segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

JOÃO DE MELO - ESCRITOR - Um dos nossos


João Manuel de Melo Pacheco, natural dos Açores, mais conhecido por JOÃO DE MELO, foi também aluno de Aldeia Nova (e não sei se de Fátima).
Muitos dos nossos colegas com intervenção neste blog serão do tempo de João de Melo, uma vez que ele frequentava o quarto ou quinto ano quando eu entrei em 1965.
Estarão certamente lembrados dele como um dos poucos açorianos que ao tempo frequentavam Aldeia Nova. Apenas me lembro, além dele, do José Maria, mais velho que a maioria de nós, que se destacava pela sua estatura e pela sua qualidade de guarda redes.
Não quero aqui contar a história da passagem por Aldeia Nova de JOÃO DE MELO, uma vez que o próprio o poderá fazer, se assim o entender, com a sabedoria, propriedade e legitimidade que eu não tenho.
Quero sim alertar para o facto de ser figura pública e reconhecido escritor, que acompanho ao longo de muitos anos, pessoal e profissionalmente, como amigo.
Para informação dos que entraram antes ou depois da passagem dele e que por tal motivo não o conhecem como um dos nossos aqui deixo esta referência.
Facilmente poderão obter informação, mesmo na Internet (bastará inserir o seu nome no google).
Enquanto escritor, reconhecido, premiado e mesmo condecorado, tem já uma obra vasta e notável de que destaco :


O MEU MUNDO NÃO É DESTE REINO (1983) romance
AUTÓPSIA DE UM MAR DE RUÍNAS (1984) romance
ENTRE PÁSSARO E ANJO (1987) contos
OS ANOS DA GUERRA – Antologia (2 vols.)
GENTE FELIZ COM LÁGRIMAS (1988) romance
BEM-AVENTURANÇAS (1992) contos
DICIONÁRIO DE PAIXÕES (1994) crónicas
O HOMEM SUSPENSO romance
AÇORES, O SEGREDO DAS ILHAS (2000) viagens
AS COISAS DA ALMA (2003) contos
O MAR DE MADRID (2005) romance
O VINHO - Ilustração de Paula Rego – (2007)

A sua obra encontra-se editada pela D. Quixote, penso que na totalidade, embora também tenha publicado no Circulo de Leitores e na Assírio & Alvim. Está editado em diversas línguas e países.
Tendo cumprido serviço militar em Angola, alguns dos seus livros abordam o tema da guerra (de que destaco, nesta área, e recomendo “Autópsia de um Mar de Ruínas” e a Antologia- lembrei-me deste livro – Autópsia - quando vi no blog os versos recentemente colocados sobre o tema da guerra e da morte).
Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, depois de uma longa carreira no ensino, é há vários anos Conselheiro Cultural de Embaixada de Portugal em Madrid.
Para os mais atentos não será novidade, mas espero contribuir deste modo para enriquecer a informação do nosso blog e espero também que ele próprio, apesar da sua falta de tempo, possa ter aqui intervenção se assim o desejar.
Um abraço para todos e especialmente para o João de Melo, que espero que oportunamente apareça por aqui.

Lisboa, 2009.01.12
Antero Monteiro

4 comentários:

Armando disse...

Boa dica Antero.
Quando deambulo por este blog ocorre-me muitas vezes o nome do João de Melo, mesmo que em contraponto à vivência de muitos dos que aqui reportam as suas memórias. Em "Gente feliz com lágrimas"( Grande Prémio APE em 1989), o Pacheco, como nós o conheciamos, tem uma visão um pouco negativa de Aldeia Nova.Tenho pensado mesmo em trascrever algumas dessas passagens aqui para o blog. Não podemos habituarmo-nos a desfolhar aqui só maravilhas de Aldeia Nova ou de Fátima. Não obstante, o Pacheco apareceu algumas vezes nos encontros anuais. Recordo-me de uma vez em Aldeia Nova num dos primeiros encontros a que ele também se refere no livro citado e pelo menos outra vez na Fonte da Telha. De açorianos, tivemos também o Guilherme, natural da ilha Terceira e o Pinheiro, que depois de ordenado fixou-se no Canadá (não tenho grandes certezas, mas alguém me corrigirá).
A. Alexandrino

Jaime disse...

Junto a minha voz às vossas vozes "convocando" o João de Melo para este site (ou sítio, como talvez prefira). Ao site e, de novo, aos nossos encontros onde também me lembro de o ter visto. Numa das vezes tive mesmo a honra de ler um trecho de "Gente feliz..." que abriu a charla que se seguiu e de que ele se encarregou.
Antes de ele ir para a guerra encontravamo-nos frequentemente no Martinho de boa memória e, entre outras coisas, discutíamos alguns escritos destinados à publicação num dos vespertinos ,o Diário Popular, se não estou em erro, assinados ainda na altura com o nome de João Pacheco.
Jaime

Unknown disse...

Jaime
Tens boa memória. Era o Diário Popular com tentativas de de publicar no suplemento do Diário de Lisboa.
Para elém do Café Martinho, também era o Gelo( pegado aos telefones do Rossio). Recordo esses momentos e os textos do Pacheco.
J.Moreno

Anónimo disse...

Olha o Kim!!
Já conseguiu pôr a cabeça de fora, depois de estar enterrado na neve até às orelhas. Por isso estás com ideias frescas.
Bem vindo.
Ezequiel Vintém