quinta-feira, 5 de abril de 2012

Partilhar uma experiência de vida!

Esta semana, (Semana Santa) parece-me mais propícia que qualquer outra para uma introspeção. Um exame de vida. Muitos de nós chegamos a uma idade em que podemos começar a perguntar-nos: Que fiz da minha vida? Conseguí realizar os meus sonhos pessoais, familiares e mesmo societais?

Como todos, sempre tive em mim um desejo profundo de ser feliz. Mas não podia ser feliz sozinho no meu canto, sem contribuir para a felicidade dos outros. Talvez que esta aspiração tivesse nascido comigo. De certeza que se desenvolveu e intensificou, por ter encontrado um terreno favorável em Aldeia Nova e Fátima.Como se concretizou tudo isto?...Vou falar-vos da minha experiência e reflexão junto das pessoas de idade a quem me dedico há mais de 20 anos. O que vou expor é realmente muito pessoal. É o caminho percorrido desde a idade de 50 anos até hoje. Aos 50 anos trabalhava na grande casa Michelin, num posto de responsabilidade e bem pago. Não me sentia no entanto completamente realizado. Talvez influenciado, pela morte de minha mãe, e de minha sogra a poucos dias de intervalo, decidí mudar de profissão. Queria passar de um trabalho administrativo a uma actividade em que a pessoa (e especialmente a pessoa de idade) estivesse no centro. Depois de um debate com toda a família, sendo indispensável a implicação de todos, compràmos um Hotel Restaurante que transformámos em pensão de família para idosos. Nessa altura o nosso filho mais novo tinha 13 anos. Evidentemente que esta aventura comportava certos riscos e foi por esse motivo que a Geneviève conservou a sua actividade como empregada de Banco. Com o seu salário a família podia continuar a viver, mesmo que a aventura desse para torto... A nossa proposta de acolher pessoas de idade no nosso Hotel (35 quartos) teve um eco muito favorável. A Geneviève ao fim de três anos veio enriquecer a equipa que era formada pela família e mais 6 empregados... Os 4 filhos seguiam uma escolaridade normal e investiam-se umas 20 horas por semana no hotel. Faziam-no com prazer e recebiam um salário. O pior castigo que lhes podia dar, se as notas baixassem, era obrigá-los a ficar em casa, proibíndo-os de vir ao hotel. Os quatro reconhecem hoje que a experiência com as pessoas de idade no hotel foi tão benéfica como a escolaridade. Dez anos depois do começo desta aventura, um dos filhos, tendo para isso feito os estudos adequados, lançou-se na direcção de casas de repouso medicalizadas. Quando já dirigia três disse-me que o seu sonho era dirigir a sua própria casa de repouso. Recordei-lhe o princípio da reflexão que sempre deve preceder a acção... A reflexão começou!... Em 2005 formàmos um grupo composto de 12 amigos. Unicamente pessoas fisicas, nada de pessoas morais ou fundos de reforma... 4 somos da família e detemos um pouco mais de 50% do capital e assumimos evidentemente todos os riscos. A primeira casa com 80 residentes e 55 empregados funciona perfeitamente há três anos. A segunda também já abriu e a terceira està em construção. O Benoît, um dos filhos, (com outros membros do grupo), ocupa-se da gestão da sociedade, eu animo uma reflexão sobre o futuro das casas de repouso e sobretudo dos residentes que não têm outra solução senão integrá-las. Gostaria que me ajud~´asseis nesta reflexão. Os mais novos poderiam imaginar o lugar ideal onde (sem culpabilizarem) deixariam os pais para viverem a última etapa. Os da minha idade podem perguntar-se simplesmente como gostariam de de ser tratados se não pudessem apagar-se na própria casa. Desculpai lá mas este texto é para ser lido na sexta feira Santa...Já cheguei às seguintes conclusões:

1º -A segmentação: adaptar progressivamente o quadro de vida para evitar asfracturas( cassures)

2º - Encontrar soluções intermediárias para suavisar a passagem, sempre dolorosa,do domicilio à casa de repouso.

3º -Procurar detectar, quando é possível, os sinais percursores da chegada da dependência.

4º -Aprender a amar os nossos pais diferentemente: eles mudaram, sabem que mudaram. Nós, os mais velhos, devemos aceitar a nossa transformação e fazer com que os nossos filhos a aceitem.

5º -Desenvolver a coabitação intergeracional, como em Torres Novas, onde vizitei uma casa, cujo nome é todo um programa “Avós e Netos”.

6º -Ajudar as famílias a compreender e a aceitar a nova situação.

7º Criar uma escola de formação para ajudar as famílias a aceitar esta nova visão dos pais...dos avós... dos nossos “velhinhos”.

8º -Criar uma escola de acompanhamento específico para as casas de repouso,bem diferente dos hospitais. Os hospitais acolhem doentes. As casas de repouso, pessoas de uma idade certa...

9º-Devemos também reflectir no sistema alemão: Prédios em copropriedade adaptados às pessoas de idade.

10º - Porque razão temos medo de envelhecer? Eu sei que a maior parte das pessoas não têm medo da morte. Eu sou um deles. O nosso medo é que, envelhecendo, deixemos de ter projectos. A entrada para uma casa de repouso coincide precisamente com o fim dos projectos!...Mas que é um projecto? Pode ser simplesmente continuar a convidar e a Acolher a família e os amigos... É verdade que o universo pessoal vai limitar-se cada vez mais. Devemos a todo preço preservar um universo que inclua afamília e os amigos. Aquí estão dez pistas para as quais (com o meu grupo de reflexão) já chegámos a algumas conclusões que começámos a concretizar! Na verdade todos nós um dia fomos ou seremos confrontados às situações acima referidas. Gostaria de conhecer a vossa opinião sobre o envelhecer, o fim de vida, o respeito da dignidade da pessoa até ao fim. De Gaulle dizia que a velhice é um naufrágio, mas não penso que ele teria preferido morrer jovem... e teria sido pena... Nestes últimos dias da Semana Santa procuremos estar atentos aos antigos, àqueles sem os quais nós não seriamos... e que estamos pouco a pouco a substituir. Sejamos dignos de viver intensamente a Páscoa, aceitando de passar pela sexta feira Santa.

Feliz Páscoa para todos.

Fernando

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá Fernando como está ? Não nos conhecemos pessoalmente mas desde já as minhas felicitações por essa obra maravilhosa que vai desenvolvendo..Será um bom exemplo para esse pais seria um exemplo muito melhor para o nosso país(e já com uma dimensão exteaordinária)..Vá falando sobre a sua experiência que certamente teremos muito a aprender...O meu nome é Carlos e já sou conhecido por aqui hà uns anos...Sou de uma geração dificil e ainda por compreender e que viveu o post 25 de Abril de 1974 ao sair da adolescência e no meu caso do seminário..Ora isso tem uma força impressionante de carimbo e marca pessoal e que ainda hoje persiste...O primeiro é a utopia associada a visões politicas ,filosóficas e ou outras e a seguir é a fragmentação...Do meu tempo não se costumam ver os antigos quer do seminário quer do liceu e /ou quer da universidade (centenários das republicas-Coimbra)..é como uma praga mas o post-25 de Abril roubou-nos aqueles laços de cordialidade para mais tarde recordar...Mas deixemos isso (de qualquer modo tudo isso afecta o sentido/significado da vida que cada um possa ,queira encontrar)..Quanto ainda à sua apresentação ela tem a ver com aquilo que modernamente se chama de cuidados paliativos modernos..esses cuidados foram relançados por Cicely Saunders enfermeira no post-segunda Gerra Mundial ..a sua visão foi tomada e ampliada e hoje é movimento que está a chegar a Portugal ainda que com algumas dificuldades,,Tem como maxima:curar às vezes,aliviar frequentemente e confortar sempre...Eu sou médico de uma medicina que no seculo XX aprendeu a ser curativa e que despreza a vertente paliativa..É pena porque talvez perguntas como a de saber o sentido e significado da vida( e quando não se tem é uma grande doença) tivessem melhor resposta se houvesse cuidados paliativos bem como o conjunto de atitudes que acompanham esses cuidados e muitas melhores coisas poderiam acontecer na vida e assim como outras más e que seriam em menor numero...Duas perguntas para começar?quantos médicos estao associados a essa obra?e uma curiosidade como assiste à morte de muita gente já recebeu o testemunho de alguém acerca de uma quase morte? José carlos Amado
PS-Um abraço também para os querido amigos que já hà muito não me viam por aqui mas eu não estou ausente pois sempre vou lendo os vossos textos e acopanhando as vossa actividades...

Fernando disse...

Caro josé Carlos
Antes de mais obrigado pelo teu comentário. É verdade que não somos da mesma época de Aldeia Nova nem de Fátima, mas tenho seguido as tuas intervenções aquí neste espaço e estava presente no encontro de Fátima em que fizeste uma conferencia. O frei Marcos também fez uma intervenção nessa ocasião. A verdade é que nesses encontros somos sempre muito numerosos(é bom sinal) e o tempo é tão pouco que não dá para criar novas amizades. Continuamos pois a estreitar os laços com os mais próximos. Também soube que tiveste um problema de saúde e alegro-me por ver que continuas a praticar a tua bela profissão que, a meu ver, não se pode exercer sem vocação.
Respondo às duas perguntas:
1-Em cada casa de repouso há um só médico que chamamos de coordenador e que tem por missão manter em dia as fixas de cada residente (não são pacientes ou clientes) e coordenar o trabalho das enfermeiras e ajudantes de enfermeiras(os). Desejamos que cada residente conserve o médico por quem era seguido no exterior e que pode chamar ou fazer chamar sempre que o deseje. Queremos que os nossos residentes guardem um máximo de contactos com o exterior. Conseguimos mesmo obter, dos serviços competente, que o N° de telefone seja transferido do seu domicilio para o seu quarto, a sua nova residência. Deste modo não são cortados de suas relações.
2-É verdade que assisto à morte de muita gente visto que dos 80 residentes presentes, morrem em média 20 por ano. Em quatro anos renova-se a população. As enfermeiras têm como recomendação que a qualquer hora do dia ou da noite (acontece quase sempre à noite) se alguém está em fim de vida, devem chamar a família e perguntar-hes se querem uma assistência espiritual. Se o desejam, é como diácono que me desloco e quase sempre chego antes da família. Na verdade nunca tive qualquer testemunho de alguém que tivesse quase passado para o outro dado, e testemunhasse da vida do além.
Acontece muitas vezes que a agonia se prolonga e nesse caso os cuidados paleativos ocupam um lugar preponderante. Já não estamos no tempo em que a nossa religião judaico-cristã apresentava o sofrimento quase como um bem ou como uma etapa indispensável para chegarmos ao paraiso. Quem tem fé sabe que não são as nossas obras (e ainda menos os sofrimentos) que nos salvam, mas a morte e ressurreição de Cristo. Quando se chega ao fim da vida, quando a medicina curativa já fez o que tinha a fazer, passemos à medicina paleativa sem precipitação e sempre no respeito da pessoa que deve conservar a sua dignidade até ao último suspiro e mesmo para além. São estas as nossas convicções profundas e que sempre procuramos inculcar a todos os membros do nosso pessoal.
Um Abraço, Fernando

Anónimo disse...

Agradeço a resposta rápida e satisfatória ,obrigado...muitos temas aqui se poderiam levantar e até por razões de natureza económico (envelhecimento activo e formas de o promover;o tema da morte tão escamoteada , isso a que te referes e que tem a ver com a qualidade de vida e a dignidade da pessoa humana; o toque terapeutico ,as alimentações parentéricas em situações em que o doente não se pode alimentar por via oral,etc ,etc)..Eu já tive testemuhos de quase morte e nem sei o que diga mas para os próprios são algo de bem vivido e presente..A morte enquanto tema era banal na idade média mas na idade moderna torna-se tema tabu muito por razão do consumismo e da influência americana..hà morte porque hà sexo e assim como com este tema se não for falado perde-se a naturalidade e a sabedoria no agir com aquele acontece o mesmo..A vida é uma doença sexualmente transmissivel e fatalmente mortal como diria o cineasta ou como dirá uma inscrição num cemitério, dizem os mortos:Estivemos onde vós estais e estareis onde nós estamos!A PAZ que se pode alcançar para quem se encontra com a morte não aão muitos o que a conseguem?Ou estou enganado? Em Portugal as misericordias têm sido uma instituição que se dedica muito a esta tarefa(cuidados continuados em vista de uma recuperação ou cuidados paliativos em vista de uma doença terminal em fim de vida...)Há instituições privadas e as equipas de cuidados paliativos estão a aumentar ..Essas misericordias rejeitaram as notas pastorais que os bispos quiseram emitir para dentro delas...Há ali muito comercio e hipocrisia e interesses (eu acho que essas instituições devem dar lucro evidentemente)..as más practicas predominam e o interesse mesquinho de certos profissionais assim como o bloqueio da acção daqueles que gostavam de trabalhar a sério..mesmo com a minha doença eu teria conseguido iniciar esse tipo de trabalho aqui em Leiria mas irmãos como o DR Fernando Lopes e que estão à frente dessa Santa Casa não estão interessados..Na Santa casa da Batalha ou Hospital de Nossa Senhora da Encarnação provavelmente também os interesses inconfessáveis falarão mais alto...UMa questão e como o colega é diácono ou seja um ministro de Deus como entende e faz o acompanhamento de moribundos que são ateus ou têm outras religiões?...Para não ser muito extenso apenas vos deixo com esta maxima:um dia haverá de chegar em que a tua única qualidade será aquela que te permitirá confrontrar-te com a tua propria morte...
José Carlos Amado

Fernando disse...

Caro José Carlos
Ao ler a máxima com que terminas o teu comentário, pensei noutra que podemos ler na 1ª carta de São Paulo aos corintios, cap.12... Tudo desaparece, mesmo o que fizèmos de melhor mas “ o amor nunca passará” A meu ver é o amor que consagramos aos outros e a nós mesmos que nos permite fazer face a todas as situações, mesmo à morte...
Só tive um contacto com as Santas casas da Misericórdia, foi com a de Mirandela e só por telefone. Estando o meu pai viúvo e com mais de 90 anos, procurava uma solução... Havia lugar, era muito cara e tinha que fazer um dom de 500 contos que eram perdidos mesmo que o meu pai morresse dois dias depois... Aceitei no entanto a proposta mas o meu pai recusou categóricamente. Encontrei outra solução e ele faleceu na sua cama com 95 anos. É realmente o menor mal. Das casas da Misericórdia, que se ocupam de idosos é tudo o que sei. Temos no entanto no nosso grupo o Nelson que além de outras qualidades faz parte do Conselho de Administração da Misericórdia de Mangualde se não me engano. Tenho a certeza que é competente, honesto e desinteressado, como em tudo o que faz. Temos que ter muito cuidado e não deitar fora o bébé, com a água do Banho!...
Respondo à pergunta que me fazes sobre, o acompanhamento de moribundos que são ateus ou têm outras religiões. A regra de ouro é o respeito da pessoa enquanto pessoa. Uma evidência! A minha acção nunca é decidida por mim, mas pelo residente ou/e sua familia ou pessoas mais próximas. O acompanhamento só é religioso para aqueles que o pedem. O acompanhamento médico e humano é para todos mas adaptado a cada um. Para a casa de repouso medicalizada que se encontra a 3 Km da minha habitação, propús e obtive dos outros associados que fosse construido um “Lieu de Cultes”. Não se trata de uma Capela ou de um Oratório, mas de um Lugar de Cultos, no plural... Há uma missa todos os meses, e outras celebrações católicas. Uma celebração protestante uma vez por mês. Para jà não temos ninguém de religião judaica e só temos um musulmano, mas que não pratica. No trabalho com idosos as qualidades indispensáveis são a paciência o respeito e o desejo de contribuir para a felicidade das pessoas. Tudo isto começa com na família e com o circulo de amigos que se vai alargando com o tempo...
Desculpai, amigos do blog, esta presença tão assídua, mas prometo que não vai durar. Qualquer dia entro de novo em letargia. Um grande abraço, Fernando

Ferraz disse...

Boa tarde, velhotes.
A conversa vem mesmo a propósito para minha geração e pode ser efetuada em qualquer 6ª feira do ano, por muitos anos…
Na verdade, agora dou por mim a pensar muitas vezes nesta infalibilidade, talvez porque me tornei mais vacilante, pachorrento a assim tenho mais tempo para pensar em coisas que antigamente não julgaria oportuno. Com introspeção ou sem ela, sei o que me vai acontecer.
Não obstante, a proposta do Fernando era menos tenebrosa e mais sobre o último tramo da ponte, o envelhecer, como fazê-lo e ao mesmo tempo o que fazemos pelos que agora estão fisicamente velhos.
A atividade que desenvolves, caro Fernando Vaz, tornou-se, a partir de há alguns anos para cá, eminentemente necessária, imprescindível, mesmo fora do ambiente urbano. O núcleo familiar tradicional, o mais alargado, efetivamente desapareceu ou desagregou-se de tal ordem que a geração mais antiga e dependente ficou à mercê da sorte, fora do âmbito familiar. Surgiram assim os modernos lares de idosos ou residências seniores, com uma filosofia mais humanizada e concorrencial, para tratarem da dignidade dos seniores ou amenizarem os efeitos mais negativos das suas falhas. De qualquer modo, como já aqui sugeriram, parece que a dignidade continua a depender da carteira de cada um, até à morte.
Parabéns a quem se dedica a esta tarefa de contornos árduos, desmotivadores, e raramente compensadora no plano espiritual; os níveis médios de êxito dos projetos que possamos delinear para estas idades são muito baixos. Por tabela recebo algumas notícias deste ambiente pelo meu filho que também trabalha neste setor. Os técnicos e outro pessoal a isso dedicado fazem o que podem e de forma algo inconstante, dependendo do feedback dos residentes.
Concordo em que a paciência e o respeito pelo outro sejam qualidades basilares neste contexto deontológico, mesmo perante opções individuais e extremas. Parece-me também que a ligação dos idosos ao seu e nosso mundo é uma obrigação a perseguir pela administração destas residências e sou sensível a que nunca se escondam estas realidades aos mais novos.
Os idosos, os nossos avós, são muito compensados e estimulados pela presença e convívio com os netos e jovens em geral. Na parte que me toca, fazemos os possíveis para que alguma(s) turma(s) de alunos da nossa escola visitem, todos os anos, alguns destes lares, nem que seja para levar aos residentes uma canção de natal ou de outra época festiva e aceitamos naturalmente a reciprocidade.
Um abraço e até logo.
Ferraz

Anónimo disse...

Quando falais de uma escola de formação para ajudar familas não estarieis também interessados em estágios de alunos que passasem pela vossa instituição e que de alguma maneira podessem desenvolver competências (?)..Conheço estudantes de psicologia que poderiam estar interessados e que poderiam ser mais tarde impulsionadores,ou colaboradores em niveis vários nesse tipo de cuidados aqui em Portugal...Continuo a afirmar que é necessário defenir um nivel ou padrão de cuidados...O preço às vezes até é secundário e às vezes tenho por entendimento que melhores prácticas podem ser muito mais baratas para o próprio e para a comunidade...Quanto às prácticas que denuncio infelizmente estou sempre a tropeçar nelas..Fui obrigado a referir nomes para não ter de falar em geral...Nem estou de acordo que é tudo uma questão de sacrificio e paciência mas o amor de que aqui se fala é que transparece e esse é dado com alegria e gratuito...Manter a alegrie e o amor e não só pelos direitos humanos e a tal dignidade nem pela outra expressão que alguns não gostam e que é a caridade ....Caro Fernando constacto que é uma pessoa discreta eu também sou por isso também me vou remeter ao silêncio ...UM grande abraço e imensas felicidades para si a sua obra e os seus ,bem haja

José Carlos Amado

Isidro disse...

Parabéns ao Fernando, que apenas se assumiu como empresário aos 50 anos, algo que sempre parece ter sido, como outros do seu tempo, só que não o sabiam.

Sem desmerecer nenhuma das intervenções, réplicas e tréplicas, nem querer simular um papel de avaliador, a intervenção do Ferraz mostrou, com certeza, clareza, verdade e brilho o que significa dar uma opinião, qualquer que seja o nível de elevação e exposição que o anteceda, até porque nem o Fernando, nem o José Carlos se pouparam nas suas tentativas para explorar o assunto em profundidade.

Devolvendo um pouco do que, mais acima, me emprestaram não me parece que seja um horror a existência de pessoas que montem negócios baseados no acolhimento de velhos e anciãos, mas não será o caso da ocultação das fontes de financiamento e dos critérios técnicos que presidam à escolhas, porque nem só os rendimentos individuais são diferentes. Também os sistemas de apoio social que abrangem cada um, em parte por via das suas próprias escolhas ao longo da vida. Coisa que, de maneira disfarçada, tem estado a afectar a definição legal de 'cuidados paliativos'.

Parabéns ao Bento, pelo seu novo livro e a quem o prefacia, o Abel, que só pode ser um indivíduo tranquilo do tempo do Pacheco.

nelson disse...

Caros Amigos:
Este tema merecia uma discussão mais ampla, onde o contraditório marcasse o ritmo. Não era minha intenção manifestar-me, porém, como o meu Velho Amigo e Companheiro Fernando Vaz citou o meu nome, entendi tal citação como um convite e aqui estou. Guardarei para depois a minha opinião sobre o tema já que, por agora queria tão somente deixar dito, ou escrito, que nunca se deve tomar a parte pelo todo. E o amigo José Carlos, inadvertidamente talvez, fê-lo. Meteu as Misericórdias (SCM)todas no mesmo saco, como se as SCM de Batalha e Leiria fossem paradigma do labor de centenas destas instituições seculares, espalhadas por Portugal e pelo mundo. Não pretendo aqui defender a dama de quem quer que seja e muito menos a minha, mas seja-me permitido dizer o seguinte: As SCM andam cá há centenas de anos. Têm a sua história, têm passado, presente e futuro. Foram pioneiras na assistência na saúde, na doença, na infância e na velhice. Construiram hospitais, lares (asilos)infantários. Até ao aparecimento do Serviço Nacional de Saúde, quem é que acolhia e socorria aqueles que tinham a dita de adoecer longe dos grandes centros urbanos? Depois, a revolução dos cravos, até lhes ocupou e usurpou os seus hospitais!
As SCM assentam a sua conduta nas Obras de Misericórdia; elas são o seu código genético e a sua base estatutária. As SCM são Irmandades! Instituiçãoes Pias!Durante anos a fio, a Igreja ou a Conferência Episcopal (CE)distrairam-se com as SCM, exercendo apenas uma tutela de hierarquia, até à "invasão" dos terrenos em que as SCM laboravam e por isso criaram o Centro Sociais e Paroquiais. E ainda bem, porque são bem vindos e há lugar para todos!... E só agora é que a CE, usando do seu "ius imperii" se lembrou de unilateralmente decidir se as SCM são instituições de Direito Público ou de Direito Privado. Depois, as SCM buscam o lucro?
Há que definir entre lucro e uma gestão cuidada, por forma a fazer face novos investimentos. As SCM são entidades sem fins lucrativos, onde os seus gestores, como eu, trabalham voluntariosamente. O exemplo que o F. Vaz apresenta, relacionado com o seu saudoso pai, é uma ilegalidade e não pode tomar-se como referência. Situações similares a essa, devem ser denunciadas. Sirvo uma Misericórdia que completará em 2013 quatro séculos de existência, que tem 2 lares de idosos, uma creche e uma Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração. Posso assegurar que cerca de 60% dos utentes dos lares, pagam muito menos que o que custam! E este é o panorama do resto do país a nível de SCM. Não duvido em nada das afirmações do amigo José Carlos em ralação às instituições que referiu. Mas quero afirmar que isso não é regra e será antes uma reprovável excepção.
Voltarei se assim o entenderdes.
Um abraço Amigo
Nelson

Antero disse...

Meus caros,
Não sou expert no tema em discussão e por isso pouco poderei adiantar que aproveite à mesma.
A minha intervenção tem assim como principal intenção dizer-vos que apreciei:
- o lançamento do tema com o coração aberto e todas as sábias explicações do nosso amigo Fernando (que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente);
- as achegas e soma de algumas desilusões do José Carlos quanto ao ambiente local em que se encontra inserido e inconformado;
- as restantes perspectivas mais moderadas;
- a intervenção historiadora do Nelson que tenta situar-nos sem memória curta e tirando-nos do bosque nos aponta a diferença entre uma árvore e uma floresta;
A concluir direi que em Portugal, tanto a infância como a velhice, face às dificuldades económicas estão relativamente desamparadas.
As Misericórdias e outras Instituições da Igreja têm um papel relevante, pricipalmente para um faixa mais desprotegida economicamente.
O tema é aliciante e são estes temas que afinal movimentam este espaço.
E mais do que acrescentar alguma coisa quero dizer-vos que estou sempre atento às intervenções aqui expressas.
Abraços.
Antero

Anónimo disse...

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