sexta-feira, 14 de novembro de 2008

OLIVAL A TERRA E O POVO


Obra editada em 2006 por David Simões Rodrigues

(Edição da C.M. Ourém - Gráfica Feirense , S.A.)


Aqui dou notícia da obra editada por um ilustre originário de Caxarias que recentemente me chegou às mãos.

Caxarias, se bem se lembram, era aquela terra onde o comboio nos despejava três vezes por ano, de mala aviada, no fim das férias do Natal, da Páscoa e depois do Verão, esgotadas as férias grandes. Ocorrem-me logo as partidas de matraquilhos no café em frente da estação e, quando chegávamos muitos no mesmo dia e hora, a longa caminhada desde a estação de Caxarias até Aldeia Nova… A carrinha ia atestada de malas e malotes e não chegava para tudo. Depois de carreadas as bagagens, lá se seguia a recolha das formigas no carreiro e lá fazíamos os últimos quilómetros de estrada no conforto da dita carrinha.


Voltando à obra ( de 864 páginas): ali se mencionam praticamente todas as pessoas da freguesia e se faz a história de “ Olival A Terra e o Povo” desde há uns séculos, passando pela boa gente até aos que se distinguiram como “ladrões e assassinos” que também tiveram direito a capítulo.

Ali encontrarão interessantes referências escritas e mesmo imagens de Dominicanos, da Casa da Criança Abandonada (anterior Seminário), da Capela antiga e da Capela de S. Domingos de Aldeia Nova , a dos Dominicanos, cuja construção foi iniciada em 04.06.1966 e inaugurada em 03 de Abril de 1967, tendo como “dinamizador” o P. João Domingos. O adjectivo é do autor e está mais ajustado do que ele próprio possa imaginar, pois se havia coisas que se pudessem chamar ao P. João Domingos, uma delas seria efectivamente “dinamizador” (também lhe chamávamos entre nós “Xerife” … – lembram-se? - mas esta já era uma alcunha que traduzia a notória autoridade que lhe reconhecíamos, pela estatura, não apenas física, pelo andar a compasso de tacão que nos permitia distinguir a sua aproximação pelos sobrados da casa fora, etc.

Falando do meu tempo, a nossa formação e rigor ficou a dever muito à forma de estar e clarividência deste Frei “Dinamizador”.


Voltando ao livro, também muito se fala ali do P. Alberto Ribeiro de Carvalho e da sua obra, nomeadamente em prole de algumas paróquias e da Casa da Criança.


Por curiosidade e para utilidade cultural dos fracos latinistas, como eu, ali se explica a génese da palavra freguesia:

filii ecclesiae” , “filegresia”, “flegresia” – freguesia.


Faz ainda parte da obra uma interessante referência a “Expostos e a Roda”. A Roda foi oficializada em 24 de Maio de 1783, no reinado de D. Maria I, pelo Intendente-Geral da Polícia, Pina Manique, com o “objectivo de pôr cobro ao infame comércio de engeitados” .


Estando alguns anos da nossa vida ligados ao Olival, à sua Terra e seu Povo, aqui fica a chamada de atenção para esta iniciativa.


(Lisboa, 14.11.2008)

Antero Monteiro

3 comentários:

Anónimo disse...

Somente para agradecer ao Antero Monteiro a colaboração que tem enviado para o blog, toda ela oportuna, sensata e pedagógica. E já agora diria que o Antero Monteiro, que ainda não conheço pessoalmente, nasceu perto de mim, mas para aí uma dúzia de anos depois. As nossas aldeias distam 10Km uma da outra. Como ele já disse, passou por A. Nova entre 1965 e 1969 e é advogado em Lisboa. Aparece sempre, caro amigo!
Nelson

Anónimo disse...

Caro Antero,

Obrigado pela referência ao livro..
Diz-me como melhor o adquirir...
O que é feito de ti? A trabalhar muito?
Há tempos tive um encontro profissional com o teu Presidente, Humberto Pedrosa...
Apesar de já o conhecer, gostei e admirei muito a sua postura pessoal e profisional...

Abraço

Zé Celestino

armando neto - Palheira disse...

Olá grandes amigos
Tenho acompanhado este cruzamento de informação e de recordação do passado que me vem emocionando e relembrando uma fase da minha vida que com muitos de vós partilhei.
Como sou um fraco operador destas modernices informáticas só agora, com a ajuda dos meus filhos neste fim de semana mais avantajado decidi apresentar-me e deixar um grande abraço a todos. Já terão percebido que sou o vizinho - O Armando- filho do homem dos bois que, não raro, vos ficava com as bolas que lhe partiam as telhas.
Dos amigos que vão animando o blog, quase todos tenho na minha mente.
Alguns são afilhados do meu pai - José Neto que os apadrinhou no crisma.Um abraço para o Celestino que é um desses afilhados- cumprimentos do meu pai que está aqui comigo a lembrar velhos tempos.
Fico disponível para qualquer colaboração em que possa ser util. Quanto ao livro publicado sobre o Olival poderei enviar a quem o desejar- é só dizer.
Por agora aqui me fico mas a conversa seguirá a breve prazo tema e razões não faltarão.
cumprimentos - Armando Neto