12/02/2008
Governo australiano pede desculpas públicas aos aborígenes
CANBERRA (Reuters) - A Austrália pediu desculpas na quarta-feira (horário local) pelo histórico mal tratamento dado aos aborígenes, num gesto que líderes indígenas consideram capaz de acabar com a dor de gerações.
Até ter aprendido a ter boas maneiras, no “colégio” interno de Aldeia Nova, dedicava-me a exercitar a arte da caça para desenvolver os genes que os primitivos da nossa espécie nos legaram (aos machos). O objectivo dessa “predação” não era o sustento, mas o lazer. Os pássaros então, exerciam sobre mim um fascínio estranho, que ainda não sei explicar, se pela beleza, se pela liberdade, se pela capacidade de evoluírem num meio inacessível aos humanos sem o recurso a máquinas. Acompanhava diariamente a sua fase evolutiva do ovo ao novo ser, sempre que descobria um ninho, e sabia de dezenas todas as primaveras. Quando a paixão era grande cometia o “crime” de levar os recém nascidos para casa. Outro método de aproximação, era o da captura com recurso a redes, colocadas junto de bebedouros, construídos para o efeito.
Deste contacto próximo aprendi que a alguns era tolerável viver em prisão: pintassilgos, verdilhões, rolas, etc. Outros porém definhavam até à morte, quando se sentiam presos, recusando qualquer alimento: pardais, piscos, pica-paus, popas, picanços entre outros. Deixavam-se morrer: antes a morte que tal sorte, pensariam de si para si. ( Atente-se que não os deixava chegar a tal limite. Libertava-os antes.) Agora sei, que as aves granívoras ainda aguentam o cativeiro, enquanto o não suportam as insectívoras.
Na esfera humana esta situação tem algum paralelo.
Os índios americanos repeliram qualquer tentativa dos “caras pálidas” de os subjugarem ao trabalho escravo. Preferiram ser dizimados, à escravatura. Foi uma recusa global dos valores, princípios, religião ou civilização que os “cristãos” lhes quiseram impingir.
Tiveram então os europeus de recorrer aos africanos, mais dóceis e prontos a aceitar a canga da escravatura.
Com o poder das armas os colonos dizimaram as civilizações americanas, quiçá mais evoluídas que a dos vencedores. Lembremo-nos das civilizações incas, astecas, maias entre outras.
O hábito da instituição da escravatura, deixou raízes nalgumas classes desta Europa, e quer os concidadãos, quer os imigrantes vêm-se frequentemente, ainda hoje, na situação de escravatura mais ou menos velada.
Os gringos com apelo à bênção de Deus (“Good save América”) após apagarem as civilizações sioux, cherokees, choctaw, chickasaw, creek e seminole, e tantas outras, apostaram recentemente em humilhar as civilizações milenares do médio e extremo oriente, cujos povos também rejeitam a canga e o chicote. De novo em nome da pretensa superioridade civilizacional.
Ezequiel Vintém
Se somarem todas as mortes dos Indios perpretadas pelos Europeus na colonização do continente americano seremos capazes de ter mais de 70 milhôes de mortes..ao pé disto o holocausro názi parece pequeno quantitativamente..Como é que os Europeus conseguem lidar com isto(?)..não lidam porque nem pensam nisso..ainda bem que houve um S.Bartolomeu de Las Casas e que terá perguntado :"e os indios também não são gente(?)"..porque quando se veem os indios restantes..sentados no monumento comemorativo dos 500 anos do achamento do Brasil a dizer que para eles a cruz é o simbolo do exterminio é muito triste..talvez que o comportamento humano ainda seja mais determinado pelos genes do cérebro antigo (que pelos insights acerca do respeito e do amor pelo próximo que as religiões lhe têm propiciado) e que conduzem à luta e à posse e que a própria religião seja uma optima desculpa para tanta barbárie... José Carlos (Alqueidão da Serra)
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