inalação de gasolina e outros elementos nocivos à saúde e bom comportamento dos jovens.
Convidado pela Angop a fazer uma abordagem sobre a situação da juventude angolana, o prelado frisou que muitos destes jovens precisam de educação moral na família, na escola e em outros espaços para cultivarem e praticarem o civismo.
Segundo o frei, muitos deles não estudam, não sabem ler nem escrever ou sabem pouco, desempregados e alguns não têm documentos para poderem trabalhar.
“Acrescido a isto, há a sensação de vazio e frustração, nenhuma auto-estima, revolta e agressividade contra tudo e todos para desabafar esse sentimento de frustração”, disse o líder religioso.
O frei apontou ainda para falta de leis sobre o consumo de álcool em qualquer idade e em qualquer sítio e a pressão dos vendedores que apresentam a bebida na rua e em casa.
Como forma de combate a este fenómeno nocivo ao bom rumo dos jovens, o frei apontou para a necessidade de criação de centros ou institutos de formação, recreação e de trabalho que os ocupe e os leve a experimentar actividades de crescimento, alegria e lucro para desenvolverem a auto estima e ganharem o gosto pela vida, abandonando atitudes como a frustração e a revolta.
“Além de tudo isto, o convívio com colegas, professores e outros funcionários seria um antídoto para o álcool e droga”, elucidou.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
FERNANDO JOSÉ VAZ - 6 de OUTUBRO - PARABÉNS!...
Todos conhecemos o seu caminhar e estar na estrada da VIDA, mas... poucos sabem que é um AVÔ terno e..."babado" pelos Seus NETOS. Conta-lhes as histórias da tua terra por muitos e muitos anos. Votos de saúde.
Jm
domingo, 4 de outubro de 2009
O TEMPO NÃO NOS AFASTA... TALVEZ NOS APROXIME...
De quando em quando reencontramos um companheiro de Aldeia Nova/Fátima....
Neste caso, e decorridos que são mais de 40 anos, eis que recebo um telefonema do Filipe Lage Batista....
Falava-me do Canadá/Montreal...,
Soube que nos vamos encontrar no próximo dia 17.... Estava emocionado e gostaria muito de participar no encontro...
Para os que privaram com o Filipe, ele é o mesmo que conhecemos em Aldeia Nova/Fátima.... Leiam o e-mail que se segue...
Ainda que formalmente dirigido a mim, é uma sincera mensagem a todos os que passaram por Aldeia Nova/Fátima...
Zé Celestino
«Muito estimado e caro Celestino,
Foi para mim um enorme prazer e uma alegria difícil de qualificar o ter tido a oportunidade de falar contigo, ontem, ao telefone. Congratulo-me de saber que estás bem na vida e que tens tido sucesso! É sempre uma grande alegria saber que colegas e amigos nossos que há 40 anos, ausentes dos nossos contactos imediatos, estão bem, sentem-se realizados e mordem na vida com entusiasmo. Bem hajam! No que me toca, a vida para mim não tem sido fácil!... Sempre foi assim desde a minha infância!... No entanto, continuo a sorrir á vida na esperança que melhores momentos se me afigurem!!!... Mais tarde vos direi por que é que estou em simbiose com o Zeca neste sentido. Mas, o desabafo triste da minha vida, por agora, fica em segundo lugar. O que me interessa é saber que os nossos antigos colegas e amigos do Seminário de Aldeia Nova do Olival e depois do Convento, em Fátima, encontraram o formidável meio de festejar periodicamente. Bela iniciativa para continuar a tecer laços de amizade e fraternidade. Infelizmente estou longe de toda essa atmosfera de alegria comunicativa que paira nesses belos momentos e fraternais encontros. Estou convosco em espírito, já que não vos posso comunicar a minha alegria de outra maneira. Como gostaria de estar presente para vos interpretar, com a minha viola, as mais belas baladas do nosso tão querido Zeca Afonso! Fi-lo nas minhas aulas de Filosofia para os meus alunos que me comunicavam os arrepios de prazer que a poética do Zeca lhes provocava!... Momentos de grande conforto espiritual! Como gostaria de vos comunicar tudo isto!...
Não gosto muito de falar de mim, mas impõe-se que refira algumas etapas marcantes do desenrolar da minha vida, aqui, em Montréal. Continuei o estudo da Filosofia na Universidade de Montréal e depois ingressei no ensino da mesma durante 38 anos. Especializei-me em dois campos da Filosofia analítica que são a psicanálise e as ciências políticas. Fiz várias conferências e continuo a fazer sobre assuntos ligados a estes ramos da Filosofia. Fiz algumas conferências sobre um assunto que tem levantado uma grande polémica em toda a America do Norte - e, possivelmente, em todo o mundo ocidental - sobre o confronto entre o Islão e o Ocidente. Apenas um reparo, morreu um certo marxismo e foi substituido por um certo islamismo ideológico que não tem nada a ver com o Islão...Neste momento preparo uma série de conferências sobre o tema: A loucura, uma concepção política da cultura. A nossa civilização dá sintomas alargados de doença mental!...Enfim, isto tem muito pano para mangas... Também preparo uma série de conferências em Etnomusicologia Portuguesa baseadas na magistral Obra de Michel Giacometti e de Fernado Lopes Graça, dois vultos ou monumentos da nossa riquíssima Cultura e Música Popular.
Agora estou na reforma desde 2007. Sempre continuei a dedicar-me às minhas paixões, a música e a poesia. Tive uma emissão de rádio sobre a música e a poesia portuguesas, em língua francesa, durante 6 anos onde dei a conhecer aos norte americanos, e mesmo portugueses, os nossos poetas, e, sobretudo, a nossa rica música, desde o Carlos Seixas ao José Afonso, Carlos Paredes, Luiz Goes, Carlos do Carmo, passando pelo Rão Kyao, Mariza, Cristina Branco, Katia Guerreiro, Mísia, a extraordinária Dulce Pontes e muitos(as) outros(as). Neste momento vou publicar em edição bilingue, portugês-francês, o livro do poeta, meu amigo, Carlos Carranca: Coimbra à Guitarra. Este livro será ilustrado com fotos de Coimbra da autoria do antigo aluno desta Universidade e grande fotógrafo, Mário Afonso Garcia. Em princípio vai ser publicado em Paris pelo editor La Différence. Espero notícias brevemente do editor.
Como prometido, vou-te enviar algumas cópias de emissões que mais cativaram os interesses estético-musicais dos meus ouvintes, todas as culturas e línguas confundidas. Para que nesses belos encontros de confraternização, possa estar presente convosco. Será a minha maneira de vos comunicar toda a minha alegria.
Vou enviar uma mensagem para leres à malta e assim compartilhar convosco esse belo momento convivial que será, certamente, o próximo encontro de Fátima.
Aceita, estimado José Celestino, um abração de profunda estima do
Filipe Batista.
Desculpa o meu português que já perdeu muito da sua fluidez!...
Espero com ansiedade notícias tuas»
FILIPE BATISTA!...
Olá, amigos e colegas:
Foi com muita emoção que falei ao telefone com o Celestino, com o Alexandrino e o Pereira. Estou muito satisfeito de saber que todos são bem vivos, que estão bem na vida e mordem nesta com entusiamo. Bem hajam! Por momentos, o Celestino e o Alexandrino, poderão dar mais pormenores sobre mim porque já passei uns bons bocados com eles ao telefone.
Aproveito esta oportunidade para enviar um artigo que escrevi aquando do lançamento de um dos últimos CDs e DVDs do Dr. Luiz Goes que, como sabem, continua a ser uma das vozes mais belas e emblemáticas de Coimbra. Só tem igual no nosso muito querido José Afonso que continuo a estudar e a cantar. Por todas estas razões, achei que seria interessante dar a conhecer a toda a malta, através do blogue, os sentimentos que me animam e que justificam o meu entusiasmo por esse grande baluarte da música e da cultura portuguesas que é o meu grande e fraternal amigo, Luiz Goes. Somos como irmãos. O meu artigo sobre esse trabalho mágnifico de Luiz Goes que é Epírito e Raiz, dir-vos-à, em tom maior, tudo o que sinto e como vibro com essa fantástica obra de arte que todos devem conhecer.
Junto, pois, envio o dito artigo para ser publicado no blogue; creio que precisa bem uma das minhas paixões que sempre foi e será a música.
O vosso amigo e colega de sempre que vos abraça a todos com muitas saudades.
Filipe Batista
Muito querido amigo, Luiz Goes.
Eis, pois, os sentimentos que me animam perante este magnífico trabalho, Espírito e Raiz. Trabalho este que invade todo o meu ser.
Como sabe, os seus poemas e a sua voz são a minha companhia onde quer que esteja. A sua alma também é minha. Esta apropriação do seu universo poético-musical passa por uma corda muito sensível que ressoa sempre que a harpa da nostalgia, da saudade e da paixão vibra com o sopro do momento. E porquê? Trata- se, a meu ver, "de uma verdadeira questão filosófica", ou seja, uma pergunta sem resposta. A explicação mais plausível reside, de certa maneira, no facto de que o seu universo artístico também é o meu. Só sei dizer que me sinto bem! Sinto-me em uníssono com o seu mundo. Vou-lhe fazer mesmo uma confidência: quando chegar o meu dia derradeiro, o dia de passagem deste mundo para o "outro"(...!), quero que a sua voz seja o requiem que me acompanha.
Por outro lado, devo dizer que me é muito dificil fazer uma crítica do seu novo trabalho, Espírito e Raiz. Para já, o meu espírito de "delinquente", neste campo, sente um certo mau estar - para não dizer desdém - com a palavra crítica... Também tenho grande dificuldade "...com os velhos curas da legalidade...", como refere na entrevista do seu DVD, e com muita pertinência. Fazemos parte de um mundo á parte; um mundo que não coincide com os modelos oficiais! Eles tiram-nos toda a espontaneidade e criatividade. Por outro lado, estou tão implicado no seu universo musical que não tenho recuo suficiente para falar sobre ele. - Olhe, Luiz, que trabalho maravilhoso!... Ao ouvir a sua voz que se prolonga na poética intemporal de Carlos Carranca, no arpejar sublime da guitarra de João Moura, na rítmica das violas de José Santos e Luiz Veloso e na doce melodia da flauta de Abel Gonçalves, numa sinfonia de emoções e sentimentos, todo o meu ser vibra e se ilumina num arrepio de prazer!!... Que mais posso dizer no limite das palavras?!...De uma maneira mais fria e tentando quase o impossível, farei os seguintes reparos sobre o trabalho: a) a sua forma plástica e b) o fundo da mensagem.
A) A forma plástica do trabalho:
Devo dizer que graficamente é um trabalho rico, pois "fere" a sensibilidade e o imaginário não só de todos aqueles que passaram por Coimbra, mas também aqueles que, como eu, penetram e vivem, de alguma maneira, aquilo que foi e é a alma coimbrã. Feliz equação ou concordância entre o branco e o preto das imagens e o contraste da luz alaranjada – excepcionais imagens do fotógrafo Mário Garcia Afonso - que excita a memória e provoca igualmente o imaginário. Mesmo sob o ponto de vista de formato de livro com CD e DVD integrados, é uma embalagem de esmerado gosto. Sobre este plano, esta apresentação de elevado requinte artístico, traduz bem o trabalho de Espírito e Raiz. Assim "o ter passado por lá..." dá lugar ao "estar lá...". Isto explica que tenha havido uma história onde cada um se reconhece e se representa como autor de um passado que a memória recria a todo o momento, isto é, o começo daquilo que é ser, na essência, de alma coimbrã. As imagens (fotografias e vídeo) na sua conotaçâo, são constituidas por uma arquitectura de sinais vindos de uma profunda e grande variedade de léxicos referentes á psique de cada um. Esta é, nesta perspectiva, articulada como linguagem. Sobre este ponto de vista, a imagem não sendo a realidade, é o analogon, trata-se de uma mensagem sem código. Quer isto dizer que a fotografia é uma mensagem continua. Neste sentido, pode-se dizer que o trabalho, enquanto obra de arte, comporta duas mensagens: uma que é o analogon ou mensagem conotada e outra que é a mensagem que o imaginário dos seus artistas exprime através da sua maneira de interpretar artisticamente a realidade enquanto memória. De certa maneira, a conotação não se deixa 1er imediatamente. Num primeiro tempo, ela pôe em alvoroço o imaginário. Ela é o invisível activo e o claro implicite. Aqui reside a grande força da imagem numa perspectiva de Roland Barthes. Ainda de um ponto de vista gráfico, posso acrescentar que se trata de um trabalho em que as novas tecnologias acentuam com muita acuidade uma admirável estética que pôe em evidência e acentua de maneira pertinente aquilo que muito nos prestigia: a riqueza da nossa cultura musical. E aqui discorde com algumas interpretações de "intelectuais puristas" exprimindo a ideia de que a canção de Coimbra mais não é que um epifenómeno. Que importa?! Nem por isso deixa de ser um elemento integrador da nossa rica cultura musical, sobretudo quando se trata de um trabalho de envergadura como o de Espírito e Raiz.
B) O fundo da mensagem:
Antes de mais tenho de dizer que este trabalho, de alto nível artístico, poesia, voz e instrumentos numa perfeita harmonia define, sobre o plano estético, uma grande originalidade. E aqui estou de acordo com a ideia do amigo do Luiz Goes - aquele que está a fazer o trabalho sobre a sua obra e que o nome esqueço - que este trabalho confirma o facto de que estamos perante uma redefinição senão uma nova estética da canção de Coimbra. Uma das suas características mais relevantes reside na excelência do trabalho, sobretudo na sua forma criadora e reinventiva de um passado sempre presente, rico em imagens, recordações de todo o tipo que pôe em alvoroço o verdadeiro ser coimbrão. Isto é o Espírito e Raiz. Este dizer do tempo e no tempo exprime, a meu ver, aquilo que é próprio, fondamental do espírito e da alma coimbrã. Estamos perante um eu que se alimenta do imaginário dos seus mais estimados poetas, cantores, guitarristas e outros instrumentistas que finalmente cantam e tocam a alma lusitana. Assim, a poética intemporal de Carlos Carranca, garante a este trabalho uma profundidade e um rigor dificeis de qualificar e igualar.
«Eu que nasci no mar, sou um homem da montanha!», diz ele. E ainda: «...tuna aquante, sol liquido de espuma, serra parada na bruma do milagre desse instante...». Arauto sensível e delicado da alma coimbrã, sua musa habita a Serra da Lousã e navega em vela panda nas águas cristalinas do Mondego. O verão passado, tive o privilégie e o prazer de admirar e sentir, no mais profundo do meu ser, quão grande é sua alma e quanto ela se confunde e funde ao rigor e beleza da montanha. Nela ecoam as vozes e os sons, mesmo se distantes, de uma alma que o seu rico imaginário transforma num poema permanente à tão amada Coimbra. Como já referi nos textos das emissões que fiz sobre a sua obra, "...a voz do Luiz Goes é o espírito que sai e anda nas coisas e que faz vibrar todas as nossas cordas sensíveis como o vento o canavial, fundindo-se assim ao nosso mundo sensivel como o ser ao pensamento. Esta voz é expressão de um mundo interior sem limites. Ela abre rasgos de prazer na nossa sensibilidade e perdura nas emoções que provoca. A sua voz canta o mundo e o que falta ao mundo para ser música. Esta voz que esculpe o poema, é o exterior do interior e o interior do exterior que nos permite a duplicidade do seu sentir. É emprestando a sua voz ao mundo que, Luiz Goes, como cantor, transforma o mundo em música. Ela fere o segredo mais profundo do ser audível, excitando assim o nosso desejo que se prolonga num imaginário criador que não é outra coisa senão o nosso ser musical. Para se compreender estas transubstanciações, é précise descobrir a voz operante e actual, aquela que não é somente uma parcela de espace sonoro, uma simples amalgama de funções, mas um entrelaçado de emoções. Este universo artístico é bem o que nos une e nos maravilha e que faz de nós seres permanentemente insatisfeitos com uma aversão marcada a tudo o que é oficial. Traduzindo um pouco o pensamento de Nietszche, diria que é a partir desta "desobediência" que o homem começa a ser um animal interessante. Permita-me um último desabafo: excessivo, o meu pensamento voa através de uma nuvem de emoções que transforma em melodias e que um arrepio longínquo de ecos do passado acaricia no tempo; este fluxo de nostalgia corre em mim como certeza e este desejo de navegar num mar sem limites exprime toda a minha alma, todo o meu ser sempre présentes na distância do tempo. E que sentimentos exprimir pela virtuosidade e interpretações da guitarra de João Moura, das violas de José Santos e Luiz Veloso e da flauta de Abel Gonçalves? Elas são as estrelas que alumiam e conduzem a voz de Luiz Goes e a poética de Carlos Carranca através do tempo, tal uma veia por onde corre a canção de Coimbra em doce nostalgia e que tanto seduz e encanta!
Apenas um último reparo sobre o DVD:
As ruinas de Santa Clara, como cenário privilegiado para recolha das imagens de Espírito e Raiz, é uma escolha que me parece inteligente e adequada e cheia de emoções. Eu diria mesmo que essa evocação traduz um certo espírito mítico coimbrão que esse e outros monumentos evocam e alimentam. Recordá-los é reviver, de certa forma, um "passado glorioso". Graças à cultura, um universo religioso e uma mitologia "demistificada" que formaram e alimentaram a Civilização Ocidental e que faz figura de modelo. Mesmo se o "logos" (livro) triunfou sobre o "mitos"(tradição oral), nesses monumentos pode-se auscultar uma Antiguidade rica em revelações, personagens e feitos fabulosos aos quais estamos ligados. Nas suas paredes ecoam ainda as vozes do passado. O Luiz recorda um pouco esse facto quando canta: "Nos degraus da Velha Sé, canta alguém junto da porta à guitarra acompanhado, vá lá jurar que não era alguma guitarra morta, alguma voz do passado..." Directa ou indirectamente, o mito opera uma certa elevação. Ele constitui uma espécie de código de referência onde estão patentes os rituais que gerem o sentido e realçam o valor estético-musical, de certa maneira, da obra. Uma palavra de grande apreço para toda a équipa de realização. Tecnicamente o DVD está muito bem realizado. O trabalho da câmara merece especial relevo, particularmente no que diz respeito aos movimentos de câmara. A montagem permite uma perfeita harmonia entre a plasticidade (estética) e a mensagem da obra: isto é a obra de arte total.
Aqui fica, pois, estimado Luiz Goes, um pouco, o depoimento dos meus sentimentos acerca da sua obra, frescura e juventude de uma alma onde se retrata todo o meu espírito: Espírito e Raiz, uma obra de arte que deve ser escutada com paixão e amor, pois trata-se do canto de uma eterna juventude!
Um grande abraço de reconhecimento e de profunda estima do grande amigo
Filipe Batista
Montréal, Janeiro de 2006
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
REPORTAGEM CANHOTA DE UM ACONTECIMENTO DIGNO DE NOTÍCIA
Torres Novas, Auditório da Biblioteca Municipal no dia 26 de Setembro, pelas 16 horas: Apresentação e lançamento do livro O Nevoeiro dos Dias, de Eduardo Bento. Em subtítulo, (65 poesias). Tantas quantas as velas do seu último aniversário. Esperássemos um pouco mais e tínhamos 70. Venham mais cinco.
Apesar da discreta publicidade ao evento, dos 200 lugares disponíveis no auditório restavam apenas alguns, nas últimas filas, onde este improvisado mas pontual repórter se teve que sentar, o que diz bem de quão estimado é o EB por estas gentes de Torres Novas, a maioria dos presentes.
A mesa foi desfiando comentários e louvores à obra e ao autor lembrando que não era uma estreia, este livro, como escritor. Há precedentes com incursões pelo teatro, levado mesmo à cena em palcos portugueses e estrangeiros (Zamora). Sem falar na assídua presença no jornal local.
A personalidade de EB foi também dissecada. Salto pormenores e retenho apenas a singela afirmação de alguém que, caracterizando-o em suma, diz: “é um homem bom”. Frase banal, lugar comum, dir-se-á. Não será assim aos olhos do poeta (e nesse dia éramos todos) capaz de apreender os plurais e fundos sentidos da expressão; não será assim para quem se apercebe do intenso afecto que o tom de voz com que é dita, transmite.
Entretanto o Eduardo Bento ia ironizando, para conter a emoção.
Como luzes que se acendem e logo se escondem na noite, levantam-se e sentam-se espectadores/actores que lêem, à vez, excertos do livro, que ouvimos atentos e emocionados. Alguns, antes da leitura, não resistem a um comentário prévio explicando as razões de estarem ali: foram colegas, alunos, companheiros nas andanças culturais, etc. –Uma coisa todos têm em comum: a amizade e a admiração por EB.
Não resisto a um fait divers. Alguém teme não ser capaz de cumprir a sua parte no programa por ter esquecido os óculos mas, com ar decidido, pega no livro e declama sem hesitações, talvez dizendo já de cor, aquilo que fingia ler.
Mas ceda a magra prosa o lugar à poesia. Transcrevo, com autorização do autor, uma poesia sua. Mas antes, situemos a sua fonte de inspiração na antiga vila romana de Cardílio onde foi encontrado um mosaico que dizia, viventes Cardilium et Avitam felix turre. Não nos custa pensar que Cardílio tentou perenizar nesta inscrição o seu amor pela mulher...ou amante. Talvez as duas coisas. Ouro sobre azul.
Há consenso entre os exegetas que esta poesia, como a inscrição de Cardílio, consagra, cantando, a felicidade do seu autor com Vitória.
________________
Cardílio
Em breve dia aqui passei, em leve contentamento. E ouvi o vento, senti a chuva e o correr da fonte. Deixo os meus pés marcados no pó destes caminhos , por um tempo ainda regressarão rebanhos ao anoitecer. E nas longas noites frias, quando o vento se apodera do plátano, invade as frinchas da casa, acolho-me ao crepitar do lume. Amigos entretecem palavras junto à mesa e há prolongadas ceias de cânticos e de cítara.
Neste mosaico digo das vinhas, das vinhas próximas das encostas do Outono. Digo da deusa Ceres...por um tempo ainda haverá recolha de trigo, o bater do tear, o choro do moinho.
Vou por um caminho debruado de cedros, aproximo-me da tarde e do rio. Aqui breves peixes vogam no límpido silêncio.
Em tão confusos tempos aspirei a luz e deixei que me coroassem de heras e de rosas. Alegrei-me e provei do hidromel da tristeza. Ouvi os pássaros construindo manhãs. As árvores deram-me o rumor das folhas e vi como elas acolhiam as aves partindo para a noite.
Aqui com Avita vivi feliz.
Juntos soubemos resistir.
Sabíamos dos corredores sombrios à nossa espera
e foi na brevidade de tudo que fizemos a nossa eternidade.
Mas enquanto não cai a noite, a última noite, recordo o acolhimento das tuas mãos, Avita, sustendo açafates de flores e de afectos. E o teu rosto. O teu rosto... só ele dissolve o nevoeiro dos dias.
Por um tempo ainda ouvirei os teus passos, ainda teremos o último gesto. Um silencioso olhar...Depois a casa será das silvas. O pó apagará a casa. A trave do celeiro, mastro caído de um navio sem mar.