Parte 1
Sei que sou um
presunçoso a tentar mostrar-se humilde. Foi o que consegui perceber de mim ao
longo das minhas vidas. Enxergar de vez em quando quanto cego eu sou, foi o
melhor que consegui. Assim, não acredites numa só palavra que eu aqui escrevo.
Mas não deixes de ler, para perceberes do que um pomposo presunçoso é capaz.
Sempre me interessei por história universal. E sempre filosofei sobre a decadência e morte das
civilizações Mesopotâmica, Egípcia, Grega e Romana. O que mais me fascinou e
fez pensar foi descobrir que a realidade das civilizações sempre dependeu da
visão que o ser humano tinha dele em relação ao mundo, ao universo e a Deus.
Desde Babel até ao séc.
XVII, altura em que Isaac Newton revolucionou o mundo e a ciência com as novas
leis (gravitação universal, a mecânica dos sólidos e dos fluídos, inércia,
dinâmica e alquimia), o ser humano julgava ter nascido com uma influência
astral. A sua vida dependia dos movimentos astrais, e do temperamento de Deus
ou dos deuses mitológicos. Uns julgavam que tinham nascido para predadores,
outros para vítimas. Tinham um destino traçado que não poderiam mudar. Com esse
conceito de mundo, consultavam os astros para tudo. Para casar, para comprar
uma junta de bois ou para invadir a privacidade do vizinho. Teriam também de
estar atentos para não desencadear a ira de um Deus tirano, que raramente
tirava férias e governava o mundo e o universo com punho firme, como o aço. Com
esse conceito as possibilidades de criar a realidade que desejavam era nulas,
se não fosse da vontade dos astros e se os deuses não estivessem bem dispostos.
Com a chegada de Isaac e a nova visão de mundo e universo, juntamente com o
dualismo de René Descartes, a visão de mundo mudou a um ritmo lento e firme,
sendo a visão dominante de mundo e universo nos dias de hoje.
Esta visão
newtoniana/cartesiana, foi revolucionária na época, alimentando a revolução
industrial e o capitalismo Adam Smith e tirando a Europa da época do
feudalismo. A melhoria de vida com o desenvolvimento inquestionável em todas as
áreas é uma realidade. O ser humano passou a ser livre do senhor feudal, mas
tornou-se escravo do medo dele mesmo. Embora tudo isto faça parte de um livro
em preparação, este artigo somente tem a pomposa pretensão de mostrar uma nova
visão de mundo, segundo a visão da moderna física quântica.
Mas antes de irmos à nova visão de mundo (que nova
pouco tem a não ser os termos), precisamos perceber qual a razão da urgência em
ampliar a consciência para esse “novo” conceito.
A urgência para mudar
de paradigma deve-se à profunda hipnose psicótica em que a humanidade está
mergulhada. Apesar de todos os dias desabrocharem novas associações de defesa
de animais e plantas e novas formas de luta contra doenças que afligem a humanidade,
não se consegue tapar o sol com a peneira. O ser humano perdeu a
individualidade, submeteu-se a um conceito normativo, acabando como parte de
uma massa fácil de mover e modelar. Todas as doenças crescem a uma velocidade
vertiginosa, apesar do milhões de dólares, euros e libras gastos diariamente… A
cada três minutos uma mulher recebe um diagnóstico de cancro de mama… Porquê?
Porque é que apesar das grandes campanhas contra o fumo a cada dia que passa
4.000 adolescentes começam a fumar no mundo? Porque é que apesar de se
queimarem milhões de toneladas de trigo, e se pagar a agricultores para não
cultivarem nos próximos 60 minutos 1.800 crianças morrerão de desnutrição e
fome? Não falemos de um terço da população mundial contaminada pela tuberculose,
nem dos distúrbios alimentares em 25% das mulheres, da síndrome de pânico, dos
transtornos obsessivo compulsivo etc. etc. etc. O paradigma
newtoniano/cartesiano cega-nos para a realidade, vivemos em estado de hipnose
psicótica coletiva.
Será este estado de coisas “normal”?
Só precisamos aceitar
que o paradigma newtoniano/cartesiano foi libertador, mas hoje está
obsoleto. Tudo no universo funciona
assim…, nasce, cresce desenvolve-se e transforma-se. Se a humanidade já não usa
no seu quotidiano, apetrechos construídos segundo as leis da física clássica,
salvo raríssimas peças de coleção, a mecânica clássica já só é encontrada em
museu. Da mesma forma que a mecânica clássica já não funciona nos utensílios de
hoje, também não funciona como estrutura/padrão de princípios tão importantes
como o amor, responsabilidade, humildade, honestidade, etc. etc.
Resumindo:
a física clássica, com a sua estrutura rígida tridimensional, mantém o ser
humano afastado da sua verdadeira identidade divina, excluído do universo e de Deus.
Se antes da física clássica era uma marionete sujeita ao movimento astral ou
dos astrólogos que os interpretavam…, depois como donos (conhecedores das leis
universais) licenciaram-se legalmente na manipulação do próximo e o mundo com
essas leis (chamam-lhe Marketing). Apesar dos grandes melhoramentos materiais
que trouxeram o conforto e a possibilidade de viajar e admirar as belezas da
criação, o homem continua vazio e excluído do mundo e do universo. Tanto
manipulando como manipulado, na sua pequenez existencial é incapaz de atingir a
santidade, admirando a obra da criação.
Ao não se contentar com
a posição de filho rejeitado e muito menos com a angústia do vazio existencial,
o homem na sua infinita procura sondou no lugar onde nunca antes tinha procurado.
Dentro da matéria (aparência física) onde encontra o novo. O fascinante mundo
atómico, pondo em causa a mecânica de Isaac Newton. Dentro dos microcosmos as
leis da física clássica não têm utilidade. Tudo é movimento, fluxo e
interação…, uma dança infinita onde tudo se encadeia.
Como é que essa descoberta pode salvar a humanidade
do vazio existencial?
Essas descobertas
revelam-nos os princípios espirituais do universo onde a criação (Deus) é
reconhecida em tudo. Tudo o que existe é energia (Deus), está dentro da
energia, enfim…, tudo é criação (ou Deus como cada um o concebe). Todas as
coisas possuem uma natureza divina que reside latente dentro de si mesmas. Do
ser mais pequeno ao maior, do átomo ao sol, da molécula a qualquer ser visível
ou invisível, tudo que acontece no universo faz parte da perfeição divina. É
urgente escolhermos se queremos continuar com a consciência clássica (relíquia
de museu), submersos no vazio angustiante do sofrimento ou sair e assumir a
divindade que carregamos no mais profundo de nós mesmos. Mas não importa se que
aqueles que leem este texto façam de conta que isto não é para eles. A essência
divina existe, está lá…, esperando a hora de se manifestar em toda a sua pureza
e grandeza. Saber que a perfeição reside oculta em nosso ser é uma certeza que
devemos ter sempre presente.
A partir desta premissa
poderemos desenvolver uma nova visão de mundo, o texto já vai longo. Vou deixar
para amanhã os novos princípios espirituais da mecânica quântica. Repito, que
de novo pouco têm…
Incondicionalmente disponível fico a aguardar pelas
dúvidas,
António Fernandes
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