sexta-feira, 16 de novembro de 2012

PÁGINAS DA MINHA VIDA (1) - António da Silva Ferreira



Foi num dia, para mim, já perdido na bruma da memória, que o Padre Luis Cerdeira apareceu nas redondezas da Freguesia do Calendário em Junho ou Julho de 1955.
Ele era, naquela altura, “angariador de vocações”. E foi visitar os meus Pais para falar sobre o meu irmão Delfim – que Deus tenha em paz – que “gostaria de ser padre”.
Como isso chegou aos ouvidos do Pe Luis Cerdeira... não sei!
O certo é que ele apareceu em minha casa para combinar, com meus Pais, o ingresso do meu Irmão Delfim no seminário de Aldeia Nova-Freguesia do Olival.
O meu Irmão falava em ser padre; dizia que gostaria de ser padre mas... não me lembro de ele ter tomado uma decisão sobre o assunto por ele mesmo naquele dia. Alguém a tomou por ele. Só para tornar o assunto mais fácil!(?)
 O que me lembro muito bem é que no fim de tudo estar assente em relação ao meu Irmão, o Padre Luis Cerdeira, já de saída, virou-se para mim e de surpresa, atirou-me com esta: E tú?... não queres ser padre?
Srpresa! Absoluta surpresa!!! No entanto, devo dizê-lo, até sentia uma certa inclinação para isso e não hesitei em responder: “Eu queria mas... os meus Pais não podem”!
 Há coisas que se passam na nossa vida que nunca mais nos esquecem! E as minhas palavras, naquela altura, são uma dessas coisas. Aínda hoje me lembro como se fosse ontem!
 O Padre Luis foi prontíssimo na contra resposta e disse: “podem podem! E, virando-se para os meus Pais disse “Vamos lá conversar”.
Não vou, aqui, entrar em pormenores mas, o que é certo é que, ao fim de algum tempo, não muito longo, eu fazia parte da lista dos “caloiros” que ingressariam no seminário de Aldeia Nova em Outubro daquele ano de 1955.
Àqueles que, juntamente comigo, assentaram praça na mesma altura e no mesmo local, peço que se sintam com plena liberdade para me corrigirem, até porque eu sou fraco em lembrar datas.
Portanto... M.Carvalho, J.Leopoldo, J.Alexandrino, J.Celestino, Luiz Ginja e Joaquim Moreira, ponham as vossas memórias em acção e corríjam-me, se for pareciso.

Com um fraternal abraço para todos , por aqui me fico hoje.

AFerreira

6 comentários:

Nelson disse...

"Se bem me lembro..." Onde é que eu já ouvi isto?!... Ó Ferreira, tu entraste em A. Nova em Outubro de 1956, com todos aqueles que referes, menos com o Alexandrino e o Celestino. Esses entraram em 1955 comigo. Não será assim?
Abraços
Nelson

Antonio Ferreira disse...

Oh! Irmão,
Não sei me enganei. Mas pensaria que não! E sabes porque é que digo isto?
Porque na foto que o José Celestino me ofereceu e que foi tirada no dia da tomada de hábito, estão: o J Celestino, o Luis Ginja, o Neves de Carvalho, o Joaquim Moreira, o José Alexandrino, o Filipe Baptista, o Joaquim Leopoldo e, a fechar o círculo, estou eu.
A minha memória foi confirmada com a ajuda dessa foto.
Quer dizer que, mesmo assim, estou errado?
Oh! Irmão então estou perdido!
Ajúdem-me! Ajudem-me!...

Nelson disse...

Irmão!...
Estás errado na entrada em A. Nova e estás certo na entrada em Fátima... ou não será assim?
Abraço
Nelson

Armando disse...

Mano Ferreira
Parabéns pelo teu primeiro capítulo da história da tua vida. Começas bem meu irmão. E afinal não deixas nada mal o nosso saudoso professor de português, padre António, mas conhecido por "tomate". Para quem dizia que já tinha esquecido o português... Sobre pormenores de datas, confia no Nelson que ele tem uma memória de 10.000 gigas no disco rígido, sem falar na memória RAM... Vê lá que ao fim de 50 anos sem nos vermos ele sabia o meu nome completo, a minha naturalidade e outros pormenores que nem o meu bilhete de identidade conhece.
Um forte abraço aos dois.
A. Alexandrino

Anónimo disse...

Olá manos! Em verdade, o que o Nelson diz está correcto. Entrámos em 1956 em Aldeia Nova, e saímos de lá em Junho/Julho de 1961, com o 5º ano feito. Em Agosto entrámos em Fátima, onde tirámos aquela fotografia que o Ferreira assinala.

Neves de Carvalho

Nelson disse...

Devo confessar que fiquei muito lisongeado com a apreciação do Alexandrino à minha memória!... Obrigado, Velho Companheiro, mas também tenho as minhas cábulas... é que a memória do disco rígido também já começa a ficar gasta!... Como vês demorámos 50 anos a reencontrar-nos e tu a vires tanta vez a Mangualde!... Não havia o "Criar Laços!!!
Só temo é que tenha interrompido o ciclo de memórias do Mano Ferreira!
Continua, que a gente ajuda!...
Forte abraço para todos
Nelson