Agora que decorre um ano sobre a morte do Horácio, encontro no reconhecimento da sua obra uma maneira de guardar a sua memória, de o homenagear e de estar com ele reconhecidamente. Eu costumo dizer que o Horácio era o melhor de nós todos. Afável, cordial, sempre disposto a ajudar ( Ai tantas vezes que me passou os trabalhos de latim ou de matemática! ).
O Horácio, deixou uma rara obra de investigação, não pelo número de títulos mas pela resposta a uma necessidade cultural a que bem poucos se abalançavam. Com efeito, Ásia Extrema, de António de Gouveia, esteve manuscrita no pó do esquecimento durante três séculos. E foi o Horácio com esforço ingente que fixou o texto, fez a transcrição e a contextualização daquela obra que nos relata a saga evangelizadora dos jesuítas no Império Chinês no tempo da expansão portuguesa e apresenta, a uma Europa etnocêntrica, o milenar fulgor da civilização chinesa
Horácio de Araújo deixou-nos ainda Os Jesuítas no Império da China, obra fundamental para o conhecimento de como se estabeleceram, se desenvolveram e depois se perderam as relações culturais, religiosas e comerciais entre a Europa e o extremo oriente nos séc. XVI e XVII.
Não se fica por aqui a produção literária do Horácio. Seria interessante dar a conhecer a sua obra poética, de que esparsamente nos deu conhecimento e de que registámos marcas de fundo lirismo mas que não ficou refém do subjectividade mas antes atento à realidade concreta em que se movem os homens.
Eduardo Bento
O Horácio, deixou uma rara obra de investigação, não pelo número de títulos mas pela resposta a uma necessidade cultural a que bem poucos se abalançavam. Com efeito, Ásia Extrema, de António de Gouveia, esteve manuscrita no pó do esquecimento durante três séculos. E foi o Horácio com esforço ingente que fixou o texto, fez a transcrição e a contextualização daquela obra que nos relata a saga evangelizadora dos jesuítas no Império Chinês no tempo da expansão portuguesa e apresenta, a uma Europa etnocêntrica, o milenar fulgor da civilização chinesa
Horácio de Araújo deixou-nos ainda Os Jesuítas no Império da China, obra fundamental para o conhecimento de como se estabeleceram, se desenvolveram e depois se perderam as relações culturais, religiosas e comerciais entre a Europa e o extremo oriente nos séc. XVI e XVII.
Não se fica por aqui a produção literária do Horácio. Seria interessante dar a conhecer a sua obra poética, de que esparsamente nos deu conhecimento e de que registámos marcas de fundo lirismo mas que não ficou refém do subjectividade mas antes atento à realidade concreta em que se movem os homens.
Eduardo Bento
4 comentários:
O Horácio, como diz o Eduardo Bento, era, de facto, o melhor do nosso grupo.
Como já referi no blog, em Aldeia Nova convivi muito de perto com o Horácio.
Em Lisboa,tínhamos encontros de quando em quando, algumas vezes no meu escritório.
Quase todos os encontros mais alargados, em Aldeia Nova,em Fátima ou Lisboa foram activados/dinamizados pelo Horácio.
Com alguma frequência, o Horácio telefonava-me para me perguntar se eu e a minha família estavamos bem.
Falavamos das nossas vidas... da família... dos amigos comuns...dos filhos...
Já fragilizado pela doença que o vitimou, o Horácio, mesmo na sala do Hospital, combinava encontros e falava dos seus seus projectos académicos...
Da sua obra, que admiro, falou já o Eduardo...
Recordarei e terei sempre presente o Horácio como um bom amigo, sempre pronto a ouvir e a ajudar os que com ele se encontraram na vida.
Zé Celestino
Horácio, Caro Horácio,
Tenho uma vaga ideia de ti.
Estando em Lisboa desde Novembro de 1969, devo confessar a minha infinita pena de não ter partilhado contigo, com os teus e meus amigos, os momentos que todos lembram com saudade.
Como gostaria também de partilhar e enaltecer a tua memória e saborear por dentro as belas palavras que te dedicam.
A eternidade há-de juntar-nos a todos onde quer que seja.
Marcaremos todos uma peregrinação a Santiago de Compostela, onde por certo terás ido, ou a Fátima, claro. Iremos de novo!
Pelas gratas e honrosas recordações dos nossos amigos comuns,guardarei boa memória de ti.
Antero Monteiro
Há cerca de um ano, ao anunciar o falecimento de Horácio Peixoto de Araújo, o Nelson anunciou que estava a tentar inventariar a respectiva obra literária.
Uma vez que, até agora, não mostrou o respectivo resultado e, entretanto, Eduardo Bento, Fernando Vaz e Armando Alexandrino lhe dão 3 pistas de combate, eu venho dar-lhe uma ajuda.
SSegundo o Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, em 5/Jun/2009, cfr. {cecc[at]fch.lisboa.ucp.pt}, a obra de Horácio Peixoto de Araújo não tem uma dimensão assim tão pequena:
1. Cartas Ânuas da China, de António de Gouvea, edição, introdução e notas de Horácio Araújo, Macau: Inst. Port. do Oriente; Lisboa: Biblioteca Nacional, 1998.
2. Os Jesuítas no Império da China – O primeiro século (1582-1680), Lisboa: Instituto Português do Oriente, 2000 (Tese de Doutoramento).
3. «Os Mares do Oriente nos Relatos Portugueses de Viagem», in La Lusophonie – Voies/Voix Océaniques, Université Libre de Bruxelles, 1998. Lisboa: Lidel, 2000.
4. “Processo de Aculturação e Métodos Missionários no Império da China”, in A Companhia de Jesus e a Missionação no Oriente, Lisboa: Brotéria e Fundação Oriente, 2000, pp. 85-101.
5. Asia Extrema, de António Gouvea, edição, introdução e notas de Horácio Araújo, Lisboa: Fundação Oriente, Vol. I, 1995; Vol. II, 2001; Vol. III, 2005.
6. «Jesuit Narratives, Eastern Missions», in Literature of Travel and Exploration, Vol. II, New York - London: Jennifer Speake Editor, 2003.
7. “RICCI, Matteo (1552-1610) Italian Jesuit Missionary and Traveler”, in Literature of Travel and Exploration, Vol. 3, New York - London: Jennifer Speake Editor, 2003.
8. «Consolação às Tribulações de Isarel, de Samuel Usque», in Didaskalia, Vol. XXXV, 2005, pp.721-734.
9. «António de Gouvea, Cronista da Missão da China», in O reino, as ilhas e o mar oceano. Estudos de homenagem a Teodoro de Matos, Ponta Delgada, Lisboa: Universidade dos Açores, CHAM, 2007, pp. 867-886.
Aqui estão indexadas de 600 referências da obra e vida de Horácio Peixoto de Araújo, incluindo imagens (última url)
http://www.google.com/search?hl=pt-PT&rls=com.microsoft%3Apt%3AIE-SearchBox&rlz=1I7TSEA%3B&as_qdr=all&num=100&q=Ara%C3%BAjo+%22Hor%C3%A1cio+Peixoto%22&btnG=Pesquisar&lr=
e
http://www.google.com/search?q=%22Hor%C3%A1cio+Peixoto+de+Ara%C3%BAjo%22%22&hl=pt-PT&lr=&rls=com.microsoft:pt:IE-SearchBox&rlz=1I7TSEA%3B&as_qdr=all&num=100&filter=0
e
http://images.google.com/images?q=%22Hor%C3%A1cio%20Peixoto%20de%20Ara%C3%BAjo%22%22&hl=pt-PT&lr=&rls=com.microsoft:pt:IE-SearchBox&rlz=1I7TSEA%3B&num=100&filter=0&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wi
A Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa organizou, a partir de Novembro de 2008, uma homenagem ao Professor Horácio Peixoto de Araújo, seu académico, falecido 6 meses antes.
Esta homenagem tem duas produções:
(A) Um volume de ensaios com um máximo de 12 páginas cada, relativos às áreas que mais representam a sua vida, nobra e investigação, a saber:
. O Eu intercultural;
. Media e Cultura;
. Língua e Pedagogia;
. Literatura e Cultura Portuguesas;
. Literatura de Viagens;
. Representações do Oriente e do Oriente/Ocidente.
(B) Um e-book com testemunhos e contribuições de outra natureza, que será disponibilizado on line.
Está previsto que a edição dos livros ocorra até Julho de 2009.
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