quinta-feira, 26 de agosto de 2010

AGRADECIMENTO


Caros amigos


Ando, há bastante tempo, para partilhar convosco, o que vivi e experimentei, nesta fase derradeira da vida e morte do meu irmão: Frei João Domingos.
Em primeiro lugar, quero a agradecer a todos e cada um de vós, que nos acompanharam, na doença, na morte, e no funeral de meu irmão, assim como quero agradecer a quantos de vós, que me enviaram mensagens de solidariedade e de comunhão fraterna, pelo inesperado desaparecimento daquele, que nos era muito caro. A alguns agradeci, no momento, a outros faço-o, hoje, através do Criar Laços. A todos, muito obrigado pela vossa presença, oração, e amizade.
Sem mencionar nomes, e com o medo de me esquecer de algum, quero agradecer a quantos estiveram presentes, no velório e no dia seguinte no funeral. Sentir a presença dos amigos, em momentos como estes, é importante; sabemos que não estamos sós.
A missa de corpo presente, foi um momento alto de acção de graças pela vida e pela acção que o Frei João Domingos realizou ao longo da sua vida, por onde passou, onde deixou marcas, que falam por si. Que o digam os que com ele viveram e trabalharam em Aldeia Nova, em Fátima, em Lisboa, e nos últimos 28 anos em Angola, onde deu uma voa parte da sua vida, quer durante período de guerra, quer depois no tempo de paz. Aliás, temos recebido muitas mensagens de Angola, onde ele deixou muitas saudades àquele povo sedento de justiça, de solidariedade, e da verdade libertadora.
Embora me tenha custado muito ver partir o meu irmão, quero agradecer a Deus em me ter proporcionado passar com ele, do dia 2 de Agosto até ao seu fim, e ter vivido, com ele, no hospital, os acontecimentos diários. Acompanhei-o de manhã e tarde, todos os dias. Falámos, rezamos juntos, falamos de imensas coisas, inclusive dos planos que ele tinha, e que já não conseguiu realizar. “ Os desígnios de Deus, não coincidem com os nossos”.
Chegou mesmo a dizer-me que este período em que esteve doente, foi um autêntico retiro que o levou a pensar, meditar e rezar a vida. O mais importante foi, o estarmos juntos e unidos.
Felizmente, eu estava com ele, quando lhe deu o AVC, na casa de banho. Chamei imediatamente a equipa de enfermagem e o médico, que o trouxeram para a cama, ligando o oxigénio, e demais cuidados para o reanimar e saberem, se possível, as causas do sucedido. Depois da TAC e da análise do neurologista, chegaram à conclusão que fora um AVC esquémico.
Nesse dia 6 de Agosto, em que lhe deu o AVC ( cerca das 17.30 horas ), ainda manteve os olhos abertos e comunicava através de estímulos, como apertar a mão; mas, nos dias seguintes, mantinha os olhos fechados, mas já não respondia a estímulos. Apanhou-lhe o lado direito, e a fala.
Apesar de doloroso, foi bom ele sentir a presença e o calor humano da família, na fase derradeira da sua vida. Foi bom para ele e para nós.
Ele, levou-nos com ele, e junto de Deus, intercederá por cada um. Ele partiu, é verdade, mas muito do que ele fi, fez e realizou de bom, ficou na memória de todos.
No dia 16 de Agosto, às 19.00 H celebrámos a missa do sétimo dia na Igreja de São Domingos de Benfica.
No Porto também foi celebrada a missa do sétimo dia, sem eu estar presente. Mas no dia 09 de Setembro, no dia em que faz o mês da sua morte, celebraremos em Cristo Rei - Porto a missa do 30º dia, às 19.0 H. Se dou esta notícia, é para que os antigos alunos, que vivem no Porto e arredores, se puderem possam participar.
Costuma-se dizer “o homem parte, mas a obra fica”. Por onde o Frei João passou, muitas coisas boas ficaram, mediante a sementeira que ele fez. Alguns frutos já se vêm, e outros aparecerão, certamente.
Em meu nome, em nome da minha família, e em nome dos dominicanos, a todos muito obrigado pela vossa solidariedade e comunhão fraterna. Mantenhamo-nos, sempre unidos.
Um abraço amigo

Frei Pedro Fernandes,op.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

REFLEXÃO...

Após longa ausência do blogue, dei conta da morte do Frei João Domingos, ilustre Dominicano e pelo que li, muito estimado em Angola fazendo muito pelos mais desfavorecidos.Paz á sua alma.
Esta noticia apanhou-me de surpresa e ao mesmo tempo, veio num momento da perda de um meu ente querido, a quem com a vossa bondade desejo lembrar e perpetuar neste espaço restrito e onde me sinto bem.



O que ele gostaria de me ter dito.
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Quando eu me for, que não me transforme em uma lágrima em teu rosto; mas na lembrança de um sorriso em teu coração. Se me amas, não me deixes ser a saudade que faz sofrer, e sim aquela que traz a sensação de companhia. Acima de tudo não desesperes. Pois, se é certo que a morte espiritual não existe, o teu desespero ecoará em mim onde eu estiver. Não penses em mim como em alguém que se foi. Pensa, antes, que por algum tempo pude estar a teu lado e envolver-te em meu amor.
Pensa que sempre estarei presente. Poupa-nos a inutilidade dos afagos postumos, pois só poderás acariciar um corpo vazio; apenas a sensação do teu amor será capaz de afagar-me a alma.
Visitares meu tumulo?
Ali não estarei e não me poderás encontrar. É na tua lembrança e no teu coração que me encontrarás, sempre que de mim necessitares.Conserva-me vivo, porque jamais morrerei em ti, a menos que o desejes.

Em tudo que te possa ter ensinado,ou que contigo possa ter aprendido. Nos sorrisos e lágrimas que repartimos, nas alegrias e nas tristezas que nos tenhamos provocado. Assim verás que nas menores coisas estarei presente.E como toda a vastidão do Universo é insuficiente para separar aqueles
que se amam, dia virá em que de novo estarei a teu lado. Então descobrirás que jamais te deixei.



Gosto de pensar que é o que ele queria poder dizer-me. È um impulso, uma intuição, uma homenagem a um ente querido, tio único, falecido a 05/Agosto/2010 ou, talvez, apenas a voz da minha saudade.
Até um dia, tio Alberto.

Dinis

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MANUEL MENDES -13 DE AGOSTO- PARABÉNS!...

O Eduardo Bento telefonou-me a dar conta deste aniversário, que agradeço e vou registar no respectivo livro.
Chegou a Aldeia Nova com o seu ar tímido e pacato. Vinha do Alentejo, onde existia 1 sr. dr. deputado. Atento e com dotes para ter ganho, com outro colega, um 1º. prémio literário. Continuo atento e virado para o mundo do Apoio-Educação a Jovens. Continua por muitos e bons anos!


jm

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Morte de Frei João Domingos na Imprensa

( clicar nos títulos para ler o artigo)
Este foi um trabalho do Luís Sousa Guedes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

E, DE REPENTE, FEZ-SE AGOSTO...


Nele via um cavaleiro andante, ameaçador algumas poucas vezes, protector outras muito mais, envolto em panos brancos que o agigantavam no que dizia, no que fazia.
O Padre João vai pregar para os Estados Unidos, arranja dinheiro para pagar, aos poucos, a parte nova de Aldeia Nova, arranja madrinhas, sopas instantâneas, latas de margarina, leite em pó e nunca percebi se o óleo de fígado de bacalhau vinha também de lá ou não . Disseram-me que corria a América, que pregava na televisão e por isso eu via notas verdes de dólar na sua secretária. Aprendi com ele a ter cuidado com os bancos que “são uns ladrões com os juros que nos levam” (sempre o pesadelo de Aldeia Nova). Corriam os meus 13 anos e mesmo que banco fosse só mesmo para gente de dinheiro e de negócios ou que vão para a América pregar, eu aprendi que a vida era feita de jogos onde se pode ganhar ou perder. Aprendi também o significado da palavra “shame” (que repetiu vezes sem conta) no dia do assassinato de John Kennedy quando entrou no refeitório e nos explicou a vergonha de alguns actos e também vezes sem conta esta memória ética tem invadido os meus próprios actos. Ecoa no meu presente o início das suas aulas de inglês, repetido centenas de vezes à exaustão : ”Read the lesson, please” enquanto, quase simultâneamente, a sua cabeça balanceava ao ritmo de uns olhos que se fechavam à exaustão e com isso nunca aprendi inglês, mas aprendi o esforço e a coragem do desafio.
Em finais de Junho deixava-se um ano lectivo para trás, deixavam-se colegas, deixavam-se os padres nossos mais atreitos aos afectos e vivências de cada um e eu deixava também o padre João Domingos. E, naqueles dias, os dias eram maiores que os de hoje, os meses acrescentavam-se ainda com mais dias, as férias eram mesmo grandes e a minha aldeia era um mundo ainda que mais pequeno que a América. Era lá que entre leituras forçadas do “Caminho” de M. Escribá e leituras proibidas dos livrinhos da colecção “Seis Balas” ( o tamanho idêntico e diminuto de ambos tinha a vantagem de os poder intercalar, alternando a leitura) se musculava a minha imaginária heroicidade entre o caminho espinhoso para a santidade e o caminho poeirento do ‘Farwest’ em duelos de pôr do sol.
E de repente era Agosto, mês de todos os meses, quase que pressentia a minha passagem do nada à vida, ali, no calor sufocante de ser, nas trovoadas das minhas crises quase adolescentes. Mas também se fazia Agosto com a carta que chegava a marcar a data da visita e depois vinham os padres, entre eles o Padre João Domingos. A casa alentejana ficava ainda mais branca, a capoeira mais depenada, meu pai não trabalhava nesse dia, a carrinha chegava, as 2/3 horas passavam a uma quase metade do dia e eu aí aprendi, na vivência e, depois, na recordação dessas visitas, a dignidade da pobreza, o calor das emoções, o sentimento de quanto eu era importante.
Outubro chegava sempre quando também nós chegávamos e depois, ao longo dos anos, bastantes Outubros ainda me chegaram com a visita da Padre João à minha vida, com a delicadeza e o respeito de bater à porta do profissional, deixando-a entreaberta para o pessoal.
Um dos últimos Outubros foi talvez há 6 meses. Confrontei-me com um homem frágil, vestido de Outono em dia de sol, a voz mais espaçada e, por vezes, ligeiramente trémule, mas olhei melhor, e afinal vi um homem grande, sempre esvoaçando em vestes de branco de voz tronitruante. Baixinho falámos do perigo das crianças em perigo e ele disse que eu sabia e eu saí atordoado.
E agora, de repente, fez-se novamente Agosto e hoje ele visitou-me aqui pela última vez.

Em Lisboa, Benfica, é o dia 11 de Agosto de 2010
Manuel Branco Mendes

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

EM MEMÓRIA DO FR. JOÃO DOMINGOS


Dedico à sua memória, esta linda balada do nosso tão querido José Afonso que canto para ele com a minha viola e será a minha prece que o acompanhará à última morada cá nesta terra dos mortais:

«Pombas brancas,
que voam altas,
riscando as sombras,
das nuvens largas,
lá vão...
pombas...que não voltam!...

Trazem dentro
das asas prendas,
nos bicos rosas,
nuvens desfeitas no mar,
pombas, do meu cantar...

Canto apenas
lembranças várias,
vindas das sendas
que ninguém sabe onde vão...
pombas que não voltam!...

Com eterna saudade

Filipe Batista

ANTÓNIO PIRES DA SILVA (1941) 11 de Agosto- Parabéns!

Bom jogador de futebol. Grandes análises filosóficas e Teológicas. Para muitos de nós continua a ser o fr. Jacinto.
Aguardamos a tua presença.


jm

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ESTAMOS MAIS POBRES!...

FR. JOÃO DOMINGOS FERNANDES
A partir de amanhã, terça-feira, pelas 10 horas, o corpo do Fr. João Domingos chegará à Igreja de S. Domingos de Benfica, onde ficará em câmara ardente. Na quarta-feira, também pelas 10 horas, será celebrada missa de corpo presente, seguindo-se o funeral para o cemitério de Benfica.

ESTAMOS MAIS POBRES!...

FALECEU O FR. JOÃO DOMINGOS FERNANDES
Esta madrugada, no dia em que completava 77 anos, faleceu em Lisboa o nosso Mestre e Amigo Fr. João Domingos. O funeral realizar-se-á amanhã em Lisboa. À Província Dominicana e de um modo particular a seu irmão, Fr. Pedro Fernandes, deixamos o nosso abraço de solidariedade e as mais sentidas condolências.
Nelson

domingo, 8 de agosto de 2010

A SAÚDE DO FR. JOÃO DOMINGOS

Foi recebido no CRIARLAÇOS o seguinte e-mail do Fr. José Geraldes, que passo a transcrever:

Aproveito o Blog para reencaminhar parte de mail enviado há momentos pelo fr. Pedro sobre o estado de saúde do fr. João Domingos. Tinha sido há semanas operado para restabelecer o trânsito intestinal e tem estado bem disposto.

"Meu mano ainda se encontra no hospital, mas ontem à tarde pelas 17h... deu-lhe um AVC afectando-lhe o lado direito deixando de falar. Ontem ouvia e reagia a estímulos. Hoje está de olhos fechados e não reage".

Frei José Geraldes

FR. JOÃO DOMINGOS OP -9 DE AGOSTO- PARABÉNS!...

Viva o nosso "velho" Mestre com muita saúde e espiritualidade.

jm

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ANTERO MONTEIRO (1953) - 6 DE AGOSTO - PARABÉNS!...




Beirão, delicado e dedicado. Afável com palavras e actos.
Aguardamos Encontro festivo com sardinhas de Trancoso...

jm

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

3 de AGOSTO- PARABÉNS AO FR. BENTO DOMINGUES (1934) E AO JOSÉ DE S. PEDRO CELESTINO (ZÉ CELESTINO) (1944)



Hoje temos o aniversário de 2 bons Amigos, verdadeiros "pesos-pesados" nos seus respectivos mundos.
Continuem por muitos e bons anos com esse humor e sabedoria.


jm