Serei certamente a pessoa menos indicada para fazer esta evocação. Porém dado que ninguém recordou a efeméride, arrisco algumas frases sobre este grande vulto da Igreja Católica. Espero estimular os que mais sabem a enriquecerem esta modesta prosa.
Passaram 50 anos da eleição de João XXIII .
João Paulo II chamou-lhe: “O bem aventurado”.
Aquele que ficou conhecido como o “Bom Papa João”, no curto período como Papa, tocou os corações dos homens de todas as raças e credos.
Inaugurou um tempo de abertura da Igreja ao mundo. Trouxe um estilo segundo o qual a Igreja devia estimular no mundo as dinâmicas próprias de libertação e de emancipação e não julgá-lo.
“È a memória dum tempo em que catolicismo não rimou com conservadorismo”. (José Manuel Pureza)
Quis uma Igreja que abraçasse o povo e não lhe virasse as costas. Isto percebe-se desde gestos simples como as reformas litúrgicas, até ao discurso público.
A ele se deve a abertura do Concílio Vaticano II, o momento mais relevante do cristianismo no Séc. XX.
Escreve importantes encíclicas, entre elas Mater et Magistra (1961), na qual realça a importância do respeito à dignidade do indivíduo como base das instituições sociais; e Pacem in Terris (1963), em que pede a cooperação internacional para a paz e a justiça.
Inaugurou um estilo de escrita dirigida não apenas aos católicos mas para todos os homens de boa vontade. Insistiu sempre numa Igreja que abraçasse os homens num ambiente de grande confiança. Era contra os profetas da desgraça.
Foi o primeiro a fazer as pontes culturais entre o Oriente e o Ocidente. Tinha a percepção do que estava a mudar.
“Entendia a Igreja mais como uma comunidade humilde do que uma estrutura impositiva duma ordem de valores”. (José Manuel Pureza)
Foi um tempo de primavera na Igreja.
Daí para cá temos tido um Inverno em que não se avançou no caminho da abertura apontado por João XXIII
Faz muita falta o sorriso de João XXIII.
A. Alexandrino
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1 comentário:
Bom texto. O Blog sai valorizado com este tipo de textos de reflexão e de opinião. Como é o caso de "Saudade" (F. Vaz), "Criar Laços" (A. Monteiro), Brasil (M. Mendes). Parabéns.
Eduardo Bento
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