Já me não cruzei com ele em Aldeia Nova, no "internato gratuito" de que fala uma sua biografia que consultei. Não o conheço pessoalmente, mas já me encontrei com ele nas págimas de alguns dos seus livros. É um dos nossos, que hoje completa 60 anos, se calhar longe da sua Achadinha natal plantada na ilha de S. Miguel, mas perto de todos os que o admiram.
Fica aqui esta evocação, à guisa de homenagem deste espaço, onde todos gostariamos de encontrá-lo.
18 comentários:
Parabéns ao João de Melo que penso achar-se em Madrid, longe,portanto, da sua Achadinha natal. Que ao menos saiba do nosso interesse por ele.
Jaime
João,do Ribatejo vai também um abraço com votos de muita saúde, muitos anos á frente, com muitos livros para os teus leitores. À tua e à nossa. António Silva
João,
Venho dar-te uma razão para mostrares 6 a 7 parágrafos da tua literatura inédita.
No ano lectivo de 1964/65, estava eu a entrar em Aldeia-Nova e tu a sair desta para o estágio. A tua turma era um grupo comunicativo, altivo e alto que poderia ser representado num sociograma parecido com um triângulo cujos vértices não são da minha conta.
Vivi lá até 1969 e, de seguida, estive durante 2 anos em Fátima, num regime já muito mais aberto que o teu, segundo se diz, mas não cheguei ao estágio, entretanto diferido para 2 anos mais tarde.
Em 2008 descobri o presente blogue, fundado por ex-dominicanos profissionais que passaram em Aldeia-Nova na década de 50. Pelo que li, apareceram também alguns alunos da década de 60, já mais liberais, inclusive do teu tempo, um dos quais tem filhos que foram amigos dos teus (não me lembro qual de vocês tem 2 filhas ou dois filhos, respectivamente).
Neste blogue a escrita é informal, mas engloba alguns perfis e personagens que tu não desdenharias, sobretudo nos comentários de uns a outros, principalmente quando aparecem um agnóstico, um beatão, ou alguém que soube de alguém.
Que tal 6 a 7 parágrafos sobre:
O tema com que ganhaste o teu último 1.º prémio nos jogos florais da Academia de Aldeia-Nova na Primavera de 1965?
Sobre a peça de teatro representada no Natal de 1964?
Junto-me aos teus 60 parabéns, claro.
Embora sejam factos de natureza muito pessoal que ao próprio competiria dar notícia, querendo, creio que não me levará a mal que clarifique, face à intervenção do Isidro, que o João de Melo tem um filho e uma filha, já maiores e com rumo profissional. Encontra-se em Madrid, mas espero em breve ter oportunidade de lhe transmitir a simpatia e amizade que corre por este blog quanto a ele, à sua obra e como já animou estas páginas.Mais um abraço João.
Amtero Monteiro
Mas este João de Melo não tem catadura de ateu?
Não foi ele que disse, ou escreveu, que para ele os americanos pareciam ter infinitamente mais poder do que Deus? Claro que se devia referir às canhoneiras e à parafernália de guerra que eles têm tido a moléstia de desenvolver através dos tempos, convencidos que são os donos do Mundo... mas enfim!
Hoje não acabo este arrazoado ( da outra vez escrevi arrasoado, que é erro grave para uma pessoa tão culta, mas eu nunca ponho erratas ( erratas? Que raio de terminologia...) com paz para ninguém.
Lembranças e um grande abraço para quem faz anos!
F.r. da Área Benta
Votos de longa vida com saúde e muitos êxitos literários até ao Nobel (não seria o primeiro português, mas o primeiro dos nossos).
Parabéns
A. Alexandrino
Armando,
Passaste-te dos carretos?
Então o Nobel não é um prémio político da literatura, em vez de ser um prémio literário?
Ora, vê lá.
Quando o Saramago foi premiado com o Nobel havia outro grande, e maior que ele, o Jorge Amado, na língua portuguesa. Mas este, devido à sua doença, não estava em condições de ser mostrado nos Media. Até agora, a única personalidade que pôde mostrar-se e ser mostrada em débeis condições de saúde foi o papa anterior, o que até um agnóstico é capaz de admirar.
Mas o Jorge Amado não estava apenas débil. Aos olhos comuns, estaria che-che ou lá perto. Foram factores como este que elevaram o Saramago a algo maior que ele, em termos relativos do Nobel.
Não digo mal do Saramago mas "Eu vi assim".
Depois deste zig-zague em que, acreditem, preveni-vos que não serve de nada ver a política apenas à maneira de Bordalo Pinheiro, vamos ao que interessa nais. Parabéns, Alexandrino, pelo facto de colocares a barra alta ao João de Melo.
Depende do que ele quiser, do que ele quiser ser e do que ele estiver disposto a fazer. Quanto ao resto, ele já tem, até na imagem, sem prejuizo de a palavra excelência ser apropriada apenas quando aquilo a que se refere, não só existe, mas é também consensualmente reconhecido.
Eu, se puder, votarei a favor do Nobel para o João de Melo.
Se tal vier a acontecer, lembrar-me-ei que a proposta partiu de ti e também que ele já tinha tido um pré-Nobel, em 1965, que tive o privilégio de ouvir na mesma Academia que levou à cena a "Morte e Vida Severina".
"...Acabei de ler com muito gosto " O Mar de Madrid" do nosso colega João de Melo. Bom romance! Boa literatura!..."
Neves de Carvalho, em 21 de Setembro de 2007 0:17, conforme
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=3192174853698367736&postID=6628216463457768035&isPopup=true
"...Também li com prazer os dois romances de João de Melo: " O mar de Madrid" e "Gente feliz com làgrimas"...."
Fernando, em 22 de Setembro de 2007 8:49, conforme
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=3192174853698367736&postID=6628216463457768035&isPopup=true
"...o bom do Prof. Horácio ... vai muito a Madrid prestar apoio cultural na nossa Lusa Representação, onde labuta um velho companheiro e Amigo na difusão da nossa literatura e cultura...."
Peregrino, em 10 de Maio de 2007 17:16, conforme
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=3192174853698367736&postID=4176595833972805242&isPopup=true
As 3 citações anteriores, deste mesmo blogue, em 2007 são minhas, sem que, para tanto, tenha pedido autorização ao Neves de Carvalho, ao Fernando e ao Peregrino que espero que não se importem.
O Peregrino será o que estava em Aldeia-Nova em 1964/65? - Se é, que aceite os meus créditos pela imagem de tranquilidade que ostentava.
A citação seguinte é minha, do "Mar de Madrid", de 2006:
“…
Dolors sabia, na pena do autor de O Mar de Madrid – português dos Açores que preza o silêncio –, que «nenhum povo do mundo falava tanto, tão alto, tão depressa como os espanhóis. Falavam freneticamente, cheios do universo absoluto das palavras.
…
Os portugueses, pelo contrário, conversavam a meia-voz, com pausas e suspiros.
…”
Deixem-se de coisas. O Nobel vai desta vez para Lobo Antunes. Ao menos esse nunca se mudou para Espanha.
Jaime
Ò Jaime, o Lobo Antunes não foi para Espanha mas esteve prestes a mudar-se para os EUA.
Já não sei precisar o ano em que isso foi anunciado no Expresso numa entrevista ao referido escritor. Então foi uma autêntica bomba. Lembro-me perfeitamente de ter comentado isso com o João de Nelo num dos encontros na Fonte da Telha pelo S, Martinho, e da resposta calma e enigmática no tom fleumático do João de Melo:
"Não vai não". Ele estava seguro e lá sabia porquê.
A. Alexandrino
Este povo europeu que, por um lado não foi hegemónico, e por outro tem uma história imperialista e colonizadora, construiu a hiperidentidade, com que o Jaime desconfia, com humor, de quem está, ou esteve, no estrangeiro, confiando em quem ainda cá permanece.
Ele sabe que "..há portugueses azedos - entre as elites - que gostariam de ter nascido no estrangeiro e que não perdem uma oportunidade para desancar o seu país. ... Mesmo quando eram escritores de génio, como Eça de Queirós, ou grandes caricaturistas, como Rafael Bordalo Pinheiro ou pertenciam a círculos snobes como os Vencidos da Vida…" (citação que ele nos trouxe há algum tempo de um grande amigo do Lobo Antunes).
Alinho na teoria do Isidro.
Estes prémios têm sempre subjacente uma componente de equilibrio político e estatal.
Não me parece que tão depressa venha outro prémio para esta banda, qualquer que seja o mérito dos concorrentes.
Antero Monteiro
Concluindo:
Contados os votos dos presentes, verificou-se apenas um voto contra. As abstenções contam como votos a favor, porque quem cala consente. A proposta foi aprovada por quase unanimidade, com aplauso. Ergo, passemos à redacção da acta a enviar a Estocolmo, para desde já ser reservado o próximo Prémio Nobel para o João de Melo.
O presidente da mesa da Assembleia
Ezequiel Vintém
Até agora, eu conhecia-a aquela técnica como "chapelada" e tinha notícia da sua aplicação em circunscrições de lista única, como as da autodenominada União Nacional, mas nunca me tinha ocorrido a possibilidade de lhe conferir dignidade matemática, permitindo que a ciência a recuperasse para mais nobres actividades.
O Ezequiel Vintém acaba de o fazer e, por isso, será dado o seu nome a um painel de Teoria dos Números no próximo Congresso Mundial das Matemáticas.
Aceitam-se mais contributos criativos e inovadores.
Apesar da relutância do F.r. da Área Benta, tenho se fazer mais uma errata:
Onde se lê:
Até agora, eu conhecia-a,
Deve ler-se:
Até agora, eu conhecia
Isto está a correr mal. Tenho de fazer mais uma:
de:
tenho se fazer mais uma errata:
para:
tenho de fazer mais uma errata:
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