“Não há rapazes
maus”
Padre Américo
A humanidade, nunca teve tanto e nunca foi tão
infeliz. Vive mergulhada no vazio existencial. Com a Ansiedade, pânico,
agorafobia e outras fobias causadoras da maioria dos males, no topo do
mal-estar das camadas mais jovens da humanidade. Garantindo o continuo sucesso
da indústria da doença e de seus agentes. Enquanto continuarmos neste caminho,
a ansiedade (medo) continua a evoluir a velocidade vertiginosa, arrastando com ela
todos os tipos de guerras internas e externas do mundo moderno.
Nunca os
meus textos, serviram para denunciar seja o que for. Sempre que interfiro com
algumas palavras escritas, é para apresentar soluções e não alimentar celeumas
estéreis indignas de qualquer inteligência. Há mais de 20 anos que dedico minha
vida a esvaziar homens e mulheres de todos os estratos sociais raças e credos,
desse medo ilusório chamado ansiedade. Apesar da ansiedade ser a causa de quase
todos os males, e alimentar a indústria mais poderosa do planeta, não passa de
uma ilusão dos sentidos. Não digo que o sofrimento que ela provoca não é real.
Claro que é real. Mas é provocado por uma visão distorcida da realidade. Da
mesma forma que a Organização Mundial da Saúde diz que todas as doenças
crónicas são psicossomáticas, também afirmo que a ansiedade assim como a
depressão resulta de uma ilusão dos sentidos. E posso fazer esta afirmação de
forma categórica. Se alguém tiver dúvidas, basta pedir esclarecimentos no
atendimento da casa escola António Shiva.
Ansiedade;
vilão que matas qualquer momento prazeroso de onde vens? Vem do velho paradigma
educacional; Newtoniano/cartesiano. O mundo mudou e continuou-se a enxergar
como antes. Hoje a ciência moderna mostra de forma simples e clara que é um
caso de pedagogia educacional. Todos que passam pela nossa escola de
transformação de paradigma são a testemunhas disso.
Então
vejamos: Quando ouvi pela primeira vez “Não há rapazes maus”, pedagogia do
Padre Américo, rapidamente se tornou a frase mais inspiradora na minha curta
infância (se é que tive infância), e foi continuando até a idade adulta.
Vou
contar como foi…, desde criança mesmo vivendo num gueto em que a tensão da luta
pela sobrevivência era ininterrupta. Sempre percebi que, por detrás da
violência, existia um medo incontrolável. Quanto mais medo mais violência. Os
maldosos perversos eram tão maldosos quanto tristes e infelizes. E a luta pela
sobrevivência era simplesmente um reflexo do medo e da infelicidade das pessoas
do meu gueto. Um gueto feito de casebres cobertos a canas e chapas de zinco,
habitado na esmagadora maioria por famílias de etnia cigana.
Quantas vezes me lembro das
palavras de meu pai quando se referia a mim “ele não é mau, são as más
companhias que o estragam”. Quando ouvia o meu pai, eu ficava convicto que os
pais daqueles que eram “más companhias” para mim, diziam o mesmo dos filhos. E passava
eu, a ser a “má companhia” para os filhos deles.
O que é que tem isto a ver com a
ansiedade de hoje?
Tudo! Na
verdade, naquele gueto, nos últimos anos, da década de cinquenta, estava-se em
constante pressão (dormindo-se sempre com um dos olhos abertos), não existindo
condições para que ansiedade se instalasse. Ao mais pequeno sinal de perigo,
era injetado adrenalina no sangue, para que pudéssemos fugir ou lutar contra o
perigo.
Hoje o
mundo já mudou, mas continua-se com a pedagogia, assente no medo. Medo de não
ser capaz, medo do desemprego, medo de não estar a altura das espectativas,
medo de não ser amado, medo de ser enganado, medo de não estar no lugar certo
na hora certa, medo, medo, medo, medo…, enfim um mundo de vitimismo.
Continuados a ser formatados desde a mais tenra idade, para ser normalizado.
Como sendo um parafuso que tem que entarraxar numa determinada porca. O
conceito de normalidade em relação ao ser humano, esta a destruir a humanidade
do futuro. 20 % dos nossos alunos do 2º ciclo já são drogados com a Ritalina…,
há quem afirme que a culpa é dos programas de ensino desatualizados. Há quem dê
outras explicações. Mas a verdade é que 20% dos nossos filhos são drogados a
força, só porque o que lhe querem impingir não lhes desperta qualquer
interesse.
Resultando
que os 20% que não se deixa formatar é drogado, os outros 80% são normalizados atrofiando
os talentos, com que nasceram. Essa formatação leva-os inevitavelmente para o
lugar de vítimas. Tornamo-nos dependentes do sistema arruinado. Enfim, sem
poder; escravos de um sistema, pelo medo de serem excluídos. Os que não se
deixam formatar chamam-lhe marginais. Infelizmente a maioria prefere ser
dependente de uma “normose”, do que fazerem da sua vida uma obra. Com medo de
ser marginalizado. Depois de formatados (normalizados), sentem-se usados e
enganados, fechados no medo, achando que o mundo os deseja prejudicar: o
governo, os vizinhos, a sociedade, “os maus” (Não há rapazes maus),
que tomam as mais variadas formas. Tornam-se
dependentes dos acontecimentos. Marionétes alienadas sem qualquer poder…, queixam-se,
reclamam, protestam e reúnem-se em grupos para lutar contra aqueles que os submetem.
De uma forma geral a vida destas pessoas não é boa, tirando raras exceções.
É esta
pedagogia do medo que faz a metamorfose; transformando o há de mais belo e
divino do humano num “ansioso” que não confia no fluxo e processo da vida,
tombando no fosso do inferno existencial.
Seria
bom nos responsabilizarmos, pelo que está a acontecer ao mundo e á humanidade.
Em vez de tentar “curar”, seria bem mais útil mudar a pedagogia
materialista/dualista pela moderna pedagogia espiritual da física moderna. A
física das possibilidades em liberdade.
António
Fernandes
Sem comentários:
Enviar um comentário