quinta-feira, 19 de junho de 2008

RELEMBRANDO O HORÁCIO


No meu dossier de Aldeia Nova/Fátima encontrei esta foto do Horácio, a qual, no verso, tem aposta a data de 17.SET.1958.Tinha então o Horácio a idade de 13 anos. Eu tinha 14... Esta foto, ou melhor, a troca de fotos que então fizemos foi tão só um gesto simbólico da amizade e companheirismo que sempre nos uniu. De facto, o Horácio foi sempre um BOM AMIGO: disponibilidade para ouvir, solidário activo, o Horácio sempre se mostrou de uma grande honestidade intelectual. Em Aldeia Nova compartilhamos, durante cerca de dois anos, as tarefas de arrumação e preparação dos «paramentos»... Até no desempenho dessas tarefas o Horácio era um exemplo de dedicação. Tudo fazia com grande perfeição. Eu era, assumidamente, menos enpenhado e até um tanto «traquina»... Incorrendo frequentemente em «pecadilhos».... Autorizados pelo Frei Domingos, íamos, de quando em quando, já pela entrada da noite, ( tinha a malta já recolhido ao dormitório...) à adega buscar vinho para as missas... Claro que quem vai à adega fácilmente cai na tentação de provar o vinho... Era o que acontecia comigo... O Horácio nunca se deixou cair nessas tentações... Era um rapaz virtuoso. A mim, o que me valia era o Frei Miguel... Perdoava-me sempre esses «pecadilhos», ainda que reiterados... Hoje chego a ter saudades desses tempos... E até do vinho... Com a minha saída de Fátima em 1960/61(?) estive alguns anos sem privar com o Horácio. Reencontramo-nos em Lisboa em ambientes bem diferentes do de Aldeia Nova... Creio que já eramos ambos formados ou em fim de cursos : Eu em Direito e o Horácio em Filosofia... Passamos a encontrar-nos com alguma regularidade. Aliás, em Lisboa, o Horácio foi sempre o principal promotor dos enconcontros/convívios de ex dominicanos, alguns muito participados e animados, como os que tiveram lugar na Fonte da Telha... Ao longo da minha vida terei sempre presente o amigo Horácio como referência dos HOMENS BONS. Este o meu simbólico testemunho do Horácio, cuja fotografia guardarei com grande afecto e quero divulgar por todos aqueles que o conheceram em Aldeia Nova ou em Fátima.

Zé Celestino

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