segunda-feira, 3 de maio de 2010

DIA MUNDIAL DA ASMA



Celebra-se hoje, dia 4 de Maio de 2010, o dia mundial da asma. A asma afecta cerca de um milhão de pessoas, só em Portugal. As doenças respiratórias sobressaem na população portuguesa, o mesmo sucedendo pelo mundo inteiro. Apesar dos avanços da medicina, tem havido um aumento da morbilidade e mortalidade, em especial devido ao desenvolvimento dos padrões de vida, onde os factores psicológicos recuperam protagonismo. No nosso país tem-se vindo a assistir a um aumento crescente do número de casos de asma.
Hoje, apetecia-me discorrer um pouco sobre as causas psicológicas da asma, se me permitirem. É com base num caso concreto, de um amigo meu, o António dos Santos. Namorou durante 5 anos uma miúda, a Lena. No fim, como ela já tinha arranjado casa, queria casar-se com ele. Antes, recusou sempre as propostas que ele lhe fez, empatando-o. Ela tinha 34 anos de idade e ele 41. Como se sentia inseguro e não se entendia muito bem com ela, disse-lhe que só se casava com ela depois de se conhecerem melhor. Ela cortou a relação, como já tinha feito de outras vezes. Mas desta vez, o pai dela veio a Lisboa, a ameaçá-lo, caso a continuasse a procurar. Agora diz-me que goza de boa saúde e ainda está vivo, graças ao pai dela. Porquê? Porque senão tinha-se casado com a referida namorada e já tinha morrido há muito tempo, segundo diz. Constata que nunca teve asma na vida dele, a não ser durante o namoro com a Lena. Na altura fartou-se de percorrer médicos e especialistas, de fazer testes a alergias e vacinas. Nunca tomou tantos medicamentos na vida dele. Nenhum médico o conseguiu curar nem detectar a verdadeira causa da doença. Ao ter dado a relação amorosa por terminada, ficou curado, como que por encanto. Há mais de 28 anos que terminou a relação, os mesmos que deixou de ter asma e nunca mais voltou a ter algo parecido, ainda que possa ter uma pequena tendência para isso. Na altura podia ter morrido, segundo lhe disse um médico, de tal forma eram os ataques de asma que tinha. Recorda-se, de uma maneira especial, do que lhe aconteceu nas festas da cidade de Lisboa, que se celebram todos os anos no mês de Junho. Juntamente com a Lena e um casal amigo dela, foram assistir às marchas populares na Av. da Liberdade, Lisboa. Enquanto a festa decorria, teve uma crise de asma de tal forma, que teve de ir de urgência, numa ambulância, para o Hospital de S. José. Pelo caminho, tanto ele como os que o acompanhavam, receavam que ali mesmo poderia acontecer a última respiração ofegante e o coração parar. No Hospital, a crise demorou muito tempo a passar. Nada justificava ter-lhe acontecido aquilo. A Lena estava ao lado dele. Mas nunca lhe passou pela cabeça que ela pudesse ser a causa da vida periclitante que corria.
Considera que é um caso fora de série e pretende publicar as suas memórias. Diz que se pode tornar num best-seller nacional e mundial, porque não deve haver um caso parecido em todo o mundo. Haverá?
A asma brônquica, assim vulgarmente designada, é caracterizada pela obstrução generalizada das vias aéreas respiratórias, desencadeada por diversos factores como genéticos e estímulos diversos. Os mais frequentes são os alergéneos inalados, em particular o pó da casa, os ácaros e os pólens. Alergias que podem ser constituídas também por vários alimentos, medicamentos, ambientes poluídos. Normalmente, a asma encontra-se associada a factores familiares, emocionais, exposição alérgica, factores climáticos, poluição ambiental. Pode haver outras causas. O esforço físico e o stress também podem ser desencadeantes da asma. Desde há muito tempo que é considerada uma doença psicossomática na qual as mudanças de humor, a ansiedade e as emoções desempenham um papel decisivo no agravamento dos seus sintomas. Pode haver uma correlação entre uma perturbação ou tensão emocional e um ataque de asma. A tensão nervosa e os estados emocionais podem desencadear a crise. Qualquer que seja o estado emocional de uma pessoa, este exerce influência sobre a sua saúde, como é sabido. É referida, de uma maneira especial, a ansiedade.
Neste caso é, nitidamente, de origem psicológica e emocional, porque mesmo os alimentos a que era alérgico, como o leite e a laranja, passou a consumi-los diariamente e nunca mais voltou a ter asma nem nada parecido.
Parece-me que a asma dele poderá ter a ver com o facto de a namorada ter tido um comportamento de superprotectora para com ele. Não podia andar à vontade na presença dela. Havia maneiras de andar e posições do corpo que tinham de ser cumpridas rigorosamente. Queria também moldá-lo na pessoa ideal que queria para ela. Para ele era importante ser si mesmo. Talvez também devido às frustrações que lhe causava. Recusou-se sempre a aprofundar a relação, mas segundo ele conta, meteu-se com uns poucos, mesmo na presença dele. Ao que parece, gostavam muito um do outro. Pelo que relata, quer-me parecer que se trata de um caso de Romeu e Julieta, não consumado. Por isso, aguentou durante tanto tempo, o comportamento inacreditável da Lena para com ele.
Penso serem estas as causas da incrível asma amorosa, pois a superprotecção e a frustração, podem provocar verdadeiras crises de asma. Que dizem a isto tudo, os ilustres intervenientes neste blog?
Um abraço para todos.
Eliseu

3 comentários:

Anónimo disse...

Na minha modesta opinião, esta pode ser a razão profunda e secreta que leva a Santa Madre Igreja a proibir o acesso ao casamento dos seus sacerdotes. As mulheres são um perigo, já desde Eva.
Ezequiel Vintém

Zé Celestino disse...

ATT asmáticos...

Não deixem de aprofundar estes ensinamentos clínicos do Eliseu...
Se possível,consultem-no pessoalmente...

Quem sabe se para além da asma essas «Lenas» não estarã na origem de muitas ouras doenças dos homens?...

Alguns até são totalmente alérgicos a «Lenas»...

Sorte dos que não se cruzaram com namoradas superprotectoras..

O António dos Santos é que teve azar...

Desejo-lhe que não lhe tenham apareçido pelo caminho outras «Lenas» contagiantes de asma ou de qualquer outra alergia...

Bem nos basta a crise económica...

Agora sermos contagiados de «asma amorosa» é que é uma porra...

Votos de boa disposição a todos os bloguistas...




Zé Celestino

Anónimo disse...

Ao percorrer o Blog Criar Laços, que desde a Páscoa deste ano não via, devido aos vários afazeres e compromissos, deparei-me com este trecho intitulado: Dia Mundial da Asma. Curioso por saber o seu conteúdo, li-o de fio a pavio de uma assentada. Reli-o, porque achei que estava muito bem escrito. Vem mesmo a propósito do dia de hoje,também mundialmente celebrado, o Dia de Natal. Dia do Encontro de Deus com o Homem, Dia do Princípio de uma Nova Civilização, Dia da Reconciliação, Dia do Amor.
Gostava de fazer almas breves considerações sobre este texto. Perante o que li e, face ao dia de hoje, Dia da Reconciliação, Dia do Amor, não posso deixar de perguntar se a Lena não deveria ter em conta as consequências do seu comportamento para com o António dos Santos. Provocou-lhe uma incrível asma, que o podia ter levado à morte. Pelo que consta no texto, o António deve ter sofrido imenso interiormente, durante os 5 anos de namoro, ao ponto desse sofrimento se ter manifestado exteriormente, físicamente, nas graves crises asmáticas. Os danos e prejuízos sofridos por ele, provavelmente, terão um valor incomensurável, do ponto de vista psicológico. Talvez o tenham afectado durante toda a sua vida, uma vez que se fala do amor de Romeu e Julieta. Amor este que é eterno, segundo creio.
Perante o exposto, faço aqui um apelo à Lena, à sua consciência, se não deveria reparar, de indemnizar devidamente o António dos Santos pelos danos e prejuízos sofridos durante todo aquele tempo, injustamente, ao que parece. Como Psicólogo, é isso que costumo recomendar aos meus clientes para fazerem, em casos parecidos. É de recordar que, estamos aqui, neste Mundo, de passagem e, seremos julgados, no Reino dos Céus, pelo que fizermos ou deixarmos de fazer ao nosso semelhante, ao nosso irmão, ao próximo, segundo reza a Bíblia, o Livro Sagrado inspirado por Deus.
Desejo a todos um Feliz Natal e um Excelente Ano Novo. Natal é sempre quando um Homem quiser...
Anacleto