sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ARMANDO JOSÉ ALEXANDRINO-- 28 de Fevereiro-- PARABÉNS


Hoje,vai ser embalado por uma história da neta Vitória e a filha Rita a tocar música.
Vai sonhar com: Bias, Mar da Fuzeta, Olhão da Restauração, Matosinhos, Moçambique, Canadá e a grande cidade (aldeia) da FRATERNIDADE.
Continua, Amigo!
J.M.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

QUARTA-FEIRA DE CINZAS - Reflexão

Como disponho de mais tempo que muitos de vós que ainda não estais reformados, interroguei o meu computador e ele disse-me tanta coisa sobre o dia de hoje... Fernando

A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos na Quaresma); ela ocorre quarenta e seis dias antes da Sexta-feira Santa contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.
O uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. As cinzas simbolizam dor, morte e penitência. Por exemplo, no livro de Ester, Mardoqueu se veste de saco e se cobre de cinzas quando soube do decreto do Rei Asuer I (Xerxes, 485-464 antes de Cristo) da Pérsia que condenou à morte todos os judeus de seu império. (Est 4,1). Jó (cuja história foi escrita entre os anos VII e V antes de Cristo) mostrou seu arrependimento vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinzas (Jó 42,6). Daniel (cerca de 550 antes de Cristo) ao profetizar a captura de Jerusalém pela Babilônia, escreveu: "Volvi-me para o Senhor Deus a fim de dirigir-lhe uma oração de súplica, jejuando e me impondo o cilício e a cinza" (Dn 9,3). No século V antes de Cristo, logo depois da pregação de Jonas, o povo de Nínive proclamou um jejum a todos e se vestiram de saco, inclusive o Rei, que além de tudo levantou-se de seu trono e sentou sobre cinzas (Jn 3,5-6). Estes exemplos retirados do Antigo Testamento demonstram a prática estabelecida de utilizar-se cinzas como símbolo (algo que todos compreendiam) de arrependimento.
O próprio Jesus fez referência ao uso das cinzas. A respeito daqueles povos que se recusavam a arrepender-se de seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutado a Boa Nova, Ele proferiu: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e as cinzas. (Mt 11,21)

Para enriquecer esta reflexão aqui vai a “marcha da quarta feira das cinzas” de Carlos Lyra e Venícios de Moraes.

“Hoje é quarta feira das cinzas, acabou nosso carnaval.
Ninguém ouve cantar canções, ninguém passa mais cantando feliz;
E nos corações, saudades e cinzas foi o que restou.
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê,
Que nem se sorri e se beija e se abraça e sai cantando, dançando, cantigas de amor!
E no entanto é preciso cantar... Mais que nunca é preciso cantar!
É preciso cantar e alegrar a cidade.
A tristeza que a gente tem, qualquer dia vai-se acabar.
Todos vão sorrir! Voltou a esperança!
E o povo que dança, contente da vida, feliz a cantar...
Porque são tantas coisas azuis
Há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar, que a gente nem sabe!
Quem me dera viver para ver e brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais.
Que marchas tão lindas e o povo cantando
Seu canto de paz... Seu canto de paz...



Aqui vai outro poema com cheiro a cinza e a consolação


Poema de fr. josé Augusto Mourão, op, in: Vazio Verde


Dia Cinzento
guiai-nos, Deus,
na viagem através do deserto
até ao lugar da tua crucifixão
e da tua Páscoa.

guiai-nos, Deus,
da via cinzenta dos nossos dias
à via gloriosa da tua cidade.

seja este o tempo favorável
para a confissão do pecado e do louvor,
nós que vivemos na fragilidade do corpo nómada
o imaginário do oásis
e os lugares de repouso.

guia-nos, Deus,
para a inquietação que permanentemente te nomeia,
Deus em Jesus Cristo e no Espírito consolados.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ÀS AMIGAS, AOS AMIGOS

Já não chove, ou há menos chuva

à vista, para os dias próximos, será?!


Apareci aqui apenas para vos dizer

que o meu silêncio não é de ouro.


Cuidem-se. Um forte abraço!

(J.A.R.)



A tua obra, meu caro poeta, não é breve,

nem necessita de ser aparada e retalhada.

Vou pedir à mais bela das mulheres para

que a recite em voz alta, essa terna e linda

mulher vai lê-la em público para que todos

os herdeiros se possam apresentar para a

cerimónia da partilha, um repetido clamor

ecoará nos céus para que os tempos voltem

a correr para o lugar da fonte: fluxo e

refluxo das marés, terás a presidência no

banquete para que os mananciais dos rios

se possam alargar. Não haverá feriado sobre

a terra, nem interrupção, nem descanso, nem

repouso, nem alívio, nada mais poderá andar

para trás, nem diminuir, nem afrouxar. A

humilhação será banida da face da terra e

o homem será cada vez mais homem, não

permitiremos que o templo seja profanado

nem que se verta impunemente o sangue dos

inocentes. Todos os cativos serão libertados.

Todos serão nomeados pelos seus nomes.

Ninguém mais morrerá de fome: a poesia

assentará arraial no coração de todos os

homens dos tempos por vir, as flores de

todos os jardins erguer-se-ão num hino

constante ao criador, tudo isto foi mandado

lavrar como sentença nos livros públicos

para que possa cumprir-se conforme previsto

nas escrituras...e no entanto, os fios e os

laços emaranharam todos os novelos, as

aranhas puderam continuar a construir

pacientemente as suas teias, nada mais

que um ténue sinal brilha ao longe, alguns

mais sábios falam de um cometa, tu talvez

pudesses conduzir a minha pobre mão...

a minha pobre mão...a minha pobre mão...

(J.A.R.)



TODOS OS LIVROS, DIZ ELE

Editora Ulmeiro, Lisboa, 1999


JOSÉ ANTUNES RIBEIRO
Editor e poeta
(“Editor acima de tudo, poeta às vezes”…)
Outras obras publicadas:

O Difícil Comércio das Palavras

Fragmento e Enigma

Rio do Esquecimento

Mar a Mar

A maior parte dos autores e olheiros deste blogue conhecem-no de Aldeia Nova. Sabem que nasceu em Alburitel. Conhecem o seu percurso de poeta e editor.
Tenho notado nos novos intervenientes neste espaço uma certa apetência pela poesia. Então porque não recorrer aos poetas que respiraram o mesmo ar e beberam das mesmas fontes que nós?
A.A.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Quem os conhece?
















(clica nas imagens para ampliar)
Fotos do arquivo do Domingos Carvalhais

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

LUIS BATISTA - É mais um dos nossos!

Olà Isidro,

Foi com algum prazer receber estas tuas palavras amigas e poder recorder um tempo que sem dúvida marcou para sempre as nossas vidas. Para te ser franco, não me recordo de ti, a nao ser que sejas aquele que ainda menino como eu, chorava muito pela sua família, ao princípio. Reparo, não serás das Cabeças Verdes, Seixo de Mira?

Não tenho a certeza absoluta, mas creio que deixei a “Aldeia Nova” nos fins de Junho de 1966, para tratar dos documentos neccesários para imigrar para a Venezuela acompanhado do meu irmão Alberto e da minha falecida e saudosa Mãe.

Quanto aos estudos, já depois de atingir os meus belos 37 anos, concluí o 10º ano e o 12º apenas em matemática para negócios, estes alheios, e dos quais eu não pratico nada. Sou contínuo numa escola primária e muito querido das pessoas que trabalham comigo, além da minha família como é óbvio.

Quanto às minhas aptidões poéticas, eu teria muito que falar, mas vou deixar isso só lá para o próximo Verão quando nós, espero bem que sim, nos encontrar-mos em fins de Agosto. Por agora, eu deixo-me levar pelas ondas mansas, como se fosse um barquinho de papel de uma criança que nunca cresce.

Quim, mais uma vez o meu muito obrigado pela tua hospitalidade para com a minha família, de igual modo para a tua cunhada Rosa.
Um abraço para todos, Luis.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Padre António Areias lança livro sobre Miguel Torga


Recentemente, o Padre António Areias lançou em Sabrosa, o seu primeiro livro intitulado “A Dimensão Ética e Social no Romance VINDIMA de Miguel Torga”.






O Auditório Municipal de Sabrosa encheu-se de convidados para presentear o autor com um momento tão particular. A sessão constou das boas-vindas dadas pelo Presidente da Câmara, José Marques, seguindo-se a apresentação do livro por Maria da Assunção Anes Morais. Finalmente, o autor dirigiu-se aos presentes com palavras de emoção e de agradecimento. A sessão foi ainda abrilhantada por um concerto mariano pelo Grupo Coral “Cappella Douro”, seguido de um Porto de Honra “natalício”.


Padre António Manuel Teixeira Areias, licenciado em Teologia, cujas raízes são de Lebução, Valpaços, encontra-se na região duriense há cerca de doze anos no exercício do ministério sacerdotal, actualmente pároco em Provezende, Covas do Douro, Vilarinho de S. Romão e Gouvães. É também professor de Educação Moral e Religiosa e Católica, desde 1997 na Escola E.B. 2,3/Sec. Miguel Torga – Sabrosa.


Este livro, editado pela Gráfica de Coimbra, resulta da sua dissertação de Mestrado em “Ética Social Cristã na Era da Globalização” pela Universidade Católica. Padre Areias decidiu apresentar o seu livro na terra natal do escritor transmontano, Miguel Torga, e na terra que o adoptou nos últimos anos como sacerdote e docente.


O livro, centrado no único romance de Torga, “Vindima”, orienta-nos em três vertentes: a dimensão social, a dimensão ética e no romance torguiano “Vindima”. Quer o romance de Miguel Torga, quer o livro de Padre António Areias conduzem o leitor à reflexão sobre a dureza do trabalho duriense, sobre as relações entre patrões e trabalhadores, entre os grupos masculinos e femininos, sobre a paisagem duriense.


O livro publicado é de leitura obrigatória para todos aqueles que gostam do escritor transmontano, de reflectir sobre o espaço duriense, sobre o contexto histórico da guerra civil espanhola e da segunda guerra mundial. Tudo é centrado na tradição característica da zona: a roga.
(Texto remetido pelo Fernando)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

TEMPOS LIVRES

Sabemos que a memória é uma coisa obsoleta, indigesta e merecedora de repúdio público. Mas eu sou antiquado, desculpem lá


De vez em quando tenho uma recaída mais grave, mergulho no fundo do baú do tempo amarelecido e saio de lá com relíquias como esta.

Os 11 violinos

Comecemos pela localização. Estamos exactamente no “magnífico estádio” do Grupo Desportivo de Fátima nos anos sessenta. Esta colecção de ídolos da bola, integrava nomes sonantes como o Filipe Lage Baptista (“O Pastilhas”), o António Pereira da Costa (“O Cabecinha de ouro”), o Arnaldo Jordão do Vale (“O Pé canhão”). Conto com a vossa ajuda para a identificação de todo o grupo.

À excepção de um, todos os outros “mágicos” são da “cantera”, ou seja, produto da “academia” ou “liceo” de Aldeia Nova. A excepção era uma aquisição oriunda do Porto, mais precisamente de Rio Tinto, senhor de “elevada cultura técnico-táctica”.

O equipamento, para quem não distinguir as cores, era idêntico ao do Sporting Club de Portugal, obviamente. (Quem oferece, merece publicidade). Até as botas vieram de lá, usadas.

Reparem nas caneleiras. Era com esta confiança na lealdade e fair-play dos adversários, que se mostrava o nosso espírito desportivo. Os cronistas actuais de futebol diriam, sobre estas imagens, que estes jogadores se assemelhariam a combatentes que iam para a guerra desarmados e sem escudo. Posso garantir-vos que nenhum destes jogadores de futebol saiu alguma vez lesionado. Outros tempos.

As “bancadas” encontram-se no lado oposto e nesse dia estavam repletas.

A. Alexandrino

O Papa anula a excomunhão de bispos ultraconservadores de Lefebvre


Desde sábado dia 24 de Janeiro, todos ouvimos e lemos comentários sobre um certo decreto publicado pelo Vaticano. O Papa Bento XVI, anulou com este decreto, a excomunhão decretada em 1988 por João Paulo II contra os bispos ultraconservadores do movimento cat3lico fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre. O decreto que suprime a excomunhão para os quatro bispos ordenados por monsenhor Lefebvre, foi assinado em nome do Sumo Pontífice pelo cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos. A ordenação de quatro bispos por parte do próprio Lefebvre (falecido em 25 de março de 1991), desobedecendo à autoridade do Papa, está entre as razões que o levaram a criar outra Igreja, com o cisma (separação) da Igreja oficial em 1988, o primeiro desde 1870. Os bispos ordenados, excomungados e agora beneficiados são o suíço Bernard Fellay, sucessor de Lefebvre, o francês Bernard Tissier de Mallerais, o inglês Richard Williamson e o hispano-argentino Alfonso de Galaretta. Anular a excomunhão constitui um passo importante para a reconciliação com o movimento tradicionalista e dogmático, que tem 460 padres espalhados por quase 50 países e tem sua maior comunidade na América Latina, em particular na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e República Dominicana.Desde o início de seu pontificado em 2005, Bento XVI fez vários gestos de “abertura” em direção ao movimento católico fundado pelo arcebispo francês:
-07.07.2007 - Os católicos tradicionalistas adeptos do monsenhor Lefebvre saudaram nesta data "o restabelecimento em seus direitos" da missa em latim, mas afirmam que "ainda existem dificuldades" com o Vaticano e desejam ir mais longe...
"A Fraternidade São Pio X deseja que o clima favorável instaurado pelas novas disposições da Santa Sé torne possível – logo que seja retirado o decreto de excomunhão que ainda afeta muitos de seus bispos - abordar com maior serenidade os pontos doutrinais em litígio".
O papa Bento XVI decidiu autorizar a celebração da missa em latim, abandonada pela Igreja depois do Concílio Vaticano II, aos sacerdotes e aos fiéis que assim solicitarem, num decreto divulgado neste sábado pela Santa Sé. Os sacerdotes das paróquias deverão acolher "de bom grado" as solicitações dos fiéis, indica o decreto ('motu proprio'), que satisfaz assim uma antiga reivindicação das correntes tradicionalistas da Igreja Católica.
Em caso de rejeição por parte de um sacerdote da solicitação dos fiéis, "pede-se vivamente ao bispo que satisfaça seu desejo".
O decreto papal também reconhece a possibilidade desta celebração em latim para circunstâncias particulares, como casamentos, funerais ou peregrinações.
A liberação da Missa antiga, que nunca foi revogada, não foi fácil. O Papa Bento XVI teve que enfrentar uma fortíssima oposição do Episcopado e mesmo de muitos Cardeais, que vêem na liberação da Missa uma condenação indireta e simbólica do Concílio Vaticano II. Foi por causa dessa oposição que Bento XVI liberou a Missa de sempre por meio de um Motu Proprio, isto é, por meio de um acto legislativo, implicando exclusivamente o Papa, sem consulta, aprovação ou reprovação do episcopado. Desse modo, a liberação da Missa por meio de um Motu Proprio foi um acto que passou por cima da Colegialidade promulgada pelo Concílio.
Em junho de 2008, o Vaticano renunciou a exigir dos adeptos de Lefebvre, reunidos na Fraternidade de São Pio X, fundada em 1969 em Econe (Suíça) pelo monsenhor Lefebvre, o reconhecimento das disposições do Concílio Vaticano II, celebrado entre 1962 e 1965 e que modernizou a Igreja.

Não sei se estou furioso ou triste, mas certamente os dois... O Concílio Vaticano II, esta 20ª àrvore que trazia nela tantas promessas, começava a florir... Ainda não deu todos os frutos prometidos e esperados e... começam a cortar ramos, a meu ver de forma imponderada, mesmo aqueles em que os frutos estão a amadorecer... Onde estão os Teólogos do século XXI?!... Parece-me que estamos orfãos de quase todos os grandes teólogos do século XX, que foram muitos e muito bons e foram eles que fizeram Vaticano II. Perdão, Karl Barth, Congar, Chenu, Henri de Lubac, Edward Schillebeeckx, Hans Küng, e tantos outros...
Hoje, quando digo no credo “creio na Igreja una, santa, católica e apostólica” não me refiro a uma realidade existente que proclamo, e ainda menos a um dogma, mas a uma aspiração, a uma invocação para que assim advenha. Felizmente que Cristo e a sua Boa Nova continuam intactos, de uma grande actualidade, dando-nos força e entusiásmo para continuar...
Um fraternal abraço,
Fernando.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ANTÓNIO FERREIRA - Da Austrália com amizade

Meus amigos:
Estamos todos bem e a salvo. Este "tsunami" de fogo na Austrália, está a ter lugar a cerca de 3500Km de distância. Porém já lá vivemos, ao princípio. Quanto às inundações são, igualmente, a cerca de 4000Km daqui.
Tudo bem por aqui. Esperamos que por aí tudo esteja bem com vocês pois tambem têm tido a vossa parte de mau tempo.
Muita saúde e um grande abraço.
António Ferreira

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pe. Francolino Gonçalves, Dominicano, é investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém.

Bento XVI nomeou este Sábado o Dominicano português Francolino Gonçalves, investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, como membro da Comissão Bíblica Pontifícia. A nomeação é válida para os próximos cinco anos, com possibilidade de renovação.O sacerdote nasceu em Corujas, Macedo de Cavaleiros, em Março de 1943. Entrou para os Dominicanos, em Fátima, no ano de 1959 e foi ordenado sacerdote em Novembro de 1968, na cidade canadiana de Montréal.
O Pe. Francolino Gonçalves junta-se a um grupo dos mais distintos biblistas da Igreja Católica, que provêm de várias escolas e nações, por se terem destacado pela sua “ciência, prudência e sentir católico em relação ao magistério eclesiástico”, como explica a Santa Sé.
O percurso académico, no estudo das Escrituras, do Dominicano português passou pela Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém (onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian), pelo Instituto Orientalista de Lovaina (Bélgica) e pela Universidade Dominicana de Filosofia e Teologia de Ottawa (Canadá).
É doutor em filologia e história orientais pela Universidade Católica de Lovaina e em Letras (História da Antiguidade) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Lecciona na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém desde 1975 e é professor convidado em várias Universidades de Teologia.
Os seus principais centros de interesse são a dimensão política do profetismo no Próximo Oriente Antigo e a história da formação dos livros proféticos da Bíblia, em especial Isaías e Jeremias.
(informação do António Silva)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

E ESTA?!...

Rezam as estatísticas de que vamos dispondo, que em Portugal há 38 mil jovens licenciados, desempregados. Não vos parece que a juventude a quem Vicente Jorge Silva um dia apelidou de "rasca", é hoje uma juventude "à rasca"?
Nelson

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

JOÃO DE MELO - 4 DE FEVEREIRO - PARABÉNS!...

Já me não cruzei com ele em Aldeia Nova, no "internato gratuito" de que fala uma sua biografia que consultei. Não o conheço pessoalmente, mas já me encontrei com ele nas págimas de alguns dos seus livros. É um dos nossos, que hoje completa 60 anos, se calhar longe da sua Achadinha natal plantada na ilha de S. Miguel, mas perto de todos os que o admiram.
Fica aqui esta evocação, à guisa de homenagem deste espaço, onde todos gostariamos de encontrá-lo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O CRIADOR DE GAMBOZINOS

( Dedico este texto ao extremista Vintém e ao fantasmagórico Purificação)


O CRIADOR DE GAMBOZINOS


O Malaquias é muito esperto, mesmo muito esperto. Ele é, mais que tudo, um optimista. Quando todos os seus vizinhos, amigos e conhecidos, andam cabisbaixos, tristonhos e sem saber o que fazer da vida, o Malaquias sorri, assobia e alisa, satisfeito, a barriga. Diga-se que a barriga do Malaquias é a parte mais importante do seu ser, mais importante ainda que a cabeça de que ele às vezes se serve para pensar. Ele é homem de ver à distância.
Então não é que o Malaquias, nestes conturbados tempos, engendrou um projecto para sair por cima desta crise? Este fura-vidas, com a sua esperteza natural, projectou uma empresa de criação de gambozinos. Isso mesmo. Está tudo no papel e ele já solicitou apoio financeiro, desse que o governo disponibiliza para as pequenas e médias empresas. E o sonho do Malaquias vai certamente ser subsidiado pois ele tem dois compadres altamente colocados. Surgirá um grande empreendimento, voltado para todo o mercado nacional quiçá até envolvido na exportação. Será auto-suficiente no campo energético pois conta fazer dos dejectos dos animais uma fonte de produção de electricidade. Homem empreendedor, está voltado para as novas tecnologias e as energias renováveis não lhe passam ao lado. Como homem desenrascado e espertalhão tem tudo pensado. Melhor dizendo, tudo bem calculado, porque o Malaquias raramente pensa, ele calcula. É homem de medir, longamente, o salto… Paira, paira e só depois cai a pique sobre a situação. Tem uma certeza: será empresa modelar. Tudo está dependente do subsídio.
Aqui será o escritório, ali o armazém, além as diversas capoeiras de criação de gambozinos. Ah! Mas o Malaquias tem uma dúvida. Ele não sabe se os bichos são aves ou mamíferos, muito menos sabe se eles se dão em cativeiro. Não importa, a seu tempo tudo se há-de resolver. Mas é no átrio, ao ar livre, que o empresário põe todo o seu cuidado. O Malaquias já se vê ali, à entrada, sentado num confortável cadeirão, a dirigir, a dar ordens, sob a sombra frondosa de uma tília ainda a plantar e que em poucos anos há-de ser multissecular.
Assim venha depressa o subsídio que ele, Malaquias, há-de ser um exemplo de iniciativa e criatividade.

Eduardo Bento

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

DOS MESTRES (I) - O TENENTE CAMPANTE


Com a abertura ao Mundo e a crescente integração na sociedade, por razões que só o nosso Director ( Frei João Domingos ) melhor conheceria, começámos a ter professores externos. Como o Isidro já comentou, um deles era o Tenente Campante. Dava –nos Física no 3º ano e Ginástica , não me lembro bem se uma ou duas vezes por semana, conjuntamente com o Capitão Guimarães, que nos dava Matemática.
Conduzia-se como pessoa austera, exigente e apresentava o rigor de militar que efectivamente era.
Escrevia no quadro ou chamava um de nós para o fazer, e de ponteiro na mão, apontava, falava e lá assentava o ponteiro no penteado de um ou outro mais erráticos ou distraídos.
Certo é que essa cultura de responsabilidade dava para aprender e educar, num prisma muito suis generis , sintonizado um pouco com a cultura castrense.

Num belo dia de 2006 ou 2007, tem acabado uma diligência, caminhava eu pelo corredor de um dos pisos superiores do Palácio da Justiça de Lisboa e de repente aquela voz sonante atrai-me a atenção por ser minha conhecida , mas a décadas de distância. Não resisti a dirigir-lhe a palavra:
- Tenente Campante?
- Se calhar estou a despromovê-lo, continuei , hesitando.
- Sou! pois, já não sou Tenente , mas já fui . Desculpe, mas, não estou a reconhecê-lo!
- Mas eu, que já o não via há mais de trinta anos, reconheci-o logo!
-Sim? Mas de onde?
- De Aldeia Nova – Olival !
- Não me diga!
- Fui seu aluno de Física, e daquelas aulas de ginástica, a que faltei algumas vezes em dias de Inverno mais agrestes.
Visivelmente bem humorado, com notório contentamento pelo encontro, respondeu:
- Tenho saudades desse tempo! Aquilo era gente boa! Bons tempos. Já lá vão uns anitos! Mais de trinta… alguns quarenta! Eu era bem mais novo!
Éramos!
Com a nostalgia dos bons tempos, depois de breve conversa, lá nos despedimos, ficando a saber que, entretanto, se tinha licenciado em Direito e se bem percebi já se tinha aposentado com uma patente bem mais elevada.

Encontrei-o como quem encontra um amigo de longa data. Há quarenta anos estávamos em campos diferentes. Nunca o tinha visto com tão bons olhos.
Entendo hoje a exigência educativa daqueles dias do nosso passado. Contribuiu para o nosso crescimento, responsabilidade e estruturação, preparando-nos para a sociedade em que nos integrámos.


Antero Monteiro