quarta-feira, 18 de abril de 2018

14º ENCONTRO ANUAL

Prezados Companheiros e Família Dominicana:
A Comissão Organizadora do 14º Encontro Anual dos Antigos 
Alunos Dominicanos vem, por este meio, informar que este se realizará, como habitualmente, no primeiro sábado de outubro, dia 6, com a habitual receção às 10h junto da Capela de Aldeia Nova, onde será realizada missa pelas 10,30h, seguida de almoço no Olival.
Como em anos anteriores, também agora temos a preciosa ajuda do nosso Companheiro Armando Neto.
Oportunamente daremos notícias mais pormenorizadas.
Por favor, marquem já na V. agenda este compromisso para o dia 6 de Outubro.
Com um abraço fraterno.

António 
Baltazar
José Celestino
Luís 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

sábado, 7 de abril de 2018

Aldeia Nova o útero de conceção de uma vida em abundância


Mesmo sabendo que nem todos partilham da mesma visão que eu, aproveito este espaço coordenado pelo Nelson, para expressar os meus sentimentos sem medo, em relação a casa que me restitui-o o ser. Sei que muitos, não experienciaram a presença do frei João Domingos em sua vida, mas tenho a certeza que todos foram tocados da mesma forma, pela espiritualidade dominicana.
Hoje quero partilhar o poder que uma pequena frase saída da boca de um mestre. Apesar já aqui ter deixado bem vincado que Aldeia Nova…, ter sido para mim a revelação que o paraíso e inferno, são duas realidades paralelas, tenho uma frase varias vezes formulada pelo frei João Domingos, que não só marcou o foco da minha vida, como ainda hoje mais de meio seculo depois, continua a ser a base onde assenta todo o meu mundo. Quem me conhece, certamente já sabe qual é, a frase que muitas vezes encheu a boca daquele homem de vistas largas e consciência expandida. Viviam-se os anos sessenta, e as bandeiras da liberdade tinham sido desfraldadas por João XXIII, dando continuidade ao percurso do homem, rumo a Deus ou se preferirem a nova era. O pai João Domingos, sempre que um dos seus rapazes, entrava na frequência de vitima ou vitimismo afirmava “és feito da mesma matéria dos grandes santos, bandidos e pecadores”. Esta frase carregada de luz e poder, eliminava qualquer possibilidade de vitimização, responsabilizando e iluminando, mesmos os campos mais profundos do ser. O que é que esta verdade fez por mim? Caros colegas e leitores do “criar laços”…, após a minha saída de Aldeia Nova (o dia mais infeliz da minha vida), ainda a depender de uma família que habitava no inferno de um bairro da lata, já tinha a experiencia de ter vivido no paraíso. E isso bastava-me, para sonhar com um mundo de riqueza, paz e amor. O saber que o paraíso é paralelo ao inferno e que sou feito da mesma matéria, dos miseráveis que lutam pela sobrevivência no inferno de um bairro promiscuo e nauseabundo, ou daqueles que gozam as delicias de uma vida em abundancia no paraíso, dá-me a liberdade de escolha, e tornou-me um jovem adulto, seguro e responsável. Com a revolução de abril e as passagens administrativas em 74 e 75, fazem emergir, a verdadeira espiritualidade dominicana, responsável e coerente, com esta pergunta: Como que me sentirei como homem, pai, cidadão, licenciado por uma ordem administrativa? Valeu-me o saber que somos todos feitos da mesma matéria, para decidir não pactuar com um mundo de irresponsáveis, mesmo que isso custasse um doutorado tanto sonhado. Com essa decisão, tornei-me um marginal, e minha vida entrou numa espécie de montanha russa e acabei como empresário. Tornei-me um empresário honesto e responsável, e mais tarde respeitado por sobreviver nas intervenções do FMI em 1977 e em 1983, e aí, mais uma vez no meio do caus, valeu-me as palavras sábias de frei João Domingos. Mas o que eu, não sabia na altura (por ignorância), era que o frei João estava a nomear a 1ª e 2ª lei da mecânica quântica. Primeiro porque me mostrava um leque infinito de possibilidades, e 2º por me ter mostrado a influencia do observador no observado.
Vou explicar melhor, para quem não está familiarizado com a linguagem da moderna mecânica quântica: eu percebi que nem todos tinham conseguido enxergar o paraíso que era Aldeia Nova. Lembro ainda bem vivo na minha memoria, no inicio de dezembro de 66 o António na entrada do refeitório, esfregar as mãos de contente comentando para o Luís que só faltavam 15 dias para as férias de natal, e, poder estar com a família; enquanto em mim o coração apertava, a cada dia que passava, por se estar a aproximar a descida ao inferno.
Não vou me alongar mais…, só quero expressar o meu agradecimento ao Nelson pelo Criar Laços e a Deus o ter reencontrado o espírito da família dominicana
Obrigado

António Teixeira Fernandes