O portal para um
mundo diferente
Hoje que
completo mais um ano de vida, tenho a certeza que muitos daqueles que não me
acompanharam nas últimas cinco décadas, têm dificuldades em entender o porquê
da importância que dou a nova era, e a mudança de paradigma. Como os meus
últimos artigos têm gerado celeuma e reações hostis de alguns filósofos. Eu
decidi por bem esclarecer.
Quem lê os meus artigos está acostumado a
ler (“não acreditem nem rejeitem aquilo que aqui escrevo”)…, por isso, não
tenho a intensão de ensinar nada a alguém. Todos sabemos que uma reação
violenta, em relação a qualquer coisa é originada no medo. Quero lembrar que
não há que ter medo. Sugiro que peçam esclarecimentos, perante uma dúvida em
vez de uma reação hostil que impede que se faça luz.
Como
tudo começou. Já está quase a perfazer duas décadas que tudo começou. Era final
de seculo e inicio de um novo milénio. Era o início do ano 2000 e coordenava na
altura o instituto de gestão de stress, um projeto inovador, ao serviço de uma
dezena de psiquiatras e outros agentes ligados a doenças aditivas. Neste espaço
residencial, em regime de absoluto anonimato (indispensável ao estigma da
doença), eram recebidos, homens e mulheres da classe média/alta, essencialmente
com problemas de álcool. Era um serviço honesto e responsável, com resultados
incríveis.
A grande cambalhota. Ainda no decorrer do ano 2000,
é recebido no espaço que coordeno um novo residente do sexo masculino com 36
anos de idade (que vamos dar o nome de João), com um grave problema (Cirrose
hepática), em estado de degradação avançada. A sua permanência tinha sido
requerida, na esperança de o manter vivo até a hora do transplante (fígado).
Apesar de jovem e simpático o mal-estar provocado pela doença e a ascite,
tornava-o antissocial agravando ainda mais, a nada animadora deterioração
física. As semanas passaram e o João, lenta, mas progressivamente começou a
integrar-se na casa e no grupo que nela habitava. Começou por participar com a
sua presença nas palestras diárias: em que entrava mudo e saía calado, e no
final da 3 semana, a ascite estava a ceder e o volume dos líquidos abdominais
(barriga d'água), tinham reduzido cerca de 50 %. A língua começou a desatar-se
e os primeiros sorrisos começaram a esboçar-se e na quinta semana já fazia
parte integrante de todos os trabalhos terapêuticos e das tarefas da casa. Na
oitava semana o João está em condições físicas emocionais e mentais para
regressar ao seu trabalho. O João não precisou mais de transplante e todos os
valores estavam dentro na normalidade. Qual foi o tratamento? Somente as
limpezas linfáticas normais e uma mudança de consciência. Nada mais. Na altura
não tive consciência da dimensão real, e não dei importância ao caso. Ainda no
mesmo ano outro caso neste caso uma senhora de 68 anos que vamos dar o nome de
Maria, que apesar de um problema de álcool tinha cancro da mama, já com
metástase nos ossos e pulmão. O seu estado era muito delicado. O objetivo era
conseguir alguma qualidade para o tempo de vida que lhe restava. Da mesma forma
como o João a Maria mudou a forma de ver vida e o mundo, e além de não precisar
de adicionar o álcool para lidar com os seus sentimentos e emoções, também o
cancro e as metástases desapareceram sem explicação. Uma recuperação incrível. Como
o João e a Maria outros casos se seguiram de portadores de doenças crónicas
como a diabetes e outras (alguns insulinodependentes). Depois de um estudo mais
aprofundado percebi que todos que mudavam a forma de pensar, mudavam a forma de
lidar com os sentimentos e as emoções, e problemas físicos mais ou menos graves
desapareciam definitivamente. Por outras palavras, logo que a pessoa mudava
tudo mudava na vida do individuo. Eufórico com as conclusões tentei expor o
caso junto dos profissionais de saúde que me enviaram os pacientes com casos
mais dramáticos, mas o melhor que consegui foi “cala-te bem calado, que é
melhor para todos”. Achei a posição muito estranha, porque eram vários
“profissionais” todos com postura igual…, alguns nunca mais me falam e nenhum
dos que viram seus doentes recuperar para uma vida de qualidade, mandou mais
doentes para o instituto que coordenava. Parece tudo muito estranho, mas não o
é... Tudo é perfeito, não podia ser diferente…, embora na altura não
conseguisse enxergar o grande benefício na “grande frustração”.
Procura e achareis. Apesar de todos os resultados
conseguidos, não podia quebrar o anonimato dos residentes, e mesmo que alguém
tivesse disposto a quebrar o anonimato (o caso da Maria), ficaríamos com um
caso isolado que nada mostrava. E acima de tudo não tinha a intensão de tentar
convencer alguém. Mas mostrar que o simples largar dum conceito pode fazer
milagres de mudar uma realidade. Não desisti de procurar uma explicação, não porque
tivesse qualquer dúvida, mas porque não queria embandeirar no folclore New Age
da altura, carregado de misticismo…, ou pior ainda, fazerem de mim um Guru.
Essa a razão de procurar explicação para todo o processo de recuperação e
transformação pessoal a luz da ciência. Inicialmente cruzei-me com John
Demartini um disléxico, que mostrou a quântica, e Amit Goswami que me mostrou o
maravilhoso mundo da quântica, e como todo este processo de transformação pode
ser explicado. É verdade que poderia simplesmente sugerir a leitura do
“Universo Autoconsciente de Amit Goswami, em vez de escrever artigos, mas
arriscava-me a ouvir que a leitura é difícil e confusa, onde a espiritualidade
caminha lado a lado com equações complicadas.
Alusões finais
Caros
leitores com este texto, não tive a intensão de justificar nada, o meu único
objetivo é partilhar a minha experiência. E com minha experiência, acender uma
luz no fundo do túnel daqueles que estão mergulhados no sofrimento. O meu
trabalho destina-se a quem quer resultados, não para quem quer perder o tempo
precioso que lhe resta a filosofar.
Continuo
incondicionalmente aberto a qualquer pedido de esclarecimento
António
Fernandes
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