“Vivem-se tempos de grande turbulência, os ventos poderosos da mudança
sopram de todas as direções…, apesar de ainda ensonados na ilusão dos sentidos,
os primeiros raios de luz, rompem por entre a tempestade indicando um novo
alvorecer; ao mesmo tempo que a humanidade começa lenta e progressivamente a
despertar para uma nova realidade”.
Assim inicio um novo capítulo do próximo livro “A pedagogia do novo mundo”. Sei que
terei mais quem discorde, do que quem concorde com a minha visão da realidade.
Mas a realidade dependo do famoso “efeito observador”, tanto divulgado pela
moderna física quântica, e responsável pela avalanche tecnológica que entra
diariamente na vida de cada cidadão deste planeta. Nunca esqueci e tive sempre
presente em minha vida, o já longínquo dezembro de 1966, quando em Aldeia nova,
me dirigia em grupo para o refeitório depois das aulas da manhã… ouvir o
António Valente com o seu jeito característico e com sorriso de orelha a
orelha, esfregando as mãos de contente ao mesmo tempo que as aquecia…, comentar
com o Luís Guedes, “com este almoço…, ficam só a faltar 14 almoços para ir para
casa”. Estas palavras caíram como uma bomba sobre mim. Despertando em mim uma
ansiedade brutal; só comparável aos condenados no corredor da morte. Fiquei a
saber que depois daquele, só faltavam 14 almoços para descer as profundezas do
“inferno”.
Um só simples facto…, o fim do primeiro período, que dá
lugar as “férias” do natal, e o transportar para dois mundos paralelos bem
diferentes.
O António Valente desejava o fim das aulas para estar junto
dos irmãos e da mãe…, e esfregava as mãos de contente…, e a mim, foi lembrado
que entrara na contagem decrescente para descer ao abismo existencial. Desde
essa altura que tive consciência dos famosos mundos paralelos tão falados mais
tarde no mundo da ciência. O que eu não sabia era como o provar
cientificamente, para dar soluções para problemas como; depressão, alcoolismo,
ansiedade ou ir ainda mais longe para o campo social e económico.
Hoje felizmente esse
conhecimento está ao alcance de todos. Mesmo os mais resistentes ao novo
(principalmente quando o novo não é deles), que alegam, “que as coisas não são
tão simples assim”…, e mesmo apesar de hoje, no mundo moderno estarmos
familiarizados com tecnologia, que mais parece magia ou milagre. Quando se
trata de observar determinado facto, ainda temos a tendência de negar tudo que
não está dentro do nosso campo de observação. E quando tento adequar os “modernos”
conceitos quânticos, a pedagogia da nova era, esbarro sempre com críticas
acirradas, por parte de alguns ainda adormecidos na velha ilusão dos sentidos.
E isso faz sentido? - Claro que faz…,
Mas vejamos…, se estudarmos com alguma atenção os fundamentos,
tanto dos que reagem ainda adormecidos na ilusão da matéria
(newtonianos/cartesianos), ou a visão de um desperto para a “nova” visão da
realidade quântica, percebemos que ambos conseguem comprovar com os seus
argumentos que estão certos. Isso torna-se ainda mais complicado, quando
pretendemos perceber quais deles têm razão…, se ambos conseguem demonstrar
cientificamente que estão certos.
A própria ciência moderna nos mostra que ambos estão certos,
e estão carregados de razão. Este facto é maravilhoso, porque deita por terra,
qualquer medo de errar ou mesmo da critica, exercida por quem não consegue
enxergar o que, o outro já enxerga.
Assim hoje, como a mais de cinquenta anos atrás, naquele
frio dia de dezembro, a realidade de cada um não depende do acontecimento, mas
sim do observador. Eu e o Antonio Valente vivíamos duas realidades opostas
apesar do facto ser o mesmo.
Assim termino com a 1ª lei da mecânica quântica que diz;
infinitas possibilidades estão no mesmo acontecimento. Só o efeito observador, tem
poder para colapsar a onda da “verdade”. Desta forma…, através dos olhos da
ciência moderna, cada observador, através de sua consciência, e conceitos
pré-concebidos, cria a sua própria realidade. Por outras palavras, cada um só
vê o quer consegue enxergar. O Inferno & paraíso são duas realidades sempre
ao alcance do observador.
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