quarta-feira, 19 de setembro de 2007

RUGBY EM PORTUGAL?

Como a grande maioria dos portugueses de França, nunca tinha imaginado que houvesse uma equipa de rugby em Portugal! Portugal, terra de footbal por excelência, país conhecido no mundo inteiro por sua cultura futebolística, o país dos três “F”, faz parte das 20 melhores equipas de Rugby do mundo?!... Quando os meus dois rapazes ( bem mais entusiastas pelo rugby que pelo footbal) me informaram que Portugal, pela primeira vez de sua história, se tinha qualificado para participar na copa do mundo de Rugby em 2007, fiquei surpreendido mas não menos orgulhoso. Para não passar por um ignorante junto de meus filhos e suas e minhas relações, que não deixariam de me questionar sobre o assunto, precipitei-me ao google... As informações que descobri, provam a minha grande ignorância...
-O rugby entrou em Portugal no inicio dos anos 1900, levado por comerciantes franceses e ingleses, mas não conseguiu singrar devido aos problemas económicos e sociais com que se debate o Reino Portugues. Vem depois a instauração da primeira República. Participámos também na primeira guerra mundial ao lado dos franceses. A razão principal, a meu ver, é a nossa cultura futebolística, como já mencionei.
-O desenvolvimento do rugby persiste e no dia 13 de abril de 1935 a equipa portuguesa joga e perde o seu primeiro jogo oficial contra a Espanha . No ano seguinte perdemos de novo contra a mesma equipa.
-Durante mais de trinta anos a equipa de Portugal só joga contra a Espanha que sempre manifesta a sua superioridade. Considerada demasiado fraca, a nossa equipa não pode competir com as de outros países.
-Em 1966 ganhamos pela primeira vez contra os espanhóis. Perdemos contra a Itália em 1967 e também contra a Roménia. Em 1968 ganhamos contra os belgas e os Marroquinos, antes de sermos esmagados pela Irlanda 132 a 0 .
- Portugal consegue ganhar 5 jogos entre 1979 e 1981.
-Em 1987 (primeira copa do mundo de rugby a 15, Portugal nem sequer foi convidado para participar nas eliminatórias.
-A partir de 1989 Portugal participa a todas as qualificações para a copa do mundo sendo sempre eliminado. Em 1999 a nossa equipa derrota todos os adversários menos a Espanha e termina segunda de sua “poule”para ser finalmente eliminada pelo Uruguai.
-Soou a hora da vingança... Durante o período 2004-2007 Portugal qualifica-se pela primeira vez para a copa do mundo. A equipa portuguesa impõe-se contra o Uruguai em Lisboa no dia 10 de Março e ganha 12 a 5. Portugal jogará no grupo C . O facto de participar na copa do mundo de rugby constitui uma grande vitória para a equipa portuguesa. Enfrentar os monstros sagrados All Blacks, é um momento histórico e constitui certamente o começo de uma nova era para o rugby português. Apesar de a equipa de Nova Zelandia ter ganho por 108 a 13, o estádio de Lyon repleto de Lusodescendentes (de que faziam parte os meus dois filhos) vibrou como em dia de vitória. Os espectadores levantavam-se como um só homem para apludir os feitos lusitanos: o drop de Malheiro, e sobretudo o golo de Cordeiro, transformado por D. Pinto. É pouco e muito ao mesmo tempo, se temos consciência do abismo que separa uma selecção (amadores em maioria) que pouco mais tem que sua coragem e generosidade para opôr a uma equipa poderosa, rápida, formada por profissionais há várias gerações e que é apresentada como a favorita para o título. A nossa equipa deu exemplo de coragem, entusiasmo, e provocou respeito e admiração. Os meus filhos nunca tinham visto um tal ambiente num estádio e sentiram orgulho pelo sangue português que lhes corre nas veias. Viva o rugby português.
Fernando.


6 comentários:

Armando disse...

Eu não estou bem dentro do assunto, já que o meu know how é mais do domínio do futebolês. No entanto reconheço que as bela-donas dos nossos futebolistas tinham muito a prender em coragem, em desportivismo, em entusiasmo pelo jogo e não pelos cheques.
Não sei donde surgiram estes valentes. Mas nós temos uma óptima e tradicional escola para o treino deste desporto sem raízes no nosso país. Refiro-me aos grupos de forcados, obviamente. Quem é capaz de parar um toiro também para um neozelandês.
Portanto sugiro uma deriva para os nossos valentões: deixem os toiros em paz e dediquem-se ao rugby.
A. Alexandrino

Unknown disse...

Fernando Vaz e Alexandrino
Vocês são o máximo !
Parabens pelos textos.
As férias foram motivo de grande estudo do tema tratado.
O Alexandrino continuo com o seu fino humor, sinal que estáVIVO.
Nelson, como vens os n/amigos estão sempre prontos ...
Abraços e cá esperamos mais vozes.
Abraços
J Moreno

Unknown disse...

Fernando Vaz e Alexandrino
Vocês são o máximo !
Parabens pelos textos.
As férias foram motivo de grande estudo do tema tratado.
O Alexandrino continuo com o seu fino humor, sinal que estáVIVO.
Nelson, como vens os n/amigos estão sempre prontos ...
Abraços e cá esperamos mais vozes.
Abraços
J Moreno

Anónimo disse...

Adorei a dica do Alexandrino!...

Anónimo disse...

Concordo com o Alexandrino, que teve uma �ptima ideia para os nossos forcados. Mas este artigo do Fernando deliciou-me, pelo ambiente que descreveu, pelo bosquejo hist�rico que efectuou, pela din�mica do discurso. Ficamos mais s�bios com o trabalho que nos ofereceu. Al�m do mais, escreve duma maneira fluente e vern�cula, pese embora, uma vez por outra, mas muito raramente, um ou outro termo ou forma de dizer mais g�lica.Se puderes, Fernando, continua, e se escreveres um livro de contos ou de outra forma liter�ria de maior f�lego, c� estarei para te ler.Acabei de ler com muito gosto " O Mar de Madrid" do nosso colega Jo�o de Melo.Bom romance!Boa literatura!
Bem fico-me por aqui.
Abra�os para todos
Neves de Carvalho

Anónimo disse...

Obrigado, caro Neves, pelas tuas reflecçoes, lisonjeiras! Apreendo cada vez mais de escrever na nossa bela lingua, pois tenho medo dos galicismos que insidiosamente se insinuam sem que tu te apercebas...
Hà mais de 40 anos que banho neste ambiente linguistico. Apesar de tentar resistir de todas as minhas forças a uma assimilaçao inelutàvel, vou deslizando. Nem me aflijo com isso pois dirijo-me a pessoas inteligentes e que procuram compreender-me e nunca julgar-me. Também li com prezer os dois romances de Joao de Melo: " O mar de Madrid" e "Gente feliz com làgrimas". Também tenho na minha biblioteca varios livros oferecidos pelo autor, o Horacio, Fr. Filipe. Livros de pesquisa. Eu nunca pretendi saber escrever. O que eu faço é conversar convosco por escrito, mas nunca serei um escritor... Espero ler um dia as obras do Alexandrino,do Eduardo Bento, do Nelson... e também do Imeldo e do Vintém! Todos estes e certamente muitos outros que conheço menos e que teem imaginaçao e bom estilo mas também boas ideias. Um abraço Fernando.