segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A PALAVRA AO FR. JOÃO DOMINGOS


Meus Caros Amigos:
Hoje, no Porto, o frei Pedro pôs-me em contacto com este “blog” que acabo de ler (uma parte claro). Primeiramente, os meus parabéns aos autores desta iniciativa. Tudo o que é criar laços é muito bom. O mundo caminha para aí: destruir muros de Berlim e outros… criar laços entre pessoas, povos, culturas. Raças não digo, porque para mim não há raças; apenas uma – a raça humana.
Segundo obrigado a todos os que vão participando com notícias, com partilha de ideias e sentimentos. Assim se constroem os laços. Obrigado ao M. Mendes pelas suas palavras amigas. Quando o coração é bom os olhos vêm coisas que muitas vezes são bem pequeninas. Já Saint Exurery dizia que o mais importante é invisível para os olhos. E S. Tomás avisava que não devemos fazer juízos, pois a pessoa é um mistério…que só Deus lê perfeitamente. Nem o próprio, nem os outros podem ver e compreender a realidade total.
Também eu fui informado que me esperam familiares e amigos na Torre - Sabugal, dia 9, isto é, depois de amanhã. Vai certamente ser uma boa ocasião para encontrar e abraçar muitos e muitas que já não vejo há algum tempo. Espero encontrar alguns de vocês. Tenho grandes saudades dos tempos de Aldeia Nova, da vossa jovialidade e dinamismo, da amizade que nos prendia, dos passos dados para abrir o espírito do Seminário: a professores/as leigos/as, a ir fazer exames ao liceu para que cada um se sentisse livre de avançar para o caminho que o coração pedia, dos jogos de futebol com os colégios, de Alvaiázere e outros, etc.
Será sobretudo um momento de, todos juntos, agradecermos a Deus: os meus 75 anos de vida e os 50 anos de padre. Em 2002, celebramos em Angola os 50 anos de profissão na Ordem dos Irmãos Pregadores. Como podeis imaginar tenho muito a agradecer. Posso dizer que Deus entrou na minha vida e me marcou para este Caminho. Nem sempre foi fácil, mas foi sempre agradável. Sinto-me feliz nesta vida de dominicano e de padre. Senti-me feliz em Aldeia Nova. Vivi lá 5 anos como seminarista, 8 anos como responsável. Foi um tempo forte de construções, de plantação de árvores de fruta, conseguimos trazer luz eléctrica para Aldeia ova, alcatroar a estrada… A capela, oferecida pela Ordem ao Povo de Aldeia Nova, está bem linda e cuidada. Fui lá os últimos 3 anos celebrar com o povo de lá a festa de S. Domingos que está marcada para o 1º domingo de Agosto. Digo isto para que se alguns de vocês lá quiserem aparecer… a data é sempre essa. Gostei do tempo passado em Fátima e depois em Lisboa com o ISTA.
Mas eu costumo dizer que Deus guardou a sobremesa para os últimos anos da minha vida: Angola. Aí eu passei os tempos mais duros e arriscados, aí gastei o “coração” que precisou de “umas palmilhas novas”, mas aí tenho vivido grandes alegria também. Dirigi de 1988 a 2008 um Instituto que recebi com 27 alunos e hoje tem unas 7 escolas em 6 Províncias de Angola: formamos lá professores de Educação Moral e Cívica e Educadores Sociais. Este Instituto passou a ser dirigido por um angolano que se formou connosco e enviamos a França fazer um mestrado. Desde Março que estou liberto desta responsabilidade. Mas estou a dirigir um Instituto Superior João Paulo II, que criamos há 3 anos e que forma licenciados: Professores de Educação Moral e Cívica e Assistentes Sociais e vamos formar também Educadores de Infância. Tudo cursos que não existiam em Angola e que são muito necessários Isto tem sido uma boa parte do meu trabalho nestes últimos 20 anos. Antes, estive no Waku Kungo, Kwanza Sul, no centro da guerra, durante 6 anos. Gostei muito assim como gosto de pregar e participar na Comunicação Social, em debates na rádio e TV., e em Workshops, semanas de estudo, etc. Tem sido agradável. O lema do nosso Instituto médio dá-vos uma ideia do espírito que anima o nosso trabalho: “Vai até ao teu Povo, ama-o. Aprende com ele, serve-o; caminha com ele, começando com o que ele tem e com o que ele sabe”.
E é tudo Por hoje, pois temos de partir. Um abraço a todos vós, vossas famílias e amigos.
Até à próxima.
Frei João Domingos, o irmão mais velho.

9 comentários:

Anónimo disse...

Começaria por explicar que lendo o texto do Fr. João Domingos, conlui-se que foi escrito talvez a 7 do corrente porém, só chegou à caixa de correio do "criar-laços" às 9,35h de hoje, 18.
Depois, queria saudar este grande Amigo e Mestre com quem tenho trocado mensagens via net. Como eu lamento não ter podido comparecer na Torre, no passado dia 9 mas, compromissos anteriormente assumidos, obrigaram-me a faltar! Agora, todos ficamos a saber que, através deste espaço, ficará mais perto de nós. Obrigado sempre, Fr. João Domingos, e um abraço de amizade e gratidão.
Nelson

Anónimo disse...

Também por compromissos assumidos não pude estar lá, como gostaria. Não fui aluno do Frei João Domingos mas compartilhei com ele bons momentos (a saga da electricidade foi um deles)e tive ocasião de desenvolver não só uma grande admiração por ele mas também uma grande amizade que a distância no tempo e no espaço não apagou.
Desejo que continue a fazer aquilo de que gosta, "uma das maiores graças de Deus", diria eu.
Jaime

Anónimo disse...

Desta vez não me foi possível ir até à Torre, como aconteceu algumas vezes, já há muitos, muitos anos.
Quando o Valente me informou da homenagem ao fr.J. Domingos, no dia do seu aniversário e no cinquentenário da ordenação,apesar de compromissos para o dia 8, ainda alimentei a esperança de dar lá um salto para dar um abraço ao amigo J.Domingos. Embora com algum atraso, aqui deixo um grande abraço de parabéns e os melhores votos para continuar o projecto em Angola.
Quando entrei pela primeira vez no comboio da B. Alta, o Fernandes era já um dos mais velhos que vinha lá dos lados da raia. Mais tarde, enquanto noviço, o fr. João acabava a Filosofia, antes de ir para o Canadá fazer a Teologia.
Antes de eu regressar à pátria, lá tive que ir trabalhar no munus presbiteral para amealhar uns "dolas" para a viagem. Já sabia que iria para A. Nova. Tive a felecidade de poder participar o melhor que pude no projecto de abertura do seminário ao exterior e de preparação dos alunos para a vida de cidadãos, primeiro passo para uma escolha consciente e livre para a vida religiosa.
Poderia recordar algumas peripécias
passadas entre os que nessa altura constituíam a equipa responsável pela formação dos alunos. Com algumas diferenças, existia uma grande amizade entre todos,boa disposição, diálogo, abertura ao exterior e fraternidade.
E, já agora, que o amigo fr. J.Domingos me permita revelar um segredo : o autor do prato tradicional da quinta "coelho à seminário" foi ele.
Ó Geraldes, se me saisse o euro-milhões, comprava-te a quinta, com um desconto para os amigos.
Um abraço até breve.

Anónimo disse...

Eu...me confesso!

Fiquei descansado quando no dia 22/8 enviei um comentário ao depoimento do fr. João Domingos. Afinal,por esquecimento, não ia "nominado". Para corrigir o lapso, enviei imediatamente uma corrigenda, que por imperícia não saiu da minha máquina. O amigo Nelson, qual ...vigilante e diligente, alertou-me para o facto. Agradeço ao Nelson, as minhas desculpas ao fr. João e a todos os amigos. Um abraço e boa semana.
Toninho (António Silva)

Anónimo disse...

Torre homenageia Frei João Domingos

Autoras:

Natália e Gabriela (primas do Frei João Domingos).
Parece que estas senhorinhas não deram pela presença de antigos alunos do segundo mais velho.

Fonte:
capeiaarraiana.wordpress.com/2008/08/25/torre-homenagea-frei-joao-domingos

Lido e divulgado em:
27 de Agosto de 2008 pelo
"anónimo" com o qual só a falsa beatice se passa dos carretos.

Artigo (com a devida vénia ao já referido blogue sabugalense)

"No passado dia 9 de Agosto comemoraram-se na Igreja da Torre, concelho do Sabugal, as bodas de ouro sacerdotais do Frei Dominicano João Domingos da Ordem dos Pregadores. As cerimónias coincidiram com a data de aniversário do homenageado que nasceu há 75 anos no dia de São Domingos.

A Eucaristia de Acção de Graças decorreu na Igreja da Torre, concelho do Sabugal, pelas 12 horas, presidida por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, e acompanhado pelo Provincial Frei José Nunes, frei Pedro Fernandes (irmão do frei João), frei Bernardo Domingues, frei Miguel dos Santos, padre Hélder, padre Souta (anterior pároco do Sabugal) e diácono António Lucas Fernandes.

A cerimónia foi seguida de um almoço-convívio organizado pela família que contou com a presença de cerca 170 pessoas entre familiares e amigos.
No final da refeição foram projectadas fotografias e o percurso de Frei Domingos e lido um texto baseado numa entrevista efectuada por uma aluna do ICRA ao homenageado.

A homenagem contou ainda com a presença do Cónego Pereira de Matos (Vigário Geral da Diocese da Guarda) e do Padre José Júlio.
Frei João Domingos fez nesse dia, precisamente, 75 anos, tendo nascido com o nome de Domingos Fernandes, numa aldeia chamada Torre, do concelho e paróquia do Sabugal, distrito da Guarda. O nome foi-lhe dado por ter nascido perto do dia de S. Domingos.
No seio de uma família da classe média, agricultores e pastores, cresceu com os valores do catolicismo. A ida à missa, à catequese e a oração do terço ao final do dia na igreja, faziam parte do seu quotidiano. Com os pais, cuja convivência era pacífica e fiel, aprendeu a verdade e honestidade, a franqueza e confiança.

O início do seu caminho pela vida religiosa começou a desenhar-se em 1946, após o exame da 4.ª classe, com a vinda de uns padres dominicanos da Ordem dos Pregadores que realizaram exames de admissão ao seminário. A Ordem tinha um Seminário Menor, perto de Fátima, onde ministrava o curso liceal. Fez o exame e foi aprovado. Recebeu o nome de João, na tomada de hábito em 1951, a 7 de Setembro, nome religioso que o ligava à Ordem dos Pregadores ou Dominicanos. A partir daí foi sempre chamado por Frei João Domingos.

Em Julho de 1955, o Superior, um padre dominicano canadiano, chamou-o e perguntou-lhe se estava disposto a ir para o Canadá estudar teologia durante 4 anos. Respondeu afirmativamente, fez os votos solenes (perpétuos) e partiu.

Durante esse período, para além do estudo, ajudou muitos emigrantes portugueses no Canadá, a maior parte deles vindos dos Açores, que tinham dificuldade com a língua. Ajudou-os na Emigração, no Ministério do Trabalho, com o preenchimento de papéis e mudança de contratos de trabalho.
Trabalhou, posteriormente, na América, três meses por ano, durante 23 anos, num Centro de Atendimento e Aconselhamento, aprendendo muito com as pessoas e, sobretudo, com os psicólogos e psiquiatras com quem trabalhava, para ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas.

Em França, esteve no ano de 1968, ano do ressurgimento da juventude na Europa. Passou por Paris e outras cidades, mas foi em Estrasburgo que passou um ano escolar inteiro, onde vivia com os dominicanos e estudava na Faculdade de Teologia. Celebrava, também, missa numa Escola de Reeducação de Jovens e numa igreja onde se reuniam os emigrantes portugueses.

Em Portugal, trabalhou oito anos no Seminário dos Dominicanos em Aldeia Nova, sete dos quais como Director. Passados, esses 8 anos, foi Superior do Convento dos Dominicanos em Fátima onde ajudou a criar, um Centro do Estudos, aberto a seminaristas e jovens, rapazes e raparigas, novidade que, na altura, nem toda a gente aceitou bem. O centro conta hoje com mais de quatro mil estudantes.

Em 1975 voltou ao Canadá onde estudou durante um ano. Regressou em 1976 e foi viver em Lisboa na Casa dos Dominicanos em Benfica. Foi nomeado Director do ISTA (Instituto de Teologia São Tomás de Aquino) e começou a dar aulas de teologia na Universidade Católica de Lisboa. Nesse tempo, desempenhou, simultaneamente, outras funções, como: pregação e animação das pequenas comunidades religiosas de padres e irmãos operários, inseridas nos bairros de Lisboa e Porto e nas aldeias do Interior.

Em 1981 iniciou o seu percurso no país em que permanece até hoje, 2008, Angola. O projecto dos Dominicanos em África inclui o trabalho como missionários na pastoral, na educação, na promoção e no desenvolvimento do povo.

Em Agosto de 1988, respondendo ao pedido dos bispos da Igreja Católica, assumiu a reitoria do ICRA (Instituto de Ciências Religiosas de Angola) em Luanda. Assim, em Setembro desse ano assumiu o ICRA e a paróquia do Carmo, juntamente com outros dominicanos onde foi pároco durante quatro anos.

A partir de 1992, deixou de ser o pároco, mas continua sempre a trabalhar como colaborador, apenas ausente desde Setembro de 1992 a Agosto de 1993, ano sabático, em que esteve em Jerusalém, em estudos bíblicos.

O ICRA foi criado pelos bispos de Angola a 8 de Dezembro de 1984 e tem como objectivos a formação de quadros angolanos baseada em filosofias de altruísmo e honestidade.

As competências adquiridas de frei João Domingos incluem ainda: «Filosofia e Teologia» na Faculdade de Teologia Católica, em Strasbourg, França; «Mestrado em Teologia Dogmática», na Faculdade de Teologia, do Collegium Philosophiae et Theologiae Dominicanum, Ottawa, Canadá; Director e professor no Seminário Dominicano português, professor de «Filosofia» no Centro de Estudos de Fátima; professor de «Teologia» na Universidade Católica de Lisboa; reitor e professor de »Doutrina Social da Igreja» no Seminário Maior e no ICRA, em Luanda; professor de Deontologia no curso médio «Educadores Sociais e Doutrina Social da Igreja e Direitos Humanos», no Seminário Maior de Luanda e no curso de Educação Moral e Cívica; professor de «Teologia Pastoral» no Seminário Maior de Luanda; professor de «Deontologia» no Curso Médio de Educadores Sociais; e Professor do «Pensamento Social da Igreja» no curso superior de Assistentes Sociais no Instituto Superior João Paulo II onde foi também reitor e professor de «Direitos Humanos» no curso superior de Professores e Educação Moral e Cívica, no mesmo Instituto João Paulo II, em Luanda.

Foi agraciado em 1998 com a comenda Ordem Mérito do Estado Português."

Anónimo disse...

Interessante. Aqui também não apagou. Estamos conversados.

Anónimo disse...

Tomei como fidedigna a citação do frei João Domingos,adiante incluída porque, no que se refere ao estilo, corresponde ao que lhe conheci na segunda metade da década de 60.

"O sermão do Frei João Domingos dirigido aos nossos peixes trungungueiros"

http://www.jornalangolense.com/full_index.php?edit=389&id=1636

(lido em 7/01/2008 no "Jornal Angolense", on line, em contexto que parecia reportar-se a 2004/2005)

“Nós estamos a assistir a ambição da grandeza, a ambição da riqueza, que não olha aos pequenos, que não olha aos pobres. É assim que queremos um país em paz? Achamos que assim o povo vai ficar caladinho e feliz? O povo não pode estar feliz, porque ele vê, tem olhos abertos, está a ver…”
...
“Dizem que só os ricos é que podem fazer produzir as grandes terras. Muito bem, mas por favor deixem a terra perto das aldeias, perto das vilas ao povo, para que ele cultive perto de casa. Não se canse nos caminhos, não ande com pesos às costas tantos quilómetros. A terra junto às populações devia ser respeitada para as populações. E a esses grandes ricos então, outras terras, mais longe, onde eles podem ir de carro, podem ir de tractor. É mais fácil para eles andar longe, do que o povo andar a pé tantos quilómetros.”
...
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal.

O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa da corrupção? Ou é porque o sal não salga ou porque a terra se não deixa salgar.

Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber.

Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem.

Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!”

Anónimo disse...

http://www.noticiasdefatima.pt/portal/index.php?id=3483&layout=print
"Notícias de Fátima"
Título: "“Fátima é um dom de Deus”
5/Set/2008

Citação
"...Tudo começou com as aulas de francês e inglês que criámos no Convento dos Dominicanos, com a ajuda de alguns professores e professoras (a).

Queríamos ajudar patrões e funcionários dos hotéis, pensões, restaurantes, casas de comércio... a aprender as línguas mais úteis para acolherem as pessoas estrangeiras.

Estes cursos correram tão bem e criaram tanto entusiasmo (b),

que resolvemos avançar para um centro de estudos que desse oportunidade de formação à juventude da Cova da Iria.

Havia já 2 colégios com boa fama: Ir. do Coração de Maria e do P. Ventura. Mas havia muita juventude que não conseguia lugar nesses colégios.

Assim nasceu o CEF, no próprio convento dos Dominicanos.

A. Observações

(a) Esses professores escolheram o manual e o programa. O decisivo papel de ensinar coube a dois alunos do antigo 7.º ano liceal (Hoje 11.º ano), residentes no Convento dos Dominicanos, excepto durante as férias do Natal, Páscoa e Verão. Um ensinava francês. Outro ensinava inglês (70 alunos em cada 2 aulas semanais de 1H30M cada uma).

(b)Também foi uma experiência inesquecível para os dois jovens estudantes-professores, cujas primeiras noções de inglês tinham sido adquiridas com o próprio João Domingos, em Aldeia-Nova, 4 anos antes, data em que passou a referida tarefa para um leigo com pronúncia britânica (a sua era americana).

B. Três palavras finais:

(i) O que o João Domingos fez nesse tempo em Portugal apenas repetiu o que se julga que ele fazia, durante 3 meses por ano nos EUA e, comprovadamente, veio a fazer em Angola a partir de 1982.

(ii) Para quem, como o presente comentador viu, com toda a clareza, em Aldeia-Nova, apesar de ainda ser adolescente, que ele era um líder natural, ou apenas chefe quando nada mais sabia ou podia fazer, não é grande surpresa. Há pontos em que as pessoas muito raramente mudam.

(iii) O que estraga as análises deste tipo é a colocação de deus em papéis que são bem humanos, ainda que muito especialmente competentes, como o era e parece continuar a ser o João Domingos.

(iv) Quem tem interesse pelo estudo de Estratégia descobrirá rapidamente que este João Domingos nunca teve estratégia. Sempre adoptou orientações estratégicas e esse é o seu segredo, em que esteve bastante à frente das teorias de gestão, que a tanto chegaram com mais de 20 anos de atraso. Que o Governo Angolano o aproveite, como parece estar a aproveitar, segundo as últimas indicações que acabo de encontrar sobre um evento de ambos.

Finalmente,

João Domingos, deixa de ensinar e pregar tudo o que possa ajudar a propagar a SIDA em África.

Anónimo disse...

Estamos tristes e felizes.
Felizes por conhecer-lhe, caminhar e aprender mta coisa consigo, mto gratos por isto. E tristes porque nos deixastes...

Que a sua alma descanse em PAZ!!!