domingo, 8 de janeiro de 2012

Quem se lembra?

Hoje, numa qualquer emissora ao acaso sintonizada no rádio do meu carro, escutei uma velha cançoneta espanhola, interpretada por um cantor, também ele espanhol, que hoje também deve estar decrépito como eu e muitos de nós. O cantor era o Joselito e a canção "Campanera". Vieram-me então à memória os meus primeiros tempos de Aldeia Nova (1955) em que um companheiro, entrado comigo, cantava soberbamente a "Campanera" e daí ter sido "batizado" com a alcunha de "O Campanera". Já não recordo o seu nome, mas lembro-me que era um autêntico Joselito. Ainda te lembras Celestino, Alexandrino e vós outros que comigo entrastes?

Abraços

Nelson

13 comentários:

Zé Celestino disse...

Caro Nelson,

Todos temos no ouvido a «Campenera» do Joselito...

Não me recordo do companheiro que a cantava em Aldeia Nova, certamente debaixo do frondoso carvalho que o Eduardo Bento tem recordado...

Mas tenho presente que muitos de nós davamos largas à «nostalgia», entoando canções das nossas origens...

A propósito lembro-me de alguns transmontanos catarem esta canção:

Os ciganos de macedo, caramba...
Vão todos a Mirandela, caramba...
Com sapatos de camurça, caramba...
E meia fina amarela, caramba, caramba...

E esta hem?...

Não é verdade Fernando Vaz?

Abraço a todos e não deixem de cantar as vossas canções regionais...

Para o Alexandrino vai o tom da Tia Anica de Loulé e da Fuseta...

Fernando disse...

Tudo certo, mas os sapatos eram de veludo, com "B" Um abraço e boas Janeiras. Fernando

Zé Celestino disse...

Obrigado Fernado Vaz pela correcção da letra da canção dos «Ciganos de Macedo»...

Assim sendo, ficará: com sapatos de beludo, caramba..

Apesar das «troicadas» que dia a dia enfrentamos, valha-nos o bom humor que cultivamos em Aldeia Nova...

Abraço

Zé Celestino

Ferraz disse...

Por pouco, não sou do tempo desta cantiguinha. Mas espanta-me muito que os transmontanos que conhecemos dissessem, assim sem mais, um deslavado "caramba"...
No entanto, não posso confirmar.
Um abraço.
Ferraz

Antero disse...

Meus caros amigos,

Não me lembra muito dos "carambas" de Mirandela, mas lembro-me muito bem do "Campanera" de Joselito e dos filmes deste "catraio" que, se bem me lembro, ainda vimos lá por Aldeia Nova, em televisão comprada com as contribuições de muitas famílias e da própria Instituição.
Alinho com o Ferraz: Para os lados de Mirandela era sempre de caramba para cima... mesmo com "sapatos de beludo"!
Lembro-me, como um momento marcante e uma sonoridade nova, de ouvir pela primeira vez, no refeitório, o "El-rei D. Sebastião" do Conjunto 1111, no giradiscos da casa.

nelson disse...

Como eu vos invejo, a vós contemporâneos do Antero em A. Nova!... Gira-discos, filmes... No meu tempo, petromax, que não fazia andar o gira discos!... Relato de futebol, ao domingo, no salão paroquial do Olival (ás vezes). Mas, já nos meus finais ali, houve alguém que ofereceu para lá um rádio portátil e aos domingos de tarde lá íamos nós de abalada ao passeio habitual, com direito a ouvir os golos cantados pelo Amadeu José de Freitas e o Artur Agostinho!... Estou a ficar velho "caramba"!
Abraço
Nelson

Antero disse...

Também começámos na era do petromax... mas penso que foi só um ano ou um ano e meio (1964-1965)...
Mas atenção, a par da evolução, veio o sorgo americano e o óleo de fígado de bacalhau... Desta parte é melhor nem falar...!
Coisas boas e outras nem tanto. Hoje penso que tudo nos fez crescer e ver melhor o mundo.

Armando disse...

Tenho estado a pensar (há doze dias que não penso noutra coisa...)e não me recordo do artista que cantava a "campanera". Daí ter começado a fazer associações: gosto pela música, boa voz, não seria o Filipe Batista? Posso não ter acertado mas lá que me esforcei, disso ninguém pode duvidar.
Abraços
A. Alexandrino

Anónimo disse...

Aqui estão a letra, algumas imagens e a música que escutávamos com concentração...

Antero, a empolgante 'Morte e Vida Severina', de João Cabral Melo Neto, escritor brasileiro, foi representada na nossa Academia em 1964 ou já em 1965?

http://letras.terra.com.br/joselito/1315900/

Isidro

Ferraz disse...

Isidro,
O Antero melhor dirá, mas pelas minhas contas, que também estive próximo dos acontecimentos, embora pelo lado de fora, tal representação (perdão, esse espetáculo!), teria acontecido em data gloriosa do ano letivo de 1966/67, altura em que a minha turma, constituída por cinco elementos, frequentava o 6º ano, no seminário espiritano de Fraião - Braga.
Invejas à parte, já me apercebi de que essa gloriosa produção teatral empolgou de facto a plateia e teria calado fundo na memória dos atores e espetadores da época e que simboliza, ainda hoje, o grande salto qualitativo na programação cénica da nossa casa até à sua estrepitosa queda.
Um abraço e até logo.
Ferraz

Nelson disse...

Alexandrino:
Sei que pensaste e te esforçaste muito, mas não era o Filipe. Era um rapaz que não se demorou muito em A. Nova... Ficou sempre conhecido pelo "Campanera"! Se não era do nosso ano era do ano a seguir - Eduardo, J. Moreira, A Ferreira etc.
Abraço
Nelson

Antero disse...

Olá Isidro, Ferraz & e restante companhia!

Para dizer a verdade já não consigo situar-me quanto a datas de representação...
Sei que nunca mais me esqueceu uma tirada da peça, que era mais ou menos isto..
"É uma cova grande, nem larga nem funda, é a parte que te cabe deste latifúndio!"
Lembro-me também, um ano ou dois depois, de uma peça que representámos no Centro Paroquial (?) da igreja de Olival em que eu fazia de polícia e só dizia duas ou três frases a primeira das quais era, ao entrar em cena, vestido de polícia... "Brigada dos narcóticos!"
Mesmo assim já foi uma grande aventura, o suficiente para não esquecer mais.
Era um bom treino para falarmos em público.
Abraços!

Antero

Anónimo disse...

Ferraz,

Se o evento não é dos teus 4.º ou 5.º anos, o que nunca te escaparia, o espectáculo só pode ter sido produzido no ano que indicas (1966/67) já que

o ano seguinte (1967/68) pertenceu à comédia a que se refere o

Antero,

Tiveste o papel do homónimo Comissário de Polícia que, depois de interrogar um indivíduo transitado de suposta vítima a supeito de atropelamento deixou-o esperar, sob palavra de honra, na sala ao lado, pela realização de outro interrogatório...já então treinando para operador de justiça...(risos)

Tal como a 'Morte e Vida Severina', foi uma peça de casa cheia que nos mudou um pouco a todos, 'actores', 'colegas', 'orientadores' e público', porque, de certo modo, vimos todos os momentos como se fossem os últimos.

O principal líder da 'Academia', no lado estudantil, depois da saída do Paulo, do Ferraz, do Elias, do João, do Abel, do Mendes, do Lourenço e outros, era o Guerra, que nunca mais lhe perderia o jeito.

Sem peneiras, nem falsa humildade, dentro das limitações existentes, nós tivemos acesso a alguns bens que só costumam estar disponíveis nas escolas que, propositadamente, tentam explorar o desenvolvimento do potencial de liderança existente em cada cada criança, adolescente e jovem.

Isidro.