terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

TEMPOS LIVRES

Sabemos que a memória é uma coisa obsoleta, indigesta e merecedora de repúdio público. Mas eu sou antiquado, desculpem lá


De vez em quando tenho uma recaída mais grave, mergulho no fundo do baú do tempo amarelecido e saio de lá com relíquias como esta.

Os 11 violinos

Comecemos pela localização. Estamos exactamente no “magnífico estádio” do Grupo Desportivo de Fátima nos anos sessenta. Esta colecção de ídolos da bola, integrava nomes sonantes como o Filipe Lage Baptista (“O Pastilhas”), o António Pereira da Costa (“O Cabecinha de ouro”), o Arnaldo Jordão do Vale (“O Pé canhão”). Conto com a vossa ajuda para a identificação de todo o grupo.

À excepção de um, todos os outros “mágicos” são da “cantera”, ou seja, produto da “academia” ou “liceo” de Aldeia Nova. A excepção era uma aquisição oriunda do Porto, mais precisamente de Rio Tinto, senhor de “elevada cultura técnico-táctica”.

O equipamento, para quem não distinguir as cores, era idêntico ao do Sporting Club de Portugal, obviamente. (Quem oferece, merece publicidade). Até as botas vieram de lá, usadas.

Reparem nas caneleiras. Era com esta confiança na lealdade e fair-play dos adversários, que se mostrava o nosso espírito desportivo. Os cronistas actuais de futebol diriam, sobre estas imagens, que estes jogadores se assemelhariam a combatentes que iam para a guerra desarmados e sem escudo. Posso garantir-vos que nenhum destes jogadores de futebol saiu alguma vez lesionado. Outros tempos.

As “bancadas” encontram-se no lado oposto e nesse dia estavam repletas.

A. Alexandrino

8 comentários:

Anónimo disse...

Considero esta foto e outras dos mesmos lugares e tempos, verdadeiras relíquias...

Como costumo dizer, são documentos «ad perpetuam rei memoriam»...

Permito-me, pois, sugerir a todos os que tenham fotos dos seus tempos de Aldeia Nova/Fátima que as enviem para o Nelson.

Estou certo que a maioria de nós, ao vê-las, sentir-se-à regressado à juventude e relembrará, com muita satisfação e até dos filhos e netos, muitas vivências e cumplicidades que quase esquecera...

À data desta foto já eu tinha perdido a «vocaxão», como me diria o Pe Luis Cerdeira... e andaria por terras da BB ou de Lisboa a lutar pela auto sobrevivência...

Dos 11 violinos, satélites do SCP, e ainda vocacionados para a OP - alguns penso que por muito pouco mais tempo - identifico, sem reservas, o Rufino, o Costa, o Pe Armindo e o Alexandrino, todos de pé, 1º,2º,4º e 5º da esquerda para a direita.
De «cócoras», também da esquerda para a direita,reconheço o Filipe,o Vitorino e o Arnaldo ( 1º, 2º e 5º)
Os outros 4 não identifico...

Atentem na cara de putos de todos...ainda que alguns mais compenetrados, vd Alexandrino...

Abraço


Zé Celestino

Anónimo disse...

Do que li neste blogue e no comentário que me antecede, estimei que a fotografia seja de uma data entre os anos lectivos de 1959/60 e 1962/63.

Porém, julgo lembrar-me deste mesmo canto do estádio no ano lectivo de 1969/70, pelo menos 7 anos depois, e tenho uma perplexidade.

Os arbustos não cresceram e, como arbustos, isso faz sentido, porque se renovam. Mas a árvore ainda tem o tamanho de vários anos antes.

Será que vocês a arrancaram quando lá passaram para que tivessem o exclusivo da mesma e a natureza vos pregou uma partinda, gerando uma idêntica?

Anónimo disse...

Penso que entre o Costa e o Pe Armindo està o Nuno que deve estar agora por Paris. O ultimo é o Pinho, (Fr. Moisés) à frente não reconheço o que està entre o Vitorino e o fr. Tomàs Obrigado Alexandrino, mandai mais.

Anónimo disse...

O que tem a bola à sua frente é o António Silva... (Jacinto) que está numa paróquia para os lados de Evendos (Mação).
Toninho (para não confundir mais o amigo Jaime)

Anónimo disse...

Toninho,
Pensei que o dono da bola (que não me parece lá muito redonda) fosse o malogrado Pe Martinho. Não?

Armando disse...

O saudoso Pe Martinho também era "bom de bola", também era de baixa estatura, também tinha a testa "subida", mas aqui confirmo que se trata do Jacinto.
A.A.

Anónimo disse...

ALEXANDRINO DIXIT:
"Sabemos que a memória é uma coisa obsoleta, indigesta e merecedora de repúdio público"...

Ora, com o devido respeito que é muito, eu diria que uma pessoa sem memória é uma coisa, uma besta, um catavento ou coisa nenhuma:
Não sabe donde vem nem para onde vai nem onde está por não ter pontos de referência.
Adiante! Este cristão Alexandrino, deve ser melómano ( que raio de terminologia, sem abelhas nem mel!)...Pelas alcunhas três artistas eram mais violinos que os outros.
Fica bem a boa e grata memória ao SCP... Afinal tens memória até aos pormenores, digerida e digestiva, contente e bem disposta.
Deste-me uma novidade, não sabia que o prof Pinho também tinha andado por Fátima. Pensei que fosse um professor completamente laico.
PS.: Desconfio que a bola que foi do SCP já ia instrumentalizada! E os violinos já a tinham domesticado.
Memória sempre e para todos!
Fr da Área Benta

Anónimo disse...

«...
António Silva disse...
O que tem a bola à sua frente é o António Silva... (Jacinto) que está numa paróquia para os lados de Evendos (Mação).
Toninho (para não confundir mais o amigo Jaime)

10 de Fevereiro de 2009 20:17
...»

Um frade dominicano tornou-se pároco?. Isso foi mesmo assim?