quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aniversariantes no mês de Dezembro

Durante este mês celebram o seu aniversário os
nossos Amigos:

Dia 2 -António Manuel Gomes Cunha
Dia 5 -Carlos Alberto Castanheira do Nascimento
Dia 5 - Alberto Valente Mateus
Dia 8 - Manuel Pires
Dia 8 - Arménio Gonçalves
Dia 9 - Manuel Mateus Pereira Santos
Dia 9 - Carlos Manuel Rodrigues
Dia 12 - Fernando Maria Faustino
Dia 13 - Lúcio Agostinho dos Santos
Dia 15 - Rui Lopes Pinheiro
Dia 15 - Nelson Amaral Veiga
Dia 20 - Camilo A. F. Morais Martins
Dia 25 - José Luis Fernandes Lourenço
Dia 31 - Abel do Nascimento Pena

Para todos os nossos parabéns e os votos de um futuro cheio de bençãos de Deus.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Intervenção do nosso companheiro Zé Ribeiro, na entrega do prémio Pedro Hispano ao também nosso companheiro Prof. Doutor Fr. Francolino Gonçalves



Caros confrades da Academia Pedro Hispano,

Senhor Dr. Domingos Silva, ilustre representante do Casino da Figueira da Foz,

Minhas senhoras e meus senhores,


Permitam que em primeiro lugar refira o quanto me sinto honrado por integrar a Academia Pedro Hispano, que me deu a possibilidade de ter participar na escolha do Premiado de hoje, o Professor Doutor Francolino José Gonçalves, colega e amigo na infância e na juventude naqueles dias já distantes em que ambos frequentámos o Seminário de Aldeia Nova (no concelho de Ourém) e o Convento de Fátima, vindos de aldeias tão separadas no espaço, eu de Alburitel (Ourém) e o Francolino, de Corujas, em Trás-os Montes.

A minha primeira nota é para o papel pouco estudado e pouco reconhecido da Igreja na educação de muitas gerações de crianças, a maior parte oriundas de famílias pobres.

Da Vida e da Obra do Premiado falarão muito melhor do que eu o Frei Bento Domingues e o próprio Professor Doutor Francolino José Gonçalves.

Vou, portanto, ater-me àquele “território sagrado” da infância e da juventude para partilhar convosco algumas memórias desses tempos. O Eduardo Bento, colega e amigo aqui presente, disse num dos nossos Encontros de Ex-alunos dominicanos realizado em Fátima que “nós fomos todos pais e mães uns dos outros”...É por isso que os laços e os afectos que nos unem são indestrutíveis...

A minha memória é muito selectiva e muito daquilo que me (nos) afectou negativamente “varreu-se-me” como diz Aquilino Ribeiro também a propósito da sua passagem pelo Seminário. Quero, no entanto, deixar bem claro que devo aos Dominicanos o terem-me aberto um caminho que também me permitiu estar aqui hoje!...

Irei partilhar convosco alguns episódios mais marcantes! De Aldeia Nova retenho a memória de um regime austero, que começava logo por volta das 6 horas da manhã com aquele “Benedicamus Domini” a que respondíamos com o “Deo Gratias” e logo corríamos para os lavatórios e depois para a Capela, local omnipresente, uma enorme Sala de aulas, os Petromax (não havia luz eléctica!), o grande refeitório onde comíamos em silêncio ( e onde se liam livros cheios de virtudes!), as abençoadas horas do recreio cheias de jogos, especialmente de futebol, e aquela magnífica paisagem circundante cheia de hortas, vinhedos e pinhais.

Neste ambiente e nestas circunstâncias o Francolino Gonçalves foi sempre o melhor aluno do nosso Curso. Aplicado, brilhante, é assim que o recordo nesses tempos difíceis em que pontificava um Director, que veio do Seminário da Guarda e desta forma se percebe o tipo de regime educativo que tentou implantar em Aldeia Nova e que não andava muito longe daquele que Vergílio Ferreira tão bem descreve no seu livro “Manhã Submersa”! Mas felizmente que também tínhamos a bondade do P. Tomás, o P. Clemente Oliveira, um homem bom e muito ingénuo, que possuía uma galena e nos permitia ouvir os relatos de Hóquei em Patins naqueles gloriosos tempos da nossa Selecção Nacional, (tradutor pouco conhecido de “Os Lusíadas” para latim), o P. Armindo, a total cumplicidade com os alunos do P. Bernardo, irmão do nosso confrade Frei Bento Domingues.

Cheguei ao P. Bernardo para vos contar que foi graças a esta cumplicidade que um restrito grupo de alunos, onde estava o Francolino, o Chico Pinheiro (que já não está entre nós), o Bispo (de nome!), eu próprio, e creio que o Lines, resolvemos lançar um jornal clandestino, escrito à mão em várias cópias e que (calculem!) ostentava o sugestivo título de “PÓLVORA”! Foi uma grande “pedrada no charco”...

Não ficou por aqui a nossa rebeldia. Noutra ocasião fomos nomeados pelo P.Armindo para a Direcção da Academia Literária que organizava récitas e pequenas representações teatrais, o Francolino, este vosso amigo e pelo menos mais um colega, cujo nome não recordo agora e a nossa decisão transmitida ali mesmo foi a da recusa e a da exigência que todos os alunos pudessem votar livremente os nomes que entendessem! Assim se fez! Os alunos, por votação secreta, entenderam reconduzir os nossos nomes.

Por último, recordo talvez aquele que foi o gesto mais difícil e complicado já no nosso 5º. Ano de Aldeia Nova. Um colega nosso, creio que se chamava Valdemar, entendeu que a qualidade do conteúdo das pipas da adega era excelente, até porque aquele era o vinho utilizado nas missas e sozinho infiltrou-se junto de uma das pipas e no regresso vinha a cambalear e muito alegre!... O Director aplicou-lhe o castigo máximo: expulsão do Seminário. Em resposta o nosso 5º. Ano produziu um texto subscrito pela totalidade dos alunos e entregue ao Director a exigir a anulação da expulsão sob pena de todos se considerarem expulsos...

Recordo a vinda de Fátima do Provincial e de mais 2 ou 3 carros com outros Padres para análise da rebelião! … Ganhámos esta batalha! Mas como eu era o primeiro signatário fui chamado a sós ao Gabinete do P. Luís Cerdeira, o nosso Director, para ouvir um tremendo “sermão” que terminava com esta sentença: “o menino é um vivo diabo!”... Não me traumatizou muito porque era coisa que a minha mãe, analfabeta mas inteligente, não me tivesse já dito mais de uma vez!...

Interrogo-me agora sobre as consequências no caso de termos perdido este confronto...Talvez aqui não estivéssemos hoje e talvez o Professor Doutor Francolino Gonçalves não pudesse ser o brilhante Investigador e Professor da Escola Bíblica e Arqueológica de Jerusalém e membro da Comissão Bíblica Pontifícia por nomeação do Papa Bento XVI. Ou então esta incomodidade, esta capacidade de lutar contra as injustiças, a resistência, a resiliência, tenham tido um papel fundamental na nossa forma de ver o mundo e as coisas.

Terminarei com a honrosa incumbência de transmitir ao nosso Premiado, o Professor Doutor Francolino José Gonçalves, um abraço fraterno de muitos ex-alunos de Aldeia Nova e Fátima que me contactaram expressamente para lhe dizer o quanto se sentem (nos sentimos) honrados com a sua Vida e a sua Obra e que todos o acompanham em espírito no dia em que recebe tão honrosa distinção!

Muito obrigado, Francolino! Até Sempre!

José Antunes Ribeiro, 19/11/2011, Figueira da Foz

segunda-feira, 21 de novembro de 2011










No passado dia 15, reuniu no Porto a nova Comissão organizadoras dos Encontros Anuais. De Lisboa, para uma simbólica passagem de testemunho deslocou-se o Luis Sousa Guedes. A Comissão é Constituída pelas seguintes personalidades - Ângelo da Costa Carvalho- José Espírito Santo Domingues- Joaquim Moreno- Manuel Joaquim da Silva Leopoldo- António Augusto Brízido- Álvaro Rodrigues- Manuel Neves de Carvalho. O Frei Pedro será assistente da Comissão no que respeita às cerimónias eucarísticas e apoio religioso. O Coordenador é o Manuel Neves de Carvalho. A Redacção do blog não tem ainda conhecimento da função que, sabemos, está por natureza acometida ao Zé Celestino mas contamos fazer a divulgação atempadamente.

Para trás ficou a "Toca do Lagarto" ... Surgirá, por certo, uma "Toca do Dragão" carago!

Bom trabalho!...

Entrega do Prémio Pedro Hispano a Fr. Francolino Gonçalves



Já neste espaço foi feita referência, com o justo relevo, à notícia da atribuição
do prémio Pedro Hispano ao dominicano Francolino Gonçalves.
Agora damos conta da Gala da entrega desse Prémio que decorreu no salão
do Casino da Figueira da Foz.
Aí estiveram presentes, além do homenageado, o provincial José Nunes,
e o Frei Bento Domingues. Vieram os nove irmãos – alguns nossos
conhecidos – do Francolino. Também ali se viam antigos
dominicanos que quiseram associar-se ao acto.
Depois do lauto jantar interveio o José Antunes Ribeiro que nos levou
pelo tempo e pelo espaço, já distantes, de Aldeia Nova por onde o então
jovem homenageado passou. Seguiram-se as palavras do Frei Bento que
dissertou sobre o que tem sido o trabalho cultural de frei Francolino,
nomeadamente na Escola Bíblica de Jerusalém. Finalmente interveio
Francolino José Gonçalves que evocou o seu percurso de vida, desde
Aldeia Nova à Escola Bíblica onde desenvolve um trabalho fecundo.
Foi um serão memorável e pela manhã do dia 20, os amigos que
passaram a noite na Figueira da Foz, despediram-se, com emoção,
do Francolino que vai para Jerusalém onde continua a desenvolver
profunda e meritória investigação no campo da exegese bíblica.








segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A propósito de uma distinção!...

Nos dias que correm, abundam por aí, nos meios de comunicação social, muitos "fazedores de opinião" -analistas, cronistas e até politólogos. Adquirido tal estatuto, que não é difícil mas é compensador, já há liberdade para dizer tudo, ainda que esse tudo consubstancie uma elevada dose de asneira. Para levar a água ao meu moínho, eu queria recordar aqui que, faz para aí um ano, que um desses "fazedores de opinião" da área mundana (para não dizer outra coisa), foi de abalada até Nova Iorque levando por companhia um miúdo que corria em busca da fama. O que por lá se passou não vem ao caso, e recordava só que o miúdo, decidiu provar que um saca-rolhas serve para algo mais que a função para que foi concebido -abrir garrafas- e com ele decidiu mandar desta para melhor o prosaico cronista. Durante semanas, tivemos que arcar com primeiras páginas jornalísticas, televisivas e radiofónicas sobre o acontecimento, com direito a transmissão directa do derrame das cinzas do "saca-rolhado", na conduta de ar do metropolitano de Nova Iorque. Valeu que lá não há Quercus! Ponto final.



Fr. Francolino José Gonçalves, OP


No passado dia 19 de Outubro foi anunciado que a Academia Pedro Hispano decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio de 2011, ao Professor Doutor Fr. Francolino José Gonçalves op, cujo nome se junta assim ao de José Vitorino de Pina Martins, Daniel Serrão, João Lobo Antunes e Adriano Moreira. Há, finalmente, alguém em Portugal a distinguir um homem que em 2008 foi escolhido para membro da Comissão Bíblica Pontifícia, com a particularida de ser o primeiro português a ser escolhido para esta instituição. Isto não foi ouvido nem visto em nenhuma primeira página televisiva, falada ou escrita. É de facto, um país distraído. O Prof. Dr. Fr. Francolino é dos nossos, foi companheiro de muitos de nós em Aldeia Nova e Fátima e todos nos devemos sentir honrados com esta distinção. Fica esta nota, para que conste.

As mais sinceras felicitações ao Fr. Francolino!...

Nelson


NOTA BIOGRÁFICA

Natural de Corujas (Macedo de Cavaleiros), o frade dominicano é investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém e membro da Comissão Bíblica Pontifícia, por nomeação do actual Papa. Justifica o júri do Prémio Academia Pedro Hispano, que frei Francolino José Gonçalves é “um caso raro e incontornável da nossa cultura nos séculos XX/XXI”. Francolino José Gonçalves estudou filosofia e teologia no Studium Sedes Sapientiae, em Fátima (Leiria) e concluiu os seus estudos de teologia na Faculté de Théologie em Otava. “Tanto em Portugal como no Canadá teve sempre como professores de exegese biblistas formados na Escola Bíblica de Jerusalém. Foi, no entanto, o único português que já passou 42 anos a investigar e a ensinar nessa famosa escola”, afirmou frei Bento Domingues. Director da Revue Biblique daquela escola, o distinguido “tornou-se um nome incontornável no conhecimento das grandes questões do profetismo bíblico”, declarou hoje o também dominicano Bento Domingues. As investigações de frei Francolino José Gonçalves, “levaram-no a levantar novas hipóteses e perspectivas que alteram profundamente a compreensão das religiões da Bíblia”, disse Domingues que adiantou que “está, para breve, a publicação, em português, de algumas das suas investigações fundamentais”. Francolino José Gonçalves entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos), em Fátima, no ano de 1959, depois de ter frequentado o Seminário Dominicano em Aldeia Nova (Olival) e foi ordenado sacerdote em Novembro de 1968, em Montréal. Estudou no Instituto Orientalista de Lovaina (Bélgica) e na Universidade Dominicana de Filosofia e Teologia de Otava. É doutor em Filologia e História Orientais pela Universidade Católica de Lovaina e em Letras (História da Antiguidade) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa O primeiro vencedor do Prémio Academia Pedro Hispano foi José Vitorino de Pina Martins, em 2008. No ano seguinte venceram ex-aequo Daniel Serrão e João Lobo Antunes, tendo no ano passado sido atribuído a Adriano Moreira. A Academia Pedro Hispano é constituída pelo teólogo Bento Domingues, pelos catedráticos da Faculdade de Letras de Lisboa Aires do Nascimento e José Barata Moura, pelo editor José Antunes Ribeiro, pelo músico Vitorino, pelo catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa Henrique Bicha Castelo e pelo escritor António Lobo Antunes. Constituem também a Academia José Manuel Franco, assistente graduado do Hospital Santa Maria, e José Francisco Feição, director de vendas.


in Público