sexta-feira, 20 de março de 2015

Dia Mundial da Felicidade 2015


Como hoje, 20 de março de 2015, se celebra pela terceira vez o Dia Mundial da Felicidade, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em junho de 2012, apresenta-se um excerto da parte do último Capítulo do livro: Como Ser Feliz na Crise, Memórias de António dos Santos, Apresentação e Comentários de Baltazar Martins.
A discussão à volta do tema da Felicidade desperta cada vez mais interesse em todo o mundo. Os Professores Helena Águeda Marujo e Luís Miguel Neto, Coordenadores do Executive Master em Psicologia Positiva Aplicada no ISCSP, levam a efeito debates nas várias Faculdades, contribuindo para uma discussão alargada sobre a Felicidade Pública na Universidade de Lisboa. Ilona Boniwell, Professora de Psicologia Positiva no Reino Unido, em França e em Portugal, trabalha com o Governo do Butão, país situado nos Himalaias, para desenvolver uma política baseada na Felicidade do seu povo, a pedido da ONU. Muitos governos defendem que se deve ter em conta a felicidade, os aspetos psicológicos, culturais, ambientais e espirituais, para se medir a prosperidade que é dominada por indicadores económicos. Com a celebração do Dia Internacional da Felicidade, procura-se promover a felicidade e a alegria entre os povos, a paz e o bem-estar das pessoas e das sociedades, importantes para o futuro da humanidade.
Eis o texto do António, sobre o qual ele agradece desde já os vossos comentários, críticas e opiniões, até porque a Felicidade é subjetiva e cada um terá a sua maneira de a encarar:
… Os fatores mais importantes para a felicidade podem-se considerar ser a saúde, a família, a educação, ou externos, a condição económica, o trabalho. Os países mais felizes tendem a ser os mais ricos, mas a correlação entre felicidade e riqueza verifica-se  só até à satisfação das necessidades básicas. A partir daí o dinheiro é secundário para se ser ou não feliz.
A felicidade tem a ver com emoções e sentimentos, serenidade, paz de espírito, sonhos realizados, desejos atendidos. É uma sensação de bem-estar e alegria. É um método de vida, um estado de espírito, de paz interior. A felicidade é tudo isso e o resultado daquilo que pensamos, o fruto dos nossos pensamentos. Não é só o controle dos pensamentos, evitando os negativos, vivendo o aqui e agora, mas também o tipo de vida que se leva e o que fazemos. Ter um objetivo, propósito, uma relação familiar saudável, valorizar o que se tem, prestar atenção ao que nos faz feliz, tudo isso contribui para um maior grau de felicidade.
Quem sabe onde quer chegar, descobre o caminho e o jeito de caminhar. A felicidade é o caminho e ao mesmo tempo uma escolha e um esforço. A mudança faz-se caminhando com disciplina e trabalho interior, tendo a oportunidade de nos reinventarmos enquanto pessoas e sociedade, mudando paradigmas mentais e sociais.
A felicidade é subjetiva, depende de cada um. Tem a ver com a atitude pessoal interior face à vida e às circunstâncias. Muitas vezes é designada por bem-estar subjetivo. Inclui um elemento cognitivo e outro afetivo. O Ter dá lugar ao Ser, até porque o ser humano vale pelo que é em si mesmo e não pelo que tem. É uma forma de vida, uma atitude que inclui o otimismo, o amor, a satisfação pessoal, coragem, liberdade, saúde, segurança, espiritualidade, altruísmo, objetividade, confiança, autoestima. Consiste em ser nós próprios. Sou único na maneira de pensar, ser, sentir e agir.
Se fizer o que realmente importa e colocar em ação os meus talentos, sentir-me-ei mais feliz, importante e reconhecido. Compreender a importância pessoal e social do que faço, ser eu próprio, sentir-me, ouvir-me, contribui para ser mais feliz.
Ser feliz não é apenas um estado mental, mas também físico. Uma mente positiva e otimista cria melhores condições para desempenhar as tarefas do dia a dia, sendo o organismo inundado por reações químicas subjacentes às nossas exposições positivas. Sorrir aumenta os níveis de felicidade. Suprime as hormonas do stresse e a emoção de alegria inunda-nos, fortalecendo o sistema imunitário e prevenindo certas doenças.
A beleza e o mistério que vemos e sentimos no exterior, encontram-se também no nosso interior, além da maravilha de estarmos vivos. A ligação ao Divino, uma experiência espiritual de serenidade, um encontro com o mais profundo do nosso ser, contribui para uma maior felicidade, assim como a crença num Ser Superior que nos concede uma certa segurança e nos ajuda a ultrapassar as dificuldades através da fé.
Existem crises profundas, que provocam grandes mudanças e aprendizagens. Existem outras que nos vão acompanhando ao longo da vida, como a falta de confiança nos outros e em nós próprios. Pelo autoconhecimento, o reconhecimento de quem somos, do poder interior, surge a autoconfiança, a autoestima, a automotivação. Sabendo quem sou, conhecendo meus limites, mais facilmente me motivo a superá-los.
As épocas de crise podem ser alturas de grande desenvolvimento e oportunidades. Podemos fazer da crise um momento para aprender coisas novas, para agir e dar mais um passo para a felicidade, descobrindo que vale a pena viver apesar de todas as incompreensões e desafios, ultrapassando as dificuldades.
É nos momentos de crise, que indivíduos e organizações conseguem levar por diante  mudanças que não fariam numa outra altura, podendo assim surgir interessantes invenções, estratégias, descobertas, diferentes entendimentos positivos que de outra forma não surgiriam. É natural haver crises e o melhor é vivê-las aceitando todas as suas implicações, descobrindo melhor o valor de cada sentimento, sujeito a evoluções e flutuações devido a relações familiares, trabalho, amigos, a várias dimensões da vida, até de natureza biológica ou psicológica. Toda e qualquer crise pode transformar-se numa oportunidade de avançar no caminho de uma adequada apreensão de si, dos outros e do real de que todos nos alimentamos.

Um abraço e felicidade para todos.
Baltazar

6 comentários:

Jose Lemos disse...

Gostava de saber onde posso comprar o livro Como Ser Feliz na Crise, pois conforme o extrato apresentado deve ser brilhante e fora de série. É precisamente aquele que ando a precisar de ter junto a mim noite e dia e de ler com atenção para evitar a depressão que já me começa a invadir devido às noticias nos jornais, na televisão sobre um País em que a Política deixou de ser uma arte nobre. Tenho esperança no Papa Francisco e na Igreja Católica Portuguesa para que a honestidade e a verdadeira justiça imperem entre nós e para que sejam os justos e os honestos a singrar e não os outros.
Gostava também de saber quem é o António dos Santos porque não me lembro dele em Aldeia Nova. Talvez não seja do meu tempo.
Um abraço para todos.
José Lemos

Vasco Pires disse...

Antes que o António ou o Baltazar se pronunciem, venho eu responder ao José Lemos. Conheço o António dos Santos há muitos anos. Encontramo-nos com frequência na cidade de Lisboa para discutirmos como melhorar o País e a sociedade e como construir o Paraíso já aqui neste Mundo. Para que esse sonho em parte se concretize, basta contribuirmos para que uma pessoa se sinta mais feliz e alegre e isso temos conseguido e de que maneira! Note-se que o Paraíso assim como a Felicidade estão dentro de nós.
O António dos Santos foi aluno do Seminário Dominicano de Aldeia Nova durante cinco anos. Chegou a concluir o curso de Teologia. Entretanto, resolveu mudar de vida. Como na altura, grassava em Portugal a Ditadura e a guerra colonial e ele lutava pela Liberdade, pediu asilo político num País longínquo. Depois do 25 de abril de 1974 regressou a Portugal, trabalhou e estudou, tirando vários Cursos Académicos. Outros cursos, seminários, colóquios, congressos, conferências, em que participou e frequentou, não têm conta. Tem vários trabalhos publicados, aparecendo alguns na Internet. Mas o livro Como Ser Feliz na Crise é o primeiro que vai publicar por sua conta e risco. Anda à procura de uma Editora.
Está nos setenta anos de idade e o lema dele é passear e gozar a vida enquanto é tempo, à sua maneira. É um tipo simples e gosta de passar despercebido. Outro dia, perguntei-lhe se já sabia muito, uma vez que tem passado a vida a estudar, por prazer e gozo. Respondeu-me: só sei que nada sei. Uma frase atribuída ao filósofo Sócrates da antiguidade grega. Tal denota o seu desejo de aprender sempre mais e mais, sendo a vida uma aprendizagem. Procura ser ele próprio, conhecer-se melhor e descobrir Como Ser Feliz. Já agora, convém realçar que ele se sente parte da grande família dominicana portuguesa e que nutre uma profunda amizade e gratidão por todos os que teve a honra e o prazer de conhecer como aluno e estudante dominicano.
Um abraço para todos.
Vasco Pires

José Lemos disse...

Já sei quem é o António dos Santos. Eu conheço-o por outro nome. Realmente, fez um percurso de vida muito interessante. Está vivo e goza de boa saúde, mas segundo o texto publicado no Blogue Criar Laços no dia 4 de maio de 2010, Dia Mundial da Asma, esteve várias vezes à beira da morte devido a fortes ataques de asma provocados pela Lena, sua namorada, por quem teve o azar de se apaixonar.
Nada acontece por acaso. Sei que ele é casado e tem filhos. Se se tivesse casado com a Lena, como ambos desejavam, já tinha morrido há muito tempo devido à asma que ela lhe provocava, não se entendia com ela, e não teria filhos porque a Lena é estéril. Esta casou-se logo depois de ter cortado com o António a quem tramou à grande e lhe provocou uma profunda depressão.
Todos esses desaires levaram o António a descobrir por si próprio a Felicidade, procurando agora contribuir para que outros sejam felizes, qualquer que for a crise em que se encontrem ou por que venham a passar.
Parabéns ao António por mais um livro, pelo seu sonho de um mundo melhor e por estar vivo, quando pelo menos dois colegas nossos que eu conheci, já desapareceram, suicidando-se em situações idênticas de desgostos de amor. É uma lição para todos nós, para que se alguma vez ficarmos prostrados no fundo do poço não nos esquecermos de vir à superfície e de lutar por um mundo melhor.
Um abraço para todos.
José Lemos

Manuel Vaz disse...

Peço desculpa ao António e ao Baltazar mas vou desmascará-los. Mais adiante explico porquê.
Fiz uma pesquisa na Internet e não só e, descobri que o António dos Santos é um pseudónimo pessoal do Baltazar. Nos muitos outros livros que ele publicou ao longo da sua vida ativa pôs sempre o seu nome completo: Baltazar Martins Jesuíno. Descobri também que ele tem 69 anos de idade, fez o curso de Filosofia no Studium Sedes Sapientiae dos Dominicanos em Fátima, o curso de Teologia em Valencia, Espanha, vindo a concluí-lo, em 1971, no Instituto Superior de Estudos de Teologia(ISET) de Lisboa. De seguida, resolveu mudar de vida e como era contra a Ditadura, a guerra colonial e lutava pela Liberdade, pediu asilo político na Holanda, onde frequentou Psicologia na Universidade de Nijmegen. Posteriormente, continuou o curso no ISPA, Lisboa, mas como não era reconhecido como Licenciatura na altura, tirou Antropologia no ISCSP. Mais tarde, em 1996, concluiu o Mestrado em Relações Interculturais na Universidade Aberta. Outros cursos, conferências, colóquios, workshops, em que participou, não têm conta. São inúmeros.
É já tempo de ele se assumir como é e de perder a timidez. Se quiser que o seu novo livro a publicar se torne num bestseller nacional e mundial, conforme é referido num artigo publicado neste Blogue no dia 4 de maio de 2010, tem de dar a cara e assumir-se. Se apresenta uma Comunicação sobre Analfabetismo e Insucesso Escolar, que aparece na Internet, num Congresso no Algarve há uns anos atrás, não pode ter medo de agora vir a defender o seu livro de Como Ser Feliz na Crise, e de vir a fazer Conferências em Portugal e pelo Mundo fora, pois as pessoas precisam do seu contributo para serem mais felizes. Já mostrou que é muito competente e que percebe do assunto, tanto no texto e reflexões que ele escreveu neste Blogue há um ano, como neste extrato do seu livro onde revela uma forma revolucionária, que passa despercebida, de Ser Feliz. Portanto é altura de se lançar e de arriscar, mesmo sendo Imperfeito o livro e ele próprio.
Baltazar, desculpa lá este meu desabafo, mas é com os erros que cometemos que vamos aprendendo. Avança, mesmo sozinho e sem apoios. É caminhando que se faz o caminho...
Um abraço.
Manuel Vaz

Gilberto disse...

Venho propor ao Baltazar, perito em Educação de Adultos, inserir uma reflexão sobre a Educação e a Felicidade neste seu livro ou num outro posterior, pois a educação ajuda a encontrar um sentido na vida e contribui para uma maior autoconfiança e autoestima. Por outro lado, constitui um processo de automotivação e de um melhor autocontrolo das nossas aptidões e competências.
Um abraço.
Gilberto

Baltazar disse...

Obrigado a todos os que aqui expressaram a sua opinião e comentários. Estão perdoados aqueles que revelaram parte da minha vida pessoal, pois considero que o Blogue Criar Laços constitui um elo de união entre todos nós, ex-dominicanos, que fazemos parte da grande família dominicana portuguesa. Portanto, somos todos uma família.
Agradeço ao Nelson ter publicado o texto e apresento-lhe os meus parabéns e um muito obrigado pela manutenção do Blogue Criar Laços e pelo trabalho que tem tido.
Sinto-me satisfeito por ter contribuído um pouco para que o Blogue continue mais vivo e dinâmico, considerando positivo que surjam debates como este ou outros, de vez em quando. O meu obrigado ao colega do Seminário de Aldeia Nova que me lançou o desafio de publicar um texto, extrato do livro, neste Blogue, no passado dia 20, dia Internacional da Felicidade.
Já agora, aproveito para comunicar que sinto por todos aqueles que aqui transmitiram a sua opinião e por todos aqueles que tive a honra e o prazer de conhecer como aluno em Aldeia Nova e como frade estudante dominicano em vários sítios, uma grande amizade e sentimento de gratidão por tudo.
Muitas felicidades e alegria para todos nas suas vidas e, uma Boa e Santa Páscoa.
Um abraço.
Baltazar