domingo, 24 de agosto de 2008

CONFIANÇAS...

O estudo internacional ontem divulgado pela Lusa acerca da confiança dos cidadãos em várias profissões é decepcionante. Parece que as profissões em que os portugueses mais confiam são os bombeiros (94%) e, logo a seguir, os carteiros e os professores (89%).
Os bombeiros e os carteiros ainda vá lá, mas os professores? Foi então inútil o esforço do Ministério da Educação, ao longo de quase uma legislatura, diabolizando os professores e culpando-os, e aos seus "privilégios", de todas as desgraças do sistema educativo? Felizmente a ministra é (ou foi) professora, pelo que, ao menos por esse facto, sempre há-de merecer também alguma confiança aos portugueses. Neles, nos portugueses, é que não se pode confiar. Pois não é que, segundo o mesmo estudo, persistem em confiar igualmente em outras "corporações" cujos "privilégios" o Governo não se tem cansado também de denunciar, como os militares ou os polícias (só ficam a faltar os magistrados e os funcionários públicos…), que têm a confiança de 80% e de 75% dos portugueses? E não é que, ó ingratidão!, só uns escassos 14% confiam nos políticos?
Manuel António Pina
(Texto remetido pelo António Silva)

6 comentários:

Anónimo disse...

Toninho:
Lucidez, Lucidez, lucidez. Ainda bem que que neste pobre país ainda há gente que pensa e diz.
EB

Anónimo disse...

O Manuel António Pina continua a ser um excelente analista e não só. Mas é também um comunicador muito hábil (político). Coisas...

Anónimo disse...

É curioso que nem carteiros, nem polícias, nem professores ascendem às respectivas categorias por voto popular. Que faz, então, este povo com o seu voto? Vota em quem desconfia.
Se estivesse em Espanha diria que temos um povo de "mierda".
Alto lá!... Não, não sou político, não senhores (bem tentei, mas não tinha jeito); sou também professor como o Toninho.
Um abraço, ó povo!
Ferraz

Anónimo disse...

Tens razão, amigo Ferraz! Parece-me que só os políticos são votados por quem tem que lhes pagar os trocos.
Então, responde-me : se a maior parte dos nossos políticos, desde o p. da junta da + pequena freguesia ao P.R.,ascendessem aos seus cargos através de concursos públicos e "habilitações", seriam aceites?...
Então, agora até já há uma U.verão para futuros políticos.
Um abraço do Toninho

Anónimo disse...

É bem provável, Toninho, é bem provável!... A maior competência e idoneidade corresponderia maior aceitação e admiração do público.
Sabemos que muitos imbecis e pessoas inconvenientes que campeiam a área política ascenderam a esses lugares e cargos utilizando meios ínvios e razões que nada têm a ver com a causa pública. São as regras da democracia que, por vezes, parece ser a mais parva dos sistemas. Muitos são nossos conhecidos pois estão bem próximos de nós e o povo que, nas sondagens e amostras, não confia neles é o mesmo que, na véspera e até repetidamente, os sanciona com o seu voto e os vitoria na rua. Sob ditadura ou tirania podemos arranjar algumas desculpas, mas em democracia, francamente, não sei como classificar um povo assim.
Um abraço. Ferraz

Anónimo disse...

Se me permitem a entrada com uma sovela:

34 anos de democracia são pouco e o verdadeiro número até é mais pequeno segundo outras perspectivas;

A Democracia é o pior dos Sistemas, com excepção desta, embora isso tenha sido afirmado numa Democracia com muitas centenas de anos;

Cerca de metade daquele povo está fora do sistema, ou fora do voto, ou porque não critica e não pede responsabilidades efectivas, porque está na economia subterrânea, ou porque está "noutra".

Por outro lado, quantas pessoas deste povo sabem como são produzidos resultados à medida da intenção do comentador? À medida do financiador da publicação, etc?

Quantas pessoas sabem estimar a % de decisões que podem ser efectivamente influenciadas pelos políticos profissionais e parecidos?

A ignorância é mais devastadora que a incompetência e, de facto, anda por aí bem à vista dos perspicazes Toninho e Ferraz, tão à vista que:

(a) o Ferraz nem quer acreditar que isso venha deste mesmo povo de quem ele, com toda a clareza, gosta;

(b) o Toninho estará a cair para o lado da amargura? - não deixes que eles te façam isso.