A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados atribuíu e entregou, no passado dia 10 de Dezembro, um prestigiado Prémio a Frei Bento Domingues, com o notável curriculum abaixo indicado.
Infelizmente, a notícia foi publicada no site da Ordem no dia 7/12 e só depois da data de entrega me apercebi de tal deliberação, pois certamente estaria presente e duplamente agradado com tal atribuição, quer como membro da Ordem quer como antigo aluno dominicano.
Com a devida vénia, à Ordem dos Advogados e particularmente ao Frei Bento Domingues, a seguir tomo a liberdade de transcrever na integra a notícia e o curriculum ali publicados e no final o site para quem quiser beber a notícia directamente da fonte :
Prémio Ângelo D'Almeida Ribeiro
"CDHOA atribui Prémio Ângelo d'Almeida Ribeiro
A CDHOA deliberou atribuir a Frei Bento Domingues o Prémio Ângelo d'Almeida Ribeiro, pelo elevado mérito do trabalho desenvolvido em defesa dos Direitos Humanos.
A entrega decorrerá no próximo dia 10 de Dezembro, pelas 18h, por ocasião do 62º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O Prémio Ângelo d'Almeida Ribeiro destina-se a distinguir anualmente as personalidades ou entidades nacionais que mais se tenham destacado na defesa dos direitos dos cidadãos.
>> BREVE CURRICULUM DE FREI BENTO DOMINGUES
Frei Bento Domingues, o.p., (Basílio de Jesus Gonçalves Domingues), nasceu a 13 de Agosto de 1934, em Travassos (Vilar - Terras de Bouro). Entrou para o Noviciado na Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em 1953. Estudou Filosofia e Teologia em Fátima, Salamanca, Roma e Toulouse.
Como Assistente da Juventude da Igreja de Cristo Rei (Porto), em 1962 e 1963, foi responsável pela exposição, O mundo interroga o Concílio, que levantou uma grande celeuma no Porto e foi encerrada pela PIDE, no 1º de Maio de 1963. Frei Bento Domingues foi obrigado a abandonar o País.
Nos anos 70, foi longamente interrogado pela PIDE-DGS, na António Maria Cardoso, pela sua pregação numa missa para crianças, interpretada como um ataque à guerra colonial.
Dedicou-se ao ensino e à investigação teológica desde 1965: foi professor no Studium Sedes Sapientiae (Fátima), no Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET/Lisboa), no Instituto de Psicologia Aplicada, no Cento de Reflexão Cristã (CRC), na Escola de Educadoras de Infância Maria Ulrich e director do Instituto de S. Tomás de Aquino.
Participou com D. Luís Pereira, Bispo da Igreja Lusitana, na primeira Conferência Ecuménica, em Portugal, organizada pela Cooperativa Pragma.
Fez parte da equipa da tradução portuguesa da revista internacional, Concilium, a partir de 1965, e participou nos colóquios Concilium.Tomou parte em várias iniciativas de carácter cívico: no lançamento da publicação clandestina, Direito à Informação; pertenceu ao secretariado da Comissão Nacional de Socorro aos presos políticos, do Comité Português Pró-Amnistia Geral no Brasil; foi membro do Conselho Nacional de Imprensa. É membro do Fórum Abraâmico.
A introdução que fez à Segunda Assembleia Livre de Cristãos de Lisboa (7 de Maio, 1974) e à Primeira Assembleia Livre de Cristãos do Porto (9 de Maio, 1974), assim como o texto, A Igreja e o 25 de Abril e a entrevista, A Igreja pode colaborar na Democratização, (Junho 1974) foram considerados, nos meios cristãos, textos de referência para uma Igreja livre num País livre. Cf. Textos Cristãos. 25 Abril. Novembro 25, Ulmeiro, Lisboa, 1977, pp. 22-24; 146-159; 194-200.
Foi um dos oradores do primeiro encontro dos Cristãos para o Socialismo.
Durante a década de 80 colaborou, na área da Teologia da Inculturação, em cursos de reciclagem de missionários e na preparação dos Animadores de Comunidades cristãs em várias dioceses de Moçambique.Ensinou Teologia no Seminário Maior de Luanda (Angola), no Centro Bartolomé de Las Casas (Cuzco - Perú) e na Universidade S. Tomás de Aquino (Bogotá - Colômbia).Participou na configuração do Centro de Pedro de Córdoba (Santiago do Chile), especializado no diálogo entre Teologia e Ciências Humanas, onde também ensinou. Foi o primeiro Director do Centro de Teologia/Ciência das Religiões e da Licenciatura em Ciência das Religiões, da Universidade Lusófona.
Dirige a colecção Nova Consciência do Círculo de Leitores. Todos os livros têm prefácio seu.
Depois de crónicas regulares no Sempre Fixe e na Luta, mantém, desde 1992, uma coluna semanal no Público, dedicada à análise do fenómeno religioso no mundo contemporâneo.
Foi-lhe dedicado o nº2, do Ano I (2002), da Revista Portuguesa de Ciência das Religiões.
O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, conferiu-lhe o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, a 25 de Abril de 2004.
Foi-lhe atribuída a medalha de Ouro de Reconhecimento e Mérito, por despacho conjunto da Administração e da Reitoria da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de 19 de Janeiro de 2005 e foi entregue em Sessão Solene no dia da Universidade, a 19 de Março de 2005.
Membro Externo da Assembleia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Membro do Conselho de Ética e do Conselho Cultural do ISPA – Instituto Universitário; Membro da Academia Pedro Hispano.
Tem muita colaboração dispersa por obras de conjunto e por várias revistas (Igreja e Missão; Brotéria; Communio; Seara Nova; Reflexão Cristã; Ler; etc.) e em vários jornais, assim como uma vasta participação em Congressos e Semanas de Estudo nacionais e internacionais. Foi co-fundador dos Cadernos Afrontamento (Porto), do Boletim ISET (1972-1975) e do Boletim Reflexão Cristã. Dirigiu os Cadernos de Estudos Africanos, onde publicou vários estudos."
vide
http://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idc=117&idsc=65642&ida=105595
Antero Monteiro
2 comentários:
Parabéns ao Frei Bento.
Um grande abraço do amigo
Abílio Rocha.
No mesmo dia em que o Frei Bento foi homenageado pela Ordem dos Advogados,atribuindo-lhe o Prémio Ângelo d'Almeida Ribeiro, dia 10 de Dezembro de 2010, ele foi também condecorado pela Assembleia da República, em nome da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Esta notícia, este reconhecimento a um Dominicano, ao Frei Bento, faltava acrescentar aqui no Blog Criar Laços.
Já agora, aproveito para dar os parabéns ao Frei Bento por todas essas Homenagens e, sobretudo, pelo seu excelente trabalho e currículo em prol da liberdade, da justiça e do Anúncio da Boa Nova, do Evangelho, de acordo com os tempos de Hoje. É de realçar o seu grande contributo para a melhoria da Sociedade em que vivemos e para o Rejuvenescimento da Igreja, que tão necessário é.
Nesta Noite de Natal, festa da Família e também da Família Dominicana, quero desejar ao Frei Bento, aos ilustres bloguistas e a todos os que passaram por Aldeia Nova ou Fátima, um Santo Natal e um Feliz Ano 2011. Felicidade,para mim, é uma atitude pessoal,interior, um sentimento de bem-estar, de acreditar em nós mesmos, aceitando as coisas como elas são, mas fazendo com que elas sejam melhores amanhã. Felicidade tem também a ver com a qualidade de vida, a saúde, a realização pessoal e profissional. Tudo isso e muito mais o desejo para vocês todos no próximo ano de 2011.
Um abraço para todos.
Baltazar
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