quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rifão Quotidiano

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

Mário Henrique Leiria, in Novos Contos do Gin


Por: A. Alexandrino

9 comentários:

nelson disse...

Mesmo assim, há muita fruta a estragar.se!...

Zé Celestino disse...

Bom seria que as loiras nêsperas a que o Mário Leiria alude e ora trazidas à colação pelo sempre atento Armando Alxandrino fosem bem aproveitadas, no mínimo, em suculentas saladas mistas...

Abraço a todos e vão pensando nas prendas de Natal, principalmente nas que têm de oferecer...


Zé Celestino

Antero disse...

Louvável sensibilidade a do Alexandrino que sabe que o pessoal gosta muito de nêsperas, em qualquer época do ano!

Louvo-me nas doutas considerações anteriores!
Mas não se esqueçam da fruta da época, nomeadamente dos marmelos e já agora das castanhas, peras invernias etc...

Poema de dois versos

A saúde está primeiro,
mesmo que a fruta venha do celeiro!

Antero Monteiro

Fernando disse...

E zás, comeu-a !... Não me admira porque elas estão tão madurinhas, tão apetitosas que ninguém pode resistir-lhes... O Alexandrino tem sensibilidade?
Ele é mas é um grande malandro!...
É um prazer ter-vos como amigos, Fernando

Ferraz disse...

Hum!...
Estou meio desconfiado desta fruta da Primavera... e, pelos comentários que vejo, confirmo uma antiga ideia: a história do Capuchinho Vermelho não deve ser contado às crianças.
Bom espírito de Natal para todos e um obrigado ao Alexandrino pelo aviso.
Abraço e até logo.

A.Silva disse...

Como amanhã começa o Advento, nada mais próprio do que este conselho do poeta. O Outro dizia : vigiai.
Obrigado,Alexandrino pela lembrança. Toninho

Isidro disse...

Como o Alexandrino deve estar a rir sobre o controlo de qualidade da fruta, por indução (Antero), estética (Fernando) e dedução (Ferraz), todos com arranjos do Nelson, do Celestino e do Toninho

As provas estão na respectiva declamação (entoação e imagem de ironia de Mário Viegas)

http://somethingexperimental.blogspot.com/2009/05/mario-viegas-rifao-quotidiano-de-mario.html

A contraprova está no diálogo entre "Isabel Faria" e o "grilo da Idanha":

http://troll-urbano.weblog.com.pt/arquivo/2006/01/rifao_quotidian.html

(só transcrevo o início

"Quem mandou abrir a porta á velha?..."

e o fim

"Mas fujo antes ou depois de ver (nespera da senhora) ???? Deixas-me sempre baralhada quando me falas do Porto...

A.B. disse...

Meus amigoszzz,

Ainda o mês de Dezembro não começou, já adivinho aqui uma boa dose de frofanas ideias, por pensamentos, palavras e obras!
O Alexandrino perdeu-se com brilho das nêsperas e nem sequer encontrou uma folhagem para reduzir o maléfico brilho da coisa...
Os outros, tergiversaram por transviados caminhos...
Não pensem que sou ingénuo...
Ó Celestino, logo havias de promover as saladas mistas!?
Valha-me a árvore de Natal e o presépio onde há o musgo que falta nas nêsperas e figuras de barro, insensíveis a esta malandragem.
E não falem em Capuchinho e logo Vermelho. Só cores de luxúria!
Mas o poema é um bom poema!

Com a graça de Deus ainda vão todos parar ao Purgatório, pois dizem que o Inferno anda cheio, à custa da crise e dos tempos desbragados.
Intercederei por vós meus amigoszzz!

F.r. da Área Benta

Anónimo disse...

Caros Amigos:
O sempre atento e inteligênte A. Alexandrino, já está a colher os seus=nossos frutos.
O Filipe deitou mãos á arca e...aqui temos VIDA, no blog.
Parabéns.
Aguardamos as janeiras, cantadas ao vivo.
J.Moreno