quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COMUNICAÇÃO DO EDUARDO BENTO NO COLÓQUIO RELATIVO AO 50º ANIVERSÁRIO DA RESTAURAÇÃO DA PROVÍNCIA DOMINICANA PORTUGUESA - Convento de Cristo-Rei no Porto, 6 de Outubro de 2012





O STUDIUM DO CONVENTO DOMINICANO DE FÁTIMA



Chegávamos ao Convento, quase todos vindos de Aldeia Nova, cheios de expectativas, transportando sonhos. E vimos que não nos matavam os sonhos, antes nos incentivavam e ensinavam a sonhar, a sonhar sem limites.


Já em Aldeia Nova a diversidade da proveniência geográfica e cultural dos alunos era muito enriquecedora. Irmanados na mesma nau, criámos laços indestrutíveis para vida e, os professores, substitutos dos nossos pais que havíamos deixado para trás, foram o pai e a mãe que tão sábia e afavelmente nos ajudaram a crescer.


Esta reflexão permite-me o reencontro com esse tempo de alegria e de liberdade em que nos era feito o convite para nos elevarmos ao encontro do enriquecimento espiritual e cognitivo. E nós, tantas vezes, correspondíamos, a esse acolhimento sábio e afável, com a louca irreverência da juventude.


Chegados ao convento de Fátima, surpreendiam-nos rituais como o toque da sineta despertando-nos e ritmando os nossos passos para actos da vida comunitária; as lentas procissões entoando a salmódia em direcção à capela; o fazer da vénia, como pedido de desculpa e em sinal de obediência; o silêncio e a leitura no refeitório e, sobretudo, a serena elevação do cântico gregoriano ao ritmo das horas canónicas.


No espaço iniciático do noviciado éramos confrontados com a riqueza do espírito dominicano. Abordávamos S. Domingos, S. Tomás, Santa Catarina de Sena, os místicos alemães, entre muitos outros, da ordem dos pregadores e não só, que a nossa formação sempre se abriu à universalidade do pensamento.


Lembro-me dos longos passeios mensais quando, a pé, deambulando pelo espaço envolvente, quebrávamos o ritmo conventual; lembro-me dos incríveis jogos de futebol em que incríveis artistas mostravam uma habilidade que ainda hoje é recordada e motivo de conversa nos nossos encontros.


Quem me haveria de dizer, nesse dia 11 de Março de 1962 em que eu, com os mais velhos de Aldeia Nova, tive a alegria de participar no acto de Restauração da Província Dominicana que, passados cinquenta anos, aqui estaria a fazer esta breve abordagem do que foi a nossa passagem pelo Studium de Fátima.


Não cabe neste tempo de exposição, nem eu teria engenho e arte para fazê-lo, dizer suficientemente o que foi essa experiência de vida profunda e tão enriquecedora. Pouco é o tempo para falar de um caminho que aqui se iniciou e se espraiou em tantas dimensões.


O estudantado abriu-se a diversas ordens e congregações residentes em Fátima: Carmelitas, Consolata, Verbo Divino… E pelas nossas conversas sabíamos como as condições de estudo que nos eram proporcionadas seriam únicas e invejáveis. Apesar de vivermos em comunidades com regras e espiritualidades diferentes, partilhávamos as mesmas aulas de Filosofia e de Teologia. Esta diversidade permitiu construir o respeito pelas diferenças e aprender na diversidade de experiências. As aulas eram espaço de diálogo e de debate onde não havia lugar para o magister dixit, mas o convite à investigação e à leitura. Tínhamos à nossa livre disposição uma riquíssima biblioteca.


Coube-nos em sorte um corpo docente constituído por jovens, cheios de entusiasmo que haviam experienciado a vida e o conhecimento em vários recantos do mundo.


Podíamos ter uma aula em português, a seguir uma em castelhano e logo outra em língua francesa. Entre outros, tivemos professores canadianos, belgas, holandeses, espanhóis… até um vietnamita…




Eu, que conheci diversas escolas, é com emoção e com uma gratidão sem medida que olho para trás e posso reconhecer a qualidade de excelência que tinha o curso de filosofia, onde leccionavam mestres para quem ao longo da vida tantas vezes me voltei para tentar imitar o seu método, o seu saber fazer. Mestres que no meu percurso académico avoquei e muitas vezes consultei para melhor iluminar o meu percurso docente. Nunca mais nos meus estudos encontrei fonte semelhante pela profundidade do conhecimento e pela elevação do saber, e frequentei algumas escolas.


Introdução à História da Filosofia, Metafísica, Lógica, Ética, Psicologia… Foram-nos abertas as portas para o deslumbramento da originalidade do pensamento grego. Olhámos como os antigos milésios quiseram encontrar o elemento original constitutivo da matéria; como as aporias entre Heraclito e Parménides fecundaram para sempre o pensamento ocidental; como a busca metafísica deu os primeiros passos numa tentativa de destrinça entre ser e não ser onde, afinal, se conjuga simultaneamente o mesmo e o diferente; como alguns, não encontrando fundamento nas coisas sensíveis, buscaram a sua justificação fora deste mundo, e como o “divino Platão”, convidando-nos a sair da caverna e a buscar nas Formas a realidade, abriu as portas ao pensamento aristotélico, que S.Tomás, haveria de forma tão original tornar tão fecundo.


E para sempre seria S.Tomás. Homem do seu tempo, dá-nos a síntese admirável de um pensamento original que vem dos gregos, passa pelos árabes e judeus, bebe ainda nos primeiros medievais. E é ele, quando o mundo feudal se começa a desagregar, que abre as portas à modernidade, mais não seja, pela valorização da razão e do mundo sensível. O Doutor Angélico soube criar um dos mais notáveis sistemas filosóficos de que nós no Studium de Fátima nos inebriámos para toda a vida.


Seria fastidioso, nem cabe nas simples linhas desta abordagem, dizer da riqueza, da profundidade, da universalidade deste pensamento que aqui bebemos e nos marcou de forma inapagável para todo o sempre. Daí nasceu a convicção de que qualquer passo filosófico que esqueça ou contorne S.Tomás caminhará truncado ou na ignorância.


E foi assim que nós nos movemos pelos meandros universais do pensamento humano. Do mito até aos contemporâneos. Trilhando um caminho em que relativo se conjuga com absoluto e em cujo horizonte nos foi apontada como fim da nossa aventura filosófica a Veritas. Verdade que não teme o erro, sabe alimentar-se da dúvida e, como nos diz o Frei Bento O.P. ( Público 7/10/12 ), «a verdade é fruto de uma busca humilde». Os estudos filosóficos, tão desvalorizados e em desuso, hoje, nas nossas escolas, abriram-nos o espírito não para as certezas indiscutíveis e dogmáticas mas para a inquietação das perguntas.


Não se pense que os nossos estudos humanísticos se limitavam à Filosofia e à Psicologia. Fazia parte do nosso plano de estudos a abordagem de Questões Científicas em que de uma forma aberta se debatiam os mais diversos problemas.


Também de uma forma inovadora tínhamos aulas de Literatura universal onde os gregos eram outra vez ponto de partida e o bardo da Íliada nos dizia: “ Canta, ó musa, a cólera de Aquiles” apontando-nos o apelo humanístico reforçado pela voz trágica de Sófocles: “ Todas as coisas são maravilhosas, mas nada é mais maravilhoso do que o homem”. Frequentámos todos os grandes clássicos portugueses e fomos dos mestres russos, aos ingleses passando por americanos e franceses, enriquecendo-nos com uma inapagável formação estético-literária.


Actividades como o teatro não estiveram ausentes da nossa formação. Lembro-me que representámos para um público alargado peças como, O Assassínio na Catedral de T.S. Eliot e Felizmente há Luar de Luís de Sttau Monteiro. E quem não se lembra dos famosos “cursos de Verão” que a tantos de nós abriram as portas para a formação cinematográfica?


Se Tomás de Aquino é o nosso primeiro mestre do caminhar filosófico, o seu pensamento é essencialmente teológico e a Teologia era o coroar da nossa formação no Studium de Fátima. E lembro-me daqueles tempos prenhes de inovação e de criatividade, das infindas discussões e fecundos debates. Eram os luminosos tempos do Concílio Vaticano II. Os nossos professores dispostos aos novos ventos, que sopravam do lado do Espírito, estavam atentos a todos os sinais. Aos sinais do tempo. E todo o tempo era profético, o que nos enchia de esperança e de uma infindável alegria. Isso tudo foi bastante e demorou o suficiente para deixar inquebráveis raízes mesmo que a pouco e pouco se fossem silenciando algumas vozes da profecia. Aí começou uma Primavera que nunca mais teve fim. Aprendemos que, apesar de tudo, o Espírito continuará sempre a soprar onde quer.


Então, a Liturgia conheceu novos tempos, um espírito de inovação e de surpreendente abertura; a exegese bíblica ofereceu-nos um campo de leitura, novos horizontes, impulsionada pela análise científica da Escola de Jerusalém. A Teologia, na peugada de São Tomás, disse-nos que, apesar do dogma não estar ao alcance da razão, a revelação não torna inútil essa razão mas ela pode ajudar a esclarecer a fé. Confrontámo-nos sem tabus com temas como a Criação, a Santíssima Trindade, a Eucaristia, Justiça-Pecado-Graça. E enveredávamos pelos escusos caminhos da História da Igreja, tão escusos, frágeis e contraditórios porque humanos mas sempre nas encruzilhadas do divino…


Enfim, tanto que poderia ser dito. Não posso deixar de referir os luminosos mestres contemporâneos, obreiros de uma teologia aberta ao mundo e de um evangelho para os tempos que aí vinham, com que fomos confrontados num fecundo diálogo: Congar, Chenu, Henri de Lubac, Schillebeeckx, Hans Küng…


Em conclusão, direi que fomos beneficiários de uma escola extraordinária que nos preparou para a vida e nos deu asas para viajar por múltiplos campos culturais e nos abriu infindos horizontes. Somos de uma formação humanística que fez de nós pessoas e nos ensinou a pensar e a criar livremente. Coube-nos a felicidade de ter os professores que tivemos: pedagogos, conhecedores, sábios. Os alicerces foram sólidos. A Veritas que circula nas veias dominicanas ficou para sempre em nós como a chama que, neste tempo do banal e do relativismo, nos leva e nos eleva para o Absoluto.

E. Bento

13 comentários:

Antero disse...

A transcendência e a dimensão destas palavras, a sua luminosidade filosófica, invadem-nos.
Obrigado ao Eduardo Bento, erudito e profundo, por nos ter ido "apanhar" por dentro desde tão longe até nos projectar no presente e no futuro fazendo-nos sentir uma plenitude especial.
Grande abraço.
Antero

Fernando disse...

O que me disseram sobre este texto está muito aquém da realidade! Se algum de nós algum dia se envergonhou de dizer que estudou nos dominicanos, ao ler esta análise tão profunda e realista, vai reconciliar-se com o seu passado e reconhecer que foram os dominicanos que permitiram que seja quem é. Deixàmos os dominicanos, mas eles nunca nos deixaram... nem deixarão! Se realizamos os nossos sonhos, pelo menos alguns; se sabemos voar, é graças a eles. O espirito dominicano está em nós. Mesmo se algum dia fomos tentados de dizer: dominicano sai de mim...O dominicano é teimoso e não sai, porque faz parte de nós. Ou somos dominicanos ou não somos... Amigo Eduardo Bento, tenho a certeza que muitos, ao lerem esta tua reflecção profunda, autêntica, e muito positiva vão reconciliar-se com o proprio passado dominicano. Vão mesmo sentir-se orgulhosos por terem vivido o que tão bem descreves. “...fomos beneficiários de uma escola extraordinária que nos preparou para a vida e nos deu asas para viajar por múltiplos campos culturais e nos abriu infindos horizontes."
Um abraço, Fernando

Filipe Batista disse...

Ao ler a intevenção do meu saudoso colega Eduardo Bento, Não posso ficar indiferente à profundidade, pertinência e à verdadade da sua intervenção. Hoje limitar-me-ei a uma simples intervenção espontânia que a minha sensibilidade me impõe, mas voltarei mais tarde com uma intervenção de fundo que a sua (dele)me sugere. De imediato, direi que faço minhas as suas ideias de fundo porque os extraordinários instrumentos da Filosofia e da Teologia, com os quais os nossos extraordinários mestres nos equiparam, fizeram de todos nós cidadãos libres e abertos para compreender o mundo complexo que nos envolve! Bem hajas, meu querido colega, porque ao ler a tua magistral intervenção, todos os meus sentimentos expludiram num val de lágrimas que regam assim 50 anos de saudades desses maravilhosos tempos que agora fazem parte do vento e do oxigénio que respiramos!
Olha, estimado colega, irmão e amigo Bento, tu és o testemunho vivo, felizmente(!), da marca indefectível que os nossos mestres Dominicanos semearam e deixaram em nós,forjando o nosso ser e o nosso eu de que hoje nos orgulhamos tanto!
Recebe aquele abraço do tamanho da distância do tempo tempo.
filipe batista



Fernando disse...

Que o Eduardo Bento desculpe mas não posso deixar de levar ao conhecimento de todos esta frase do nosso Mestre Frei Bento, publicada no jornal Publico...
"No passado dia 6, no Convento de Cristo-Rei (Porto), realizou-se um intenso colóquio, de três painéis, dedicado a celebrar os 50 anos da Restauração da Província Portuguesa da Ordem dos Pregadores. Moisés Martins, professor da Universidade do Minho, mostrou o desconforto de não ter tido tempo - ao falar da presença dominicana em Portugal - de abordar a relação dos dominicanos com o Vaticano II. De facto, mesmo sem ter sido explicitada, com essa designação, esteve presente em muitos momentos. Destaco a abordagem, lúcida e fervorosa, feita pelo filósofo e poeta Eduardo Bento, sobre o papel do Studium Sedes Sapientae (Filosofia e Teologia), frequentado por várias congregações religiosas"
Fez-me prazer que um homem como frei Bento tivesse reconhecido o valor do nosso amigo Eduardo Bento.
Fernando

Armando disse...

O ambiente que vivemos no Studium de Fátima nos primeiros anos de sessenta, descritos magistralmente pelo Eduardo, é o segredo que explica a felicidade que sentimos quando nos encontramos e a nossa memória revive esses tempos mesmo sem recurso às palavras.
Este texto poderia bem ser a pedra basilar para encetarmos a obra de reunir testemunhos, quiçá em livro, da história do Studium dos Dominicanos, nas suas variadas facetas. Material não falta, a arte de contar, como se vê, também se arranja.
Abraços
A. ALexandrino

A.B. disse...

O Autor deste brilhante arrazoado,está impregnado de filosofia, humanidade e universalismo. Deve ter apanhado mais sol e influências, dos dominicanos e da santa terra de Fátima, para conseguir abordar um tema destes com tanta luminosidade e clareza. Mesmo estando mais ligado a Aldeia Nova,também me revejo, emocionado, nesta amálgama de verdade e vida, meu irmão.Confirma-se, os poetas voam mais alto...
F.r. da Área Benta

Anónimo disse...

Que poderes de adivinhação!!!
O Eduardo Bento na sua arrebatadora alocução no dia 6/10, acima transcrita, cita o artigo do frei Bento que haveria de ser publicado no dia 7/10, o que in loco provocou gargalhadas na assembleia. No comentário de 12/10 vertido acima, o Fernando Vaz cita uma "frase do nosso Mestre Frei Bento, publicada no jornal Publico...". Adivinhem em que data. Terá siso de 6/10? Errado. Saiu na publicação de 14/10. Serão os nossos amigos videntes ou revisores de provas do frei Bento? De todo o modo as vias de comunicação entre os dominicanos e os "projectos" de dominicanos estão bem oleados. Congratulemo-nos!
Ezequiel Vintém

Anónimo disse...

Ezequiel Vintém, saberás que há publicações on line e que o Frei Bento faz divulgação interna dos seus textos.
Além disso para que vejas que aqui há alguma adivinhação eu te garanto que em breve irá estalar rija polémica entre ti, Vintém, e o Frei Boaventura da Melroeira.
Um abraço.
Passos Portas e Sousa

Anónimo disse...

Lembro-me perfeitamente do frei Boaventura. Há quanto tempo o não vejo (Augusto Gil), aliás ele deve estar quase invisível se tem seguido a sanha arrebatadora de se impor sacrifícios (do jejum ao cilício) para salvar a sua alma. Deve-se sentir confortável agora, com as políticas de austeridade que a todos dá a oportunidade de fazerem sacrifícios e penitências. Ainda que involuntariamente têm a recompensa de amealhar créditos para a salvação das suas almas. Quando se trata de um fim superior admite-se que se deite para o lixo o livre arbítrio, se as pessoas não tiverem o discernimento de optar pelo que é melhor para elas, só pelo comodismo de quererem satisfazer todas necessidades básicas e ainda outras perfeitamente dispensáveis como a cultura.
Quando passo na Melroeira, ali perto de Ourém, recordo-me do frei Boaventura rodeado de passarinhos negros de picos amarelos, cujo nome ignoro.
Ezequiel Vintém

Anónimo disse...

Quero agradecer as palavras simpáticas do Antero, do Fernando, do Filipe, do Alexandrino. Um abraço muito especial ao Filipe, pois só ele, pela distância, me faz sair do meu silêncio.
Agradeço as muitas manifestações de apreço que recebi pela minha intervenção.
Sei que nem todos se revêem, legitimamente, no retato que faço da nossa passagem por Fátima;sei que outros fariam melhor do que eu este avivar da memória.

EBento

Antonio Ferreira disse...

Os meus sinceros parabéns para ti, Eduardo Bento, pela tua dissertação.
Eu não disse que havia tão bons escritores no Blogue? Aqui está a prova!
Quando voltar a Portugal, tentarei comprar os teus livros de poesia que adoro, pelo que pude dela ler atravéz do Blogue.
Um saudoso fraterno abraço do
Ferreira

Anónimo disse...

António Ferreira, presidente da Academia de Aldeia Nova que importante papel cultural teve na formação de todos nós. Obrigado pelas tuas palavras. Quanto aos meus livros pelos quais te mostras interessado: eles são para oferecer aos amigos. Vou entar entrar em contacto contigo pelo teu endereço.
Este blog ou qualquer gesto que ajude a reavivar os laços entre nós são de incentivar. Compreendo o vosso olhar lá de longe...Foi a pensar em ti, no Filipe, no Fernando, no Rufino, entre outros, que eu na introdução ao meu texto, no Porto, referi que muitos de nós se tinham dispersado pelo mundo (Austrália, Canadá, França...)
Em breve receberás os meus livros.
Um abraço
EBento

António da Melroeira disse...

Peço licença para entrar na questão de saber quem é ou foi esse frei Boaventura da Melroeira, "ali perto de Ourém". Eu só lá conheci in illo tempore o frei estêvão da Fonseca faria e o frei alberto maris vieira, seu sobrinho. Ora, quem é então esse frei Boaventura?
Atentamente. António dessa terra-onde-canta-o-melro!