quarta-feira, 29 de julho de 2009

ENCONTRO ANUAL - 17 DE OUTUBRO 2009


1. A pedido de «várias famílias» e habituais presenças nos Encontros Anuais, e obtida que foi a prévia concordância do Fr. José Geraldes, ficou agendada a data de 17 de Outubro/09 para o nosso Encontro Geral/09, dando-se sem efeito anteriores datas divulgadas.

2. O local do encontro será, como vem acontecendo nos últimos anos, no Convento de Fátima.

3. Por agora o que se pretende é que cada um anote na sua Agenda, eventualmente electrónica, que no dia 17 de Outubro/09 tem o Encontro Geral em Fátima e que, entretanto, vá anunciando esta data a todos os seus companheiros de percurso Aldeia Nova e/ou Fátima.

4. O programa detalhado do Encontro está a ser elaborado e será ampla e atempadamente divulgado, visando a mobilização de toda a juventude que passou por aqueles lugares abençoados...

5.Um fraterno abraço a todos e vamos lá passando a palavra...

Zé Celestino ( membro da Comissão ad hoc, que integra também o Alexandrino, o Costa e o Jaime como voluntário...)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

BOAS FÉRIAS

CAROS AMIGOS Votos de boas férias e boas viagens nas vossas deslocações.
Aos amigos que se preparam para uma excursão a terras croatas, desejo que
tudo corra pelo melhor e que se inspirem para rechear o blogue dos textos de
qualidade de que são capazes.
Dedico-vos a reportagem de passeio qu
e aqui junto para publicação, caso a
comissão de controle dos bons costumes o permita...
Abraços a todos

A. Alexandrino

Santuário de Nª Sª d’Aires - “Painéis votivos”


Percorro a planície entre montados de sobro e veredas de estevas, num mar de estio e solidão, e no fundo da memória sonora, histórias de ganhões, o cante sempre entoado e a protecção das belas letras, testemunho da sabedoria popular. Estou extravagante! Esta vida estirada, a calma inspirada, e a pacatez serena, arrastam-nos para longe do ruído dos jornais e das televisões e insere-nos num quase retiro espiritual, imbuído de felicidade.

Surge-me pela frente espelhando alvura ofuscante no pára-brisas, a vila de Viana do Alentejo. Há anos que não a vejo, mas agora vou ali já venho.

Puxado por mão invisível, sinto uma atracção irresistível para passar além do casario e me refugiar num santuário, que ali está à mão, a duas milha de distância dedicado a Nossa Senhora d’Aires.

É um lugar atraente, calmo dentro da calma. Plantada num lugar ermo, a igreja mostra-se altiva e muito bem cuidada, quase réplica da Basílica da Estrela em Lisboa. A padroeira é representada ao estilo policromado da “Pietá”. Como que por respeito a um espaço sagrado, o casario da povoação mantém a distância original, apesar de (ou por) se tratar do santuário mais venerado em todo o Alentejo.

A tendência própria dos alentejanos de exprimirem no cante tudo o que lhes vai na alma, expressou-se em relação a este santuário, desta forma:


“Ó Virgem Sª d`Aires
Estás metida num deserto
Em chegando a mocidade

Me parece um céu aberto

Me parece um céu aberto
Com toda a nossa gentinha
Fui solteiro vim casado
Foi milagre da Santinha.”


Jóia do barroco português conserva uma interessantíssima colecção de ex-votos, entre os quais têm particular interesse os “painéis votivos” representados em pintura, um documento incrível sobre o Alentejo do século XIX. Estes “painéis” representavam graficamente o agradecimento pela graça concedida, e geralmente representavam o motivo pelo qual, ela tinha sido pedida. “Nos ex-votos expostos, todos do Século XIX, a grande maioria referem-se a curas milagrosas. No início do Século XX, a vulgarização da fotografia liquida por completo esta forma de arte popular religiosa”.

“Parece coincidir o seu triunfo com o aparato da devoção barroca que privilegia uma liturgia externa, luminosa, e ainda que muitas vezes os quadrinhos de ingénuo fabrico não reflictam o sentir do clero e o pensamento mais ortodoxo acerca desta maneira de proceder, os resultados práticos convocados por aquela quanto à capacidade de arrastamento de crentes e coerente proveito apagavam qualquer menor gesto de discordância de tal uso.” (Alberto Correia - Tábuas pintadas com "Milagres". Uma crónica da

vida dos homens.)

Notam-se estilos marcantes comuns a grupos de ex-votos, o que leva a deduzir pela existência de alguns pintores a quem os peregrinos encomendariam os trabalhos. Os ex-votos, como pinturas realizadas por artistas auto-didactas revelam um estilo de Arte Naïf. Repesquei algures na net esta pequena amostra dos quadros lá expostos, que não sendo a melhor escolha, mais me entusiasma a recomendar-vos a visita.



A. Alexandrino


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Manifesto Político - razões da natureza


Falar de política, como de religião, é sempre difícil. Por um lado chama as pessoas à discussão. Por outro motiva a paixão e o envolvimento de diferentes convicções e formas de ver. Sobressaltam maneiras antagónicas de encarar a existência e o universo, até em minudências quanto mais em questões de fundo.
Para que conste, devo dizer que nunca me inscrevi em partido nenhum, apesar das solicitações dos tempos quentes do 25 de Abril. A noção que tinha, e tenho, é a de que entrava num partido por aderir a ideias e formas de estar que se identificavam mais com as minhas e acabaria inevitavelmente a ter de defender as ideias dos outros, da liderança, corporativizado, em fila compulsiva ou simplesmente ostracizado. Não me ouvirão no entanto dizer mal dos partidos, pois julgo que são necessários e não tenho melhor alternativa a propor.
Como todos nós, tenho interesses a declarar: com quatro ou cinco anos eu era um apoiante incondicional de Salazar. Ficou-me na retina a festa da minha aldeia e no ouvido aquela cantata “ Deus dê saúde a Salazar que uma escola nos quis dar…”. Por volta dos treze ou catorze (é pelo menos a memória que tenho da coisa) fiquei perplexo com o facto de os votos da oposição terem chegado depois das eleições ou não terem chegado a tempo, ou mesmo nunca terem chegado. Comecei a perceber muito devagarinho… ou, definitivamente, a não perceber certas coisas.
Quando em 1973 entrei na Faculdade fiquei admirado como dentro das escolas públicas se podia dizer tão mal do governo, dos ministros, afixar cartazes, em Direito como no Técnico, aquelas que frequentava mais … Com o 25 de Abril, e tudo o que veio ao conhecimento do simples cidadão, foi a submersão de informação e de conhecimento político. Instalei-me claramente na opção democrática. Cheguei a simpatizar com o MRPP, por ser oposição á unicidade que o PCP queria impor naquela escola e nos Sindicatos, etc…
Aprendi a conviver com gregos e troianos e optar nas eleições, sem falhar uma.
Estou aqui estou outra vez na fila.
Mas há coisas que são contra natura. Por agora vou falar de pouca coisa porque o tema seria maçudo e se tiver contraditório e interesse lá iremos a outras.
Não entendo que a Constituição obrigue a uma certa idade mínima para ser votado para o cargo de Presidente da República e não imponha um limite máximo.
Não compreendo, tanto mais que:
Na função pública se empurram as pessoas pela porta fora, normalmente aos setenta anos…
A partir dos sessenta e cinco não se pode ser motorista de certos veículos…
A partir de certa idade a carta de condução passa a estar sujeita a exames médicos que avaliam com frequência as capacidades de condução…
Como a partir dos setenta qualquer entidade patronal pode dispensar aqueles que foram os seus melhores colaboradores.
Alguns, como os árbitros, retiram-se aos quarenta e cinco ( salvo erro)…
Os futebolistas…
Os atletas de alta competição…
Os exemplos seguir-se-iam até ao infinito.
É óbvio que a experiência da vida e a própria ciência nos confirmam que certas capacidades, nomeadamente as físicas e mentais, são cada vez mais condicionadas com a idade.
Ora a eleição de um Presidente da República ou um Primeiro Ministro, constituem uma eleição para atletas de altíssima competição.
Como podemos nós votar um Presidente com mais de oitenta anos?
Como podemos nós votar para Primeiro Ministro pessoas com avançada idade que não tinham irremediavelmente acesso a qualquer emprego na função pública?
Como podemos nós submeter a escrutínio e, por absurdo, eleger tais pessoas?
Como podemos, por absurdo, mas frequente realidade, eleger para os mais altos cargos uma fileira de idosos e muitos reformados, alguns com várias reformas…
Ora, se capazes e válidos, trabalhando, talvez devessem pelo menos suspender a reforma. Se tiverem mais de setenta anos, não deviam sequer ser inscritos ou escrutinados.
É contra senso e contra natura.
Peço aos mais idosos que não entendam isto como uma falta de respeito ou vistas curtas. Acho que devemos continuar a aproveitar o seu valor, os seus ensinamentos, o seu exemplo, a sua experiência, etc. Mas há coisas em que os limites que existem para uns deveriam ser para todos, especialmente para cargos políticos. Dêem-lhes público reconhecimento, cargos honorários, funções de aconselhamento. Os muito idosos avós, mesmo com cem anos, continuam a sentar-se à cabeceira da mesa no lugar de honra que merecem. Mas se alguém tem de resolver problemas já são os filhos ou os netos que têm o dever de ir e resolver.
Na actividade privada compreende-se e temos exemplos de grande valia. Mas a regra na coisa pública não deve ser essa.
Não gostaria de ver, como tenho visto, este Estado governado por reformados… do Estado!


Antero Monteiro

sexta-feira, 17 de julho de 2009

ANTÓNIO SANTOS SILVA (Toninho) -18 de Julho- PARABÉNS!...



O Jovem Avó está de parabéns !... Com a sabedoria dos sábios é uma referência da nossa malta.
Votos de muita saúde para ti e toda a Família. Abraço fraterno.
JM

terça-feira, 14 de julho de 2009

TESTAMENTO DE UM PROFESSOR


Neste blogue já foram apresentados testamentos de mestres que marcaram a sua passagem pela sabedoria, pela capacidade didáctica e pela autenticidade. Diz o ditado: “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és” e eu acrescento que para nos conhecermos importa conhecer as nossas influências, entre elas o que alguns professores nos legaram. Pois bem, aqui vos deixo o testemunho de um professor canadiano, que leccionou Ética e Sociologia no ano lectivo de 1964/65. O texto reflecte uma pessoa que não domina a nossa língua mas que fez questão em falar e fornecer aos alunos textos em português, desde o início do ano lectivo, após quatro meses de estadia em Portugal.

A. Alexandrino


Encontrou-se nos papéis de um filósofo, o seguinte testamento:

“Queridos discípulos
Procurai ser cada vez mais livres e mais conscientes. Para isso procurai não deixar que as motivações inconscientes prevaleçam sobre as conscientes. Desconfiai dos vossos mecanismos de defesa, não vos deixeis levar por mitos, seja qual for a sua beleza.
Ao propordes uma esperança aos homens, tende cuidado para não os alienar e não lhes propor um mito. Proponde a cada um a esperança de que é capaz, sem desprezar nem subestimar as suas capacidades de progresso.
Custe o que custar, ficai abertos aos outros, às suas preocupações, angústias, entusiasmos, ficai abertos aos factos, aos acontecimentos, à realidade, aceitando continuamente de pôr em questão as vossas sínteses.
Sede acolhedores com as pessoas e procurai compreender antes de ser compreendidos, aceitar antes de ser aceites, amar antes de ser amados. Lembrai-vos que homens para impor ideias e suas maneiras de ver, há muitos, mas que homens para ouvir e acolher há poucos.
Que esse acolhimento não seja sinónimo de indiferença. Não hesiteis em inquietar os opulentos, em protestar contra a injustiça, em defender os direitos do homem. Mas que o principal argumento das vossas intervenções seja sempre a vossa própria maneira de agir.
Vede em qualquer homem um amigo possível e que não venham da vossa parte os obstáculos que impedem as amizades possíveis de se tornar amizades actuais.
Perante todos, que a vossa preocupação básica seja torná-los mais livres, mais capazes de autênticas relações pessoais e mais disponíveis à acção de Deus.
Em todas as circunstâncias, sede os representantes e os defensores dos valores graças aos quais a vida humana merece ser vivida: a verdade, a beleza, o amor, e que a necessidade de eficácia e de organização nunca vos leve a aceitar e a preconizar a mentira a fealdade e o ódio.
Lembrai-vos que, embora o agir de cada um de nós pareça insignificante, é por esse agir aparentemente insignificante, que se faz a hominização do mundo e a amorização da humanidade.”
Faço meu este testamento.

Fátima, Junho de 1965
Pierre Pelletier, O.P.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

AGRADECIMENTO A FREI MALAQUIAS TOSTÃO



Fiquei agradavelmente surpreendido, quando recebi, devido a oportuna e atempada intervenção do nosso editor Nelson Veiga, um grande envelope que já tinha andado por terras de Lisboa, onde mais depressa se verifica a queda de um anjo do que se encontra algo verdadeiramente sábio, complacente e virado para a interioridade da alma e para bom pensamento.
Aberto o envelope, cheguei logo à conclusão de que ainda não eram os dividendos resultantes da cartelização do nosso blog, mas alimento espiritual de elevado valor: três publicações interessantes com diferentes e interessantes maneiras de ver o Mundo e uma mensagem de fraternidade que me estava pessoalmente dirigida.

Ali me enviava o meu “Irmão em S. Domingos” com a simpatia de quem dá sem nada esperar ( o envelope original, não indicava sequer o remetente…) aquelas três publicações.

Remetido às minhas parcas culturas e poucas colmeias, fez-se em tal dia sol na eira e chuva no nabal … É difícil exprimir o contentamento de receber coisas que nos dizem respeito e apreciamos, de alguém que nem obrigado nos deixa dizer!
Apenas a assinatura fraternal de “Frei Malaquias Tostão, teu velho irmão”!
Aqui ficam por isso, por este meio - não tendo outro - dois agradecimentos: Um ao Frei Malaquias Tostão que deu asas à sua boa pessoa - que deve ser - cumprindo a oportunidade de fazer bem sem olhar a quem. Outro ao nosso editor que dispõe da minha reservada morada e me encaminhou prontamente tão sumarentas e gratificantes notícias.


F.r. da Área Benta

segunda-feira, 6 de julho de 2009

UM NEGÓCIO DA CHINA!...


Olá meus amigos
Alguém me sabe dizer qual é a minha quota no “Criar Laços”?
Quem sabe se a PT não estará interessada na mesma, já que o PM vetou a compra da TVI. O Presidente da República não se irá imiscuir, a Dra. Ferreira Leite não irá rasgar, o Prof. Francisco Louçã não irá criticar, o Jerónimo de Sousa não irá malhar, o Dr. Paulo Portas não irá ironizar e claro Eng.º José Sócrates não irá saber. Qualquer meia centena de milhões cobre o negócio, que a concretizar-se representará uma mais valia e uma aquisição com enorme potencial de crescimento (para a PT, evidentemente). Tem uma poupança de 50% daquilo que iria gastar na TVI, e fica com um administrador um pouco mais barato que o Eduardo Moniz. O pecúlio arrecadado será distribuído de acordo com uma operação de divisão já devidamente estudada, na qual os necessitados e os activos participantes neste blogue não serão esquecidos.
Abraços
A. Alexandrino

sexta-feira, 3 de julho de 2009

FAUSTINO ALVES SIMÕES (F. 03.07.2007)


Fez parte da turma de 1964-1969.
Não me recordo se foi parar a Aldeia Nova depois de estar em Lisboa ou se directamente das terras de Freixianda. A ideia que tenho é que já era mais evoluído e aparentava mais as características de citadino do que nós, os “ratinhos”, que chegávamos da Beira.
Não concluiu os cinco anos previstos. A meio da caminhada, por razões de vocação foi “recambiado”.
O seu olhar e a sua atenção começaram a desviar-se veementemente para uma daquelas raparigas que, embora poucas e bem comportadas, davam nas vistas para os rapazolas que nós éramos.
Por cá continuou a estudar. Encontrei-o, anos mais tarde, por intermédio do João de Melo, uma vez que já tinham sido colegas.
Foram muitas as oportunidades de convívio, almoços, umas férias completas, em família, durante 24 dias pelas ilhas dos Açores.
O Faustino apreciava a vida, repescava nas nossas conversas, a cada passo, as peripécias da passagem por Aldeia Nova, até ao ínfimo pormenor, com todas as características de um saudosista.
Não tenho dúvidas de que ele seria um fanático deste blog, fruindo e participando, activando o companheirismo, a amizade e a fraternidade.
A última vez que estive longamente com ele foi no dia do casamento da filha mais nova. A felicidade do momento, a sua expansividade e coração grande, submergiram completamente a doença que já então o preocuparia.
Foi assim, de repente, que tive a notícia de partida deste amigo de que já falei aqui duas ou três. Foi exactamente há dois anos. Relembro com muita tristeza tal dia, mas com o orgulho de ter sido um bom amigo e com as saudades da fraternidade de muitos e bons momentos.

Antero Monteiro