segunda-feira, 29 de outubro de 2007

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM



Na ressaca do encontro do dia 27 p.p. em Fátima, do qual saímos com o coração quente e o orgulho de pertencer à família dominicana, engrandecido, fico também com muita esperança no relançamento do blog “criar laços” através da participação de um número significativo dos nossos amigos, que afinal o desconheciam. Para dar asas a essa expectativa, socorro-me dum poema do Dr. José Afonso, que é já património popular.


Amigo, maior que o pensamento
Por esta estrada amigo vem
Não percas tampo que o medo
É meu amigo também

Em terra, em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles, aqueles que ficaram
Em toda a parte todo o mundo tem
Em sonhos me visitaram
Trás outro amigo também

Com um forte abraço do velho amigo
A. Alexandrino

domingo, 28 de outubro de 2007

BOAS VINDAS E NOTA EXPLICATIVA

Caros amigos:
Depois das emoções de ontem, é com muita alegria que dou as boas vindas a todos, aos que vêm a este espaço pela primeira vez e a todos aqueles que já aqui deixaram o seu testemunho e que desde o início têm amparado e estimulado este espaço. Ele é nosso e será aquilo que nós quisermos. Quando o lançámos, foi com o propósito que ele fosse um espaço de partilha de experiências, de recordações e fomento de amizade. Em Aldeia Nova ou em Fátima, deixámos anos da nossa juventude, angariámos saberes e fizemos amigos. Depois... trilhámos diferentes caminhos, fomos em busca da vida e, a maioria de nós, só décadas depois nos reencontrámos. Em cada ano que nos juntamos há sempre novas emoções, porque há novos reencontros e uma taleiga de recordações a despejar. O Fernando Vaz este ano não veio, mas esteve ali tão presente, junto de nós que crescemos e vivemos com ele, em Aldeia nova ou em Fátima. Falo do Fernando, porque ele é parte integrante deste espaço; empurrou-o, deu-lhe vida e ânimo. Estiveste ali Fernando!...
O entusiasmo que vi no encontro de ontem, no momento de anunciarmos o blog, foi a certeza que este nosso cantinho vai ser grande.
Aos que vêm de novo, fica o desafio para que deixem os seus testemunhos, dêem asas à imaginação e partilhem com todos nós, as preocupações, as experiências, as recordações e a amizade. Para os menos familiarizados com a "blogosfera", diria que, sempre que desejem comentar qualquer texto publicado, basta clicar na palavra "comentário" no fim de cada texto, e abrir-se-á uma janela onde poderão deixar o seu comentário. Sempre que algum amigo (porque este espaço é de amigos) quiser enviar um texto para publicar, deve enviá-lo para este endereço: criarlacos@sapo.pt .Mas só para textos!... Como todos compreenderão, só um utilizador pode "editar", até por uma questão de segurança. Quiseram os amigos que me ajudaram o fundar este espaço, Eduardo Bento, Fernando Vaz, Alexandrino, Celestino, Moreno... que o editor fosse eu. Espero continuar a dar conta do recado. Qualquer dúvida, podem contactar-me para nelsonveiga@simplesnet.pt
Um grande abraço
Nelson

domingo, 21 de outubro de 2007

O FERNANDO ESTÁ DE VOLTA!...

Após uma semana de internamento, e depois de submetido à cirurgia que já nos tinha anunciado, já regressou a sua casa o nosso Fernando Vaz. Estará em repouso absoluto por mais uns tempos, e já lhe foi dada luz verde para poder vir até ás lusas terras. Já visitou o blog e está de novo junto de nós... de onde, de resto, nunca saíu!...
Um transmontano não se verga à primeira!
Um abraço Fernando e até breve.
Nelson

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

sábado, 6 de outubro de 2007

O FERNANDO VAZ, NÃO VAI PODER ESTAR CONNOSCO NO DIA 27 E EXPLICA-SE...

Caros amigos:
É contrariado e desolado que anulo a ida ao nosso encontro anual do dia 27 de Outubro em Fátima. Há um ano que para mim nada era mais evidente e tudo estava organizado! Mas... “o homem pôe e Deus dispôe” é maneira de dizer, pois que Deus não tem nada a ver com assunto. A verdade é que a partir de meados de Agosto, depois de vários exames, os especialistas decidiram que me devia submeter a uma operação cirurgica para procederem a ablação de uns centimetros de intestino. Operação simples e banal mas que necessita no mínimo oito dias de hospitalisação seguidos de um pouco de repouso... Estando o cirurgião disponível no dia 15 de Outubro, foi a data escolhida. Ao cirurgião que me perguntava se tinha esclarecimentos a pedir, respondí simplesmente que tendo em conta a minha ignorância neste domínio, me via na obrigação de lhe fazer confiança, como faço confiança ao garagista quando lhe deixo o carro para uma reparação... Faça o necessário para que a mecânica funcione... Disse-me que fazia uma centena de intervenções, deste género, por ano e que não haverá problemas! Não estou mesmo nada preocupado, visto que se havia um problema já se encontrou uma solução, então passemos a outra coisa. Nunca perdi tempo nem energia com problemas que me ultrapassam, ou que não são da minha competência.
Nunca há dois sem três, diz o ditado... Podeis estar tranquilos, pois já sou o terceiro, depois do Nelson e do Horácio... que estão de novo em forma! Para me mudar um pouco as ideis quinta feira à noite fui a um espetáculo e apeteceu-me fazer um comentário que o Nelson pode colocar no blog se tiver algum interesse! Um grande abraço. Fernando.

MÍSIA CANTA O FADO EM CLERMONT!...

Mais uma vez Mísia, descalça, pisa os palcos de Clermont Ferrand, nos quais ecoa ainda a voz da Amália que aqui esteve pelo menos em três ocasiões. “Lisboarium” é o titulo do espetáculo da Mísia. Esta fadista, a meu ver uma das que adultera menos o fado, propôs-nos um passeio pelas ruas de Lisboa! Estava rodeada por três guitarristas formidáveis. Sua simplicidade exterior contrastava com uma enorme riqueza interior. Como se a fadista estivesse conscientemente na penúmbra, para que o fado brilhasse mais... O Rei do espetáculo era verdadeiramente o Fado. A fadista, pequena e frágil silhueta, vestida de preto, rosto pálido, lábios vermelhos, cantou Lisboa com as palavras dos poetas amaldiçoados, de entre os quais sobressai, evidentemente, Pessoa. Rosto voltado para o alto, na diracção de um céu hipotètico, Mísia iça-se (na ponta dos pés) não para parecer maior, mas para engrandecer esta nossa música e os acentos de fatalidade que nunca abandonam uma alma portuguêsa, onde quer que se encontre. Esta cantora Ibérica, (mãe de Barcelona e pai do Porto) captou uma herança bem dificil, este fado que ninguém pode cantar sem primeiro o viver... O fado não suporta a mediocridade ou o aproximativo. Não é um grito que sai da garganta, ele sai das tripas e passa pelo coração e pela alma. O Fado, a fatalidade, a saudade, esta nostalgia sem tradução nas outras linguas e ainda menos nas outras culturas: o mar de palha, o tramways, a alfama, o bairro alto, uma cidade que nunca perderá sua alma ou a perderá com seu último folgo!...Mísia também soube dizer-nos, com as marchas de Lisboa, que esta cidade nem sempre é triste. Em conclusão e respondendo aos numerosos bis...bis...bis, a nossa fadista, por gentileza para com os numerosos franceses que vieram aplaudí-la, disse que o fado tinha o seu equivalente em França e cantou Piaf... Os Luso descendentes ouviram com orgulho, os franceses com respeito e admiração e os velhos emigrantes como eu, que eram a maioria, com saudade,
Fernando Vaz