A Universidade do Minho atribuiu esta sexta-feira, dia 15, às 10h30, no Salão Medieval do Largo do Paço, em Braga, o título de doutor honoris causa a Álvaro Laborinho Lúcio e a Frei Bento Domingues. Os discursos de elogio vão ser feitos por Licínio C. Lima e Moisés Lemos Martins, professores catedráticos do Instituto de Educação e do Instituto de Ciências Sociais, respetivamente. Inserida nas comemorações do 45º aniversário da UMinho, a cerimónia contou com várias personalidades nacionais, incluindo o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.
Álvaro Laborinho Lúcio nasceu em 1941 na Nazaré. É licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Universidade de Coimbra, tendo iniciado a sua carreira profissional como delegado do procurador-geral da República, função que exerceu nas comarcas de Seia, Fundão e Santarém. Foi, mais tarde, juiz em Oliveira do Hospital e Tábua, procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, procurador-geral adjunto da República, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, bem como diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários. Desempenhou também funções de ministro da Justiça, secretário de Estado da Administração Judiciária, ministro da República para a Região Autónoma dos Açores e presidente da Assembleia Municipal da Nazaré. Foi professor convidado na Universidade Autónoma de Lisboa. Fundou a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e preside à assembleia-geral da Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família. Agraciado pelo Rei de Espanha com a Grã-Cruz da Ordem de São Raimundo de Peñaforte e pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Laborinho Lúcio é autor de diversas publicações, incluindo “A Justiça e os Justos”, “O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça”, “Educação, Arte e Cidadania”, além dos romances “O Chamador” e “O Homem que Escrevia Azulejos”. Álvaro Laborinho Lúcio foi vice-presidente e presidente do Conselho Geral da UMinho.
Nascido há 84 anos em Travassos, Terras de Bouro, Frei Bento Domingues entrou para a Ordem dos Pregadores, em 1953. Estudou Filosofia e Teologia em Fátima, Salamanca (Espanha), Roma (Itália) e Toulouse (França). Como assistente da Juventude da Igreja de Cristo Rei, no Porto, coordenou a exposição “O Mundo Interroga o Concílio”, levando-o a ser expulso pela PIDE em 1963. De regresso a Portugal, dedicou-se ao ensino e à investigação no Studium Sedes Sapientiae de Fátima, no Instituto de São Tomás de Aquino, no Centro de Reflexão Cristã, no Instituto de Psicologia Aplicada e no Instituto Superior de Estudos Teológicos, onde assumiu cargos de direção. Durante a ditadura participou na Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, no Comité Português Pró-Amnistia Geral no Brasil e no Conselho de Imprensa, bem como no lançamento da publicação clandestina “Direito à Informação” e na organização do primeiro colóquio ecuménico no país. A partir de 1980, lecionou em Angola, Peru, Chile e Colômbia. Foi ainda diretor do curso em Ciência das Religiões e do Centro de Teologia e Ciência das Religiões da Universidade Lusófona de Lisboa, além de membro do Conselho Geral da Universidade do Porto, da Assembleia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do Conselho de Ética do ISPA – Instituto Universitário. A Bento Domingues foram atribuídos o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, pela Presidência da República, o Prémio dos Direitos Humanos, pela Assembleia da República, o Prémio Ângelo d’Almeida Ribeiro, pela Comissão dos Direitos Humanos. Publicou diversos livros, como “A Religião dos Portugueses”, “Francisco. O Papa que põe a Igreja a mexer” e “As Religiões e a Cultura da Paz”.
O título honorífico de doutor honoris causa é concedido a personalidades eminentes que se tenham destacado pela sua reputação, mérito ou ação na sociedade.
Notícia veiculada pelo Baltazar Jesuíno
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