quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O TEMPORE! O MORES! (Ó tempo das amoras...) I



Conservatórias: Separações com menos burocracias - Igreja contesta balcões que facilitam divórcios
CM 2008-01-30


O novo serviço desburocratiza o processo de dissolução de casamento e reduz os seus custos em cerca de 40 por cento, D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), reagiu à criação deste serviço a título pessoal para dizer que “o Estado deve defender o vínculo matrimonial e não dar azo a que este seja levianamente desfeito”. “Quando o Estado não tem valores é que vai ao sabor destes facilitismos”, acrescentou em declarações ao CM. (…)O Divórcio com Partilha é um serviço em atendimento único que permite que, nos divórcios por mútuo consentimento realizados em conservatórias do registo civil, se possa proceder à partilha de bens do casal e efectuar todas as formalidades envolvidas no processo. O serviço é prestado na hora. Para além disso, o acto pode ser 40% mais barato do que pela via tradicional. De acordo com dados do Ministério da Justiça, nos casos em que se inclua um bem imóvel e um bem móvel ou participação social sujeitos a registo, o preço é de 225 euros, ao qual acrescem 250 euros relativos ao processo de divórcio, o que totaliza os 475 euros. Pela via tradicional os custos são de cerca de 800 euros.

A economia de meios envolvidos nestes actos, outrora religiosos, (então com proveitos para a Igreja), passarão dentro em breve a suceder também nos matrimónios, já que há quem proponha o casamento a prazo, tal qual como na vida profissional. Não esquecendo que no início do prazo, os nubentes gozam ainda do período experimental de quinze dias.

A. Alexandrino

9 comentários:

Anónimo disse...

O original está aqui, para que não se perca a referência:

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=275727&idselect=10&idCanal=10&p=200

Quem me relembra um pouco de História do Quotidiano?

Na antiguidade houve famílias matriarcais e patriarcais que evoluiram para famílias patrimoniais até ao século XX e já serão muito raras na Europa.

E agora como se chama às famílias que têm adoptados, pais solteiros ou viúvos com os filhos, Homens e mulheres que fazem bonitas famílias que só não assinaram papéis, etc.

Basta dizer a palavra "família" para que toda a gente perceba?
-Não me parece.

Parabéns por teres chamado a matéria, Alexandrino.

São famílias de afinidade?

Anónimo disse...

Meus amigos,

A propósito do Instituto ou Sacramento do matrimónio, permitam-me que traga à colacção um caso da minha área profissional:

...em audiência de julgamento, questionada pelo juiz quanto ao seu estado civil, uma formosa jovem
respondeu:.... estou junta, Sr. Dr.
juiz......

É a vida, diria o nosso ex primeiro ministro António Guterres...

Quero aproveitar o espaço deste comentário para estimular toda a malta a participar no Blogue...

Se bem aproveitado, o Blogue pode ser um excelente meio para a malta se reencontrar e reforçar os laços de amizade que criamos em Aldeia Nova e/ou Fátima...

Deixem-se de picardias, anonimatos ou pseudónimos...

Digam que estão vivos, activos e com vontade de aproveitar o tempo que nos resta para construir e consolidar coisas, ainda que utópicas... A utopia, afinal, também é a vida...

Um abraço para todos

Zé Celestino

Anónimo disse...

"ó tempo! ó costumes!" é uma boa tradução de "o tempore o mores!"

O Alexandrino optou por uma tradução jocosa que eu ainda não conhecia, mas que gostei de ver. Viva a imaginação à maneira brasileira.

Concordo com a observação feita sobre o jornalismo de televisão.

O negócio funciona assim: são dadas muitas notícias catastróficas e, logo a seguir, são "ministrados" inúmeros concursos nos quais se "pode" conseguir a felicidade e a prosperide quase sem esforço.

Claro que há jornalistas menos éticos que outros e até há alguns concursos com um certo mérito. Mas há muito mais, não é?

Anónimo disse...

Errata: prosperide por prosperidade

Anónimo disse...

O que escrevi é sobre a notícia da marijuana, pelo que lá a repeti.

Peço desculpa pelo lapso.

Não escrevo o nome, porque não conheci ninguém, nem percebi de que época são os actuais leitores deste blogue.

Anónimo disse...

Caro anónimo:
Essa de não escrever o nome, por não conhecer ninguém nem perceber de que época são os actuais leitores do blogue, deixa-me espantado. Eu sou um homem que milita na comunicação social e, se na minha actividade me guiasse por padrões semelhantes a esse, nunca escrevia. Não sei quem me lê!... Nem que idade têm!... Meu caro, permita-me que repita - Este espaço é de todos e não há lápis azul. Não tenha receio de dar a cara. Quem escreve para o blogue não tem essas preocupações. Se o quiser fazer também, faça-o para criarlacos@sapo.pt
Cumprimentos
Nelson

Anónimo disse...

Aceitemos os sinais dos tempos, que nunca param por mais travões que lhes queiramos pôr. Presumo que, quando Cícero produziu tal exclamação do alto da sua tribuna, já teria uma idadezinha, talvez mais idade até do que a do sr. bispo auxiliar de Lisboa. São os conflitos de gerações: temos sempre receio das modernices e, no entanto, são estas que se impõem mais tarde ou mais cedo. É recorrente a posição da igreja oficial, ainda que o faça a título pessoal: os melhores valores são os antigos; o resto é dissolução, o caos; a culpa têm-na os Estados, facilitadores da dissolução, por não se assumirem devidamente reguladores dos actos dos cidadãos, deitando mão, imagino eu, aos corpos policiais e militares que possui.
Maldita democracia, esta que acredita na liberdade e na consciência das pessoas!...
Um abraço.
M Ferraz Faria

Anónimo disse...

Ferraz: tenho acompanhado as tuas digressões pelo blogue. Vamos continuar a criar laços.
Um abraço, com muita estima.
Eduardo Bento

Anónimo disse...

As afirmações atribuídas ao sr. bispo auxiliar de Lisboa parecem colocá-lo ao nível dos incultos párocos medievais e "duvido" que tal provenha da ignorância desta "autoridade" que terá falado a "título pessoal".

O sr. em questão veiculou um verdadeiro ódio de Estado com que muita gente ainda não sabe lidar, pelo que projecta ganhar algo com a coisa para o seu Estado do Vaticano que, como tal, até é respeitado pelo Estado Português.