sábado, 26 de abril de 2025

Faleceu o nosso Companheiro Manuel de Jesus Couto

Faleceu o nosso Companheiro Manuel de Jesus Couto (colega do Frei Pedro em Aldeia Nova).

O velório será esta tarde na Igreja Paroquial de São Domingos de Benfica. O funeral será realizado amanhã, com missa de corpo presente pelas 15,30h, saindo o fétrero às 16h, com destino ao Cemitério dos Olivais, em Lisboa.


A nossa Fraternidade Criar Laços far-se-á representar, sendo portadora de uma simbólica coroa de flores.

À viúva, Srª D. Benedita e de mais família, apresentamos as nossas sentidas condolências.

Criar Laços - Fraternidade de Raízes Dominicanas.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

A vida e o tempo

 No trem da vida a beleza é passageira e o tempo são os trilhos a percorrer. 

O que está presente daqui a pouco, há uma hora ou mesmo um instante, deixará de ser presente para ser no passado, contente lembrança.
Cada dia que nasce é o futuro que hoje se torna presente e amanhã será passado. Não deixe um dia passar como um a mais, viva-o intensamente na possibilidade de fazer a diferença.
Sempre vamos, mas nunca voltamos, pois o tempo passa, não volta, não para. O tempo nos leva de onde chegamos até aonde vamos, nos trás de onde partimos. Todo o tempo as pessoas vêm e vão, passam por nossas vidas.
Há pessoas que vem para ficar e outras vão para nunca mais voltar. Deixam saudades e vivem lembradas em nossos pensamentos. 
E quem fica, é vivo lembrado no olhar de quem vai. Mas continuam sempre presentes por suas lembranças. Seu jeito de sorrir, de olhar, de falar, suas manias, um pouco de si em nós.
Pessoas que se tornam marcantes por serem amadas. Pessoas que são tocadas pelo vento para morar em outros corações, para encontrar refúgio em outro lugar e até um dia encontrar porto seguro nos braços do seu lugar.   


(autor desconhecido)

terça-feira, 22 de abril de 2025

O Pontificado do Papa Francisco - Artigo de Frei Bento Domingues O.P.

 Frei Bento Domingues O.P. (1934-)

O Pontificado do Papa Francisco, Público Lx, 21/04/2025 

www.publico.pt/2025/04/21/opiniao/opiniao/pontificado-papa-francisco-2130426

 

"Obrigado, Papa Francisco, pela esperança que te animou e nos transmitiste.

1. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, jesuíta argentino, foi eleito Papa a 13 de Março de 2013. Tinha 76 anos. Escolheu Francisco de Assis como inspiração para o seu pontificado.  A razão desta escolha não era o de reconduzir a Igreja à Idade Média. Mostrava, pelo contrário,  que Francisco de Assis era a figura mais actual do que ele desejava ser e fazer: viver a alegria do Evangelho,  fora dos esquemas clericais.  Queria fazer,  de uma Igreja em ruínas,uma  nova esperança de liberdade e de alegria.  O Evangelho, longe de asfixiar o poeta,  abria-lhe o mundo como um hino cósmico. Quis retomar o Concílio Vaticano II, convocado e iniciado por João XXIII, num clima de alegria e liberdade.  Veio,  depois,  um longo período chamado inverno da Igreja.  Ao ser eleito  Bispo de Roma  e  Papa da Igreja Católica, sabia que tinha de enfrentar não apenas o cuidado de todas as Igrejas,  mas uma situação depressiva que enchia os meios de comunicação:  escândalos na própria Cúria,  escândalos financeiros  e  o  horror dos horrores,  a praga da pedofilia.  Apresentou a sua  primeira  Exortação Apostólica,  A Alegria do Evangelho (2013), como esboço do seu programa. Ele próprio propôs algumas directrizes que pudessem encorajar e orientar, em toda a Igreja,  uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo,  com base na Lumen Gentium, do Vaticano II. Ao designar a sua primeira exortação A Alegria do Evangelho, estava a ser literalmente fiel à própria significação da palavra evangelho,  isto é,  boa notícia.  Nesta sua  primeira  Exortação Apostólica, tentou desfazer os equívocos da  expressão Reino de Deus.  É o tema  do   IV Capítulo  sobre a  Dimensão Social da Evangelização.

Não lhe pertencia oferecer uma análise detalhada e completa da realidade contemporânea,  mas animar todas as comunidades a desenvolverem uma capacidade sempre vigilante de estudar os sinais dos tempos.  Não estamos a viver apenas uma época de mudanças, mas uma efectiva mudança de época. Assim como o mandamento “não matar” põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana,  assim também hoje devemos dizer não a uma economia da exclusão e da desigualdade social.  Essa é uma economia que mata.  Hoje, tudo entra no jogo da lei do mais forte,  onde o poderoso engole o mais fraco [1]. Já foi dito que bastava um ano sem os gastos com armas para garantir alimentação e educação,  gratuitamente,  a todos os necessitados. O tema da alegria estará sempre presente na sua intervenção pastoral e, por isso,  desdobrar-se-á em vários documentos. Entre eles destaco: Laudato Si’ sobre a ecologia integral (2015); Amoris Laetitia (2016), Gaudete et exsultate (2018). Queria fazer, de uma Igreja em ruínas, uma nova esperança de liberdade e de alegria. O Evangelho, longe de asfixiar o poeta, abria-lhe o mundo como um hino cósmico. A Fraternidade Humana (2019) foi escrita e assinada pelo Papa Francisco e pelo Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb,  em Abu Dhabi.  Este é, talvez, o documento mais importante do diálogo inter-religioso,  que precedeu a encíclica  Fratelli tutti (2020), sobre a fraternidade e a amizade  social.  

Sublimitas et Miseria Hominis (2023),  no IV centenário do nascimento de Blaise Pascal, sobre o paradoxo do ser humano, na sua grandeza e na sua miséria.

2. O Papa Francisco realizou algumas das suas visitas às periferias (Lampedusa e Lesbos) que marcaram o rumo e o  espírito  do seu pontificado.  O Mediterrâneo,  transformado  num grande cemitério,  seria a sua  interpelação constante sobre as  migrações e as guerras. Desde o começo do seu pontificado, nas minhas crónicas dominicais do PÚBLICO,  procurei seguir as surpresas deste  Papa extraordinário. Confesso que  me mantive  cada vez mais entusiasmado com aquilo que o Papa realizou. Uma das heranças  mais vergonhosas  que recebeu  e a que mais tem contribuído para desfigurar a Igreja Católica é,  sem dúvida,  a longa história da pedofilia do clero com dimensões insuspeitáveis.  Talvez não se tenha dado conta,  desde o começo,  da vastidão desses crimes.  Acabou,  no entanto,  por desencadear o movimento das comissões não só para o levantamento dos abusos sexuais de menores,  mas também para a escuta e apoio da quantidade enorme de vítimas.  No entanto,  nada nem ninguém parecia que o poderia paralisar.  A reforma da Cúria, acompanhada de discursos estridentes,  foi um ponto que nunca esqueceu.  Insistiu que a Igreja não é para a Igreja,  mas para o mundo todo,  de crentes e  não crentes.  É uma Igreja de saída para todas as periferias,  não para fazer proselitismo,  mas para despertar a consciência humana e cristã adormecida.  Alertou,  nos discursos ao Corpo Diplomático,  que era o mundo todo, com todos os problemas das desigualdades,  das guerras,  dos refugiados,  da fome, não só a sua preocupação, mas sentia a urgência em despertar a consciência mundial,  pois é  numa era global  que existimos.  Sobre a  injustiça social e económica  é preciso continuar a ler e reler os seus discursos aos movimentos populares publicados sob o título Terra Casa Trabalho [2].

3. Entre as exortações apostólicas,  teve muita importância  a polémica em torno da  Amoris Laetitia,  que assumiu as questões mais problemáticas sobre a família. Manifestou um carinho especial pela Querida Amazónia que é um todo plurinacional interligado, um grande bioma  partilhado  por nove países. 

Dirigiu,  por isso,  esta exortação ao mundo inteiro.  Este grande texto sobre a  inculturação  e a  ecologia integral  foi também para muitos uma  grande frustração.  Do seu aprofundamento não resultaram as consequências práticas para a revisão dos ministérios eclesiais – um dos grandes sonhos do Papa Francisco – que continuam a excluir as mulheres. O grande obstáculo não é de ordem teológica.  A dificuldade  maior  tem poucos anos.  Vem da  carta apostólica  Ordinatio sacerdotalis,  deJoão Paulo II (1994),  onde a chamada ordenação sacerdotal  é reservada  exclusivamente  aos homens,  agora e para sempre. Não há dois baptismos,  dois cristianismos,  um de homens e outro de mulheres.  Perante uma declaração como a citada de João Paulo II,  é normal que o Papa Francisco sinta uma certa inibição  em rever todo esse processo,  embora não existam razões pastorais e teológicas que o impeçam. Tentou superar essa dificuldade com a proposta prática de uma  Igreja Sinodal,  que dá a palavra a todos,  mulheres e homens,  e  coloca,  nas mãos de todos,  o futuro da Igreja ao serviço da humanidade.  Uma Igreja de  “todos, todos, todos”!  O Papa Francisco escreveu um texto belíssimo sobre as bem-aventuranças do bispo, mas não convocou um sínodo apenas dos bispos. No contexto cultural e religioso  em que Jesus viveu,  não se pode esquecer o seu  comportamento subversivo  com as mulheres  e o  das mulheres com Jesus Cristo. 

Obrigado,  Papa Francisco,  pela esperança que te animou e nos transmitiste [3]."

 

[1] Cf. Evangelii Gaudium, n.º 51-53.

[2] Papa Francisco, Terra Casa Trabalho, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 2018.

[3] Francisco, Esperança. A Autobiografia, Nascente, 2024

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Faleceu o Manuel Joaquim da Silva Leopoldo

Faleceu o Manuel Joaquim da Silva Leopoldo. 

Aos seus familiares, a Fraternidade Criar Laços apresenta as mais sentidas condolências.