“O essencial na vida é não ter
medo de ser humano”
Pablo Casals
Diariamente, recebo cartas de homens e mulheres confusos em
relação à ética, religião e aos princípios e valores espirituais. Apesar dos
estonteantes avanços tecnológicos, ainda existe quem não consiga separar a
palavra “espiritual” de uma igreja ou religião. Apesar de se viverem tempos de
grande expansão tecnológica, onde a inteligência artificial ocupa, de forma
vantajosa, espaços até aqui ocupados por técnicos superiormente especializados,
ainda continuamos agarrados a preconceitos materialistas do milénio passado,
que de nada servem hoje. No seu livro “O universo autoconsciente”, Amit
Goswami, traz à luz o funcionamento mecânico do universo e a influência do
observador, na realidade que ele mesmo experiencia.
«Quer
se entenda, quer não, as coisas são o que são» diz a sabedoria oriental. E
hoje começa-se a saber que cada um faz sempre o melhor que sabe e pode, dentro
do universo que consegue enxergar. Não importa se é uma visão mais limitada ou
mais ampla…, cada um faz sempre o melhor que pode dentro da sua realidade. Essa
consciência, faz com que o homem moderno abra a mente para uma nova visão da
realidade, libertando-se do nefasto vitimismo. Já começa a enxergar que o seu
próprio sofrimento não pode ser justificado pelos outros ou pelas
circunstancias. Já se houve cada vez menos queixas pela “pouca sorte” ou
justificarem o seu sofrimento com o egoísmo e falta de gratidão dos outros.
Cada vez mais, encontro homens e mulheres que se responsabilizam
incondicionalmente pela realidade que experimentam, adivinhando-se um mundo bem
melhor para todos.
“Tudo o que é posto à
luz, se torna luz”. Afirma Paulo, numa das suas cartas. Neste despertar da
consciência, homem moderno depara-se com paradoxos que precisa urgentemente
entender. Não só nas áreas sociais e saúde, mas também na educação e finanças.
Apesar de não existir neste artigo a intenção de aprofundar esses paradoxos,
ninguém ao despertar fica alheio a facto de se investir diariamente milhões de
euros, dólares e libras na investigação da cura de doenças como o cancro,
diabetes ou depressão e ansiedade e nenhuma destas doenças deixa de crescer.
Socialmente há milhões de pessoas no mundo, famintas, ao mesmo tempo que se
queimam cereais ou paga-se a agricultores para não cultivarem as suas terras,
ou que se deixam apodrecer milhares de toneladas de alimentos, nos cais de
embarque por politiquices. Ou a nível educacional incentivam-se nossos jovens a
formações técnicas, para serem substituídos pela inteligência artificial, que a
ritmo acelerado, assume o comando em todos os setores da indústria, comércio e
serviços. Estes paradoxos acabam por mergulhar o mundo moderno na insatisfação,
criando angústia, ansiedade e depressão, mas consoante se desperta para essa
realidade, surge dessa insatisfação uma nova multidão de homens e mulheres de
todas idades conhecidos pelos Ativistas da Nova Era, que com a sua forma de ser
e estar, revolucionam o mundo à sua volta.
Assim, apesar de as estatísticas indicarem que os ansiosos
não param de aumentar no mundo moderno, todos os dias surgem de todo o lado,
pessoas a procurar ajuda para se libertarem da hipoteca dos preconceitos que
lhe roubaram o contacto com a realidade (vida).
O homem de hoje precisa de reaprender a viver. E apesar de
existem ferramentas fantásticas ao alcance de todos, é indispensável que se
liberte dos conceitos pré-concebidos, com que hipotecou a sua vida. Ansiedade resulta de um medo sem fundamento.
Esse medo sem motivo, cria-se na mente do indivíduo que analisa o mundo e os
acontecimentos à sua volta através de uma filosofia convencional
materialista/dualista. Assim, o ansioso, devido ao seu modelo de comparação
(preconceito), enxerga obstáculos onde a moderna filosofia espiritual vê
oportunidades. Não tenho nada contra os conceitos ou quem justifica a ansiedade
pelo consumo de alimentos refinados ou outra forma qualquer de se
desresponsabilizar, mas é preciso tomar-se consciência que uma coisa é a
realidade, outra coisa diferente é o conceito com que observa a realidade.
Em todos os meus artigos alerto para o facto de não ter a
pretensão de ensinar nada a ninguém, apenas partilho a minha experiência, de
cinquenta anos a trabalhar na arte da recuperação pessoal e dos últimos vinte
anos da Casa Escola, onde tenho oportunidade de coordenar uma equipa
fantástica.
Agora que está esclarecido vejamos então: hoje todos nós
estamos familiarizados com a inteligência artificial criada pela ação da
mecânica da moderna física quântica e está presente em 90% dos utensílios do
nosso quotidiano. A ciência que explica
o que até a pouco os cientistas convencionais chamavam de metafísica. Se
adaptarmos o modelo da física moderna, à nossa realidade, como nos finais dos
anos sessenta “aceitámos” a matemática moderna, teremos à nossa disposição a
mecânica quântica, para recrear e gerir de forma consciente a realidade pessoal
e melhorar o mundo.
Optar pelo paradigma quântico (espiritual), não é uma opção,
é escolha entre vida em abundância, ou angústia e sofrimento.
O ansioso está preso na filosofia materialista/dualista,
analisa a sua realidade pelo preconceito; também conhecido pela aparência
ilusória dos sentidos. Está cego em relação a qualquer outra possibilidade que
vá para além do que consegue enxergar. Qualquer acontecimento que não esteja em
harmonia com o certo, é visto como uma contrariedade geradora de ansiedade,
stress etc. Porque o seu raio de visão é muito fechado, não consegue enxergar
para lá do que seus sentidos podem abranger. Mas a verdade é que todos podem
mudar.
Quando a mesma pessoa deixa de resistir e abre a sua mente
ao novo e experimenta a moderna mecânica quântica; fica a saber que toda a
realidade é feita de átomos e todos os átomos são energia (onda) e partícula
(matéria) em simultâneo. Algo que nenhum sentido pode identificar. Mas como
isso não bastasse, também a física quântica prova inequivocamente que o
observador influencia o objeto observado. Assim sendo…, é o observador que
decide o resultado prático de tudo que observa.
Por outras palavras e sem mais milongas…, quando nos
convertemos à ciência moderna, mãe da inteligência artificial, sabemos que
perante um determinado acontecimento, infinitas possibilidades estão presentes
e é o observador (neste caso a pessoa que observa o acontecimento), que
determina (escolhe) o resultado do acontecimento. Não existindo lugar para a
ansiedade, stress ou depressão…, claro que, para quem está cego pelo
preconceito, isto é um absurdo.
Sei que muitos não concordam com o que acabei de escrever,
nem poderia ser de outra forma, a verdade depende sempre da perspetiva de cada
um, a esses peço o especial favor de declarem o que pensam em comentários, para
que mais pontos de luz possam iluminar mais. “Triste época! É mais fácil
desintegrar um átomo do que um preconceito” Albert Einstein. Também sei que
ainda se assiste ao desfraldar das bandeiras dos vários movimentos terapêuticos
new-ages, tão importantes para quem ainda não lhe chegou a hora do despertar e
assumir o comando da sua própria realidade. Na verdade, a realidade é
autoconsciente e neste mundo só existe o que se justifica a sua existência.
A escrita já vai longa, outros afazeres me chamam, obrigado
pela possibilidade de partilhar um pouco da minha forma de ser e enxergar a
vida e o mundo.
António Teixeira
Fernandes
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